Raio-X em bebê: entenda como funciona e quais as indicações

Por Dr. José Aldair Morsch, 19 de fevereiro de 2025
Raio X bebê

O raio-X em bebê pode ser indicado diante da suspeita de anormalidades em diversos órgãos e tecidos.

Esse método de diagnóstico por imagem é útil até mesmo para verificar a condição de saúde de recém-nascidos.

No entanto, devem ser adotadas algumas precauções.

Neste artigo, você acompanha as principais indicações, preparo e dicas para conduzir a radiografia corretamente, evitando problemas como artefatos nas imagens.

Ao final, também vai entender como a telemedicina otimiza a emissão dos resultados desse e outros exames radiológicos.

Pode fazer raio-X em bebê?

Sim, é permitido realizar esse exame de imagem em bebês.

Isso porque, ao contrário do que ocorre com gestantes, o raio-X não tem contraindicação absoluta para bebês.

Contanto que, antes da solicitação do exame, haja uma avaliação minuciosa por parte do pediatra responsável e do radiologista, a fim de garantir a segurança do paciente.

Afinal, o procedimento expõe a criança ao efeito da radiação no corpo humano, que oferece riscos.

Um dos mais temidos é a neoplasia, uma vez que a radiação ionizante é potencialmente cancerígena.

Mas é importante lembrar que ela tem efeito cumulativo no organismo, ou seja, as chances de adoecimento são proporcionais à quantidade e frequência da exposição.

Nesse cenário, é possível utilizar as ferramentas disponíveis em modelos modernos do equipamento, como o raio-X digital, para reduzir a quantidade de radiação emitida durante o exame.

Além de adotar boas práticas de segurança radiológica para prevenir que novas chapas tenham de ser tiradas, resultando em maior exposição do bebê aos raios X.

Falarei mais delas nos tópicos seguintes.

Raio X em bebê

Até mesmo recém-nascidos podem passar pelo exame, desde que alguns cuidados sejam tomados

Com quantos meses o bebê pode fazer raio-X?

Na verdade, não existe idade mínima para a realização da radiografia.

Como mencionei na introdução do texto, até mesmo recém-nascidos podem passar pelo exame, desde que alguns cuidados sejam tomados.

O primeiro deles é a já citada avaliação criteriosa antes do pedido pelo exame, a fim de verificar se é mesmo necessário.

Uma vez que a equipe médica conclua que os benefícios superam os riscos, será preciso adequar o ambiente e a radiação emitida pelo equipamento de raio-X.

Tudo tem por objetivo diminuir os perigos para o bebê.

As precauções englobam, ainda, o médico ou técnico em radiologia que conduzirá a radiografia e o acompanhante, que deverá auxiliar o profissional de saúde desde o preparo do exame.

Quando fazer um raio-X em bebê?

A indicação deve ser cautelosa, priorizando sempre o exame clínico e outros exames de radiologia pediátrica que não empregam radiação ionizante, como a ultrassonografia e a ressonância magnética (RM).

Entretanto, o médico pode ter de lidar com barreiras como a falta de aparelhos e alto custo da RM, além de cenários em que as imagens radiográficas permitem um estudo mais ágil, a exemplo de:

  • Suspeita de fraturas, fissuras e outras lesões ósseas
  • Pneumonias e outras patologias pulmonares, incluindo em recém-nascidos
  • Distúrbios do crescimento.

Em bebês recém-nascidos internados, o RX ainda apoia a avaliação dos posicionamentos de sonda nasogástrica, cânula endotraqueal, cateteres umbilicais arterial e venoso.

Como fazer raio-X em bebê?

Detalhes da radiografia são influenciados pelo ambiente onde ela é realizada.

Se for em uma sala de raio-X, o bebê será posicionado na mesa do equipamento de radiografia, e deverá ser mantido imóvel pelo acompanhante durante o procedimento.

Mas há casos em que o exame é feito na UTI neonatal, por exemplo, o que pede um aparelho de raio-X portátil.

De qualquer forma, o paciente precisa permanecer na mesma posição por alguns minutos, pois movimentos podem resultar em artefatos nas imagens.

Uma vez que esteja posicionado, o equipamento é ligado e emite um feixe de raios X que atravessam a parte do corpo estudada.

Parte da radiação é absorvida pelos tecidos, enquanto os raios restantes se chocam contra a placa fotossensível presente na mesa do aparelho.

Quanto mais raios restantes, mais escura a imagem.

É por isso que partes densas como os ossos aparecem em branco, pois deixam passar pouca radiação.

Partes moles são retratadas em tons de cinza, e o ar, em preto.

Aspectos técnicos

Para diminuir a radiação em um raio-X de tórax, por exemplo, pode-se efetuar somente a incidência antero-posterior (AP), como sugere o artigo “Achados normais no exame radiológico de tórax do recém-nascido”.

O documento apresenta 4 pontos de atenção para que o exame em recém-nascidos tenha padrão técnico adequado

São eles:

  • Visualização dos espaços intervertebrais nas primeiras vértebras torácicas, através da silhueta cardíaca (densidade do filme)
  • Hemidiafragma direito na altura do oitavo arco costal posterior (grau de aeração pulmonar satisfatório)
  • Inclinação caudal dos arcos costais anteriores, situando-se abaixo dos posteriores (centralização adequada do raio central na caixa torácica)
  • Simetria das estruturas ósseas em ambos os lados da caixa torácica (posicionamento radiológico adequado do RN).

Entenda a seguir como é o preparo para o exame.

Radiografia bebê

A indicação deve ser cautelosa, priorizando sempre o exame clínico e outros exames de radiologia pediátrica

Como preparar o bebê para o raio-X?

A principal recomendação é remover objetos metálicos do paciente e do acompanhante antes da radiografia.

Outro quesito importante é utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) para evitar que a radiação não afete partes do corpo não examinadas, tais como:

  • Protetor de tireoide
  • Protetor de gônadas
  • Avental plumbífero
  • Protetor abdominal.

Dependendo do tipo de raio-X, pode ser necessário jejum de algumas horas, e cabe ao pediatra orientar os pais.

Para ajudar no relaxamento, o bebê pode ser amamentado logo antes do exame.

Vantagens do telediagnóstico para exames de raio-X em bebês

Tanto o raio-X quanto outros exames de imagem podem ser laudados in loco ou remotamente, utilizando o serviço de telediagnóstico.

Esse é o braço da telemedicina que viabiliza a interpretação e entrega do laudo a distância, dispensando deslocamentos por parte dos pais e dos profissionais de saúde.

Mesmo clínicas que não contem com um time de médicos radiologistas presencialmente podem realizar normalmente o exame, e delegar sua avaliação aos especialistas da empresa de telemedicina.

A Telemedicina Morsch oferta praticidade desde o compartilhamento das imagens, que podem ser enviadas automaticamente ao nosso PACS mediante uma configuração no equipamento de raio-X digital.

Mas mesmo chapas analógicas podem ser escaneadas e transmitidas via software de telemedicina em nuvem, acessível a partir de qualquer dispositivo conectado à internet.

Assim que os registros ficam online, um radiologista qualificado os analisa considerando a hipótese diagnóstica e histórico do paciente, e anota os achados no telelaudo.

O documento é finalizado com assinatura digital do especialista, e liberado em minutos na plataforma.

Casos urgentes são avaliados em tempo real, por meio da videoconferência.

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Conclusão

Abordei, neste texto, aspectos relacionados ao raio-X em bebê.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin