Importância e orientações básicas no posicionamento em radiologia
O posicionamento em radiologia é um dos fatores que interferem no resultado dos exames de raio X.
É preciso conhecer bem esse campo para gerar imagens de qualidade, que contribuam para diagnósticos corretos.
Por isso, posição e incidências são assuntos abordados com frequência durante a formação de médicos, enfermeiros e técnicos em radiologia.
Neste artigo, você vai conferir um guia com dicas certeiras para realizar boas radiografias.
Não deixe de ler até o fim, e verá também maneiras de ampliar as receitas da sua clínica médica com o raio X, a partir do suporte da telemedicina.
Posicionamento em radiologia: qual a importância?
Em algum momento da sua carreira médica, você já deve ter conduzido ou interpretado uma radiografia de tórax, joelho, seios da face ou qualquer outra parte do corpo. Ou várias delas, não é mesmo?
Isso porque, apesar de antigo, o exame de raio X apresenta várias vantagens, tanto para o paciente quanto para os profissionais de saúde.
Trata-se de um teste simples, indolor, rápido e com raras restrições e riscos.
Uma das poucas contraindicações é para as gestantes, a fim de evitar a exposição do feto à radiação ionizante.
Quando comparada a outros exames de diagnóstico por imagem, como tomografia e ressonância magnética, a radiografia também tem um custo baixo.
Ou seja, é uma forma relativamente barata e ágil para se obter imagens de partes internas do corpo humano.
No entanto, o aparelho de raio X tem algumas limitações, a exemplo da formação de imagens em apenas duas dimensões.
Como as estruturas anatômicas possuem três dimensões, é necessário colher registros em mais de uma posição, oferecendo imagens a partir de diferentes perspectivas.
Isso só é possível com um posicionamento radiológico adequado.
Além disso, colocar o paciente na posição correta implica em imagens com uma qualidade melhor, aumentando a acurácia do exame.
O que é posicionamento radiológico?
Posicionamento em radiologia pode ser definido como o estudo da posição do paciente para visualizar partes específicas do organismo durante um exame de raio X.
Essa área possui diferentes terminologias, que descrevem o posicionamento no qual o paciente deve permanecer enquanto se submete ao teste.
A radiografia ou exame de raio X é como uma fotografia interna do corpo, que produz imagens em preto, branco e tons de cinza.
A nitidez dos registros depende de fatores como o ângulo de observação, densidade e proximidade entre a estrutura e o aparelho de raio X.
Daí a relevância de conhecer as posições radiológicas, saber orientar e posicionar o paciente antes do início do exame.
Posições gerais do corpo
Posições gerais são aquelas mais comumente utilizadas para observar corpo humano.
Visando padronizar a análise e interpretação das imagens radiográficas, existe um consenso sobre a perspectiva adotada na hora de descrever os achados do exame.
A dica é pensar que o paciente se encontra na posição anatômica, e é observado de frente.
A posição anatômica se refere à pessoa de pé, com os braços esticados, pés retos, palmas das mãos viradas para frente e olhando para o horizonte.
Partindo desse posicionamento em radiologia, fica mais simples colocar o paciente na posição geral pedida pelo médico que solicitou o raio X.
Ortostatismo
A posição ortostática se refere ao paciente em pé e ereto.
Um exemplo desse posicionamento é a posição anatômica.
Decúbito Dorsal
Nessa posição, o paciente está deitado sobre o dorso, ou seja, com a barriga para cima.
As palavras dorso e dorsal têm origem a partir de um corte padrão específico da radiologia, chamado plano médio coronal – uma linha que divide o corpo em parte anterior e posterior.
A parte anterior é a frente, enquanto a posterior é a parte de trás.
Decúbito Ventral
É a posição contrária ao decúbito dorsal, com o paciente deitado sobre o abdômen.
Decúbito Lateral
Descreve que o paciente está deitado sobre um dos lados do corpo, seja o direito ou esquerdo.
Fowler
Para este posicionamento, a mesa do aparelho de raio X deve estar inclinada.
Então, o paciente se deita de barriga para cima (em decúbito dorsal), com a cabeça mais alta que os pés.
Posição de SIM
Equivale a um semidecúbito ventral, ou seja, o paciente está deitado parcialmente sobre o abdômen.
Litotomia
Faz menção à posição utilizada para exames ginecológicos.
O paciente se deita com o abdômen para cima (em decúbito dorsal) e apoia as pernas no suporte do equipamento, de maneira que fiquem bem afastadas.
Trendelenburg
Assim como no Fowler, será necessário inclinar bem a mesa do equipamento de raio X.
Em seguida, o paciente se deita em decúbito dorsal, com a cabeça mais baixa que os pés.
O que significa incidência na radiologia?
Na radiologia, a incidência revela a trajetória ou direção do raio central emitido pelo equipamento.
Para esse conceito ficar mais claro, é importante compreender como funciona o aparelho de raio X.
Ele possui um tubo formado por filamentos, cátodo, ânodo, rolamentos do motor e outros itens.
Quando o dispositivo é ligado, esses componentes trabalham para produzir radiação ionizante capaz de atravessar o corpo humano e ser transformada em imagens.
Assim, um feixe de raios X é disparado na direção para a qual o tubo aponta, enquanto outras partículas geradas durante o processo são reabsorvidas pelo equipamento.
A direção e ângulo do feixe são indicadas pela incidência, que orienta por onde a radiação entra e por onde ela sai.
Ao atravessar a área do corpo examinada, parte do feixe de raios X é absorvida pelas estruturas anatômicas.
Por fim, as partículas não absorvidas se chocam com uma placa sensível a elas, presente na mesa do equipamento de raio X.
Dependendo da posição radiológica, essa placa estará embaixo ou atrás do paciente.
Quanto mais partículas atravessarem a estrutura anatômica, mais escura será a imagem.
Órgãos, por exemplo, são menos densos, deixando passar grande parte da radiação ionizante, que se choca com a placa e queima o material fotossensível.
É por isso que aparecem escuros nas imagens radiográficas.
Já os tecidos mais densos e duros, como os ossos, absorvem a maior parte dos raios X e aparecem claros nas imagens.
Tipos de Incidência no posicionamento em radiologia
Como citei nos tópicos acima, o fato de as radiografias retratarem as estruturas anatômicas em apenas duas dimensões limita um exame mais detalhado.
Para superar essa dificuldade, cientistas e estudiosos da área testaram e elegeram alguns tipos de incidência padrão, que auxiliam a observação da maioria das patologias e anormalidades.
A combinação entre diversas modalidades de incidência pode ter um resultado excelente, formando uma visão ampla de órgãos e tecidos do corpo.
No entanto, o ideal é restringir a quantidade de radiografias ao pedido do médico solicitante, a fim de não expor o paciente a uma quantidade elevada de radiação ionizante.
Pequenas doses ocasionais de radiação não são prejudiciais, porém, ao serem acumuladas pelo organismo, podem causar danos à saúde.
Entidades como o Instituto Nacional do Câncer alertam que a radiação ionizante utilizada nos aparelhos de raio X tem energia suficiente para penetrar células humanas, modificar o DNA e até provocar câncer.
Para evitar esses efeitos, o Brasil e outros países que integram a Organização Mundial da Saúde utilizam boas práticas disseminadas pela OMS, como a redução nos níveis de exposição de pacientes e profissionais do segmento radiológico.
Seguindo essas práticas, os benefícios do exame de raio X são bem superiores aos riscos.
Em geral, um pedido de radiografia contém pelo menos uma das cinco incidências a seguir.
Incidência póstero-anterior (PA)
Indica que o feixe de raios X deve entrar pela parte posterior e sair pela anterior.
Como a face próxima à placa do equipamento de raio X aparece mais nítida nas imagens, essa incidência é recomendada para observar a porção anterior da área examinada.
Incidência ântero-posterior (AP)
Ao contrário da PA, essa incidência mostra que a radiação penetra o organismo pela parte anterior e sai pela posterior.
Indicada para estudo da porção posterior das estruturas anatômicas.
Incidências oblíquas AP ou PA para realizar rx
Privilegiam a visão de um dos lados da porção anterior ou posterior do corpo, mencionado no pedido do exame.
Se foi pedida incidência oblíqua posterior esquerda (OPA), por exemplo, a face posterior esquerda deve ser posicionada mais próxima da chapa sensível do aparelho de raio X.
Incidência médio-lateral
Descreve uma trajetória em que o feixe de raios X entra pela face medial (ponto médio) da parte examinada, e sai pela face lateral.
Incidência látero-medial no posicionamento radiológico
O raio central entra pela face lateral e sai pela medial.
Essa incidência também é conhecida como lateral.
A qualidade da imagem radiológica, o posicionamento em radiologia e sua influência no diagnóstico e laudo médico
Junto a fatores técnicos, como tempo de exposição e contraste, o posicionamento em radiologia adequado do paciente contribui para imagens radiográficas de melhor qualidade.
Isso porque, como mencionei antes, a nitidez depende de uma proximidade maior entre paciente e a placa sensível do equipamento de raio X.
Um posicionamento equivocado pode levar o paciente a se mover durante o exame, gerando imagens borradas ou distorcidas, de difícil visualização e análise.
O resultado são impactos negativos tanto para o paciente, que precisará passar por um novo teste e se expor à radiação ionizante, quanto para o serviço médico.
No caso da clínica, hospital ou consultório, erros frequentes quanto às posições e incidências pedidas podem levar ao aumento nas filas de exames e exigir mais investimentos para que sejam feitos novamente.
Registros com baixa nitidez, borrados ou distorcidos podem culminar em erros no diagnóstico, incluindo falso-positivos e falso-negativos, produzidos por imagens sobrepostas e pouco distinguíveis.
Nesse cenário, diagnósticos precoces tendem a ser os mais prejudicados, pois dependem da visualização de pequenas estruturas.
O câncer de mama, por exemplo, pode dar os primeiros sinais através de nódulos ou microcalcificações quase indetectáveis.
Mesmo que seja utilizado um mamógrafo digital, com tecnologia de ponta capaz de elevar a acurácia da radiografia das mamas, imagens de baixa qualidade podem impedir que o especialista interprete os registros corretamente.
Laudo a distância para exames radiológicos
Comuns e extremamente úteis, os exames radiológicos podem se beneficiar do serviço de laudos médicos a distância, viabilizado pelas empresas de telemedicina.
Essa solução vem se popularizando entre unidades de saúde por todo o país, pois agrega agilidade e aumenta as receitas desses estabelecimentos.
Conforme exigências do Ministério da Saúde e Conselho Federal de Medicina, radiografias simples podem ser feitas por técnicos em radiologia.
No entanto, só podem ser laudadas por especialistas na área em que o exame foi feito, o que implica em manter diversos profissionais qualificados nas clínicas e hospitais.
Porém, os custos de contratação, salário e benefícios para especialistas são altos.
Contratando uma empresa de telemedicina, ela disponibiliza os especialistas necessários para laudar diversos tipos de radiografia, além de outros exames radiológicos, como tomografia e ressonância magnética.
Assim, essas unidades de saúde economizam, sem deixar de lado a qualidade dos laudos.
Já a agilidade proporcionada pelo serviço vem da rapidez e simplicidade no processo.
Primeiro, um técnico em radiologia realiza o exame com um equipamento de raio X digital, mamógrafo ou tomógrafo digital.
Esse aparelho converte os dados coletados em imagens digitais, compostas por pixels.
Em seguida, o técnico as compartilha via plataforma de telemedicina, que é acessada por especialistas mediante login e senha.
Os especialistas da empresa de telemedicina avaliam as imagens radiográficas sob a luz da suspeita clínica e histórico do paciente, emitem e assinam digitalmente o laudo médico.
Então, após minutos, o documento fica disponível na mesma plataforma.
Graças à combinação entre estrutura de ponta e especialistas dedicados aos laudos, a Telemedicina Morsch entrega pedidos urgentes em tempo real, permitindo diagnósticos assertivos e a escolha do tratamento mais adequado.
Conclusão
Reuni, neste texto, orientações para um melhor posicionamento em radiologia, culminando em imagens de qualidade.
Também comentei as vantagens do serviço de laudos a distância para ampliar o portfólio de exames e os ganhos na sua clínica ou hospital.
Conte com a parceria e expertise da Telemedicina Morsch nesse processo.
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Referências Bibliográficas
Comunicação dos riscos da radiação em imagiologia pediátrica – Organização Mundial da Saúde.
FURQUIM, Tânia Aparecida Correia. Imagem Radiológica. Escolas Técnicas do SUS (ETSUS).
HAMANN, João. Veja quais são os fatores que influenciam na qualidade da imagem radiográfica – Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia. 2015.