Tomografia lombar: o que é, para que serve e como é feito o exame

Por Dr. José Aldair Morsch, 5 de dezembro de 2023
Tomografia lombar

A tomografia lombar é o mais completo exame para estudo de imagens dessa área.

Sua realização oferece imagens detalhadas, nítidas e abrangentes, bem superiores ao raio X da coluna.

Além de permitir a visualização de estruturas com material metálico sem muitos artefatos, como ocorre nos registros da ressonância magnética.

Esses avanços resultam de técnicas modernas como a TC com equipamentos de múltiplas fileiras de detectores.

Neste artigo, trago informações sobre a realização e aplicações desse método diagnóstico por imagem, que pode ser laudado a distância via telemedicina, conferindo agilidade às entregas.

O que é tomografia lombar?

Tomografia lombar é um exame que usa raios X para gerar múltiplos cortes transversais da região.

Em outras palavras, um único registro da TC lombar produz múltiplas radiografias, permitindo um estudo mais completo dessa área do corpo.

Ela é observada a partir de diferentes ângulos, possibilitando a sobreposição dos cortes para formar imagens em 3D.

Nesse cenário, dá para identificar doenças e agravos que acometem a coluna lombar.

Falo do trecho da coluna vertebral logo abaixo da coluna torácica, formado por cinco vértebras: de L1 a L5.

A região possui uma curvatura natural, convexa e para a frente que, muitas vezes, é afetada pela sobrecarga lombar.

Levantamento de peso, postura inadequada e esforço físico estão entre os fatores por trás desse quadro, caracterizado por sintomas como dor crônica.

Para que serve a tomografia lombar?

O exame pode ser solicitado para investigar sintomas, monitorar patologias crônicas, planejar ou avaliar o resultado de cirurgias.

Uma das indicações mais comuns tem finalidade diagnóstica, partindo de manifestações clínicas diversas.

São exemplos:

Outra aplicação importante está na avaliação pré-operatória e pós-operatória, como descreve este artigo sobre TC da coluna lombar após artrodese:

“Nos estudos da coluna, geralmente, é utilizado um filtro para a visualização óssea e outro para tecidos moles, nos planos axial, sagital e coronal. Entretanto, para a avaliação de artrodese com material metálico, se fazem necessárias reconstruções mais detalhadas para reduzir artefatos, envolvendo inclusive imagens em três dimensões, e para isso, a utilização de diferentes filtros”.

O que aparece na tomografia da coluna lombar?

A tomografia computadorizada viabiliza a visualização de diversas doenças que afetam a região.

Isso inclui:

  • Desvios da coluna (escoliose, cifose, lordose)
  • Hérnia de disco
  • Osteofitose
  • Fraturas
  • Calcificações
  • Espondilose (artrose na coluna)
  • Estenose vertebral
  • Inflamações
  • Tumores benignos e malignos
  • Malformações congênitas
  • Desgastes causados por doenças inflamatórias desmielinizantes, a exemplo da esclerose múltipla.

Lembrando que a indicação do exame depende de uma avaliação médica.

Como é feita a tomografia da coluna lombar?

Primeiro, o paciente deve ser posicionado em decúbito dorsal, ou seja, de barriga para cima, e orientado a permanecer imóvel durante todo o procedimento.

Caso contrário, pode haver artefatos nas imagens, exigindo que um novo exame seja feito.

Uma vez que esteja tudo pronto, o médico ou técnico em radiologia responsável pelo exame se dirige até a estação de comando, ao lado da sala de tomografia.

Então, o profissional liga o tomógrafo, iniciando o procedimento com a emissão de feixes de raios X.

A radiação incide sobre a coluna lombar a partir de diferentes ângulos, conforme o tubo giratório do equipamento circunda a região.

Parte dos raios é absorvida em maior ou menor quantidade, dependendo da densidade dos tecidos.

Como são densos, os ossos absorvem a maioria da radiação, aparecendo em branco nas imagens. Em oposição ao ar, que surge em preto.

Já as cartilagens e outras partes moles são retratadas em tons de cinza.

A radiação não absorvida atravessa as estruturas anatômicas e chega até os detectores instalados na mesa do aparelho de tomografia.

Ela é convertida em sinal e enviada a um computador com software específico, que converte o sinal em imagem digital.

TC lombar

A TC lombar produz múltiplas radiografias, possibilitando a sobreposição dos cortes para formar imagens em 3D

Tomografia da coluna lombar precisa de contraste?

Nem sempre, pois existem indicações específicas para a TC com contraste.

Na suspeita de câncer ou infecções, por exemplo, é útil acrescentar o agente radiopaco ao exame.

Isso porque estamos falando de estruturas hipervascularizadas que, portanto, serão evidenciadas pelo contraste.

Nesses casos, é empregado um composto à base de iodo para conferir destaque e permitir o diagnóstico correto.

Contudo, é importante ponderar a relação risco-benefício do uso de contraste, uma vez que é comum a ocorrência de efeitos colaterais.

A maioria dos pacientes sente gosto metálico na boca e calor no local por onde o líquido é injetado, porém, pode haver reações graves como o edema de glote.

Preparo para tomografia da coluna lombar

O preparo começa com a orientação do paciente para que retire todos os objetos metálicos antes de entrar na sala com o tomógrafo.

Bijuterias, celular, cinto com fivela, óculos e relógios estão entre os itens que devem ser removidos.

Alguns serviços oferecem uma bata para facilitar esse processo.

Caso o exame seja feito com contraste, a punção para administração por via intravenosa será realizada minutos antes da captação das imagens, a fim de que o composto iodado chegue até a região lombar.

Tomografia da coluna lombar precisa de jejum?

Em caso de tomografia sem contraste, não.

Porém, é recomendado jejum de 4 horas se o procedimento utilizar contraste.

Telemedicina acelera o laudo de tomografia lombar

Embora possa ser conduzida por técnicos em radiologia, a TC só pode ser laudada por radiologistas qualificados.

Esse é um dos motivos para a demora dos resultados em clínicas e hospitais que contam com uma equipe médica enxuta.

Porém, existe uma solução tecnológica para essa demanda: o telediagnóstico.

Optando pela plataforma Morsch, seu time pode compartilhar as imagens no sistema, permitindo que sejam interpretadas por um radiologista online.

O especialista elabora e assina o laudo digitalmente, possibilitando sua conclusão em minutos.

Urgências são avaliadas em tempo real, agilizando o tratamento.

No mesmo software de telemedicina em nuvem, sua equipe ainda pode pedir pela segunda opinião médica ou esclarecer questões amplas via teleconsultoria.

Comece a aproveitar as vantagens da telerradiologia.

Conclusão

Abordei os principais aspectos da tomografia lombar neste texto, incluindo a versão contrastada e o preparo para o procedimento.

Esses e outros exames radiológicos podem ser interpretados via plataforma Morsch, acelerando os resultados com qualidade.

Se gostou do conteúdo, recomendo ler outros artigos sobre radiologia que publico aqui no blog.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin