O que é imagem hipodensa na tomografia? Entenda possíveis causas

Por Dr. José Aldair Morsch, 3 de agosto de 2023
O que é imagem hipodensa na tomografia

Você sabe o que é imagem hipodensa na tomografia?

Entender o significado desse achado é um quesito básico para realizar a interpretação dos registros tomográficos.

Dependendo das características do exame, como a região retratada e o uso de contraste, a hipodensidade pode sinalizar lesões como hematomas, nódulos benignos e malignos.

Ao longo deste artigo, mostro alguns exemplos e pontos de atenção.

Leia até o final para conhecer também as vantagens de optar pelo laudo de tomografia via telemedicina.

O que é imagem hipodensa na tomografia?

A imagem hipodensa na tomografia é aquela que aparece em tons escuros em relação às imagens em redor.

Para explicar melhor, vamos a uma definição sobre a formação das imagens pelo aparelho de TC.

Ela ocorre a partir de valores resultantes de densidade obtidos pela passagem de um fino feixe de raios X através da área examinada.

Estruturas de maior densidade aparecem claras, enquanto as de menor densidade (hipodensas) surgem em tons de cinza escuro.

Ou mesmo em preto, como o ar.

A referência por trás da coloração das estruturas nas imagens obtidas por TC é chamada tabela de densidades, e foi criada junto ao tomógrafo, na década de 1970.

A escala para medir as densidades se baseia na densidade da água, à qual foi atribuído o valor zero; partindo dessa premissa, a densidade do ar ficou em -1000, e do osso cortical, em +1000.

A unidade de valor foi definida como Hounsfield (UH), em homenagem ao engenheiro inglês que inventou o aparelho de tomografia.

O padrão permitiu que todas as estruturas ganhassem valores de densidade comparáveis. Veja exemplos abaixo:

  • Plasma: 25 a 29 UH
  • Sangue: 50 a 60 UH
  • Rim: 20 a 40 UH
  • Cérebro: 20 a 35 UH
  • Pulmão: -300 a -900 UH.

Agora que já conhece o que é imagem hipodensa na tomografia, vamos ver o que a diferencia da hiperdensa.

Qual a diferença entre imagem hipodensa e hiperdensa na tomografia?

A diferença está no tom da imagem.

Enquanto a hipodensa é retratada em tom escuro, a imagem hiperdensa aparece clara nos registros tomográficos.

De forma simples, podemos dizer que uma estrutura hiperdensa tem maior densidade na comparação com a hipodensa, o que confere a diferenciação nas cores.

Vale ressaltar que uma mesma estrutura pode ser hipodensa em determinado contexto, e hiperdensa em outro.

Afinal, essa classificação é dada conforme a comparação com as estruturas em redor.

Como identificar uma imagem hipodensa na tomografia?

Até aqui, você viu o que é imagem hipodensa na tomografia e por que ela merece atenção na interpretação do exame.

Mas como ocorre a sua identificação?

Segundo orienta um material da Universidade de São Paulo (USP):

“Devemos analisar um exame de imagem com método, utilizando uma rotina semiológica semelhante àquela que usamos na clínica, para examinar o paciente. Em TC, começamos a examinar a densidade da lesão, comparando-a com a estrutura onde ela se encontra. Assim ela será hiperdensa, isodensa ou hipodensa em relação ao órgão. Lembrando sempre que o mais denso é mais claro e o menos denso é mais escuro”.

Considerando esse método, é possível avaliar uma lesão hiperdensa, com densidade em torno de 100 UH, que sugere calcificação.

O que causa uma imagem hipodensa?

Basicamente, o que torna a imagem hipodensa é ter a menor densidade em relação às estruturas em redor.

Como mencionei na abertura do texto, diferentes tipos de lesão podem ganhar essa característica.

Um deles é o hematoma, que geralmente tem densidade em torno de 60 a 80 UH.

Nesse caso, devido às diferenças nas densidades dos órgãos, o hematoma será hiperdenso no encéfalo, que possui densidade entre 20 e 35 UH.

No entanto, a mesma lesão poderá ser hipodensa no fígado, que tem densidade de 45 a 75 UH.

Confira mais exemplos a seguir.

O que é imagem hipodensa na tc

Imagem hipodensa é retratada em tom escuro, enquanto a hiperdensa aparece clara nos registros tomográficos

Imagem hipodensa no pulmão

De acordo com o estudo “Hipodensidade na base pulmonar”, esse tipo de imagem localizada pode resultar de:

  • Patologias congênitas: atresia brônquica, enfisema lobar congênito (hiperinsuflação pulmonar congênita), cistos broncogênicos, malformação adenomatoide cística e sequestro pulmonar
  • Patologias adquiridas: enfisema, lesões císticas ou escavadas e aprisionamento aéreo (decorrente de bronquiolites, enfisema obstrutivo, síndrome de Swyer-James-MacLeod).

É importante ampliar a investigação para confirmar o diagnóstico.

Imagem hipodensa no rim

Quando esse achado aparece no rim, uma das possibilidades é que seja um cisto renal simples ou complexo.

A investigação deve ser aprofundada por meio de técnicas como tomografia com contraste e a ressonância magnética.

O objetivo é verificar as chances de malignidade.

Imagem hipodensa no fígado

Pode ser provocada por lesões benignas ou malignas.

Entre as mais comuns, este artigo menciona:

  • Hamartoma mesenquimal: condição rara e benigna que aparece como lesão hepática cística, multiloculada, com finas septações internas
  • Cistos hepáticos simples: surgem como imagens hipodensas, de contornos lisos e finos, geralmente solitários e periféricos. Não apresentam realce após injeção do contraste
  • Fibrose hepática congênita: observam-se múltiplas lesões hipodensas com calcificações das paredes, podendo ocorrer hemorragia no seu interior.

Vale destacar que o estudo avaliou pacientes entre 0 e 16 anos.

Imagem hipodensa no cérebro

Trata-se de um achado importante no acidente vascular isquêmico (AVCI), que se apresenta de formas diferentes conforme a fase.

Segundo um estudo divulgado pelo Ministério da Saúde, as características são:

  • Fase subaguda: lesão hipodensa em forma de cunha, envolvendo substância branca e cinzenta e respeitando o limite vascular
  • Fase crônica: lesão focal hipodensa, bem delimitada, respeitando limites vasculares, com proeminência de sulcos e alargamento dos ventrículos ipsilaterais.

A seguir, explico por que recorrer à telemedicina para interpretação de achados tomográficos.

Vantagens do laudo eletrônico de tomografia

Tarefa complexa, a interpretação da tomografia é reservada a radiologistas especializados na área do exame.

Esses profissionais nem sempre estão disponíveis em quantidade suficiente para entregar os resultados da TC com agilidade, o que pode atrasar o diagnóstico.

É possível superar esse desafio com o apoio da telemedicina radiológica, oferecida dentro da plataforma Morsch.

Basta compartilhar as imagens no sistema para aproveitar benefícios como:

  • Laudos entregues em minutos, ou em tempo real no caso de urgências
  • Cobertura de férias, folgas e outras ausências do radiologista local
  • Serviço disponível 24 horas por dia, de maneira ininterrupta
  • Software em nuvem, acessível a partir de qualquer dispositivo conectado à internet
  • Sistema protegido por mecanismos de autenticação e criptografia
  • Oportunidade de ampliar o portfólio de exames, delegando os resultados ao time Morsch
  • Opção de segunda opinião médica para discutir casos complicados.

Leve já essa inovação para sua clínica.

Conclusão

Espero ter contribuído para aprofundar seus conhecimentos sobre o que é imagem hipodensa na tomografia.

Se achou este conteúdo útil, compartilhe com seus contatos.

E aproveite para ler outros artigos sobre radiologia que publiquei aqui no blog.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin