O que é imagem hipodensa na tomografia? Entenda possíveis causas
Você sabe o que é imagem hipodensa na tomografia?
Entender o significado desse achado é um quesito básico para realizar a interpretação dos registros tomográficos.
Dependendo das características do exame, como a região retratada e o uso de contraste, a hipodensidade pode sinalizar lesões como hematomas, nódulos benignos e malignos.
Ao longo deste artigo, mostro alguns exemplos e pontos de atenção.
Leia até o final para conhecer também as vantagens de optar pelo laudo de tomografia via telemedicina.
O que é imagem hipodensa na tomografia?
A imagem hipodensa na tomografia é aquela que aparece em tons escuros em relação às imagens em redor.
Para explicar melhor, vamos a uma definição sobre a formação das imagens pelo aparelho de TC.
Ela ocorre a partir de valores resultantes de densidade obtidos pela passagem de um fino feixe de raios X através da área examinada.
Estruturas de maior densidade aparecem claras, enquanto as de menor densidade (hipodensas) surgem em tons de cinza escuro.
Ou mesmo em preto, como o ar.
A referência por trás da coloração das estruturas nas imagens obtidas por TC é chamada tabela de densidades, e foi criada junto ao tomógrafo, na década de 1970.
A escala para medir as densidades se baseia na densidade da água, à qual foi atribuído o valor zero; partindo dessa premissa, a densidade do ar ficou em -1000, e do osso cortical, em +1000.
A unidade de valor foi definida como Hounsfield (UH), em homenagem ao engenheiro inglês que inventou o aparelho de tomografia.
O padrão permitiu que todas as estruturas ganhassem valores de densidade comparáveis. Veja exemplos abaixo:
- Plasma: 25 a 29 UH
- Sangue: 50 a 60 UH
- Rim: 20 a 40 UH
- Cérebro: 20 a 35 UH
- Pulmão: -300 a -900 UH.
Agora que já conhece o que é imagem hipodensa na tomografia, vamos ver o que a diferencia da hiperdensa.
Qual a diferença entre imagem hipodensa e hiperdensa na tomografia?
A diferença está no tom da imagem.
Enquanto a hipodensa é retratada em tom escuro, a imagem hiperdensa aparece clara nos registros tomográficos.
De forma simples, podemos dizer que uma estrutura hiperdensa tem maior densidade na comparação com a hipodensa, o que confere a diferenciação nas cores.
Vale ressaltar que uma mesma estrutura pode ser hipodensa em determinado contexto, e hiperdensa em outro.
Afinal, essa classificação é dada conforme a comparação com as estruturas em redor.
Como identificar uma imagem hipodensa na tomografia?
Até aqui, você viu o que é imagem hipodensa na tomografia e por que ela merece atenção na interpretação do exame.
Mas como ocorre a sua identificação?
Segundo orienta um material da Universidade de São Paulo (USP):
“Devemos analisar um exame de imagem com método, utilizando uma rotina semiológica semelhante àquela que usamos na clínica, para examinar o paciente. Em TC, começamos a examinar a densidade da lesão, comparando-a com a estrutura onde ela se encontra. Assim ela será hiperdensa, isodensa ou hipodensa em relação ao órgão. Lembrando sempre que o mais denso é mais claro e o menos denso é mais escuro”.
Considerando esse método, é possível avaliar uma lesão hiperdensa, com densidade em torno de 100 UH, que sugere calcificação.
O que causa uma imagem hipodensa?
Basicamente, o que torna a imagem hipodensa é ter a menor densidade em relação às estruturas em redor.
Como mencionei na abertura do texto, diferentes tipos de lesão podem ganhar essa característica.
Um deles é o hematoma, que geralmente tem densidade em torno de 60 a 80 UH.
Nesse caso, devido às diferenças nas densidades dos órgãos, o hematoma será hiperdenso no encéfalo, que possui densidade entre 20 e 35 UH.
No entanto, a mesma lesão poderá ser hipodensa no fígado, que tem densidade de 45 a 75 UH.
Confira mais exemplos a seguir.
Imagem hipodensa no pulmão
De acordo com o estudo “Hipodensidade na base pulmonar”, esse tipo de imagem localizada pode resultar de:
- Patologias congênitas: atresia brônquica, enfisema lobar congênito (hiperinsuflação pulmonar congênita), cistos broncogênicos, malformação adenomatoide cística e sequestro pulmonar
- Patologias adquiridas: enfisema, lesões císticas ou escavadas e aprisionamento aéreo (decorrente de bronquiolites, enfisema obstrutivo, síndrome de Swyer-James-MacLeod).
É importante ampliar a investigação para confirmar o diagnóstico.
Imagem hipodensa no rim
Quando esse achado aparece no rim, uma das possibilidades é que seja um cisto renal simples ou complexo.
A investigação deve ser aprofundada por meio de técnicas como tomografia com contraste e a ressonância magnética.
O objetivo é verificar as chances de malignidade.
Imagem hipodensa no fígado
Pode ser provocada por lesões benignas ou malignas.
Entre as mais comuns, este artigo menciona:
- Hamartoma mesenquimal: condição rara e benigna que aparece como lesão hepática cística, multiloculada, com finas septações internas
- Cistos hepáticos simples: surgem como imagens hipodensas, de contornos lisos e finos, geralmente solitários e periféricos. Não apresentam realce após injeção do contraste
- Fibrose hepática congênita: observam-se múltiplas lesões hipodensas com calcificações das paredes, podendo ocorrer hemorragia no seu interior.
Vale destacar que o estudo avaliou pacientes entre 0 e 16 anos.
Imagem hipodensa no cérebro
Trata-se de um achado importante no acidente vascular isquêmico (AVCI), que se apresenta de formas diferentes conforme a fase.
Segundo um estudo divulgado pelo Ministério da Saúde, as características são:
- Fase subaguda: lesão hipodensa em forma de cunha, envolvendo substância branca e cinzenta e respeitando o limite vascular
- Fase crônica: lesão focal hipodensa, bem delimitada, respeitando limites vasculares, com proeminência de sulcos e alargamento dos ventrículos ipsilaterais.
A seguir, explico por que recorrer à telemedicina para interpretação de achados tomográficos.
Vantagens do laudo eletrônico de tomografia
Tarefa complexa, a interpretação da tomografia é reservada a radiologistas especializados na área do exame.
Esses profissionais nem sempre estão disponíveis em quantidade suficiente para entregar os resultados da TC com agilidade, o que pode atrasar o diagnóstico.
É possível superar esse desafio com o apoio da telemedicina radiológica, oferecida dentro da plataforma Morsch.
Basta compartilhar as imagens no sistema para aproveitar benefícios como:
- Laudos entregues em minutos, ou em tempo real no caso de urgências
- Cobertura de férias, folgas e outras ausências do radiologista local
- Serviço disponível 24 horas por dia, de maneira ininterrupta
- Software em nuvem, acessível a partir de qualquer dispositivo conectado à internet
- Sistema protegido por mecanismos de autenticação e criptografia
- Oportunidade de ampliar o portfólio de exames, delegando os resultados ao time Morsch
- Opção de segunda opinião médica para discutir casos complicados.
Leve já essa inovação para sua clínica.
Conclusão
Espero ter contribuído para aprofundar seus conhecimentos sobre o que é imagem hipodensa na tomografia.
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E aproveite para ler outros artigos sobre radiologia que publiquei aqui no blog.