Classificação de Bosniak: o que é, categorias e como aplicar

A criação da classificação de Bosniak permitiu maior eficácia diagnóstica e terapêutica em relação aos cistos renais.
Isso porque as categorias viabilizaram a padronização na identificação dessas lesões.
Dessa forma, apoiam também a adoção do seguimento adequado para maior segurança do paciente.
Nas próximas linhas, apresento conceito, finalidade e categorias dessa classificação, além das vantagens de contar com o telediagnóstico para exames de imagem.
Continue lendo para dominar o assunto.

O que é classificação de Bosniak?
Classificação de Bosniak é uma ferramenta de categorização de cistos renais.
Esse sistema foi desenvolvido em 1986 pelo médico Morton A. Bosniak, com base em critérios de imagem da tomografia computadorizada (TC).
Mais recentemente também vem sendo aplicado para descrever lesões em imagens da ressonância magnética.
Para que serve a classificação de Bosniak?
A classificação de Bosniak diferencia cistos simples e cistos complexos.
Segundo explica o ensaio “Classificação de Bosniak das lesões císticas renais segundo achados na tomografia computadorizada multidetectores”:

“Os cistos renais são de fácil identificação diagnóstica pelos métodos de imagem, não necessitando, muitas vezes, de recursos histopatológicos. Entretanto, cistos renais complexos ou com componentes sólidos podem ser evidenciados, necessitando de maior detalhamento em sua caracterização para permitir a determinação de diagnósticos diferenciais, e, consequentemente, da conduta terapêutica e avaliação prognóstica correspondentes.”
Nesse contexto, a ferramenta desenvolvida por Bosniak oferece critérios para classificação dos cistos por ordem crescente de malignidade.
O que viabiliza a rápida identificação dos cistos simples – que possuem forma redonda e regular, com paredes finais, e são preenchidos por líquido homogêneo.
Essas lesões são benignas, sem chance de se tornarem malignas.
Já quando há massas irregulares, com septos e/ou calcificações em seu interior, trata-se de cisto complexo, que pode, ou não, ser maligno.

A classificação de Bosniak diferencia cistos simples e cistos complexos
Categorias da classificação de Bosniak
A classificação é formada por cinco categorias distintas, sobre as quais discorro a seguir:
Categoria I
Aqui são enquadrados os cistos renais simples.
Suas principais características são:
- Conteúdo homogêneo com atenuação de líquido (0–20 UH)
- Contorno regular
- Parede fina
- Ausência de septações, calcificações ou realce após a administração intravenosa do meio de contraste.
Eles representam a maioria das lesões renais detectadas por métodos de diagnóstico por imagem.
Categoria II
Reúne as lesões classificadas como cisto minimamente complicado.

Elas podem apresentar aspectos como:
- Finas septações com espessura inferior a 1 mm
- Pequenas calcificações (1–2 mm) lineares parietais ou septais.
Cistos hiperdensos medindo até 3,0 cm também se enquadram neste grupo, desde que as margens sejam bem definidas e não haja realce nas imagens.
Categoria IIF
Esse grupo foi adicionado apenas em 1993, com o objetivo de apontar cistos minimamente complicados mais complexos que os de categoria II, embora não tenham características suficientes para o enquadramento na categoria III.
Assim, a categoria IIF engloba lesões com aspectos como:
- Podem apresentar múltiplos septos finos ou levemente espessados
- Paredes minimamente espessadas e contorno regular
- Realce pós-contraste venoso, porém, sem realce do conteúdo cístico
- Podem conter calcificações nodulares, espessas e com contornos irregulares
- Aumento de volume com o tempo, sem indicar malignidade.
Veja, portanto, que se trata de uma categoria intermediária.
Categoria III
Aqui, são reunidas as lesões renais indeterminadas, com risco significativo de malignidade.
Elas apresentam aspectos como espessamento parietal, septações espessas e irregulares realçadas pelo meio de contraste intravenoso, com ou sem calcificações, além de calcificações grosseiras.
Podem ser:
- Cistos multiloculares (que possuem paredes com fibrose linear)
- Cistos hemorrágicos ou infectados
- Nefroma cístico multilocular (contendo células de blastema)
- Carcinoma cístico de células renais.
Por fim, temos mais uma categoria, a IV.
Categoria IV
A última classificação reúne as neoplasias císticas.
Geralmente, possuem características de imagem semelhantes às da categoria III, como espessamento parietal ou septal grosseiro e nodular, junto a componentes sólidos que apresentam realce pós-contraste, adjacentes à parede da lesão ou dos septos.
Como aplicar a classificação de Bosniak?
Para utilizar a ferramenta, é necessário realizar a tomografia com contraste, uma vez que parte dos critérios considera detalhes das imagens sob o efeito desse composto.
Uma vez classificado o cisto renal, cabe ao urologista dar o seguimento adequado, considerando as chances de malignidade, de acordo com as orientações da classificação de Bosniak.
São elas:
- Lesões das categorias I e II são tipicamente benignas, e não requerem qualquer intervenção
- Lesões da categoria IIF são prioritariamente benignas, contudo, suas características devem motivar um follow-up (daí o “F”) ou seguimento com novas avaliações após 6 meses e anualmente, a fim de verificar possíveis mudanças morfológicas
- Lesões das categorias III e IV são provavelmente malignas, e devem ser tratadas por meio de cirurgia, com exceção de casos específicos em que o procedimento apresente maior risco que benefício ao paciente.
A seguir, entenda como a telemedicina qualifica a interpretação de exames de imagem.

A ferramenta desenvolvida por Bosniak oferece critérios para classificação dos cistos por ordem crescente
Vantagens do laudo eletrônico para exames de imagem
O uso da classificação de Bosniak e outras ferramentas importantes para confirmar uma hipótese diagnóstica exige conhecimentos profundos sobre a anatomia e funcionalidade dos rins.
Bem como das propriedades das imagens geradas pela tomografia pélvica, que devem ser interpretadas por um radiologista qualificado.
Mas nem sempre há especialistas in loco em quantidade suficiente para atender à demanda pelo laudo médico, o que pode atrasar o diagnóstico e seguimento recomendados.
Nesse cenário, dá para contar com a agilidade da telemedicina e laudo a distância para diminuir a espera pelos resultados de exames.
Basta compartilhar as imagens da TC e outros exames de imagem via plataforma de telemedicina para que sejam interpretadas e tenham os resultados entregues em minutos.

Sistemas robustos como a Telemedicina Morsch têm funcionamento ininterrupto, realizando o telediagnóstico 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Casos urgentes são avaliados em tempo real, através da videoconferência, para apoiar decisões certeiras da equipe médica local.
Também é possível discutir casos complexos via teleinterconsulta, ou esclarecer dúvidas amplas de saúde via teleconsultoria.
Além de acompanhar o paciente por meio da ferramenta de teleconsulta, que dispensa deslocamentos desnecessários.
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Conclusão
Abordei, ao longo do artigo, as categorias, importância e aplicações da classificação de Bosniak.
Se o texto ajudou a ampliar seus conhecimentos, não deixe de compartilhar com sua rede de contatos!
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