Fenitoína: para que serve, receita e como tomar

Por Dr. José Aldair Morsch, 4 de setembro de 2023
Fenitoína

Fenitoína é um medicamento aliado no combate a diferentes crises convulsivas.

No entanto, apresenta grande quantidade de efeitos colaterais e interações medicamentosas, exigindo cautela para evitar agravos à saúde.

O remédio está disponível nas farmácias e drogarias sob a forma comprimidos de 100 mg e solução injetável de 50mg/mL.

Ao longo deste artigo, explico como age, para que serve e de que forma conseguir a receita médica online de fenitoína.

Acompanhe até o final e tenha todas as informações que procura.

O que é fenitoína?

Fenitoína é um fármaco anticonvulsivante que também promove o relaxamento muscular.

Tem também impacto antiarrítmico, ou seja, contrário às alterações na frequência cardíaca (conhecidas como arritmias).

A combinação dessas características pede atenção especial para fazer uso seguro desse remédio, que deve seguir a prescrição médica rigorosamente.

Para que serve fenitoína

O medicamento serve para tratar diferentes tipos de convulsões.

Seu modo de ação não está totalmente elucidado pela ciência.

Porém, a substância parece ter efeito sobre a região do cérebro que inibe a propagação das crises epilépticas: o hipocampo.

Principais indicações

Conforme detalha a bula, o fármaco é indicado para o tratamento de:

  • Crises convulsivas (contrações súbitas e sem controle dos músculos devido a alterações no cérebro) durante ou após neurocirurgia
  • Crises convulsivas, crises tônico-clônicas (convulsões motoras que podem se repetir) generalizadas e crise parcial complexa (estado parado seguido de movimentos mastigatórios e fora de controle) (lobo psicomotor e temporal)
  • Estado de mal epiléptico (ataques epilépticos prolongados e repetidos).

A seguir, esclareço como tomar o medicamento.

Como tomar fenitoína

A fenitoína é usada na forma de comprimidos de 100 mg ou solução injetável de 50mg/mL.

Contudo, a forma injetável é destinada ao uso em ambiente hospitalar, devido à necessidade de administração por via endovenosa.

A seguir, trago recomendações relativas à fenitoína.

Para mais informações, consulte seu médico e a bula.

Os comprimidos devem ser tomados com um pouco de água, de preferência durante ou após as refeições.

Confira detalhes de uso de acordo com a condição clínica:

  • Crises convulsivas durante ou após neurocirurgia (tratamento e profilaxia, que é a prevenção de crises): 100 mg três vezes ao dia para adultos. A dose usual de manutenção fica entre 300 e 400 mg/dia, com dose máxima de 600 mg/dia. Adolescentes e crianças acima de 6 anos devem receber 5mg/kg/dia divididos igualmente em duas ou três administrações, até o limite máximo de 300mg/dia – a dose de manutenção usual é de 4 a 8mg/kg/dia
  • Crises convulsivas, crises tônico-clônicas generalizadas e crise parcial complexa (lobo psicomotor e temporal): 100mg três vezes ao dia, com dose de manutenção usual de 300 a 400 mg/dia (sem ultrapassar a dose máxima de 600 mg/dia). Adolescentes e crianças maiores de 6 anos podem começar com 5mg/kg/dia, divididos igualmente em duas ou três tomadas, até um máximo de 300 mg/dia; a dose de manutenção usual é de 4 a 8mg/kg/dia
  • Estado de mal epiléptico: dose de ataque de 10 a 15 mg/kg I.V. (não exceder 50 mg/min), seguido por dose de manutenção de 100 mg por via oral ou intravenosa a cada 6 a 8 horas.

Se tiver dúvidas, fale com seu médico ou consulte a bula.

Receita de fenitoína

A aquisição da fenitoína exige a apresentação da receita C1.

Conhecida como receita de controle especial, ela é emitida em duas vias pelo médico.

Desse modo, a primeira via fica retida na farmácia.

Já a segunda é devolvida ao paciente ou cuidador para orientações sobre o tratamento.

A receita C1 é branca e tem a finalidade de liberar substâncias anticonvulsivantes, antiparkinsonianas, antipsicóticas e antidepressivas.

Todos os itens deste grupo são remédios controlados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Isso ocorre devido ao risco de dependência psíquica e outros problemas de saúde.

Afinal, a fenitoína altera o funcionamento do sistema nervoso central (SNC), além de poder desencadear efeitos adversos.

Nesse cenário, cabe à autoridade de vigilância sanitária rastrear sua prescrição, compra e venda para coibir o uso indiscriminado.

Dúvidas frequentes sobre fenitoína

Apresento a seguir respostas para questões comuns sobre o uso deste medicamento.

Quem não pode tomar fenitoína?

O remédio é contraindicado para:

  • Pacientes que tenham percebido reações intensas ao medicamento ou a outras hidantoínas
  • Portadores de anomalias no ritmo cardíaco como bloqueio atrioventricular de 2º e 3º graus, bloqueio sinoatrial, bradicardia sinusal e síndrome de Stokes-Adams (perda súbita da consciência causada por arritmias).

Converse com seu médico caso se encaixe nessas condições.

Qual o efeito colateral da fenitoína?

As reações adversas mais comuns são:

  • Nistagmo (movimento involuntários dos olhos)
  • Vertigem (tontura)
  • Prurido (coceira)
  • Parestesia (sensações como ardor, formigamento e coceira, percebidos na pele)
  • Dor de cabeça
  • Sonolência
  • Ataxia (falta de coordenação dos movimentos).

Na presença de erupção cutânea, lesões nas mucosas ou qualquer outro sinal de hipersensibilidade, avise ao médico e interrompa o tratamento.

Outros sinais de alerta indicam efeitos tóxicos ao fígado, como febre, erupções na pele e linfadenopatia (aparecimento de íngua).

O que acontece se tomar muita fenitoína?

A superdosagem ou overdose ocorre quando o paciente ingere quantidades altas de fenitoína.

Nesse caso, surgem manifestações como nistagmo, ataxia, disartria (dificuldade em falar) e letargia (lentidão), que devem ser comunicadas ao médico rapidamente.

Uma dose de 2g a 5g de fenitoína pode ser até letal para adultos.

Além dos sintomas que mencionei acima, esse quadro crítico pode provocar:

  • Tremor
  • Hiperreflexia (síndrome associada com danos à medula espinal)
  • Fala arrastada
  • Náuseas
  • Vômitos
  • Coma
  • Hipotensão (pressão baixa)
  • Depressão respiratória e circulatória.

Caso perceba efeitos adversos, comunique ao seu médico.

Conclusão

Gostou de saber mais sobre a fenitoína?

Caso precise fazer uso desse remédio, informe o seu médico sobre qualquer outro fármaco que esteja utilizando.

Jamais se automedique ou interrompa o tratamento por conta própria, pois isso coloca sua saúde em perigo.

Se precisar, converse com um médico online para receber a avaliação, diagnóstico e tratamento corretos.

Basta acessar a página de agendamentos da plataforma Morsch para marcar uma teleconsulta com agilidade e comodidade.

Use o filtro de especialidades para localizar o neurologista ou, se não tiver certeza da origem dos sintomas, prefira uma consulta com clínico geral.

Caso necessite apenas trocar uma prescrição que está perdendo a validade, solicite já sua renovação de receitas online.

É só clicar aqui, informar alguns dados e realizar o pagamento para confirmar o pedido.

Em seguida, você vai receber uma nova receita digital sem burocracia.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin