Tipos de raio-X: conheça os principais e suas indicações

Por Dr. José Aldair Morsch, 24 de dezembro de 2018
Tipos de raio x: para que serve e principais tipos de radiografia

A atenção à saúde se beneficia de diagnósticos assertivos e, por isso, existem diferentes tipos de raio-X.

Tem raio-X da face, da cabeça, da coluna e muitos outros, evidenciando a versatilidade desse exame radiológico, que permite a visualização de fraturas, tumores e outras condições de forma não invasiva.

Neste artigo, apresento um guia completo sobre como é feito o raio-X, suas diferentes modalidades e de que maneira a telemedicina acelera a entrega dos resultados.

Boa leitura!

O que é e para que serve o raio-X?

Raio-x é um exame que faz uso de radiação ionizante para obter imagens internas de partes diversas do corpo humano.

A partir desse procedimento, é possível investigar, confirmar ou descartar suspeitas clínicas, o que inclui uma série de doenças, fraturas e outras condições de saúde.

Uma radiografia, a grosso modo, é como uma fotografia em escala de cinza, na qual aparecem órgãos, músculos, tecidos e vasos sanguíneos, por exemplo.

Com os resultados em mãos, um especialista em radiologia médica pode fazer a análise e interpretação, informando ao médico solicitante o que encontrou no exame.

Essa informação é fundamental para a ação terapêutica que virá a seguir.

Pense em uma fratura, por exemplo. O paciente apresenta dor em um dos braços, mal consegue mexer o membro, mas não há nada aparente que justifique isso.

O clínico geral, traumatologista ou ortopedista que o examina, então, suspeita da possibilidade de fratura.

Mas ele não vai indicar que o braço do paciente seja engessado sem antes confirmar a sua suspeita, certo?

É justamente para isso que servem os diferentes tipos de raio-X.

Observe que usamos como exemplo um caso de menor gravidade. Imagine, então, uma doença respiratória ou um pequeno objeto engolido por uma criança.

Esses casos sinalizam a grande importância da radiografia para a medicina.

Raio-X convencional vs raio-X contrastado

Mais à frente, vou trazer detalhes sobre a realização do raio-X, o que ajudará na compreensão do exame considerado convencional.

O que muda em relação ao exame contrastado é que, como o nome sugere, ele inclui a presença de contraste.

Esse é um composto químico administrado antes do exame, com o objetivo de tornar as imagens mais nítidas em determinadas partes do corpo.

O contraste se aplica a áreas que, geralmente, não seriam definidas com nitidez em uma radiografia convencional.

Dessa forma, o que ele faz é modificar a capacidade de absorção da radiação ionizante pelos tecidos durante o exame.

O raio-X contrastado, assim como outros métodos de diagnóstico por imagem que usam a substância, costuma ser mais utilizado na investigação de agravos na região abdominal.

Ou seja, é um importante recurso para observar os sistemas digestivo, urinário e reprodutor.

Cabe ao médico que faz a solicitação do exame indicar no seu pedido o uso, ou não, de contraste na radiografia.

Raio x digital é um dos tipos de rx

O equipamento de raio-X pode ser fixo ou móvel, sendo manuseado por um médico ou técnico em radiologia

Como é feito o raio-X?

O equipamento de raio-X pode ser fixo ou móvel, sendo manuseado por um médico ou técnico em radiologia devidamente treinado.

Ele viabiliza o raio-X, procedimento rápido, simples, indolor e não invasivo.

Para a sua realização, o profissional auxilia o paciente a posicionar a área do corpo investigada junto a um suporte do aparelho.

É através de uma abertura ali existente que sairá um feixe de radiação ionizante, responsável por gerar as imagens.

Para explicar melhor, as partículas ou raios X que saem do aparelho atravessam o corpo do paciente. Parte delas é absorvida por estruturas anatômicas.

Na sequência, os raios restantes chegam a uma placa que está na mesa do aparelho de raio-X, sob o paciente, cujo material é sensível à radiação. 

É nesse momento que há a formação de imagens a partir da radiação não absorvida.

Como destacado antes, elas são como fotografias que apresentam tons de cinza, preto e branco.

A cor que aparece na radiografia depende da densidade do tecido retratado, sendo que os mais densos absorvem uma maior quantidade de radiação.

Quanto mais radiação é absorvida, mais intenso é o seu impacto na placa, o que gera imagens mais claras.

É por isso que os ossos aparecem brancos em todos os tipos de raio-X, enquanto tecidos moles são apresentados em tons de cinza.

E o ar é retratado em preto.

Importante dizer, ainda, que a radiação à qual o paciente é exposto no exame é pequena, embora associada ao desenvolvimento de câncer.

Trago mais informações sobre os possíveis riscos do raio-X nos próximos tópicos.

Quais os principais tipos de raio-X?

Chegou a hora de conhecermos alguns dos principais tipos de raio-X disponibilizados para os cuidados de saúde.

Confira detalhes sobre eles a seguir:

1. Raio-X do tórax

O raio-X do tórax pode ser indicado quando o paciente apresenta sintomas como tosse, falta de ar e dor no peito

Também é indicado diante de episódios de trauma, na análise pré-operatória e quando há suspeita de doenças cardiovasculares.

O que pode detectar?

Entre as patologias de investigação mais comum nesse exame, estão a pneumonia, tuberculose, câncer de pulmão, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e fraturas na região.

2. Raio-X do abdome

O raio-X de abdome abrange uma série de órgãos na região, como fígado, rins, intestinos, bexiga e estômago.

Ele pode ser solicitado quando o paciente relata cólicas abdominais, náusea, diarreia ou sangue na urina (hematúria).

Também é realizado quando um objeto é engolido.

O que pode detectar?

Cálculos renais, obstrução intestinal, fecalomas, cálculo biliar e aneurisma da aorta abdominal estão entre as principais condições detectadas nas imagens desse raio-X.

3. Raio-X da coluna

Sobre o raio x da coluna, a principal curiosidade é que não se trata de apenas uma radiografia, mas de quatro tipos de raio-X diferentes.

São eles: raio-X da coluna cervical, dorsal, lombar e lombo-sacra.

O exame avalia as vértebras e também espaços intervertebrais, podendo ser solicitado a partir de relatos de dor, traumas na região e histórico de desvios de coluna.

O que pode detectar?

Luxação, hérnia de disco, escoliose, lordose e cifose são algumas das condições de saúde identificadas com o suporte do raio-X da coluna.

4. Raio-X do ombro

O RX do ombro é um dos mais específicos, já que se concentra em uma pequena região do corpo.

Pode avaliar as estruturas anatômicas da clavícula, omoplata e úmero.

Além de relatos de dor do paciente, o exame costuma ser indicado quando há suspeita de luxação, fratura, calcificação, tendinite calcárea ou artrose na região.

O que pode detectar?

Traumas, entorses, fraturas, edema, bursite e osteoporose são agravos visualizados por meio desse exame.

5. Raio-X do joelho

Assim como o ombro, no caso do raio-X do joelho, predominam as indicações relacionadas a traumas, além de relatos de dor local.

Mas o médico também pode solicitar o exame quando a região apresenta deformidade.

O que pode detectar?

Há uma série de patologias que podem atingir o joelho e serem identificadas a partir de um raio-X.

Além de fraturas e luxações, há tumores ósseos, artrose e a chamada Doença de Osgood-Schlatter – lesão caracterizada por um nódulo abaixo da rótula e que é causada por esforço repetitivo na infância.

6. Raio-X da face

Com o raio-X da face, a equipe médica consegue investigar e descobrir possíveis lesões no local.

O exame também é útil para investigar sinais de anormalidade no crescimento e falta de assimetria de qualquer parte do rosto, como na mandíbula e no osso maxilar.

O que pode detectar?

Luxações e fraturas, fissuras, tumores e hemorragias podem ser observados através das imagens desse tipo de radiografia.

Além de quadros inflamatórios, como a meningite, dor de cabeça e no suporte ao planejamento de cirurgias médicas e odontológicas.

Vale mencionar, ainda, o raio-X dos seios paranasais, que apoia o diagnóstico da sinusite, desvio de septo e pólipos.

7. Raio-X de crânio

A radiografia da cabeça ou crânio oferece uma série de possibilidades de diagnóstico.

Além de traumatismos craniofaciais e fratura, os ossos também podem ser impactados por distúrbios de ordem metabólica ou endócrina.

O que pode detectar?

As imagens radiográficas podem mostrar sinais de cranioestenose, lesões metabólicas, hidrocefalia, metástases e lesões ósseas focais decorrentes de tumores ósseos, osteomielite, granuloma eosinofílico etc.

Destaque ainda para as anomalias congênitas (originadas no nascimento), calcificação e tumores hipofisários (considerados benignos).

8. Raio-X da bacia

O RX de bacia se aplica principalmente a partir de queixas de dor e traumas que gerem fraturas.

O que pode detectar?

Há uma lista de doenças que podem ser detectadas por meio do exame.

Entre elas, tumores, osteoporose, artrose, espondilite anquilosante (uma espécie de artrite inflamatória na região), doença de Paget (caracterizada por ossos frágeis) e sacroileíte (inflamação do sacro e osso ilíaco).

9. Raio-X renal

Raramente solicitado sem contraste, esse exame serve para revelar possíveis agravos nos rins, podendo ser pedido a partir de queixas de dor nas costas, sangue na urina e outras alterações em exames de rotina.

O que pode detectar?

Cálculos renais são alvos desse tipo de raio-X, mas ele também pode revelar nefrocalcinose, uma condição marcada pelo acúmulo de cálcio na região.

Nesse segundo caso, o exame permite uma importante abordagem precoce, já que a doença pode evoluir para a perda da função renal.

10. Raio-X das mãos e punhos

Podendo ser unilateral ou bilateral, o raio-X da mão e punho permite a visualização especialmente dos ossos dessas áreas.

Limitações aos movimentos, suspeita de traumas e dores estão entre os motivos para que o exame seja pedido.

Além da versão convencional, existe o raio-X da mão para idade óssea, que revela o estágio de maturação óssea de pacientes pediátricos.

O que pode detectar?

Fissuras, luxações, fraturas e doenças reumáticas como a artrite reumatoide são investigadas com a ajuda do raio-X da mão e punho.

A radiografia para idade óssea ainda auxilia no diagnóstico de doenças que influenciam na maturação do tecido ósseo, a exemplo da desnutrição prolongada, hipotireoidismo, hipogonadismo e síndrome de Cushing.

11. Raio-X do pé e tornozelo

Geralmente, o raio-X do pé e/ou tornozelo é solicitado com duas ou três incidências, a fim de mostrar diferentes partes dessas estruturas.

Suspeita de trauma, entorse, luxação e fratura estão entre os maiores motivos para o pedido por esse exame.

O que pode detectar?

Joanetes, malformações congênitas e esporão do calcâneo podem ser examinados através das imagens radiográficas, que ainda são capazes de revelar sinais de osteomielites e doenças reumáticas.

12. Raio-X panorâmico odontológico

Por mostrar todos os dentes em detalhes, a radiografia panorâmica é um dos exames odontológicos mais populares.

Ela também permite a visualização de estruturas próximas aos dentes, como os ossos da mandíbula.

O que pode detectar?

Fraturas, abscessos, cáries e até tumores podem ser vistos nas imagens desse tipo de raio-X, que ainda oferece dados sobre a saúde dental para o planejamento de procedimentos invasivos.

13. Raio-X cervical

Também conhecido como radiografia da coluna cervical, esse exame estuda a porção formada pelas primeiras 7 vértebras da coluna vertebral.

O que pode detectar?

Hérnia de disco, osteófitos, fraturas, desvios e espondilose estão entre as condições investigadas por meio desse procedimento.

14. Raio-X mamário (mamografia)

A mamografia é uma modalidade distinta de raio-X, personalizada para exibir detalhes do tecido mamário.

Atualmente, é empregada para o rastreamento do câncer de mama, uma vez que permite o diagnóstico precoce dessa patologia.

O que pode detectar?

Além do câncer em si, as imagens da mamografia permitem identificar uma série de lesões tipicamente benignas, como o cisto de mama, fibroadenoma e lipoma.

Pequenas calcificações e nódulos também são observados através dos registros. 

Possíveis riscos do raio-X

Quando se fala em riscos do raio-X, a atenção se volta à radiação ionizante, que é a energia utilizada para a realização do exame.

Embora esse tipo de radiação esteja associada a alguns tipos de câncer, seu efeito é cumulativo, ou seja, o risco é proporcional à quantidade de raios absorvidos pelos tecidos do corpo.

Em exames de imagem como o raio-X, a quantidade de radiação é baixa, pois o equipamento permite ajustes para diminuir a exposição.

Afinal, a radiação não deve ser usada em quantidade insuficiente, de modo a prejudicar os resultados, e nem acima da necessária, o que representaria uma importante ameaça à saúde do paciente.

Vale destacar que os aparelhos modernos são muito mais efetivos nessa tarefa, o que é fundamental para a segurança do paciente.

Assim, é muito mais comum o surgimento de efeitos colaterais leves, como eritemas e pequenas queimaduras.

Telerradiologia como solução na emissão de laudos a distância do raio x

De todos os exames de imagem, a radiografia é, sem dúvida, o mais solicitado pelos médicos

Contraindicação do raio-X

Apesar da presença de radiação, são raros os casos de contraindicação para os diferentes tipos de raio-X.

A principal delas se volta às mulheres grávidas, que não devem ser submetidas ao exame, especialmente na fase inicial da gestação, para a maior proteção do feto.

Também é preciso limitar a quantidade de radiografias em um curto período de tempo, justamente para evitar a exposição exagerada do paciente à radiação.

Já quando utiliza contraste, as restrições atingem especialmente portadores de insuficiência renal e hipertireoidismo.

Telerradiologia como solução na emissão de laudos a distância do raio-X

De todos os exames de imagem, a radiografia é, sem dúvida, o mais solicitado pelos médicos.

E isso se deve justamente à variedade de tipos de raio-X, como vimos ao longo do artigo.

Para garantir o acesso ao procedimento em unidades de saúde, contribui o fato de ele poder ser realizado por um técnico em radiologia.

Por outro lado, há a exigência legal de um médico especialista para analisar as imagens, interpretar os resultados e apresentar um laudo com suas conclusões.

Para clínicas menores ou mesmo hospitais afastados dos grandes centros urbanos, esse é sempre um obstáculo.

Felizmente, a legislação permite e a tecnologia possibilita que uma possível carência de médicos não impeça a oferta do exame.

Graças à telemedicina, mais especialmente a telerradiologia, a interpretação do raio-X pode ser feita por profissionais geograficamente distantes da clínica ou hospital.

Para tanto, o estabelecimento só precisa de um aparelho de raio-X digital, que envia as informações diretamente ao computador e, dali, são disponibilizadas em uma plataforma de telemedicina.

Com login e senha, o especialista da empresa contratada acessa os dados, faz a interpretação, elabora o laudo médico e o assina digitalmente.

Dessa forma, o laudo digital fica pronto em minutos!

Suas impressões sobre o exame ficam também armazenadas em nuvem, na mesma plataforma, possibilitando o acesso pelos demais profissionais de saúde interessados e até mesmo pelo paciente.

Conclusão

Neste artigo, falei sobre os diferentes tipos de raio-X, como o exame é feito e de que forma a tecnologia tem facilitado o acesso a esse método de diagnóstico por imagem.

Investindo na telemedicina radiológica, qualquer clínica, consultório ou hospital pode oferecer radiografias.

Permita que a Telemedicina Morsch seja sua parceira nesse processo.

Entre em contato para conhecer soluções personalizadas e que cabem no seu orçamento.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin