Como funciona o laudo de ressonância magnética de mama

Por Dr. José Aldair Morsch, 9 de outubro de 2019
Laudo de ressonância magnética de mama: como funciona

O laudo de ressonância magnética de mama traz conclusões essenciais no apoio ao diagnóstico de tumores malignos ou benignos nessa região do corpo.

Seguindo padrões como a classificação BI-RADS, o documento complementa os resultados de exames menos sensíveis, a exemplo da mamografia, oferecendo detalhes importantes para a manutenção da saúde da mulher.

Mas, para serem eficientes, tanto a ressonância quanto seu laudo devem obedecer a indicações e parâmetros específicos, sobre os quais vou comentar neste artigo.

Também vale acompanhar a leitura para conhecer a finalidade, os benefícios e como funciona o resultado emitido a distância, com o auxílio da telemedicina.

Laudo de ressonância magnética de mama: o que é?

Laudo de ressonância magnética de mama é o documento que contém dados sobre o paciente, sobre o exame, técnicas utilizadas, achados e conclusões, apontando se o resultado encontrado é normal ou anormal.

Por avaliar um procedimento complexo, o documento é de responsabilidade exclusiva de mastologistas ou radiologistas familiarizados com a área de mastologia.

Esses especialistas elaboram o laudo com base em exigências definidas por autoridades de saúde nacionais e internacionais, que estabelecem padronizações para facilitar o diagnóstico e a compreensão dos resultados por qualquer médico que os consulte.

Atualmente, o sistema mais popular para laudos radiológicos é a classificação BI-RADS, que discrimina achados do exame e analisa a probabilidade de serem malignos, permitindo a sugestão de conduta conforme o resultado.

Segundo esta apresentação da Fiocruz, um laudo que segue a classificação deve conter, além de informações do paciente e do exame:

  • Fase descritiva baseada no vocabulário BI-RADS
  • Fase diagnóstica, com a conclusão e definição da categoria dentro do sistema
  • Fase de recomendação de conduta, de acordo com a categoria definida.

Categorias da classificação BI-RADS

Na fase diagnóstica, o mastologista ou radiologista selecionam uma das categorias preconizadas pela BI-RADS, que vão de 0 a 6.

A categoria 0 indica que há dúvidas quanto à ressonância, e serão necessários testes complementares ou comparação com exames prévios.

Nas categorias 1 (exame normal) e 2 (achados benignos), a paciente precisa apenas manter um acompanhamento anual ou bianual, conforme recomendação médica.

Um laudo enquadrado na categoria 3 afirma a existência de achados com poucas chances de ser malignos, mas que precisam ser reavaliados após seis meses.

Já as categorias 4 e 5 necessitam biópsia, pois fazem referência a achados suspeitos ou altamente sugestivos.

A categoria 4 engloba uma faixa ampla de probabilidade de achados malignos – entre 3% e 94%. Por isso, costuma ser estratificada em 4A (baixo grau de suspeição), 4B (grau intermediário) e 4C (grau moderado).

Por sua vez, a categoria 5 reúne as lesões com 95% ou mais de chances de serem malignas.

Na categoria 6 estão as ressonâncias de mama feitas por pacientes com câncer já diagnosticado.

Nesses casos, o novo exame serve para acompanhamento, por exemplo, da regressão do tumor após tratamento por quimioterapia.

A importância do laudo de ressonância magnética de mama

Segundo dados do Ministério da Saúde, o câncer de mama tem sido a principal causa de morte por câncer em mulheres no país.

Porém, se a doença for diagnosticada e tratada precocemente, há grandes chances de remissão.

Para isso, as mulheres são submetidas a técnicas e exames para rastreamento da doença, principalmente após completarem 50 anos de idade, quando a doença é mais comum.

Atualmente, o exame de diagnóstico considerado padrão ouro no rastreamento do câncer de mama é a mamografia, que tem baixo custo, pequena exposição à radiação e apresenta uma alta sensibilidade (de 60% a 90%).

Outro teste que se destaca é a ultrassonografia. O método pode identificar pequenos nódulos que a mamografia não é capaz de detectar.

Porém, sua eficácia é bastante dependente do operador do equipamento.

Procurando oferecer um diferencial, médicos passaram a utilizar, também, a ressonância magnética mamária para complementar o diagnóstico do câncer de mama.

Ela possibilita o estudo da vascularização de lesões, devido à alta sensibilidade (de 94% a 99%).

A ressonância magnética das mamas foi popularizada em 1990 e, cada vez mais, tem se destacado como um suporte importante no combate ao câncer de mama.

O que pode ser detectado na ressonância mamária?

O que pode ser detectado na ressonância mamária?

O que pode ser detectado na ressonância mamária?

Tumores, nódulos, microcalcificações, lesões e partes de próteses rompidas de silicone podem ser detectados pela ressonância magnética das mamas.

Apesar da sua importância no estudo do câncer de mama, aproximadamente 70% dos achados nesse teste não correspondem a tumores malignos, como cita este artigo assinado pelo especialista Hélio Sebastião Amâncio de Camargo Jr.

Isso porque o exame tem alta sensibilidade e baixa especificidade, sendo capaz de revelar até pequenas alterações no tecido mamário, que não oferecem risco ao paciente.

Portanto, especialistas não indicam que a ressonância mamária seja utilizada em grande escala ou com finalidade puramente preventiva, como no rastreamento do câncer de mama em mulheres fora dos grupos de risco.

Nesses casos, o procedimento recomendado é a mamografia, por ser mais simples, ter menor custo e maior especificidade.

Confira, no próximo tópico, as situações em que a ressonância é o procedimento mais indicado.

Indicações de ressonância magnética das mamas

 

Entidades como a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) recomendam a ressonância mamária nos seguintes casos:

  • Acompanhamento de mulheres que têm alto risco de desenvolver câncer de mama (de 20 a 25%), a exemplo daquelas com histórico de câncer de mama em parente de primeiro grau, antes dos 50 anos
  • Avaliação pré-operatória em pacientes com câncer agressivo em mamas densas (que diminuem a sensibilidade da mamografia); carcinoma lobular (que afeta as glândulas produtoras de leite); e carcinoma ductal in situ extenso, que se origina nos dutos de leite e não atinge outros tecidos
  • Análise de mamografias problemáticas, que deixem dúvidas quanto ao diagnóstico
  • Controle dos efeitos da quimioterapia
  • Suspeita de ruptura de próteses de silicone
  • Indicações pontuais, como na avaliação adicional de líquidos que saem das mamas (fluxo papilar).

Como funciona a ressonância magnética mamária?

Já vimos que a ressonância magnética pode ser uma alternativa de exame na área da mastologia. Mas você sabe como ela funciona?

Basicamente, o exame utiliza um poderoso campo magnético com pulsos de radiofrequência para produzir imagens minimamente detalhadas de todos os órgãos, tecidos moles e ossos.

Uma das grandes vantagens da ressonância magnética é que pode ser o melhor exame para determinar se as próteses mamárias da mulher tiveram algum rompimento.

Antes de começar a ressonância, a paciente é posicionada na mesa do exame e acessórios são utilizados para que ela fique na posição correta durante o procedimento.

Na plataforma do aparelho de ressonância, há algumas aberturas que permitem que a mulher acomode os seios para que as imagens sejam moldadas corretamente.

Em seguida, os demais componentes eletrônicos são incorporados à plataforma para capturar as imagens.

Se a ressonância magnética for indicada para determinar rupturas de implante mamário, não será necessário utilizar o material de contraste, que serve para destacar algumas áreas dos seios durante o teste.

Já para os demais fins, o exame pode exigir uso de contraste injetado por via intravenosa.

Caso seja utilizado material de contraste, o técnico em radiologia pode inserir um cateter de injeção intravenosa (IV) em uma veia da mão ou braço da paciente.

Em seguida, o equipamento de ressonância é ligado, iniciando a geração do campo magnético e captando imagens internas das mamas.

O exame dura cerca de meia hora.

E quais são os benefícios do laudo de ressonância magnética de mama?

A ressonância magnética possui raras contraindicações, pois não utiliza radiação ionizante para formas as imagens.

Mesmo mulheres grávidas e crianças podem fazer o exame, desde que não tenham nenhum objeto metálico implantado.

Além disso, o exame oferece informações valiosas sobre muitas condições da mama que não puderam ser observadas em outros testes, como a mamografia ou ultrassom.

É importante destacar que a ressonância não substitui a mamografia ou ultrassonografia, mas funciona como uma ferramenta adicional importante.

A partir da ressonância, por exemplo, pode-se rastrear mulheres com alto risco para o câncer de mama e determinar a extensão do tumor.

Isso significa que, depois que a mulher for diagnosticada, o exame auxilia na detecção do tamanho do tumor e como ele pode se desenvolver nos músculos subjacentes, além de verificar se existem outros tipos de tumor na mesma mama ou na outra.

Outro benefício do laudo de ressonância magnética de mama é a avaliação de anormalidades que não podem ser visualizadas na mamografia, apontando os casos em que há necessidade de biópsia.

A telemedicina absorve mais essa especialidade em suas funções

A telemedicina absorve mais essa especialidade em suas funções

Telemedicina é uma especialidade que utiliza tecnologias da informação e comunicação para viabilizar a transmissão de informações e a geração de laudos médicos a distância.

Ela tem avançado no mercado nos últimos anos, atraindo cada vez mais clientes devido à revolução na entrega dos resultados de testes de diagnóstico.

Isso porque a telemedicina confere maior agilidade e redução de custos ao serviço de laudos, que são entregues em minutos.

O modelo é extremamente seguro e legalizado, funcionando por meio de um sistema intuitivo chamado plataforma de telemedicina.

O sistema conecta unidades de saúde a médicos de qualquer lugar do mundo, que podem acessar um mesmo laudo através do seu tablet ou computador com internet.

Assim, se você quer modernizar seu consultório, clínica ou hospital com recursos inovadores, precisa conhecer os serviços de telemedicina.

Clínicas que cuidam da saúde da mulher sabem que é de extrema necessidade oferecer laudos de exames com maior agilidade, especialmente quando há suspeita de doenças graves.

Com o apoio de uma parceira de telemedicina, você e sua equipe vão ganhar mais tempo para o atendimento das pacientes, sem deixar de lado a qualidade dos exames e resultados.

Por que usar telemedicina na minha clínica de radiologia?

O laudo de ressonância magnética de mama pode ser elaborado pelos especialistas da empresa de telemedicina, reduzindo consideravelmente os custos por laudo.

Afinal, a telemedicina dispensa a manutenção e gastos de todo um time de radiologistas fixos na sua clínica, que serão cobertos pelo serviço de laudos a distância.

Nesse modelo, você paga somente pelos laudos que solicita.

Mas, antes de contratar uma parceira de telerradiologia, é importante confirmar se ela possui um sistema PACS e um portal regulamentado pela Anvisa.

Assim, há garantia de que as imagens transmitidas pela sua equipe cheguem aos especialistas com a qualidade suficiente para que produzam laudos assertivos.

Em resumo, o processo de emissão do laudo a distância na radiologia funciona assim:

  1. Após finalizar o exame, o técnico de radiologia compartilha os registros na plataforma de telemedicina, acessível mediante login e senha
  2. Em seguida, radiologistas logados iniciam a avaliação e interpretação das imagens, anotando suas impressões no laudo online
  3. Após assinar o documento, os especialistas o liberam na plataforma de telemedicina e o laudo fica disponível para ser salvo, impresso ou enviado para o médico solicitante.

Vantagens do laudo de ressonância magnética de mama à distância

Neste ponto, você já deve ter identificado vantagens de contratar um serviço de laudos a distância para a ressonância mamária.

Uma delas é o armazenamento dos arquivos na nuvem através da plataforma de telemedicina, onde ficam seguros e disponíveis a partir de alguns cliques.

Abaixo, detalho outros benefícios dos laudos online.

1. Laudos de ressonância mamária 24 horas por dia, sem interrupções

O portal de telemedicina funciona em todo tempo, cobrindo demandas a qualquer hora do dia ou da noite, inclusive em finais de semana e feriados.

Assim, o cliente tem a garantia de solicitar laudos digitais sempre que necessário, e receber os resultados em minutos.

2. A telemedicina radiológica supre a falta de especialistas

A carência de especialistas em pequenas cidades brasileiras não é novidade, e a situação se agrava quando falamos em mastologistas e radiologistas experientes nessa área.

O problema é que são justamente esses os profissionais aptos e autorizados para elaborar e assinar o laudo de ressonância magnética de mama.

Então, como você precisa deles, pode aderir à telemedicina radiológica.

Essa é uma solução inteligente, pois supre a carência de especialistas usando a tecnologia para conectar esses médicos a clínicas, hospitais e consultórios em qualquer lugar do Brasil.

3. Diagnóstico à distância

Com o suporte da telemedicina, pequenas clínicas e hospitais também podem democratizar o acesso à ressonância mamária, sem que precisem manter um time de especialistas locais.

Basta que tenham um responsável técnico pelo serviço radiológico e treinem um médico ou técnico em radiologia para conduzir os exames, delegando os laudos para a empresa de telemedicina.

4. Somente especialistas interpretam os exames

Contratando uma parceira idônea para ofertar os laudos remotos, o cliente terá os resultados emitidos apenas por mastologistas e radiologistas qualificados.

Para conferir a autenticidade dos documentos, esses especialistas inserem sua assinatura digital, que é validada junto à SBIS (Sociedade Brasileira de Informática em Saúde).

5. Opção de segunda opinião médica de especialistas quando solicitado

Plataformas modernas de telemedicina, como a da Morsch, oferecem serviços adicionais, a exemplo da segunda opinião médica.

O cliente pode solicitar essa avaliação sempre que tiver dúvidas quanto aos laudos a distância, de forma simples e sem burocracia.

Afinal, como o laudo de ressonância magnética de mama pode ser benéfico?

Como discutimos ao longo do artigo, a ressonância magnética pode ser uma excelente aliada na sua clínica de saúde, pois gera imagens de alta resolução e tem poucas contraindicações.

Em alguns casos, o exame pode ser mais eficiente que outros métodos, pois ajuda a diagnosticar estágios graves do câncer de mama e acompanhar tratamentos como a quimioterapia.

Combinados à telemedicina, os laudos da ressonância mamária são entregues de forma rápida e confiável, proporcionando comodidade e o suporte necessário para médicos e pacientes.

Nesse cenário, vale a pena contar com as soluções da Telemedicina Morsch, que combinam uma plataforma moderna e intuitiva a uma equipe de especialistas qualificados.

Assim, você e sua equipe terão assistência 24 horas por dia, sete dias por semana, com acesso a segunda opinião qualificada e treinamentos a distância com boas práticas para os técnicos de radiologia.

Conclusão

Neste artigo, falei sobre as indicações, conceitos e relevância do laudo de ressonância magnética de mama para o estudo de doenças como o câncer de mama.

Ficou evidente a contribuição da telemedicina, que permite a otimização na emissão dos resultados, viabilizando sua entrega no mesmo dia do exame.

Deixe que a Morsch seja sua parceira na oferta de laudos mais ágeis e de qualidade, com aumento nas receitas da sua unidade de saúde.

Para saber como a plataforma médica funciona na prática e, assim, ver os benefícios que pode oferecer para a sua clínica, fala com nossa equipe!

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Referências Bibliográficas

Ressonância Magnética das Mamas – quanto e por quê. Portal Febrasgo. 2017.

Sistema BI-RADS: Condutas – Fiocruz

Classificar as lesões mamárias da categoria BI-RADS 4 pela ressonância magnética em subdivisões: é viável? – Almir Galvão Vieira Bitencourt – Revista Radiologia Brasileira

Detecção precoce do câncer de mama – Instituto Nacional do Câncer

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin