Consulta com ginecologista: quando ir, como marcar e vantagens da teleconsulta

Por Dr. José Aldair Morsch, 12 de julho de 2021
Consulta ginecologista

A consulta com ginecologista deve fazer parte da rotina de cuidados com a saúde da mulher.

Afinal, esse especialista conhece as particularidades do sistema reprodutor feminino, mudanças físicas e hormonais que estão presentes desde a puberdade até a menopausa.

Com encontros periódicos, o médico orienta, esclarece dúvidas, faz e solicita exames preventivos essenciais para o bem-estar durante as diferentes fases da vida.

Muitos deles ajudam a detectar doenças de forma precoce.

E isso evita que elas se agravem e causem problemas como alterações no ciclo menstrual, infertilidade e dores.

Até mesmo patologias graves, como o câncer de mama e de colo do útero, podem ter o diagnóstico precoce feito pelo ginecologista.

Tudo isso permite tratamentos mais eficientes, com altas chances de cura.

Estão aí alguns motivos para comparecer à consulta com seu ginecologista regularmente.

Neste texto, você vai saber quando consultar esse profissional e quais os exames mais comuns.

Também fica por dentro de novidades que facilitam o contato entre médico e paciente – como a telemedicina.

Como é uma consulta com ginecologista?

Assim como qualquer outra consulta médica, o atendimento realizado pelo ginecologista começa com a anamnese.

Falo da entrevista com a paciente, durante a qual o profissional pergunta sobre queixas, motivos para a consulta, comorbidades, alergias, remédios de uso contínuo e outros detalhes do histórico de saúde.

Informações sobre o estilo de vida e saúde sexual também costumam ser compartilhadas, a fim de que sejam realizados os exames necessários.

Se o atendimento for presencial, a paciente é orientada a trocar de roupa após a conversa, vestindo um avental descartável para o exame físico.

Inspeção das mamas, papanicolau e toque vaginal estão entre os exames de rotina conduzidos durante a consulta ginecológica, mas outros procedimentos poderão ser solicitados.

Uma vez encerrado o exame clínico, a paciente veste novamente suas roupas e volta a conversar com o médico, a fim de receber recomendações sobre a hipótese diagnóstica, tratamento e retorno de consulta.

Ele também preenche e entrega a receita médica, explicando detalhes sobre o uso dos fármacos prescritos.

Caso seja um atendimento de rotina, o profissional pode fazer a solicitação de exames complementares e indicar o período ideal para o retorno ao consultório.

O que o ginecologista faz na primeira consulta?

A primeira consulta com ginecologista costuma deixar adolescentes e até pacientes adultas nervosas, sem saber o que esperar.

Será que precisarão passar pelo exame físico na presença da mãe, se forem adolescentes?

Será mesmo necessário passar pelo exame físico? Será que dói?

E o pedido por mais exames, será que é normal?

Essas e outras dúvidas podem surgir, aumentando o receio de comparecer a um serviço de saúde ou de conversar com o ginecologista.

Porém, não é preciso ter medo, porque a primeira consulta ginecológica tem como principal objetivo levantar informações sobre a paciente.

O atendimento começa com uma entrevista para coletar dados sobre o ciclo menstrual, desenvolvimento do aparelho reprodutor e possíveis anormalidades, quando necessário.

No caso das adolescentes, é natural que a mãe, tia ou outra mulher da família as acompanhe na primeira consulta, a fim de que se sintam seguras e acolhidas por um médico de confiança.

Assim, a entrevista pode começar com a acompanhante no consultório e, em algum momento, o ginecologista pede para conversar com a adolescente em particular – se ela concordar.

Essa parte do atendimento serve para que a paciente esclareça dúvidas sobre sexualidade, por exemplo, sem ficar constrangida ou ter de se expor na frente da acompanhante.

Em seguida, a familiar retorna ao consultório e o ginecologista faz a avaliação física da adolescente, conferindo se o desenvolvimento é normal para a idade.

Essa avaliação pode incluir o exame da genitália externa, principalmente se houver algum sintoma ou incômodo para a paciente.

O exame é rápido e indolor.

Contudo, se houver vergonha ou medo, essa primeira assistência exclui o exame da região íntima, sendo limitada a uma conversa e orientação médica.

A mesma premissa vale para mulheres adultas que não se sintam à vontade na primeira consulta.

Consultar com ginecologista

Além de exames, a consulta com ginecologista é um momento de a paciente buscar informações

O que o ginecologista fala na consulta?

Em geral, os temas abordados na consulta são:

  • Higienização da área íntima, incluindo os produtos adequados para não agredir a região
  • Menstruação e mudanças naturais na puberdade
  • Medidas para prevenir infecções, como o uso de calcinhas de algodão
  • Orientação para prevenir ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis), com explicação sobre preservativos e formas de se proteger
  • Métodos contraceptivos
  • Sexualidade.

Caso a paciente tenha iniciado a vida sexual, é comum que o ginecologista peça exames de sangue e outros para verificar a saúde íntima e recomendar o melhor método contraceptivo.

Qual a importância da consulta com ginecologista?

A saúde íntima da mulher ainda é um tema delicado, cercado por tabus e estigmas.

Por isso, é natural que muitas delas se sintam desconfortáveis na consulta com o ginecologista.

Para se ter uma ideia, 20% das brasileiras não procuram esse médico periodicamente, sendo que 16,2 milhões não visitam o ginecologista há mais de um ano.

Os dados são do estudo “Expectativa da mulher brasileira sobre sua vida sexual e reprodutiva: as relações dos ginecologistas e obstetras com suas pacientes”, realizado pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

O levantamento ainda alerta que 4 milhões de brasileiras nunca buscaram a orientação de um ginecologista.

Esse quadro prejudica a adoção de práticas preventivas, impedindo seu acesso a informações e tratamentos fundamentais para a manutenção da saúde reprodutiva.

O câncer de mama, por exemplo, pode começar com um pequeno nódulo indetectável ao toque, mas que será evidenciado em exames como mamografia e ultrassom de mamas.

Ao ser diagnosticada no início, a lesão poderá ser tratada rapidamente, evitando a evolução para um quadro grave.

Mesmo as pacientes mais jovens ou que não têm vida sexual ativa também se beneficiam da consulta com ginecologista.

O encontro dá a oportunidade de esclarecer questões sobre hormônios, menstruação, como funciona o sistema reprodutivo e de que forma podem aliviar sintomas incômodos.

Quando consultar com ginecologista?

A consulta com ginecologista pode atender a dois propósitos diferentes: prevenção e tratamento.

O ideal é apostar na prevenção, marcando consultas anuais com esse especialista.

E iniciar as visitas logo depois da primeira menstruação, assim, a menina já começa a entender melhor seu próprio corpo.

Recebe, ainda, orientação sobre saúde e higienização íntima, ciclo menstrual, prevenção de ISTs e gravidez indesejada.

Mesmo quem faz o acompanhamento periódico deve ficar atenta aos sinais que pedem uma avaliação imediata desse especialista.

É o caso de problemas que interfiram no bem-estar e saúde íntima, sendo os mais comuns:

  • Corrimento alterado, de cor amarelada, esverdeada ou marrom e/ou cheiro forte
  • Sangramento fora do período menstrual
  • Menstruação que se estende por semanas
  • Cólicas menstruais
  • Menstruação atrasada por um mês ou mais, com resultado negativo para gravidez
  • Dores durante as relações sexuais
  • Presença de nódulos nas mamas
  • Liberação de secreções pelas mamas, sem que a mulher esteja amamentando
  • Dores ou alta sensibilidade frequente na área genital e nos seios
  • Dores frequentes na barriga e região pélvica.

Ainda neste texto, falo sobre os exames mais comuns solicitados pelo ginecologista.

Qual a diferença entre ginecologista e obstetra?

Enquanto o ginecologista acompanha a mulher da puberdade até a menopausa, o obstetra foca no período dedicado à reprodução.

Ou seja, o médico obstetra se dedica a questões relativas à gravidez, incluindo o planejamento, acompanhamento e exames pré-natal e atendimento logo após o parto.

Embora seja comum os médicos escolherem atuar mais como ginecologistas ou como obstetras, saiba que eles são formados em Ginecologia e Obstetrícia, que é especialização médica disponível no Brasil.

 

Médica ginecologista

Atendimento ginecológico pode ocorrer de forma remota graças ao avanço da tecnologia

Exames comuns na consulta com ginecologista

Após a primeira consulta e a formação de uma relação entre médico e paciente, a rotina de cuidados íntimos ocorre com mais tranquilidade.

Assim, fica simples adicionar exames que fortalecem esses cuidados, fornecendo informações sobre o aparelho reprodutor feminino e particularidades de cada paciente.

Muitos desses procedimentos podem ser conduzidos durante a consulta com o médico, enquanto outros ocorrem fora do consultório.

Conheça, a seguir, os mais comuns.

Exame físico

É uma avaliação em que o médico verifica a aparência dos órgãos genitais externos, analisando fatores como forma e tamanho para identificar anormalidades.

Também permite a investigação de sintomas como inchaço, vermelhidão, bolhas, etc.

Exame clínico das mamas

Consiste no toque e palpação das mamas para verificar se há alguma lesão, nódulo ou cisto, percebendo informações como forma e tamanho.

Caso haja alterações, o ginecologista pede um exame mais detalhado, como ultrassom ou mamografia.

O aspecto dos seios também é avaliado no exame clínico, a fim de identificar qualquer anormalidade em seu formato, por exemplo.

Toque vaginal

Indicado apenas para pacientes que tenham iniciado a vida sexual, o exame serve para conferir se está tudo ok com a vagina e o colo do útero.

Para isso, a mulher se deita em posição ginecológica, com as pernas suspensas e abertas, possibilitando que o médico possa tocar a região.

Ao mesmo tempo, o especialista mantém uma mão na parte de baixo da barriga para sentir qualquer lesão ou alteração.

Papanicolau

É um exame que colhe células para auxiliar no diagnóstico de doenças como o câncer de colo de útero, comum entre mulheres jovens.

Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) para o triênio 2023-2025, o câncer do colo do útero registra cerca de 17.010 novos casos por ano no Brasil.

Por isso, o papanicolau é um dos principais exames preventivos no campo ginecológico.

Também só é realizado em mulheres que não sejam virgens, utilizando um espéculo para ampliar o diâmetro da vagina e alcançar o colo uterino.

Colposcopia

Dependendo do resultado do papanicolau, a paciente pode ser encaminhada à colposcopia, que permite a observação detalhada da vagina, colo do útero, vulva e região perianal.

Para tanto, se utiliza uma espécie de binóculo – o colposcópio – e produtos específicos para identificar qualquer anormalidade na área íntima.

Se houver lesões, o médico pode coletar uma pequena amostra de tecido através de um procedimento chamado biópsia, e encaminhar a amostra para análise laboratorial.

Vulvoscopia

Muitas vezes, é pedida junto à colposcopia, utilizando o colposcópio para avaliação da vulva (parte externa do aparelho genital feminino).

Grandes e pequenos lábios, clitóris e entrada da vagina são visualizados em detalhes, viabilizando a identificação de alterações nos tecidos.

Na presença de anormalidades, o ginecologista também pode fazer uma biópsia da vulva.

Testes laboratoriais

Exames que analisam fluidos corporais como o sangue – estudado por meio do hemograma – e que rastreiam doenças sexualmente transmissíveis, a exemplo de testes de HIV e sífilis, também podem ser pedidos para apoio diagnóstico.

Além de integrar o check up ginecológico, que reúne uma bateria de exames capazes de detectar patologias comuns entre as pacientes.

Ultrassom pélvico ginecológico

Conhecida também como ecografia, a ultrassonografia pélvica permite a visualização de imagens dinâmicas em tempo real, mostrando o funcionamento do útero, ovários, trompas, bexiga, etc.

Para tanto, o médico utiliza um transdutor, aparelho que emite ondas sonoras de alta frequência que serão refletidas por esses órgãos, gerando um sinal posteriormente convertido em imagens.

Ultrassom transvaginal

Realizado em pacientes que tenham iniciado a vida sexual, esse exame de imagem é feito a partir da inserção do transdutor na vagina, com a ajuda de lubrificante para diminuir o desconforto.

Dessa forma, fica mais fácil visualizar imagens nítidas e dinâmicas de órgãos do sistema reprodutivo, bem como observar anormalidades.

Mamografia

Esse é um método diagnóstico por imagem que emprega radiação ionizante para visualizar detalhes do tecido mamário.

É realizado a partir de uma técnica de compressão das mamas, que são posicionadas na bandeja do aparelho de mamografia, uma por vez.

Recomendado para mulheres a partir dos 40 anos de idade, a mamografia é o exame padrão ouro no rastreamento do câncer de mama.

Ultrassom de mamas

Semelhantemente à ultrassonografia pélvica e transvaginal, o ultrassom mamário revela imagens a partir da conversão de sons.

É recomendado para pacientes jovens ou com as mamas densas – fator que dificulta a observação do tecido mamário através do mamógrafo e ainda pode resultar em maior desconforto para a paciente.

Teleconsulta em ginecologia

Após marcar consulta com ginecologista, atendimento se dá a partir de uma sala virtual privativa

Como funciona a consulta com ginecologista online?

Uma das inovações da atualidade é a consulta online com ginecologista, que derruba a barreira geográfica para conectar pacientes a esses especialistas.

Por meio de uma plataforma de teleconsulta, o atendimento é conduzido de modo semelhante ao que acontece pessoalmente.

Ou seja, médico e paciente comparecem, no horário agendado, a um local – uma sala virtual – para a troca de informações e prestação de cuidados de saúde.

Em um primeiro momento, o médico pergunta o que levou a paciente a buscar pelo atendimento e escuta as possíveis queixas.

Também realiza a anamnese, que é a entrevista para colher informações sobre o histórico de saúde, doenças na família e comportamento da mulher.

Ela pode aproveitar para esclarecer dúvidas e pedir suporte para seu momento de vida, com métodos contraceptivos, auxílio para planejar uma gravidez ou acabar com sintomas incômodos.

A limitação da consulta por videoconferência é, obviamente, a impossibilidade de realizar o exame físico, pois não há contato direto.

No entanto, o ginecologista consegue observar sinais, solicitar exames, monitorar terapias e fazer o acompanhamento da paciente a distância.

O software de teleconsulta permite a emissão de documentos médicos assinados digitalmente, como receitas e atestados.

Quando necessário, o especialista pode indicar visitas ao consultório para um exame mais detalhado.

Vantagens da telemedicina ginecológica

Contar com a telemedicina na ginecologia oferece uma série de vantagens, começando por dispensar a necessidade de deslocamento.

Esse fator facilita o monitoramento de pacientes acamadas, com restrições de mobilidade ou em momentos delicados, que recebem assistência no conforto de suas casas.

Também evita a contaminação por doenças virais, diminuindo a circulação de pessoas em consultórios, clínicas e hospitais.

A teleconsulta dá maior agilidade aos atendimentos, diminuindo o gasto de tempo e dinheiro com deslocamento, combustível, passagens, entre outros itens.

O atendimento online ainda permite maior flexibilidade desde a marcação da consulta, que pode ser feita pela internet a qualquer hora do dia ou da noite.

A assistência em si também pode acontecer fora dos horários convencionais, com toda a comodidade.

O sistema utilizado é intuitivo e fica hospedado na nuvem (internet), possibilitando o acesso a partir de qualquer dispositivo conectado à rede – incluindo smartphones.

Sem falar da segurança do software de telemedicina, que obedece a normas de entidades como Conselho Federal de Medicina (CFM), garantindo direitos do paciente e o sigilo médico.

Todas as informações são registradas no prontuário digital, salvo automaticamente na nuvem, onde ficam protegidas da deterioração pelo tempo e de pessoas não autorizadas.

Já a paciente pode receber esses documentos por e-mail ou WhatsApp, ou mesmo ter uma senha própria para acessar suas informações de saúde.

Como marcar teleconsulta com ginecologista

Na plataforma de teleconsulta Morsch, essa dinâmica é simples e rápida, pedindo apenas estes passos:

  1. Acesse a página de agendamentos
  2. Escolha a especialidade, digitando Ginecologia no campo de busca avançada, e selecione o profissional de sua preferência
  3. Veja quais horários de agendamento estão disponíveis, ao lado da identificação do médico. Clique sobre o mais adequado
  4. Você será redirecionado para uma página de login. Se não tiver cadastro, selecione “Criar conta”
  5. Preencha o formulário com informações de identificação e prossiga
  6. Crie uma senha para acessar o sistema
  7. Confirme o horário da teleconsulta e faça o pagamento.

Meia hora antes do atendimento, você vai receber o link de acesso à sala virtual via WhatsApp ou SMS. 

Basta clicar sobre ele para conversar com o médico online.

Conclusão

A consulta com ginecologista não precisa causar constrangimento, pois é necessária para manter a saúde íntima em dia.

Por isso, vale a pena buscar por um profissional em quem você tenha confiança e seguir a rotina de cuidados, aumentando o bem-estar.

A boa notícia é que você já pode se consultar com o ginecologista online, recebendo atendimento sem precisar sair de casa.

Clique aqui e confira todas as vantagens da teleconsulta na plataforma Morsch.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin