Qual a diferença entre LER e DORT, sintomas e tratamento

Por Dr. José Aldair Morsch, 7 de junho de 2021
Ler e dort, qual a diferença

Será que existe diferença entre LER e DORT?

Você, provavelmente, já viu ambas as siglas sendo usadas para descrever tendinites, tenossinovites e outros problemas que afetam ossos, músculos e tendões dos membros superiores.

Também já deve ter observado documentos em que os termos são escritos em conjunto, no formato LER/DORT.

Isso confunde trabalhadores e pacientes em geral, acometidos por esses males.

Mas não se preocupe, porque este conteúdo esclarece a diferença e traz recomendações sobre quando e como tratar LER e DORT.

Qual a diferença entre LER e DORT?

Basicamente, a diferença entre LER e DORT é a terminologia utilizada

Ambas as siglas descrevem um grupo de doenças do sistema musculoesquelético, que afetam principalmente o pescoço e os membros superiores.

Inicialmente, as enfermidades eram chamadas apenas de LER, até que, em 1998, a Previdência Social trocou LER por DORT.

Vale esclarecer, então, que a sigla DORT surgiu como uma evolução no conceito de LER.

Dessa forma, faz uma referência mais específica às condições relacionadas ao trabalho.

Essa particularidade é especialmente importante no Brasil, país que conta com ampla legislação trabalhista e benefícios concedidos a funcionários que adoeçam por fatores laborais.

Quem tem carteira assinada e desenvolve uma enfermidade que tenha nexo causal com suas atividades no trabalho, tem o direito de receber benefícios como o auxílio doença acidentário.

Inclusive, esse tipo de afastamento pelo INSS dá direito a estabilidade no retorno à atividade profissional.

E é por isso, então, que você pode ver a expressão LER/DORT como uma só doença, ainda que existam características específicas, como destaco agora.

Existe diferença entre ler e dort

Com a evolução dos estudos na medicina, DORT passou a ser uma atualização da LER

O que é LER?

Sigla para Lesões por Esforços Repetitivos, o termo LER foi adotado pelos especialistas brasileiros no início dos anos 1990.

O objetivo era identificar males relatados por pessoas que passavam horas nas mesmas atividades.

Essa terminologia surgiu ainda na década anterior, quando muitos empregados eram submetidos a jornadas de trabalho extensas, estresse e salário insuficiente para suas necessidades.

Havia, também, inadequação nos postos de trabalho, que não atendiam a normas ergonômicas para garantir o conforto e evitar problemas de saúde.

Ao avaliar o quadro recorrente de inflamações entre esses trabalhadores, estudiosos o classificaram como LER.

Essa é uma descrição genérica, que não se limita a doenças ocupacionais, nem tampouco a doenças em si.

O que é DORT?

DORT abrevia a expressão Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.

A sigla é uma atualização do conceito das LER, que se tornou obsoleto conforme os males eram estudados mais a fundo.

Especialistas descobriram, por exemplo, que grande parte dos trabalhadores afetados não apresentam lesões e, sim, condições que provocam sintomas de maior ou menor gravidade.

E, conforme explica este conteúdo da Sociedade Brasileira de Reumatologia, não são só os esforços repetitivos que desencadeiam ou agravam o problema.

Esse movimento representa apenas uma modalidade de sobrecarga (dinâmica) que pode ter efeito negativo para a saúde do trabalhador.

Outros tipos de esforços são:

  • Sobrecarga estática, resultante da contração muscular por períodos longos, para manutenção de postura
  • Excesso de força para execução de tarefas
  • Uso de instrumentos que transmitam vibração excessiva
  • Trabalhos executados com posturas inadequadas.

DORT também é a tradução da terminologia Work Related Musculoskeletal Disorders, usada para reconhecer o conjunto de entidades mórbidas causadas pela interação com fatores laborais.

As ciglas identificam condições parecidas

LER e DORT são desordens causadas por lesões repetitivas ao longo de determinado tempo

Semelhanças entre LER e DORT

Depois de entender a diferença entre LER e DORT, vamos às semelhanças.

Ambas são siglas genéricas, que se referem a um conjunto de desordens que afetam músculos, ossos, nervos e terminações nervosas.

Daí a utilização constante da forma LER/DORT por profissionais da área de medicina e segurança do trabalho.

Entre as principais LER e DORT, vale citar:

  • Tendinites, que correspondem a inflamações em tendões no ombro, cotovelo, punho etc.
  • Lombalgias, que são dores na região lombar
  • Mialgias, que descrevem dores musculares em várias partes do corpo.

Além dos fatores ligados a atividades durante a jornada de trabalho, há indícios de que a dinâmica psicossocial contribua para o aparecimento das LER/DORT.

Por isso, as adequações que permitem prevenir esses males devem ir além do contexto físico.

Elas precisam alcançar a forma como o trabalho está organizado, os relacionamentos dentro da empresa e até problemas pessoais enfrentados pelo funcionário.

Quando e como tratar LER e DORT

Na hora de identificar e tratar, não há diferença entre LER e DORT.

É preciso ficar atento a sintomas.

Primeiramente, eles parecem normais, como dores nas mãos após passar o dia digitando.

Ou mesmo torcicolo depois de longas horas de trabalho, em frente ao computador.

Confira uma lista de sintomas que podem ter relação com LER e DORT, segundo este Manual do Ministério da Saúde:

    • Sensação de peso e fadiga
    • Dor
    • Alodinia (sensação de dor como resposta a estímulos aleatórios)
    • Sensação de edema
    • Sensação de enrijecimento muscular ou choque
    • Dormência
    • Formigamento
    • Cãibras
    • Falta de firmeza nas mãos
    • Sensação de fraqueza muscular
    • Sensação de frio ou calor
    • Limitação de movimentos
    • Dificuldade para dormir
    • Acometimento psicológico
    • Frustração.

Caso um ou mais sinais se tornem mais frequentes, é hora de procurar ajuda médica.

Para tanto, vale consultar um ortopedista, médico do trabalho ou um clínico geral para que façam uma avaliação.

Se for preciso, eles vão pedir exames como raio X para verificar se há comprometimento musculoesquelético.

O histórico de saúde, hábitos e condições de trabalho também serão considerados na hipótese diagnóstica.

Principais causas

Ortopedista é o especialista que pode ser consultado para o diagnóstico e tratamento da LER/DORT

A boa notícia é que esse acompanhamento pode ser feito no conforto da sua casa, com o suporte da consulta online.

Com apenas alguns cliques, você acessa a plataforma de teleconsulta Morsch, agenda e realiza sua consulta por videoconferência, sem precisar enfrentar filas.

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Após um primeiro encontro, o médico poderá seguir com o tratamento através de ferramentas como o telemonitoramento.

Fisioterapia, repouso e massagens são algumas recomendações frequentes para minimizar os efeitos das LER/DORT.

Conclusão

Neste conteúdo, você aprendeu que, apesar das siglas distintas, a diferença entre LER e DORT está, basicamente, em uma evolução no conceito desses males relacionados ao trabalho.

Em vez de citá-los apenas como lesões (LER), especialistas ampliaram o escopo para contemplar outros tipos de danos à saúde, usando o termo DORT.

De qualquer forma, essas condições devem ser investigadas e tratadas para alcançar qualidade de vida no trabalho e na vida pessoal.

Atualmente, softwares de telemedicina como a Morsch levam esses e outros cuidados para mais perto do paciente, que pode se conectar ao médico de confiança pela internet.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin