Metilfenidato: para que serve, receita e como tomar

Por Dr. José Aldair Morsch, 4 de dezembro de 2023
Metilfenidato

Quer saber mais sobre o uso de metilfenidato?

Esse é um remédio prescrito para melhorar o desempenho cognitivo do paciente.

Pode ser comprado sob a forma de comprimidos de 10 mg nas farmácias ou drogarias, mas deve ser utilizado com cautela.

Se você precisa do metilfenidato para iniciar ou dar continuidade ao tratamento, este texto vai ajudar.

A partir de agora, explico mais sobre esse fármaco e mostro como adquirir e renovar sua receita médica com segurança.

O que é metilfenidato?

Metilfenidato é um medicamento estimulante do sistema nervoso central (SNC).

O fármaco pertence à classe das anfetaminas.

Além disso, deve ser utilizado com cuidado, pois expõe o paciente ao risco de dependência química.

Portanto, só tome esse remédio seguindo à risca a prescrição médica, observando as doses, horários e duração do tratamento.

Para que serve metilfenidato

Metilfenidato serve para tratar transtornos neurológicos.

Seu mecanismo de ação envolve o aumento da concentração de dopamina.

Tal substância estimula a ativação de certas regiões cerebrais.

Por consequência, há melhora na atenção e concentração, além da redução do comportamento impulsivo.

Pessoas com narcolepsia experimentam alívio da sonolência diurna excessiva.

Principais indicações

Segundo informa a bula, o medicamento é indicado para o tratamento de:

  • Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH), um distúrbio de comportamento que torna crianças e adolescentes incapazes de ficarem parados e/ou se concentrar em tarefas por um determinado período de tempo
  • Narcolepsia, um distúrbio do sono que provoca repetidos ataques de sonolência durante o dia, mesmo após uma noite adequada de sono.

Outras indicações dependem de avaliação médica.

Como tomar cloridrato de metilfenidato

Disponível em comprimidos de 10 mg, o medicamento deve ser tomado por via oral, com a ajuda de um copo d’água.

Geralmente, a dose diária é dividida em duas tomadas junto a refeições, sendo desaconselhado ingerir metilfenidato depois das 18h.

A seguir, reproduzo os esquemas terapêuticos indicados na bula do remédio:

  • Crianças maiores de 6 anos: comumente, a dose inicial será aumentada gradualmente, conforme necessário, até a dose diária máxima de 60 mg
  • Adultos: a dose diária habitual é de 20 a 30 mg, mas alguns pacientes podem necessitar de mais ou menos do que isso. A dose diária máxima é de 60 mg para o tratamento da narcolepsia e de 80 mg para o tratamento do TDAH.

Se precisar de mais recomendações, consulte o médico e o farmacêutico.

Receita de metilfenidato

É necessário apresentar a receita A3 para ter acesso ao metilfenidato.

O documento é emitido em duas vias, sendo que a primeira via fica retida na farmácia.

Trata-se de uma notificação de receita amarela, com um formulário impresso com autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Nesse papel, constam dados do médico prescritor, paciente, fornecedor e comprador, permitindo o rastreio por parte da Anvisa.

Já a segunda via da prescrição é carimbada e devolvida ao paciente.

Ela oferece a orientação médica necessária para conduzir o tratamento de modo adequado.

Essas regras rígidas se aplicam ao metilfenidato porque a droga pertence à lista A3 de remédios controlados, instituída pela Portaria SVS/MS nº 344/1998.

A lista reúne psicotrópicos, que são substâncias capazes de gerar efeito estimulante ou depressor do sistema nervoso central.

Por alterarem o funcionamento do cérebro, podem causar reações adversas graves e têm a caixa marcada com tarja preta.

O organismo pode, por exemplo, ficar condicionado à presença do medicamento, caracterizando a dependência.

A sensação de prazer proporcionada pela maior quantidade de dopamina tende a diminuir com o tempo de uso, fazendo a pessoa buscar por doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito.

Em casos extremos de tolerância, a dose ingerida é tão alta que pode ser letal (overdose).

A receita A3 tem validade de 30 dias e pode liberar remédio suficiente para até um mês de tratamento.

Dúvidas frequentes sobre metilfenidato

Nesta seção, respondo a perguntas comuns em relação ao uso do medicamento.

Siga acompanhando.

Qual a diferença entre Ritalina e metilfenidato?

Ritalina é o nome do medicamento de referência para o metilfenidato.

É possível encontrar versões genéricas contendo esse mesmo princípio ativo, designadas sob o nome cloridrato de metilfenidato.

Ou seja, estamos falando do mesmo remédio. O que muda é o fato de ser referência ou genérico.

Qual o efeito colateral do metilfenidato?

As reações adversas mais comuns são:

  • Dor de garganta e coriza
  • Diminuição do apetite
  • Nervosismo
  • Dificuldade em adormecer
  • Náusea
  • Boca seca
  • Angústia emocional excessiva, inquietação, distúrbios do sono, excitação emocional, agitação
  • Dor de cabeça, tonturas, sonolência
  • Movimentos involuntários do corpo (tremor)
  • Alterações na pressão arterial (geralmente pressão alta), ritmo cardíaco anormal, palpitações
  • Tosse
  • Vômitos, dor de estômago, indisposição estomacal, indigestão, dor de dente
  • Alteração cutânea, alteração cutânea associada a coceira (urticária), febre, perda de cabelo
  • Transpiração excessiva
  • Dor nas articulações
  • Diminuição do peso
  • Sentir-se nervoso
  • Depressão
  • Sentir-se agressivo (agressão)
  • Ranger excessivo de dentes (bruxismo).

Se observar problemas graves como febre alta repentina, inchaço dos lábios ou língua, convulsões, falta de ar ou paralisia da face, procure ajuda médica imediatamente.

O que é o efeito rebote da Ritalina?

O efeito rebote ocorre quando os sintomas que deveriam ser combatidos surgem de maneira ainda mais intensa.

Em geral, isso acontece devido ao uso indevido do medicamento, a exemplo da automedicação ou aumento da dose por conta própria.

Estudos apontam que, quando utilizado sem indicação médica, o metilfenidato pode provocar:

Não se esqueça dos riscos ao ingerir qualquer remédio sem receita e fale com um médico agora, se precisar.

Conclusão

O metilfenidato, amplamente conhecido por seu nome de referência (Ritalina), é útil no tratamento de transtornos neurológicos, mas pode causar tolerância e dependência.

Jamais tome esse remédio por conta própria, pois você deve realizar monitoramento médico para prevenir efeitos adversos.

Caso esteja com sintomas de TDAH ou narcolepsia, marque uma consulta com neurologista.

Optando pelo atendimento via telemedicina, você tem acesso à assistência rápida sem deixar a qualidade de lado.

Para marcar uma teleconsulta na plataforma Morsch, basta acessar a página de agendamentos e usar o filtro de especialidades para visualizar os profissionais de seu interesse.

Selecione a data e hora mais convenientes e confirme o pagamento para receber o link de acesso à sala virtual.

Clique sobre ele e será encaminhado à sua consulta por videoconferência.

Se precisar somente trocar uma prescrição que está perdendo a validade, dá para solicitar uma nova receita médica online.

Acesse a página de renovação e informe alguns dados para receber um e-mail de confirmação em minutos.

Dentro da mensagem, você encontra o link de rastreamento da sua nova receita amarela, que será enviada pelo correio.

Bom tratamento!

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin