Tipos de tomografia: entenda as diferentes categorias do exame e suas aplicações

Por Dr. José Aldair Morsch, 13 de fevereiro de 2025
Tipos de TC

Os diferentes tipos de tomografia permitem o estudo não invasivo de vários órgãos e tecidos, oferecendo imagens de qualidade.

Daí a importância desse exame radiológico, que pode ser empregado para uma série de finalidades – desde o diagnóstico até a avaliação de tratamentos prescritos ao paciente oncológico, por exemplo.

Nas próximas linhas, falo sobre as modalidades da tomografia computadorizada, suas aplicações e detalhes do laudo da TC.

Esse e outros resultados de exames podem ser emitidos remotamente com agilidade, via telemedicina radiológica.

Acompanhe até o final para ficar bem informado.

Por que há vários tipos de tomografia?

Uma resposta simples para essa questão se refere à complexidade das diferentes partes do corpo humano.

Nesse cenário, vale mencionar as regiões torácica e abdominal, que reúnem diversos órgãos sobrepostos numa mesma área, que são observados com maior nitidez utilizando um meio de contraste.

Mesmo pequenos detalhes dos órgãos podem ser observados através das imagens tomográficas, oferecendo dados importantes, por vezes, para tratar condições potencialmente fatais.

É o caso do acidente vascular cerebral hemorrágico ou AVC hemorrágico, que decorre do rompimento de um vaso sanguíneo do cérebro e exige tratamento imediato.

Certos tumores também podem ser vistos em estágio inicial a partir da tecnologia empregada por tomógrafos atuais.

Frutos da evolução do equipamento de raio-X, esses aparelhos herdaram a versatilidade da radiografia, com a vantagem de produzir centenas de imagens em cortes transversais num único exame.

Além de viabilizar o estudo de partes distintas do organismo, os vários tipos de TC atendem a diferentes finalidades.

Eles podem, por exemplo, mostrar detalhes da anatomia ou do funcionamento em determinado tecido, conforme a necessidade e a hipótese diagnóstica.

A existência de várias opções de tomografia aumenta a acurácia e a qualidade dos registros, uma vez que se trata de um dos mais modernos métodos de diagnóstico por imagem.

Quais são os tipos de tomografia?

Neste espaço, você vai conhecer as modalidades do exame considerando diferentes critérios de classificação.

São eles:

  • Por região ou parte do corpo
  • Com ou sem contraste
  • Por técnica utilizada
  • Por finalidade ou aplicação clínica.

Acompanhe detalhes sobre cada um a seguir.

Por região ou parte do corpo

Comentei, mais acima, que a tomografia permite visualizar diferentes partes do organismo.

Nesse contexto, a classificação de acordo com a região observada é a mais popular, e inclui exames como:

Tomografia do crânio

Detalhes dos ossos e outros tecidos internos da cabeça podem ser estudados via imagens tomográficas.

Geralmente, a TC craniana é solicitada na avaliação pós trauma, na suspeita de AVC, lesões e inflamações ou na presença de sintomas que afetam o encéfalo, como convulsão, tontura, visão embaçada e dor de cabeça.

Tomografia de seios paranasais

Importante para o diagnóstico de sinusite, desvio de septo, pólipos e obstruções nos seios paranasais, essa tomografia costuma ser pedida por médicos otorrinolaringologistas.

No entanto, existe uma versão que oferece imagens de uma porção mais ampla – a tomografia da face – que permite visualizar especialmente malformações, fissuras e fraturas ósseas.

Tomografia do tórax

Órgãos vitais como os pulmões e o músculo cardíaco são observados com o suporte da TC do tórax, que contribui para detectar quadros de pneumonia, anomalias congênitas e lesões na área adjacente aos tecidos.

Tomografia pulmonar

Certos casos se beneficiam de uma tomografia do pulmão, que foca as imagens no estudo desses órgãos do sistema respiratório.

Quadros de pneumonia, tuberculose e detalhamento de um tumor estão entre as indicações para essa versão da TC, que ainda permite o rastreio do câncer pulmonar utilizando técnicas diferenciadas.

Tipos de TC

Mesmo pequenos detalhes dos órgãos podem ser observados através das imagens tomográficas

Tomografia do coração

O músculo cardíaco e as artérias coronárias são alvo da tomografia do coração.

Essa versão do exame foca nas imagens dessas estruturas para diagnosticar doenças como a aterosclerose, estenose e aneurismas, prevenindo complicações como o infarto.

Tomografia do abdômen

Outra área que reúne órgãos vitais e sobrepostos, o abdômen pode ser examinado por meio de uma tomografia abdominal.

Se houver especificação para o abdome superior, a área pélvica não será retratada, mas existe a versão de abdome total.

Aneurisma da aorta abdominal, tumores, cirrose e ferimentos por trauma estão entre as condições comumente avaliadas por meio dessa TC.

Ela fornece registros de tecidos dos aparelhos digestivo, endócrino, urinário e reprodutor.

Tomografia das vias urinárias

Os rins e demais estruturas do aparelho excretor também podem ser vistas em detalhes nas imagens tomográficas.

O que contribui para o diagnóstico e monitoramento de tumores, cistos, cálculos renais e outros agravos à saúde.

Tomografia da coluna

Manifestações clínicas como dor nas costas e limitações aos movimentos podem levar à solicitação da tomografia da coluna, identificando fraturas, desvios, hérnia de disco, etc.

A critério médico, a tomografia da coluna pode avaliar sua estrutura completa (todas as 33 vértebras) ou um ou mais trechos, por meio da TC da coluna cervical; TC da coluna lombar; TC da coluna dorsal; e TC da coluna lombo sacra.

Tomografia dentária

A TC também faz parte dos principais exames odontológicos, ofertando registros minuciosos de estruturas como dentes e mandíbula.

Geralmente, é pedida pelo cirurgião-dentista para o planejamento de procedimentos invasivos como cirurgias para extração e implantes dentários.

Tomografia de membros superiores ou inferiores

A suspeita de lesões no sistema musculoesquelético costuma motivar a realização da TC de membros superiores ou inferiores.

Cabe ressaltar que os ossos são observados com maior nitidez na tomografia, contudo, se houver alterações em tendões e outras partes moles, pode ser indicada uma ressonância magnética para complementar os dados.

Com ou sem contraste

A tomografia sem contraste privilegia imagens dos tecidos mais densos, uma vez que é como uma fotografia interna do organismo.

Ela forma os registros em branco, preto e tons de cinza, de acordo com a densidade dos tecidos retratados.

É por isso que fraturas, fissuras e outras lesões ósseas são observadas com clareza, pois os ossos aparecem em branco.

Já o ar é retratado em preto, enquanto partes moles são vistas em tons de cinza.

Muitas vezes, a sobreposição de órgãos prejudica que sejam estudados de maneira eficaz, o que pede um reforço para tornar as estruturas mais nítidas.

Esse reforço está presente em exames contrastados, que utilizam substâncias capazes de evidenciar tecidos menos densos.

No caso da tomografia com contraste, pode-se usar iodo ou bário como base para esse composto, administrado por via intravenosa, oral ou retal, dependendo da área examinada.

Uma vez administrado, o meio de contraste eleva a capacidade de absorção da radiação ionizante pelos tecidos, que ganham maior nitidez nas imagens da TC.

Outra aplicação do contraste para tomografia está na versão destinada ao estudo dos vasos sanguíneos: a angiotomografia ou angio-TC.

Nesse caso, o contraste intravenoso percorre a mesma trajetória do sangue, apoiando a detecção de anormalidades nas artérias, como as placas de ateroma e estreitamentos (estenose).

Por técnica utilizada

Técnicas distintas podem ser empregadas de acordo com o objetivo e a aplicação da tomografia.

Alguns exemplos atualmente utilizados são:

  • PET-CT: exame de medicina nuclear, a PET-CT combina a tecnologia de uma tomografia padrão à tomografia por emissão de pósitrons, que oferece detalhes funcionais e metabólicos dos tecidos examinados. Costuma ser usada para avaliar danos após um infarto do miocárdio (IAM), tumores e a eficácia de tratamentos contra o câncer
  • Angio-TC: como mencionei anteriormente, a técnica da angiotomografia viabiliza o estudo interno dos vasos sanguíneos, revelando alterações importantes
  • Tomografia cone beam: também conhecida como tomografia computadorizada de feixe cônico, é empregada em odontologia, permitindo a reprodução da imagem tridimensional dos tecidos mineralizados maxilofaciais
  • Tomografia espectral: chamada também de Tomografia Computadorizada de Dupla Energia (DECT), emprega 2 espectros de raios X, de baixa e alta energia, para obter conjuntos de imagens diferentes de uma mesma parte do corpo. Neurorradiologia, pneumologia e gastroenterologia estão entre as áreas da medicina que se beneficiam dessa técnica inovadora.

O objetivo da TC é outra forma de dividir os tipos de tomografia.

Por finalidade ou aplicação clínica

Podemos classificar a tomografia conforme sua finalidade, separando os exames em:

  • Tomografia diagnóstica: é o tipo mais comum, sendo pedida para confirmar ou afastar uma hipótese diagnóstica
  • Tomografia intervencionista: a TC pode ser o exame de imagem escolhido para guiar os procedimentos minimamente invasivos da radiologia intervencionista, como a biópsia e a angioplastia
  • Tomografia de rastreamento (screening): essa modalidade do exame é solicitada para o rastreio e diagnóstico precoce de doenças como o câncer de pulmão – por meio de uma tomografia do pulmão
  • Tomografia funcional: viabiliza a avaliação do fluxo sanguíneo cerebral e outras funções do organismo. Para tanto, é empregada a técnica PET (tomografia por emissão de pósitrons).

Entenda a seguir como a TC é realizada.

Como é feita a tomografia?

A tomografia funciona a partir da união entre radiação ionizante e um tubo giratório para captar imagens internas do organismo.

Robusto, o aparelho de tomografia necessita de uma sala inteira para sua instalação, e é necessário orientar o paciente para que retire objetos metálicos antes de entrar nesse ambiente.

Caso o exame seja com contraste, o técnico em radiologia ou médico responsável dará as instruções para a administração do composto durante a TC.

Além de providenciar a punção para administrar o contraste endovenoso.

Uma vez que os preparos estejam finalizados, o paciente é posicionado sobre a mesa do tomógrafo, e deverá se manter imóvel ao longo do exame.

Quando o equipamento é ligado, a mesa se movimenta para permitir a observação da parte do corpo examinada.

Em seguida, o tubo giratório do tomógrafo emite um feixe de raios X sobre a área estudada, coletando imagens de diferentes pontos de vista, e parte da radiação é absorvida pelas estruturas anatômicas.

Enquanto os raios restantes atravessam o corpo do paciente, atingindo os detectores localizados na mesa do equipamento de TC.

É a partir dessa radiação que ocorrerá a formação das imagens tomográficas, que darão maior nitidez aos tecidos mais densos.

Quando a captação dos registros se encerra, os sinais são enviados a um software específico, acoplado à sala de comando – que fica ao lado da sala de exames.

O sistema transforma os sinais em pixels, os menores pontos de uma imagem digital.

Como é feito o laudo da tomografia?

Embora o exame possa ser realizado por um médico generalista ou técnico em radiologia devidamente treinado, somente radiologistas qualificados podem laudar a tomografia.

Trata-se de uma exigência do CFM que faz todo o sentido, afinal, esses são os especialistas que conhecem em detalhes as características dos tecidos e sua apresentação nas imagens da TC.

Eles analisam as imagens à luz do histórico do paciente e suspeita clínica para apontar os achados do exame, indicando, na conclusão, se o resultado é normal ou alterado.

Assim como outros documentos com resultados de exames, o laudo de tomografia deve seguir uma estrutura básica, contendo:

  • Nome completo do paciente
  • Nome e endereço do local onde o exame foi feito
  • Nome do médico solicitante
  • Data de realização do exame
  • Justificativa para a solicitação do procedimento
  • Conduta e descrição detalhada do exame
  • Hipótese diagnóstica
  • Assinatura e carimbo, ou assinatura digital do médico que interpretou o exame
  • Informações adicionais sobre o paciente, como idade, peso, altura, etc.

Conheça na sequência razões para preferir o laudo eletrônico.

Categorias de tc

A tomografia permite visualizar diferentes partes do organismo

Vantagens do laudo eletrônico de tomografia

Como acabei de dizer, apenas radiologistas especializados na área do exame podem interpretar a tomografia e emitir o laudo.

Entretanto, diversos locais afastados dos grandes centros enfrentam a carência de especialistas qualificados, o que atrasa a entrega dos resultados da TC.

A boa notícia é que dá para suprir a demanda por médicos com o suporte do telediagnóstico, um serviço de telemedicina que viabiliza a produção de laudos online.

A dinâmica é simples, começando com a realização do exame normalmente e o compartilhamento das imagens via plataforma de telemedicina.

Sistemas completos como a Morsch disponibilizam uma configuração para o envio automático dos registros ao nosso PACS, permitindo que sejam avaliados com agilidade.

Dessa forma, os resultados são liberados em minutos no sistema!

Casos urgentes são analisados em tempo real por meio de videoconferência com especialistas.

Sua equipe poderá contar com a telemedicina para cobertura de folgas, férias e outras ausências, pois o serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana.

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Conclusão

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin