Equipamento de raio-X: como funciona, tipos, componentes e proteção

O equipamento de raio-X é um dos mais importantes quando o assunto é diagnóstico por imagem.
Isso porque o dispositivo foi o precursor de todas as demais tecnologias nessa área, como os aparelhos de tomografia computadorizada, mamografia e ressonância magnética.
Mas o que já era bom ficou ainda melhor.
Hoje, os equipamentos radiológicos são encontrados em vários tipos, tamanhos e preços.
Se você está pensando em adquirir um aparelho de RX ou quer aprender mais sobre ele, continue lendo este artigo.

Você vai saber quem inventou o raio-X, como funciona, os principais exames realizados e os diferenciais da radiografia digital em comparação com o aparelho de raio-X convencional.
Também vai descobrir como otimizar a emissão de laudos com a telemedicina radiológica.
O que é um equipamento de raio-X?
Equipamento de raio-X é um aparelho que utiliza radiação ionizante para retratar imagens internas do organismo.
Como mencionei acima, esse foi o primeiro equipamento de diagnóstico por imagem inventado, e permitiu uma revolução na medicina ao viabilizar o estudo não invasivo de órgãos e tecidos.
Antes do equipamento de RX, era necessário fazer incisões e cirurgias para observar a estrutura interna do corpo, o que limitava sua avaliação e, por consequência, o diagnóstico de várias doenças e agravos à saúde.

Para que serve um equipamento de raio-X?
O equipamento de raio-X serve para tirar radiografias, que são como fotografias da parte interna do corpo.
Por meio dessas imagens, é possível observar estruturas anatômicas, como ossos, órgãos e vasos sanguíneos, sem precisar de cirurgia.
Por ser barato, indolor e não invasivo, o exame é um dos mais solicitados por médicos em todo o mundo.
Assim, o aparelho de raio-X tem ajudado os profissionais de saúde há mais de um século, facilitando diagnósticos de patologias localizadas em diversas partes do organismo.
Tumores, fraturas, bloqueios de vasos sanguíneos e até cáries são algumas das várias condições identificadas por meio de uma radiografia.

O aparelho de raio-X tem ajudado os profissionais de saúde há mais de um século, facilitando diagnósticos
Quem inventou o raio-X?
Os créditos vão para o físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen.
Em 1895, ele descobriu os raios-X e seu possível potencial para registrar imagens internas do corpo humano.
Depois, compartilhou suas observações por meio do artigo “Sobre uma nova espécie de raios”.
A primeira radiografia data de 22 de dezembro daquele ano, quando o físico posicionou a mão de sua esposa, Anna Bertha Roentgen, no chassi com o qual vinha realizando experimentos.
O procedimento durou cerca de 15 minutos e entrou para a história.

Ao revelar o filme, Roentgen confirmou suas conclusões ao observar uma imagem da mão de sua esposa, na qual era possível visualizar ossos e partes moles.
Em 1901, o especialista recebeu o Prêmio Nobel de Física por sua descoberta.
Como funciona o equipamento de raio-X?
Quando o aparelho é ligado, o gerador de raios-X presente no equipamento produz um feixe de radiação ionizante.
Essas partículas saem pela abertura do equipamento e são irradiadas até atingirem a parte do corpo que será examinada.
Em seguida, a radiação atravessa o corpo do paciente, e uma parte dela é absorvida pelas estruturas anatômicas.
Os raios-X não absorvidos se chocam contra uma chapa feita de material sensível à radiação, que pode estar sob o paciente ou atrás da parte do corpo estudada.
E é nesse momento que as imagens são formadas.
Nos aparelhos convencionais, é necessário revelar um filme para ver as imagens.
Já no aparelho de raio-X digital, seja na modalidade direta ou indireta, as imagens são formadas em pixels.
A versão indireta usa uma chapa eletrônica para registrar as imagens que, em seguida, são escaneadas para visualização no computador.
Na radiografia digital direta, por sua vez, a chapa sensível envia os dados diretamente ao computador, que conta com um software específico para transformar o sinal em imagens.
Diferentes cores na radiografia
As imagens geradas pela radiografia são semelhantes a negativos de fotografias.
Elas mostram as estruturas anatômicas em duas dimensões, em branco, preto e tons de cinza.
A tonalidade pode ser mais ou menos intensa, dependendo da densidade dos tecidos mostrados.
Afinal, quando a radiação atravessa a parte do corpo examinada, é absorvida pelos tecidos de forma diferente.
Os mais densos e duros, como os ossos, absorvem mais raios-X, permitindo que uma pequena quantidade os atravesse e se choque com a placa sensível do equipamento de radiografia.
Por isso, aparecem brancos nas imagens registradas.
Por outro lado, tecidos menos densos, como órgãos e partes moles, absorvem pouca radiação, permitindo que a maior parte dos raios os atravesse e cheguem até a placa sensível.
Com a maior intensidade, a radiação queima o material fotossensível, de modo que essas áreas aparecem mais escuras.
E o ar aparece em preto.

Quais são os tipos de equipamento de raio-X?
Existem vários tipos de aparelhos de raio-X no mercado.
Atualmente, além do equipamento convencional, com tecnologia analógica, há opções digitais, móveis e as utilizadas na fluoroscopia.
Vamos conhecê-las?
Equipamento de raio-X convencional
O aparelho costuma ficar fixo na sala de raio-X.
Ele é composto por uma mesa horizontal, que se movimenta em todas as direções para focar a parte do corpo que será examinada.
Na área superior, fica a ampola de raios-X, que tem os componentes responsáveis pela produção da radiação, uma abertura por onde sai o feixe de raios-X e colimadores.
Depois de captar as imagens, esse equipamento faz a gravação em um filme, composto por sais de halogeneto de prata.
Por isso, para visualizar as imagens colhidas durante a radiografia, é preciso revelar esse filme.
Equipamento de raio-X digital
A principal diferença entre o aparelho convencional e o digital está na captação e formação das imagens.
Como citei acima, o equipamento convencional utiliza um filme para registrar as informações da radiografia.
O digital, por outro lado, capta os dados por meio de uma placa sensível à radiação e, em seguida, forma as imagens em pixels em conexão direta ou indireta com o computador.
A tecnologia digital também possibilita a obtenção de imagens claras com tempo reduzido de exposição do paciente à radiação ionizante.
Equipamento de raio-X móvel
Usado para examinar pacientes acamados ou com dificuldades para se mover, o raio-X móvel tem como maior vantagem justamente a possibilidade de deslocamento.
Esses aparelhos estão disponíveis com sistema analógico ou digital, em tamanhos e modelos variados.
Equipamento de raio-X com fluoroscopia
Também trazendo a tecnologia digital ou analógica, esses aparelhos são utilizados para radiografias com fluoroscopia, um exame que permite a visualização de movimentos internos de uma parte do corpo, em tempo real.
Conhecida também como radioscopia, ajuda na colocação de cateteres, marcapassos e implantes ortopédicos, entre outros procedimentos médicos.
A mesa que compõe esse equipamento é capaz de se movimentar na horizontal e na vertical, com vários graus de inclinação, programados em um console.
O aparelho usado na fluoroscopia permite o uso de contraste, que resulta em uma visão ainda melhor durante a transmissão das imagens.
Vale lembrar que o contraste é uma substância que aumenta a clareza e destaca a área examinada.
Na fluoroscopia, inclusive, é possível acompanhar o trajeto dessa substância no organismo.

Equipamento em arco em C (com fluoroscopia)
Esse aparelho costuma ser usado em situações mais delicadas, como cirurgias e intervenções invasivas.
Graças ao formato do arco, ele amplia a visualização de estruturas anatômicas, permitindo deslocamentos verticais, horizontais, transversais e em bloco, além de rotações.
Também tem intensificadores de imagem.
Cuidados necessários com o exame de raio-X
Por envolver radiação ionizante, a exposição prolongada ou intensa aos raios-X pode causar danos à saúde.
Tanto que é contraindicado que o exame seja feito em gestantes, principalmente nos meses iniciais, pois a radiação pode causar má formação no feto ou até mesmo levar a um aborto.
Caso seja necessária a utilização de um contraste, o paciente deve estar em jejum, a fim de evitar efeitos colaterais.
Dependendo da área a ser examinada, outro preparo pode ser solicitado, como a limpeza intestinal quando se deseja ver o intestino.
Além desses cuidados, o paciente deve usar protetores para reduzir o impacto e a absorção excessiva de raios-X.
Quanto ao técnico responsável pelo exame, precisa ficar em uma sala especial protegida por chumbo durante todo o funcionamento do equipamento.
Também é necessário monitorar com frequência os níveis de radiação no ambiente de trabalho para não comprometer a saúde dos funcionários.
Quais os equipamentos de proteção individual para raio-X?
Geralmente, os equipamentos de proteção individual só são utilizados pelos trabalhadores, uma vez que servem para proteger contra riscos ocupacionais.
Porém, alguns EPIs da radiologia são usados também por pacientes.
O objetivo é atenuar o efeito da radiação no corpo humano, preservando seu bem-estar.
Nesse cenário, pacientes e acompanhantes podem receber itens como vestimenta de chumbo, óculos plumbíferos, protetores de tireoide e de gônadas, dependendo do caso.
Como é feito o exame de raio-X?
Como todo procedimento, o preparo é essencial para que o resultado final seja de qualidade.
Limpar o ambiente e verificar se todos os materiais e equipamentos necessários estão disponíveis deve ser a primeira coisa a se fazer.
Depois vem a preparação do paciente, que deve remover objetos metálicos e peças de roupa de acordo com a necessidade, e vestir os EPIs necessários para se proteger da radiação.
Após posicionar corretamente o paciente, seja em frente ao mural, seja deitado na mesa, é preciso colocar o filme radiológico no equipamento e conferir se a grade está na posição – se estiver utilizando um equipamento analógico.
Depois de todos esses passos, o técnico em radiologia entra na sala protegida por paredes de chumbo e define os parâmetros para aquele exame por meio do console de operação.
Tanto a radiação quanto o tempo de exposição devem ser corretamente calculados, uma vez que isso pode interferir negativamente na qualidade e na interpretação do exame.

Se houver excesso, as radiografias ficarão opacas.
Por outro lado, se a intensidade for menor que o ideal, as radiografias sairão muito brancas.
Uma vez que os ajustes sejam feitos, o equipamento de raio-X é ligado, emitindo radiação sobre a parte do corpo examinada.
Normalmente, são necessários apenas alguns minutos para a captação da imagem.
Quais são os componentes do equipamento de raio-X?
Dos mais simples aos utilizados em fluoroscopia, os aparelhos de raio-X contam com alguns componentes básicos para funcionar.
Os principais são o tubo de raios-X, o transformador de alta tensão, o colimador e a carcaça protetora.
Conheça esses e outros itens abaixo:
Tubo de raios-X
Formado por filamentos, cátodo, ânodo, rolamentos do motor e outros itens, é a parte onde o feixe de raios-X é produzido.
Transformador de alta tensão
Permite que a energia elétrica que circula no equipamento de radiografia seja transmitida entre circuitos.
Colimador
É um componente capaz de limitar o campo de incidência da radiação, suavizando os feixes de raios-X.
Carcaça protetora
Sua principal função é proteger contra danos o tubo de raios-X e outras partes, como o colimador.
Conta com sistemas de resfriamento, já que a produção dos raios-X gera bastante calor.
Inclusive, a carcaça é um dos componentes que ajuda a reduzir a exposição do paciente à radiação, pois costuma ser forrada por chumbo.
Console de operação
O console de operação, ou painel de controle, é onde se seleciona os parâmetros de controle necessários para os feixes de raios-X gerarem a imagem.
Este componente é responsável por controlar o equipamento.
Nele, o técnico programa a corrente, a tensão e o tempo de exposição à radiação, que variam de acordo com o exame.
Grade
A grade, ou grade difusora, é um componente feito de chumbo que fica posicionado logo após o paciente.
Ela aumenta o contraste do tecido corporal, reduzindo a dispersão dos raios-X.
Isso faz com que as imagens fiquem mais nítidas, melhorando a qualidade dos exames.
Bucky mural
O bucky mural é o componente onde fica instalado o filme de raio-X na vertical – o nome é uma homenagem ao Dr. Gustave Bucky, que o inventou em 1913.

Ele movimenta e posiciona a grade de acordo com a necessidade do exame, evitando que as tiras de chumbo da grade fiquem expostas e interfiram nas imagens.
Filme radiográfico
O filme radiográfico é responsável por capturar os raios-X remanescentes, ou seja, aqueles que não foram absorvidos pelos ossos e tecidos do paciente.
Ele é composto por uma base plástica, uma camada de adesivo, uma emulsão em ambos os lados da base e uma camada protetora.
A base plástica, juntamente com a camada protetora, não interfere na imagem e o adesivo fixa a emulsão na base.
A parte mais importante é a emulsão, que envolve ambos os lados da base e interage com os fótons dos raios-X, formando assim a imagem do exame.

A exposição prolongada ou intensa aos raios-X pode causar danos à saúde
Quais são os principais exames de raio-X?
Como já expliquei, a radiografia é capaz de mostrar estruturas anatômicas em diversas partes do corpo.
Um dos exemplos mais comuns é o raio-X de um membro após um trauma, para confirmar fraturas e outras alterações.
Mas como você vai ver agora, existem diversos tipos de raio-X.
Raio-X do tórax
Uma área bastante examinada por meio da radiografia é o tórax, que reúne órgãos e estruturas vitais.
O raio-X de tórax pode identificar, por exemplo:
- Pneumonia — inflamação com infecção em um ou ambos os pulmões
- Cardiomegalia — hipertrofia, ou aumento, no tamanho do coração
- Pneumotórax — entrada de ar na membrana que envolve os pulmões.
Lembrando ainda o uso do raio-x do tórax com o padrão OIT em estratégias de saúde ocupacional.
Raio-X da coluna
Suspeitas de patologias como bico de papagaio, hérnia de disco e artrose podem ser investigadas com a ajuda do raio-X da coluna vertebral.
A hérnia de disco ocorre quando um disco vertebral sai do lugar, comprimindo outras áreas.
Bicos de papagaio resultam do crescimento de um osteófito (saliência no osso) de maneira anormal.
Já a artrose é o processo de degeneração das articulações.
Raio-X da face
Serve para verificar a anatomia dos ossos da face, identificando fissuras.
O raio-X da face também pode mostrar doenças como a sinusite, que é uma inflamação na mucosa dos seios da face.
Raio-X do abdômen
Embora gradualmente substituído por tomografias, o raio-X do abdome continua sendo útil.
O exame pode demonstrar problemas no sistema digestivo ou urinário, como pedras nos rins e obstrução intestinal.
Quais são os cuidados necessários com os equipamentos de raio-X?
O bom funcionamento dos equipamentos de radiografia exige medidas básicas de manutenção, controle e proteção contra a radiação.

No Brasil, o órgão responsável pelo registro e o acompanhamento desses aparelhos é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Para orientar profissionais e administradores de unidades de saúde que operam equipamentos de raio-X, a instituição publicou, em 2019, a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 330/2019.
A legislação estabelece os requisitos sanitários para a organização e o funcionamento de serviços de radiologia diagnóstica ou intervencionista.
Confira nos próximos dois tópicos alguns pontos de atenção referentes aos equipamentos.
Manutenção do aparelho de raio-X
Serviços de radiodiagnóstico devem implantar um programa de garantia de qualidade, incluindo a manutenção de equipamentos de raio-X e processadoras.
O documento também determina que instalações e seus equipamentos devem ser conservados nas condições exigidas, devendo as unidades proverem a manutenção periódica e preventiva.
Esse tipo de cuidado consiste na análise e na realização de pequenas correções com frequência, prevenindo acidentes e problemas mais sérios nos aparelhos.
Assim, as manutenções corretivas, que podem exigir paradas para conserto e troca de peças, são reduzidas.
Medidas de proteção
Profissionais de radiologia devem realizar ajustes na dose de radiação, de maneira que os pacientes sejam expostos o mínimo possível.
Além do uso de vestimentas de proteção, como aventais, óculos e protetores feitos de chumbo.
A partir de uma avaliação de risco, as unidades de saúde podem adotar outras medidas para proteger esses trabalhadores.
Evolução tecnológica nos equipamentos de raio-X
Funcionalidades que permitem ajustes na dose de radiação estão entre os principais avanços dessa tecnologia na medicina.
Bem como os aparelhos portáteis, que agregam mobilidade, ampliando o acesso ao exame.
Nas últimas décadas, versões digitais permitiram maior integração ao sistema PACS (Picture Archiving and Communication System), viabilizando o compartilhamento das imagens com qualidade e eficiência.
Nesse cenário, a equipe médica pode contar com a agilidade da telemedicina e laudo a distância.
Como funciona o laudo a distância no raio-X?
Você já descobriu que, na radiologia digital, as imagens geradas em pixels podem ser lidas pelo computador.
O que acontece a partir daí é que elas podem ser compartilhadas em uma plataforma de telemedicina, por meio do PACS.
Esse sistema armazena os dados de exames e informações clínicas do paciente de forma segura, na nuvem, sem a guarda física de arquivos no computador.
Dessa forma, um médico radiologista consegue visualizar as imagens a distância, a fim de fazer a interpretação do raio-X.
Como as imagens são digitais, os especialistas dispõem de recursos como aplicação de zoom e aumento de contraste, permitindo uma análise detalhada.

Após interpretar os registros, eles produzem um laudo a distância, que fica disponível na mesma plataforma.
Como reduzir custos com laudos de raio-X via telemedicina?
Se você já realiza exames de radiologia, sabe quanto custa manter um especialista na sua clínica ou hospital, não é mesmo?
Mas, com o apoio da Telemedicina Morsch, você pode reduzir os custos, pois vai contar com laudos online.
Assim, não será necessário contratar vários radiologistas para uma segunda opinião médica, cobertura de férias ou alta demanda por laudos.
A laudagem a distância também confere agilidade ao serviço, permitindo a disponibilização do laudo digital em minutos.
Conclusão
Neste artigo, falei sobre a importância do equipamento de raio-X, como funciona e que tipos de exame realiza.
Também mostrei como a telemedicina pode ajudar sua clínica, disponibilizando telelaudos de qualidade, com rapidez e custo reduzido.
Deixe que a Telemedicina Morsch dê esse suporte para o seu negócio.
Se você ainda tiver dúvidas sobre como funciona o equipamento de RX, entre em contato e aproveite para conhecer a nossa plataforma.
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