Remédio para diabetes: conheça os principais e entenda como funcionam

Por Dr. José Aldair Morsch, 21 de março de 2024
Remédio para diabetes

Existem vários tipos de remédio para diabetes.

Eles servem como complemento ao tratamento da doença, combatendo a carência de insulina a partir de diferentes mecanismos de ação.

Vale lembrar que o uso de medicamentos deve ser feito apenas sob prescrição médica, a fim de evitar efeitos colaterais.

Isso porque a automedicação oferece perigos à saúde, ainda mais quando se utilizam substâncias capazes de interferir em processos metabólicos, como os antidiabéticos.

Tenha em mente também que a terapia para diabetes não deve se basear apenas em fármacos.

Seu resultado é potencializado pela combinação desses itens com dieta nutritiva e atividade física regular.

Junto ao acompanhamento de um endocrinologista, esses hábitos saudáveis permitem que diabéticos levem uma vida normal.

Neste artigo, falo dos principais grupos de medicações para diabetes, seu funcionamento e impactos esperados no organismo.

Apresento também um jeito simples e seguro para renovar a receita via telemedicina.

Acompanhe até o final.

Quais os tipos de remédio para diabete?

Insulina humana e metformina estão entre os tipos de remédio para diabetes mais comuns.

Eles são representantes de grupos distintos de medicamentos, com formas de ação diferentes sobre o organismo.

Antes de detalhar seus efeitos, vamos voltar um passo e recordar que diabetes mellitus é um grupo de doenças que mantêm a taxa de açúcar no sangue alta.

A hiperglicemia é consequência da deficiência ou subaproveitamento da insulina, hormônio responsável por metabolizar as moléculas de açúcar, transformando-as em glicose e energia.

Nesse cenário, as células não recebem a energia necessária para funcionar bem, o que pode levar a uma série de complicações do diabetes, conforme lista o Ministério da Saúde:

  • Lesões na retina do olho (retinopatia diabética)
  • Comprometimento da função renal (nefropatia diabética)
  • Falhas na emissão e recebimento de estímulos pelos nervos (neuropatia diabética)
  • Graves feridas nos pés (pé diabético), que podem levar à amputação se não tratadas
  • Aterosclerose e risco aumentado para infarto e acidente vascular cerebral (AVC). O acúmulo de açúcar no sangue pode afetar grandes vasos sanguíneos, aumentando trechos obstruídos, o que reduz o espaço de passagem. A diminuição na oferta desse líquido a órgãos como coração e cérebro pode prejudicar o funcionamento das células que, privadas de oxigênio, chegam a morrer. Por isso, eventos cardiovasculares adversos tem incidência de 2 a 4 vezes maior entre diabéticos
  • Maiores chances de sofrer infecções, devido à menor eficácia dos glóbulos brancos em quadros de hiperglicemia. Essas células do sistema imunológico protegem o organismo contra agentes patógenos como vírus, bactérias e fungos.

É possível prevenir essas complicações seguindo o tratamento prescrito pelo médico, conforme o tipo de diabetes.

Porque os grupos de remédios são receitados considerando a origem, intensidade e impactos do diabetes sobre a rotina do paciente.

Além da avaliação de alergias e comorbidades como a insuficiência renal, que tornam certas substâncias contraindicadas.

Saiba mais sobre remédios para diferentes tipos de diabetes abaixo.

Remédio para diabetes tipo 1

No diabetes mellitus tipo 1, o pâncreas não produz insulina suficiente para transportar a glicose para dentro das células.

Segundo explica a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM):

“Essa forma de diabetes é resultado da destruição das células beta pancreáticas por um processo imunológico, ou seja, pela formação de anticorpos pelo próprio organismo contra as células beta, levando a deficiência de insulina. Nesse caso podemos detectar em exames de sangue a presença desses anticorpos que são: ICA, IAAs, GAD e IA-2”.

O diabetes tipo 1 é mais comum em crianças e adultos jovens, embora possa acometer pessoas de todas as idades.

Como sua causa está na falta de insulina, geralmente esse é o medicamento prescrito para o tratamento.

Existem diferentes modalidades de insulina sintética, mas, normalmente, o tratamento combina as de ação rápida e prolongada.

Asparte e lispro são alguns representantes da forma que tem ação rápida, sendo administrada logo antes das refeições.

glargina e NPH são insulinas de ação prolongada, liberadas aos poucos na corrente sanguínea.

Essas medicações devem ser conservadas sob refrigeração e aplicadas de acordo com a prescrição médica.

É possível prevenir as complicações seguindo o tratamento prescrito pelo médico, conforme o tipo de diabetes

Medicamento para diabetes

É possível prevenir as complicações seguindo o tratamento prescrito pelo médico, conforme o tipo de diabetes

Remédio para diabetes tipo 2

Essa é a forma predominante, que responde por cerca de 90% dos casos de diabetes no mundo.

Diferentemente do que acontece no tipo 1, quem tem diabetes tipo 2 consegue produzir insulina.

Contudo, alguns tecidos desenvolvem resistência ou não conseguem aproveitar a glicose de maneira adequada, fazendo com que ela se acumule no sangue.

Portanto, a abordagem terapêutica não costuma incluir o uso de insulina sintética, mas de remédios antidiabéticos de ações variadas.

Muitos estão disponíveis em comprimidos que, dependendo do caso, são combinados para garantir a eficácia do tratamento.

Elenco as principais classes de remédios para diabetes tipo 2 a seguir:

  • Biguanidas: agem aumentando a absorção de glicose por tecidos como o muscular, ao mesmo tempo em que diminuem sua produção no fígado. Atualmente, a biguanida encontrada nas farmácias é a metformina, um dos remédios mais receitados para tratar diabetes tipo 2
  • Sulfonilureias: empregadas para aumentar a produção de insulina pelo pâncreas, as sulfonilureias têm ação hipoglicemiante. Glimepirida, glipizida, glibenclamida e gliclazida são exemplos popularmente receitados
  • Meglitinidas: também aumentam a oferta de insulina, a partir da atuação sobre receptores de células beta do pâncreas. Repaglinida e nateglinida são fármacos pertencentes a essa classe, que possui efeito de curta duração
  • Acarbose: retarda a metabolização da glicose no intestino, reduzindo a presença dessas moléculas no sangue
  • Gliflozinas: aumentam a eliminação de glicose pela urina, a partir da atuação nos rins como inibidores do SGLT2 (cotransportador de sódio-glicose). Dapagliflozina, canagliflozina e empagliflozina são exemplos
  • Gliptinas: são medicamentos inibidores de IDPP4 (dipeptidil peptidase 4) que estimulam a produção de insulina, retardam o esvaziamento do estômago e diminuem o apetite. Entre os principais estão alogliptina, linagliptina e sitagliptina
  • Agonistas dos receptores do GLP-1: sua ação também reduz o apetite, além de bloquear a oferta de glicose pelo fígado e diminuir sua absorção no estômago e intestino. Essas medicações têm aplicação subcutânea, a exemplo da liraglutida, dulaglutida e exenatida.

A seguir, falo especificamente sobre o tratamento medicamentoso na fase de pré-diabetes.

Remédio para pré-diabetes

Dizemos que alguém tem pré-diabetes quando o resultado da glicemia em jejum fica entre 100 e 126 mg/dl.

Essa é uma faixa ligeiramente superior ao resultado normal (até 99 mg/dl), que indica risco aumentado para diabetes tipo 2.

Segundo a 10ª Edição do Atlas de Diabetes, divulgado pela International Diabetes Federation (IDF) em 2021, 18 milhões de brasileiros possuem pré-diabetes.

Por ser assintomática, a condição não é detectada por grande parte desses indivíduos, o que impede o início do tratamento precoce.

Em geral, a abordagem terapêutica foca em mudanças no estilo de vida, tomando atitudes como:

  • Parar de fumar
  • Adotar uma rotina de exercícios físicos de pelo menos 30 minutos, 5 dias por semana
  • Perder peso
  • Diminuir o consumo de carboidratos.

Para se ter ideia do potencial desses comportamentos, especialistas estimam que mais de metade dos casos de diabetes tipo 2 podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis.

No entanto, há situações raras em que o paciente apresenta dificuldades para se exercitar, por exemplo, ou não obtém o resultado esperado a partir dessas ações.

Essas pessoas pré-diabéticas são candidatas a utilizar remédios de apoio, em especial a metformina.

Qual o melhor remédio para diabetes?

O melhor remédio para diabetes deve ser prescrito pelo seu médico.

Após consulta, avaliação física e exames complementares, o clínico geral ou endocrinologista terão as informações necessárias para receitar o fármaco correto.

O que vai depender de fatores como doenças preexistentes, idade, tipo de diabetes, sintomas e ocorrência de efeitos colaterais.

Certas classes de medicamentos podem ser contraindicadas, por exemplo, se provocaram impactos indesejados durante tratamentos anteriores.

Vale frisar os perigos da automedicação, que expõe o paciente a riscos desnecessários e, por vezes, graves.

Falo sobre os principais efeitos colaterais dos antidiabéticos mais à frente.

Há ainda pessoas que buscam remédios naturais, sobre os quais eu comento a seguir.

Remédios para diabetes

O remédio indicado vai depender de fatores como doenças preexistentes, idade, tipo de diabetes e sintomas

Remédios naturais para diabetes funcionam?

Quando se ouve falar em remédio, é comum pensar em fármacos industrializados.

Entretanto, existem também os fitoterápicos, feitos à base de substâncias presentes em plantas medicinais.

Alguns desses remédios naturais para diabetes de fato funcionam, reduzindo a taxa de açúcar no sangue.

O que não dispensa a necessidade de acompanhamento profissional.

Porque mesmo os fitoterápicos podem ter efeito tóxico ou nocivo para fetos em desenvolvimento, por exemplo.

Além de interações com outros medicamentos usados no controle da glicemia.

Porém, quando usados de modo racional, os remédios naturais combatem sintomas e podem evitar complicações do diabetes tipo 1 e 2.

Essa afirmação tem apoio em estudos como este (em PDF), publicado no Brazilian Journal of Health Review, que afirma:

“Embora o efeito hipoglicemiante das plantas medicinais não esteja completamente elucidado em todas elas, estudos sugerem que seu mecanismo de ação antidiabético pode ser explicado por seu potencial estimulador de células beta pancreáticas, que favorecem o aumento da liberação do hormônio da insulina; por sua capacidade em elevar o consumo da glicose pelos tecidos e órgãos; ou ainda, por aumentar o número e sensibilidade dos receptores de insulina”.

O artigo científico cita 8 tipos de plantas medicinais com efeito terapêutico comprovado para tratar diabetes:

  1. Pata-de-vaca ou Bauhinia forficata L.
  2. Carqueja ou Baccharis trimera (Less.) DC.
  3. Alho ou Allium sativum L.
  4. Eucalipto ou Eucalyptus globulus
  5. Quebra-pedra ou Phyllanthus niruri
  6. Insulina ou Cissus sicyoides L.
  7. Babosa ou Aloe vera
  8. Melão de São Caetano ou Momordica cymbalaria.

Além de cápsulas adquiridas em farmácias, as plantas podem ser usadas por meio de infusões (chás), óleos essenciais e extratos aquosos.

Existe remédio para evitar diabetes?

O melhor remédio são as medidas não farmacológicas, que se concentram na alimentação e combate ao sedentarismo.

Essas práticas são benéficas mesmo para pessoas jovens e saudáveis, mas ganham ainda mais relevância para os pré-diabéticos.

A condição pode ser detectada através de exames de rotina, como a glicemia de jejum, oferecendo uma oportunidade para adotar bons hábitos.

Mudanças no estilo de vida chegam a reduzir 60% das chances de que a pré-diabetes evolua para diabetes tipo 2.

Quanto a medicamentos, certas substâncias vêm sendo testadas para impedir o desenvolvimento dessa forma de diabetes.

Em 2011, um estudo feito com 602 pré-diabéticos mostrou que a pioglitazona havia reduzido o risco de que se tornassem diabéticos em 72%.

Contudo, há ressalvas quanto aos efeitos colaterais do fármaco, que pode provocar edema, ganho de peso e aumento no apetite.

Qual o remédio para diabetes que emagrece?

Nos últimos anos, algumas substâncias utilizadas para tratar diabetes tipo 2 ficaram famosas por promover o emagrecimento.

Elas pertencem à classe dos agonistas do receptor GLP-1, que atuam aumentando a sensação de saciedade.

Uma delas é a semaglutida, princípio ativo do medicamento Ozempic, produzido pelo laboratório dinamarquês Novo Nordisk.

Um estudo (em inglês) publicado no NEJM (The New England Journal of Medicine), revelou perda média de peso de 15% entre pacientes que utilizaram a semaglutida.

Vale ressaltar que todos os participantes tinham sobrepeso ou obesidade, com Índice de Massa Corpórea (IMC) igual ou superior a 27.

O impacto sobre pessoas com IMC menor que 27 não é conhecido.

Com base nesse potencial, porém, o Novo Nordisk criou outro fármaco destinado ao tratamento da obesidade, com concentrações diferentes de semaglutida: o Wegovy.

O novo produto foi aprovado pela Anvisa em janeiro de 2023, podendo ser prescrito para auxiliar na perda de peso.

Outras substâncias conhecidas por esse efeito são a liraglutida e a tirzepatida, também utilizadas inicialmente para diminuir o nível de açúcar no sangue.

Contudo, é importante frisar que esses medicamentos devem ser usados sob supervisão médica, pois podem desencadear reações adversas intensas.

Além de serem contraindicados para certos grupos de indivíduos, como explico a seguir.

Contraindicações dos remédios para diabetes

Mulheres grávidas ou amamentando, pacientes com histórico de câncer de tireoide ou doenças no fígado não devem utilizar esses medicamentos.

Cabe ao médico avaliar os riscos e fazer o acompanhamento personalizado para evitar efeitos colaterais.

Outra recomendação é não ingerir cerveja ou outras bebidas com álcool durante o tratamento, pois essa combinação eleva as chances de sofrer com hipoglicemia.

O uso de antidiabéticos junto à insulina também aumenta o risco de hipoglicemia, e deve ser monitorado.

Informe ao médico se estiver tomando anticoagulantes orais como a varfarina.

Efeitos colaterais dos remédios para diabetes

Como existem diferentes classes desses medicamentos, as reações adversas mais comuns também são distintas.

Para conferir a lista completa, verifique a bula de remédio correspondente, e desconfie de informações sem embasamento científico.

Cabe esclarecer que remédio para diabetes não causa impotência, e que nem sempre a doença é tratada com insulina.

Conheça abaixo os possíveis efeitos colaterais de remédios para diabetes:

  • Insulinas sintéticas: hipoglicemia
  • Biguanidas: acidose lática – complicação potencialmente fatal, principalmente entre indivíduos com insuficiência renal crônica
  • Sulfonilureias: hipoglicemia, alergias na pele, aumento de peso
  • Meglitinidas: hipoglicemia e ganho de peso
  • Acarbose: distúrbios intestinais e flatulência
  • Glifozinas: maior risco de quadros como infecção urinária e candidíase
  • Gliptinas: náuseas
  • Agonistas dos receptores do GLP-1: vômitos, náuseas, diarreia, desidratação.

Veja a seguir o que é preciso para conseguir uma receita médica para controle do diabetes.

Como obter receita para remédio para diabetes online?

A receita médica online pode ser emitida numa consulta por videoconferência.

Esse encontro é realizado numa sala virtual exclusiva dentro de uma plataforma de telemedicina, que é um sistema seguro e intuitivo.

Para marcar sua teleconsulta no software Morsch, por exemplo, basta acessar a página de agendamentos.

Depois, use o filtro de especialidades para encontrar o profissional, dia e hora mais convenientes e confirme o pagamento.

Uma vez agendada a consulta online, basta clicar no link enviado por SMS para conversar com o médico online no conforto da sua casa, no trabalho ou em qualquer outro lugar.

Durante o atendimento, o profissional fará a anamnese, questionando a possível origem, início, intensidade e impacto dos sintomas na sua rotina.

Poderá também perguntar sobre comorbidades, tratamentos antigos e em curso, medicamentos de uso contínuo, etc.

E vai observar exames anteriores, seu aspecto, fala, raciocínio e demais informações a respeito da condição física.

Por fim, poderá fazer a solicitação de exames complementares para apoiar a hipótese diagnóstica.

Diante da confirmação do diabetes, o médico recomendará o tratamento adequado, incluindo a prescrição de fármacos para auxiliar no controle da taxa de açúcar no sangue.

Como renovar a receita do remédio para diabetes?

Os remédios para diabetes costumam ser de uso contínuo, sendo prescritos por meses ou anos.

No entanto, sua compra ou retirada via Programa Farmácia Popular exigem que a receita médica tenha sido emitida nos últimos 180 dias.

Depois, o paciente precisa marcar nova consulta, passar por avaliação médica e, só então, receber uma nova prescrição.

O problema é que essa trajetória pode levar semanas, principalmente quando a consulta for marcada no SUS, conhecido pelas longas filas de espera.

Nesse cenário, o paciente fica sem medicamento, sob o risco de comprometer o resultado do tratamento de doenças crônicas como diabetes.

A boa notícia é que você pode renovar a prescrição médica no conforto da sua casa, por meio da plataforma de Telemedicina Morsch.

Depois de fazer um cadastro rápido, basta solicitar a renovação de receitas para receber uma nova receita digital, com QR Code para facilitar a compra dos medicamentos.

O serviço custa pouco, dispensa teleconsulta e está disponível apenas para quem já possui receita, mas precisa revalidar.

Clique aqui e aproveite agora essa comodidade!

Conclusão

Comentei neste artigo as principais classes de remédio para diabetes, suas formas de ação e contraindicações.

Mencionei também como a telemedicina auxilia na continuidade do tratamento dessa doença, por meio do serviço de renovação de receitas.

Você ainda pode marcar uma consulta online com endocrinologista, clínico geral ou nutricionista para receber orientações e manter a glicemia sob controle.

Se gostou do conteúdo, veja mais dicas de saúde que publico aqui no blog.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin