Taquicardia: o que é, causas, como identificar e possíveis tratamentos
A taquicardia ou taquiarritmia pode ter diversos significados.
Muitas vezes, trata-se de uma resposta a estímulos capazes de acelerar a frequência cardíaca (FC) normal de forma passageira.
Enquanto outros quadros remetem a doenças cardiovasculares e eventos potencialmente fatais, como o infarto agudo do miocárdio (IAM).
Daí a importância de que não apenas cardiologistas, mas profissionais de diferentes áreas da medicina entendam sobre as causas, riscos e qual a conduta médica em casos de taquicardia.
Falo sobre esses e outros pontos ao longo deste artigo, incluindo como otimizar o diagnóstico usando a telemedicina.
O que é taquicardia?
Taquicardia é uma arritmia de padrão rápido.
Ou seja, uma condição em que o coração bate mais rápido que o normal.
Num adulto saudável, ela pode ser observada quando a FC supera os 100 bpm em repouso, interrompendo o ritmo sinusal ou normal.
Como vamos ver ainda neste texto, a taquicardia pode ser causada por estresse, ansiedade, febre, exercício físico, consumo excessivo de cafeína ou álcool, e também pode estar relacionada a problemas cardíacos.
Embora nem sempre seja grave, a taquicardia prolongada pode sobrecarregar o coração e exigir tratamento médico.
Qual a diferença entre arritmia e taquicardia?
Mencionei acima que a taquicardia é um tipo de arritmia.
Segundo o documento III Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Análise e Emissão de Laudos Eletrocardiográficos, a arritmia cardíaca é uma: “Alteração da frequência, formação e/ou condução do impulso elétrico através do miocárdio”.
No entanto, nem sempre essa alteração acelera os batimentos, pois existem bradicardia e taquicardia.
Caso a FC fique abaixo de 50 bpm num adulto saudável em repouso, trata-se de bradiarritmia.
Ou seja: toda taquicardia é arritmia, mas nem toda arritmia é taquicardia.
Quais os sintomas da taquicardia?
Há casos em que a taquicardia é assintomática, diagnosticada por meio do checkup cardiológico, por exemplo.
Em outras vezes, o paciente percebe manifestações clínicas concomitantes ao aumento da FC, sendo as mais comuns:
- Palpitação
- Sudorese
- Dor no peito
- Falta de ar
- Tontura
- Síncope
- Confusão mental.
A seguir, falo mais sobre as causas da condição.
O que causa taquicardia?
Esta condição pode ter diversas causas, inclusive fatores externos, como o consumo de estimulantes (a exemplo da cafeína), emoções fortes, consumo de álcool e esforço físico.
Geralmente, esse cenário é relacionado à taquicardia sinusal, que tem efeito passageiro, desaparecendo espontaneamente.
Contudo, há uma série de doenças capazes de desencadear taquiarritmias, tais como:
- Aterosclerose ou doença arterial coronariana (DAC)
- Cardiomiopatias
- Insuficiência cardíaca
- Hipertensão arterial sistêmica (HAS)
- Infarto agudo do miocárdio
- Hipertireoidismo
- Tromboembolismo pulmonar
- Infecções
- Anomalias cardíacas congênitas.
Se você desconfia da condição, veja na sequência quando procurar um médico.
Como saber se estou com taquicardia?
Nos casos em que há palpitação, o paciente é capaz de perceber o coração acelerado.
Entretanto, é preciso passar por avaliação cardiológica para receber o diagnóstico correto, confirmando que se trata de taquicardia.
O exame padrão nesses casos é o eletrocardiograma, que utiliza eletrodos conectados a um monitor para avaliar a atividade elétrica do miocárdio.
Se houver dificuldade para identificar a taquicardia, o médico pode recorrer também a variações do ECG, como o holter ou eletrocardiograma de longa duração.
Esse exame estende os registros dos batimentos cardíacos por 24 horas ou até 7 dias, permitindo detectar arritmias silenciosas ou esporádicas e relacioná-las a sintomas.
Certos quadros podem ter indicação para o teste ergométrico, um ECG dinâmico que coleta dados do ritmo cardíaco durante esforço físico (corrida em esteira ou pedalada em bicicleta).
Ou ainda para o ecocardiograma (ultrassonografia do coração), que oferece detalhes sobre as cavidades e paredes cardíacas.
Taquicardia pode matar?
Sim, a taquicardia é fatal em alguns casos.
Um exemplo é a fibrilação ventricular ou taquiarritmias que evoluem para esse quadro, que aumenta o risco de parada cardiorrespiratória e morte.
Tipos de taquicardia
Existem diferentes classificações para as taquicardias, que incluem maior ou menor detalhamento.
Para simplificar, falo sobre os principais grupos abaixo:
- Taquicardia sinusal: corresponde a frequências superiores a 100 bpm, por vezes sem relação com patologias
- Taquicardia atrial: o ritmo atrial é originado no nó sinusal, caracterizado pela presença de onda P distinta da sinusal com frequência atrial superior a 100 bpm. É comum a ocorrência de condução AV variável
- Taquicardia ventricular: caracterizada por FC maior ou igual a 120 bpm em pelo menos três batimentos consecutivos, esse padrão rápido surge nos ventrículos (câmaras cardíacas inferiores). A TV pode ser subdividida em monomórfica, polimórfica, sustentada e não sustentada.
Na sequência, abordo as possibilidades de tratamento da condição.
Como tratar a taquicardia?
A abordagem terapêutica deve considerar o tipo de taquiarritmia.
Cardioversão elétrica e injeção de adenosina são alternativas para reduzir o ritmo cardíaco nas urgências e emergências.
É comum a prescrição de medicamentos antiarrítmicos (a exemplo de betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio) para normalizar a FC posteriormente, prevenindo novas crises e complicações.
Outro tratamento para arritmia de padrão rápido é a ablação por cateter de radiofrequência, uma técnica minimamente invasiva que destrói áreas doentes, muitas vezes, acabando com a taquicardia.
Nos casos relacionados ao consumo exacerbado de estimulantes como a cafeína, é possível realizar o tratamento a partir da redução ou restrição a esses itens.
O mesmo raciocínio se aplica a quadros ligados ao estresse ou a esforços físicos intensos, que exigem a adoção de novos hábitos e monitoramento junto ao cardiologista.
Diagnóstico de taquicardia com telemedicina
O diagnóstico dessa condição requer os conhecimentos de um cardiologista especializado, que possa interpretar o ECG e demais exames complementares necessários.
Porém, nem sempre há especialistas disponíveis para atender rapidamente a todas as suspeitas de patologia, o que acaba atrasando a confirmação da hipótese diagnóstica.
E, por consequência, o tratamento, colocando a saúde do paciente em risco.
A boa notícia é que dá para agilizar a emissão de laudos utilizando o telediagnóstico.
Basta realizar o exame cardiológico normalmente e, em seguida, fazer login na plataforma de telemedicina para compartilhar os gráficos gerados.
Assim que estiverem disponíveis, um cardiologista online fará sua avaliação sob a luz da suspeita clínica e histórico do paciente.
Ele compõe o laudo online, assinado digitalmente.
Dessa forma, o documento é liberado em minutos ou imediatamente, em caso de urgências.
Sistemas completos como o da Telemedicina Morsch ainda oferecem:
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Conclusão
A correta avaliação da taquicardia é fundamental para dar o seguimento adequado, evitando eventos graves e fatais.
Ao final deste artigo, espero ter esclarecido os principais pontos de atenção nesses casos.
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