Ergonomia no trabalho: principais riscos e ações preventivas
Apostar na ergonomia no trabalho é um jeito inteligente de aumentar a produtividade e as receitas do negócio.
Isso porque ambientes ergonômicos proporcionam maior conforto ao time.
Além de equipamentos e ferramentas adequados para potencializar a performance dos colaboradores.
Sem contar os elementos de organização e segurança do trabalho, pensados para evitar acidentes e doenças ocupacionais.
Faz sentido para você?
A verdade é que são muitos os benefícios de adotar a ergonomia do trabalho.
E se quer saber mais a respeito, é só continuar lendo.
Neste artigo, vou explicar quais são os tipos de ergonomia e como aproveitar essa vantagem na sua empresa.
Você ainda vai conferir opções para elevar a eficiência do trabalho do SESMT, usando o sistema de telemedicina.
Acompanhe este conteúdo até o final.
O que é ergonomia no trabalho?
Ergonomia no trabalho é o uso do estudo da interação entre o homem, seus instrumentos e a organização do ambiente para melhorar as condições laborais.
De acordo com a Norma Regulamentadora 17, principal legislação sobre esse assunto, a ergonomia no trabalho estabelece:
“As diretrizes e os requisitos que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar conforto, segurança, saúde e desempenho eficiente no trabalho”.
Essas medidas são aplicadas a situações como:
- Levantamento de peso
- Transporte e descarga de materiais
- Adaptação de mobiliário nos postos de trabalho
- Interação com máquinas e equipamentos
- Oferta de ferramentas adequadas
- Condições de conforto, a exemplo da temperatura, iluminação e minimização do ruído
- Organização do trabalho, o que engloba a natureza das tarefas laborais, ritmo, normas de produção etc.
Importância da ergonomia no trabalho
A ergonomia no trabalho impacta na saúde e eficiência dos funcionários.
Daí a sua importância, tanto para os empregados quanto para os empregadores.
De um lado, o colaborador ganha um ambiente ou posto de trabalho mais seguro e adaptado às suas necessidades, diminuindo o risco de agravos à saúde.
De outro, a empresa ganha trabalhadores mais satisfeitos, presentes e engajados, o que faz toda a diferença para sua produtividade.
Nesse cenário, é possível utilizar os recursos da melhor maneira, produzindo mais com menos.
Em outras palavras, a ergonomia no trabalho agrega eficiência ao investir no bem-estar dos funcionários.
Voltada ao estudo científico da relação homem/trabalho, essa disciplina avalia os sistemas em que as pessoas estão inseridas, identificando e mitigando riscos ocupacionais.
Quando cito “sistemas”, falo sobre as atividades desempenhadas por indivíduos junto a máquinas e equipamentos, que são a maioria atualmente.
Afinal, os maquinários fazem parte da rotina de diferentes profissionais, desde o operador de empilhadeira até a recepcionista, que passa o dia na frente do computador.
Daí a necessidade de conhecer, analisar e modificar esses sistemas em prol do bem-estar físico e mental do trabalhador, que é o recurso mais importante para qualquer negócio.
Principais riscos ergonômicos no trabalho
Os riscos ergonômicos dependem do ambiente de trabalho, da natureza das atividades desempenhadas e do grau de adequação em relação aos colaboradores.
Segundo define a Fiocruz, esses riscos são:
“Os fatores que podem afetar a integridade física ou mental do trabalhador, proporcionando-lhe desconforto ou doença”.
Lembrando que o risco se refere à probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à saúde e à severidade dessa lesão, enquanto o perigo é a fonte de origem do risco.
Dentro dessa concepção ampla, cito aqueles mais comuns em diferentes empresas:
- Esforço físico
- Levantamento de peso
- Postura inadequada
- Controle rígido de produtividade
- Situação de estresse
- Trabalhos em período noturno
- Jornada de trabalho prolongada
- Monotonia e repetitividade
- Imposição de rotina intensa.
Quando não identificados, eliminados e mitigados, esses riscos podem provocar acidentes, incômodos e desânimo entre os trabalhadores.
Em longo prazo, são capazes de desencadear doenças de ordem física e psíquica, com alto custo para o colaborador e a organização.
Doenças relacionadas à ergonomia no trabalho
A lista de agravos à saúde relacionados à ergonomia é extensa.
Ela inclui acidentes de trabalho, patologias psicológicas, fisiológicas e desconfortos passageiros.
Geralmente, as doenças começam com incômodos leves que tendem a evoluir para quadros mais graves caso nada seja feito no curto prazo.
Por exemplo, dores nos ombros podem evoluir para bursite.
Enquanto o cansaço mental decorrente de um ritmo frenético de trabalho pode se intensificar, levando o colaborador ao esgotamento ou burnout.
Elenco a seguir os desconfortos passageiros que surgem pela falta da aplicação de medidas ergonômicas no trabalho:
- Dor nas costas
- Formigamento nos pés e pernas
- Fadiga
- Dor de cabeça
- Torcicolo
- Estresse
- Queda de cabelo
- Tensão
- Dor muscular
- Insônia
- Enjoo
- Azia
- Desarranjos intestinais.
Veja agora algumas patologias que surgem por condições de trabalho prejudiciais:
- LER/DORT: são as Lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho. Inflamações em tendões no ombro, cotovelo, punho (tendinites), dores na região lombar (lombalgias) e dores musculares em várias partes do corpo (mialgias) são as mais comuns
- Gastrite: inflamação do tecido interno do estômago, que pode ser aguda ou crônica
- Úlcera: reação ao suco gástrico que provoca feridas no estômago, esôfago e partes do intestino
- Hipertensão: doença crônica que mantêm os níveis de pressão arterial acima de 14/9 mmHg, sobrecarregando o sistema cardiovascular
- Lordose: desvio na coluna que, quando excessivo, causa dor nas costas (lombalgia), especialmente depois de longos períodos de pé ou sentado
- Varizes: veias dilatadas que desencadeiam inchaço e dor
- Burnout: distúrbio relacionado ao excesso de trabalho e pressão constante, que leva a quadros de esgotamento mental e físico e depressão
- Ansiedade: males como o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) causam uma preocupação excessiva e desproporcional em relação ao futuro, com efeitos negativos para a mente e o corpo
- Depressão: patologia psíquica crônica caracterizada por humor deprimido, desesperança, falta de energia e pensamentos suicidas.
Tipos de ergonomia no trabalho
A ergonomia pode ser dividida em três diferentes tipos, sobre os quais falo a seguir.
1. Ergonomia física
Segurança e saúde do trabalhador, movimentos repetitivos e adequações nos postos de trabalho são alguns objetos de avaliação da ergonomia física.
Sua visão parte da anatomia, biomecânica e ciências correlatas para propor mudanças relevantes.
Essa modalidade pode ser subdividida em outras quatro partes:
- Ergonomia de correção
- Ergonomia de conscientização
- Ergonomia de concepção
- Ergonomia participativa.
2. Ergonomia cognitiva
Com foco na preservação da saúde mental no trabalho, esse tipo de ergonomia leva em conta o impacto psicológico das tarefas realizadas.
É o perigo das atividades que exigem processos mentais extenuantes, sob o risco de provocar um estado de estresse contínuo nos colaboradores.
3. Ergonomia organizacional
Estrutura, rotinas e processos adotados pelas empresas são alvo de análise da ergonomia organizacional.
Esse segmento propõe adaptações aos fatores culturais, clima organizacional, metas e cobranças, a fim de evitar cenários de sobrecarga aos empregados e promover mais qualidade de vida no trabalho.
Ergonomia no trabalho na NR 17
A já citada NR 17 traz as principais exigências a respeito da ergonomia no trabalho.
O documento determina que as adaptações ergonômicas devem ser adotadas por empresas de todos os setores e portes, de acordo com as necessidades.
Tudo começa com a avaliação ergonômica preliminar das situações de trabalho, a fim de verificar se oferecem risco e o que pode ser feito para mitigar esse risco.
Conforme orienta a norma:
“A avaliação ergonômica preliminar das situações de trabalho pode ser realizada por meio de abordagens qualitativas, semiquantitativas, quantitativas ou combinação dessas, dependendo do risco e dos requisitos legais, a fim de identificar os perigos e produzir informações para o planejamento das medidas de prevenção necessárias”.
Essa avaliação pode estar integrada às etapas do processo de identificação de perigos e análise de riscos do PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos).
Em seguida, vem a Análise Ergonômica do Trabalho (AET), conduzida por especialistas em ergonomia a partir da apreciação das condições de trabalho na organização.
Partem daí o diagnóstico, proposição de medidas corretivas e avaliação de resultados, por vezes, com o envolvimento dos trabalhadores.
Apenas microempreendedores individuais (MEI), microempresas e empresas de pequeno porte enquadradas nos graus de risco 1 e 2 pela NR-04 (SESMT) estão dispensados de produzir a AET.
Com exceção das situações em que a Análise for indispensável para o acompanhamento da saúde dos trabalhadores, fazendo parte do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
Ou se for indicada, no PGR, causa relacionada às condições de trabalho na análise de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho.
Ações de ergonomia no ambiente de trabalho
Como mencionei antes, as ações ideais dependem de uma avaliação prévia de cada local de trabalho.
Então, esse deve ser o primeiro passo para melhorar as condições laborais e preservar a saúde dos colaboradores.
Abaixo, mostro algumas boas práticas aplicáveis em grande parte das empresas para te inspirar.
Verifique a iluminação apropriada
Vale perguntar aos funcionários sobre a iluminação que oferece conforto à visão, dispensando esforços para enxergar bem e executar suas tarefas.
Atenção ao conforto térmico
A temperatura é outro fator essencial para que os empregados se sintam bem durante o trabalho.
Frio ou calor intensos tendem a prejudicar seu desempenho.
Aposte, portanto, em temperaturas medianas.
Elimine ou minimize o ruído
O ruído de máquinas, obras e outros contextos não apenas atrapalha o rendimento das equipes, como pode desencadear doenças e diferentes graus de perda auditiva.
Se houver ruído em sua empresa, é importante monitorar esse risco por meio de equipamentos e ações do PPRA e PCMSO.
Nunca deixe de realizar exames periódicos como a audiometria ocupacional.
Comece o dia com exercícios de aquecimento
Essa é uma maneira de preparar diferentes partes do corpo para reduzir o impacto de movimentos repetitivos, por exemplo.
Ou de grandes esforços, como ao carregar peso.
Vale lembrar que esses contextos devem ser diminuídos sempre que possível, a fim de evitar LER/DORT, hérnia de disco e outros problemas em longo prazo.
Adapte os móveis para garantir a postura adequada
Mesas e cadeiras com regulagem, suporte para computadores e pés são exemplos de adaptações ergonômicas simples.
Elas não exigem grandes investimentos, contudo, fazem diferença na prevenção de entorses, torcicolo, dores nas costas e nos ombros.
Simplesmente porque colocam as telas ao nível dos olhos do colaborador, que não precisa passar a jornada diária com a cabeça abaixada.
Também oferecem suporte aos membros superiores e inferiores, evitando posições que sobrecarregam ossos e músculos.
Inclua pausas na jornada de trabalho
A jornada de trabalho deve ser delimitada, de modo a dispensar horas extras constantes.
Assim, os funcionários descansam tempo suficiente para se manterem saudáveis.
Outra boa pedida é a adoção de pausas periódicas, interrompendo rotinas e padrões de movimentos.
Essas paradas fazem bem não só para o corpo, mas também para a mente.
Ergonomia no trabalho home-office
O trabalho em casa também exige adequações para prevenir dores e outros agravos à saúde dos empregados.
Por isso, ao ofertar vagas ou adotar o regime home-office, a empresa deve se atentar a esse quesito, disponibilizando móveis, equipamentos e suportes ergonômicos.
Não se esqueça de ajustar os processos e dinâmicas de modo que incluam esse colaborador, ainda que ele esteja geograficamente distante.
Assim, é possível potencializar os benefícios dessa modalidade de trabalho, sem deixar o bem-estar do colaborador de lado.
Telemedicina e a saúde no trabalho
As análises ergonômicas embasam medidas preventivas registradas em programas de saúde ocupacional como o PGR e o PCMSO.
Exigidos pela legislação trabalhista, os documentos que comprovam essas ações precisam ser elaborados e assinados por especialistas em segurança e medicina do trabalho.
Porém, médicos do trabalho, engenheiros de segurança e outros profissionais nem sempre estão disponíveis durante todo o horário de funcionamento das empresas.
Esse fator tende a atrasar a entrega dos laudos ocupacionais, o que pode resultar em penalidades para as organizações.
A boa notícia é que existe solução para esse problema.
Usando a plataforma de telemedicina Morsch, sua equipe de SST se conecta aos especialistas à distância, compartilhando arquivos dentro do sistema.
A opção de assinatura digital permite a garantia de autenticidade para cada registro, armazenado com a proteção de mecanismos como criptografia e senhas.
O serviço contempla os seguintes documentos:
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Conclusão
Ao final deste artigo, você está por dentro do universo da ergonomia no trabalho.
Se ficou alguma dúvida ou sugestão, escreva um comentário a seguir.
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