Isquemia miocárdica: o que é, sintomas, causas, diagnóstico e tratamento

Por Dr. José Aldair Morsch, 19 de novembro de 2024
Isquemia miocárdica

A isquemia miocárdica requer acompanhamento junto ao cardiologista para prevenir o infarto e outras complicações.

Isso porque a doença provoca o comprometimento das artérias que irrigam o coração (miocárdio), resultando na diminuição do fluxo sanguíneo para esse órgão vital.

Se nada for feito, ela pode evoluir para o bloqueio dos vasos sanguíneos e a morte das células cardíacas, comprometendo o funcionamento do músculo cardíaco.

Neste artigo, você vai ficar por dentro dos sintomas, causas e diagnóstico da isquemia cardíaca, além de serviços de telemedicina que apoiam os cuidados de saúde.

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O que é isquemia miocárdica?

Isquemia miocárdica é a redução do fluxo sanguíneo direcionado ao coração – chamado, em linguagem médica, de miocárdio ou músculo cardíaco.

Essa condição decorre de obstruções nas artérias coronárias, que são os vasos sanguíneos responsáveis por levar sangue rico em oxigênio até o coração.

Por isso, a doença resulta em menor aporte de oxigênio e nutrientes ao órgão.

Em consequência, as células cardíacas não recebem a nutrição necessária para garantir um bom desempenho, tendo seu funcionamento prejudicado.

A isquemia miocárdica pode causar dor no peito (angina), arritmias ou até mesmo infarto do miocárdio se não for tratada adequadamente.

Tipos de isquemia miocárdica

A doença cardíaca isquêmica pode ser classificada de acordo com a presença de sintomas e sua duração, além da gravidade dos eventos.

Conheça os 4 principais tipos a seguir:

Isquemia miocárdica silenciosa

Esse é o nome dado aos casos assintomáticos de isquemia cardíaca que, como informa este estudo, podem ser tão graves quanto os sintomáticos.

Geralmente, eles só são descobertos após a realização do checkup cardiológico, que mostra resultados de exames alterados, pedindo uma investigação aprofundada em relação à causa.

Isquemia do miocárdio

A doença cardíaca isquêmica pode ser classificada de acordo com a presença de sintomas e sua duração

Isquemia transitória

Também chamada angina estável, se refere a casos crônicos e sintomáticos, mas passageiros.

Assim como as demais modalidades de isquemia miocárdica, eles requerem tratamento.

Gatilhos como fortes emoções, esforço físico ou refeições pesadas desencadeiam sintomas como a dor no peito, que desaparecem espontaneamente após alguns minutos de repouso.

Angina instável

Esse grupo reúne os casos sintomáticos e crônicos que se manifestam com frequência e sem motivo aparente.

Diferentemente da angina estável, a instável tende a durar mais de 20 minutos e exige assistência médica imediata para evitar que evolua para o infarto.

Infarto agudo do miocárdio (IAM)

Essa é uma emergência médica provocada pelo bloqueio total de uma artéria coronária, levando à interrupção na nutrição celular e morte de células do coração (necrose).

Costuma ser caracterizada pela dor de infarto, sentida como um aperto ou opressão no peito, na área central ou mais para o lado esquerdo, intenso e prolongado, que se estende por mais de 20 minutos.

O IAM pode ter origem em uma angina ou ocorrer de forma abrupta.

Quais os sintomas da isquemia miocárdica?

Mencionei, acima, que a isquemia pode não apresentar sintomas, sendo identificada apenas ao realizar exames de rotina.

Mas existem casos sintomáticos, chamados de angina e infarto, que podem se manifestar através de:

A seguir, comento sobre as causas.

Causas da isquemia miocárdica

Entre as causas mais comuns, vale citar:

  • Aterosclerose: processo de enrijecimento das artérias e depósito de placas de ateroma em seu interior de forma progressiva, criando barreiras ao fluxo sanguíneo
  • Embolia coronariana: ocorre quando um corpo estranho (êmbolo), geralmente, um coágulo, viaja até uma das artérias que irrigam o coração, prejudicando a passagem do sangue
  • Espasmo ou estenose (estreitamento) de artéria coronária
  • Diabetes
  • Hipertireoidismo grave
  • Lúpus
  • Sífilis
  • Anfetaminas, cocaína e outras drogas.

No próximo tópico, esclareço se a isquemia miocárdica tem tratamento.

Qual o tratamento para isquemia miocárdica?

A abordagem terapêutica costuma combinar mudanças no estilo de vida a medicamentos e/ou cirurgia.

Casos leves podem ser tratados focando em alterações como a redução do colesterol, dieta nutritiva e exercícios físicos regulares, sugeridos e com acompanhamento do cardiologista.

Também é indicado o controle de doenças que agravam a isquemia, como hipertensão arterial, colesterol alto, apneia obstrutiva do sono e diabetes.

Cabe ao médico prescrever remédios como antiagregantes plaquetários, betabloqueadores e nitratos, quando necessário.

Ou recomendar o tratamento cirúrgico via ponto de safena, angioplastia, etc.

Isquemia do coração

A isquemia pode não apresentar sintomas, sendo identificada apenas ao realizar exames de rotina

Como é feito o diagnóstico da isquemia miocárdica?

A avaliação dos sintomas, histórico do paciente e exame físico apoia a suspeita clínica de isquemia miocárdica.

No entanto, são necessários exames complementares para confirmar essa suspeita, tais como:

  • Eletrocardiograma: o ECG emprega eletrodos e um monitor para analisar a atividade elétrica cardíaca com agilidade
  • Teste ergométrico: é um ECG sob esforço físico que revela o comportamento cardíaco sob estresse
  • Ecocardiograma: ultrassonografia do coração, utilizada para avaliar imagens em tempo real, fornecendo detalhes anatômicos e funcionais
  • Cintilografia do coração: exame de medicina nuclear que permite o estudo detalhado do fluxo sanguíneo cardíaco, evidenciando obstruções nas artérias
  • Angiografia coronária: conhecida também como cateterismo, utiliza um tubo fino e contraste para mostrar o interior das artérias, capturado por imagens de raio-X.

A solicitação de exames pelo médico depende da hipótese diagnóstica.

Se houver suspeita de isquemia transitória ou angina estável, por exemplo, ele poderá pedir um ECG de esforço.

Isso porque o laudo do teste ergométrico pode descrever um teste sugestivo de isquemia miocárdica ao esforço realizado, confirmando a hipótese.

Ou informar um teste não sugestivo de isquemia miocárdica ao esforço realizado.

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Conclusão

Espero ter tirado suas dúvidas sobre a isquemia miocárdica.

Apesar de não ter cura definitiva, os sintomas melhoram com o tratamento correto.

Portanto, ao menor sinal de problemas cardíacos, marque uma consulta com cardiologista!

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin