Cintilografia do coração: como é feito o exame e principais indicações

Por Dr. José Aldair Morsch, 21 de junho de 2022
Cintilografia do coração

Cintilografia do coração é um exame importante na detecção de doenças como isquemia e fibrose das células do miocárdio.

Isso porque ela oferece imagens que viabilizam a avaliação do fluxo sanguíneo, a fim de identificar qualquer anormalidade.

E possibilitar a abordagem terapêutica mais adequada a cada caso, melhorando o prognóstico do paciente.

Neste artigo, vou esmiuçar o procedimento, mostrando como ele funciona e em quais situações é indicado.

Também apresento um bônus para otimizar a interpretação de exames cardiológicos com a telemedicina.

Cintilografia do coração: o que é?

Cintilografia do coração é um exame de imagem que emprega radiação para avaliar o fluxo sanguíneo do músculo cardíaco.

O exame é especialmente sensível na detecção de anomalias nas artérias coronárias, que são responsáveis pela irrigação do miocárdio.

Por isso, a cintilografia tem um importante papel no diagnóstico de doenças cardiovasculares.

Ela faz parte do campo de medicina nuclear, que usa substâncias radioativas com finalidade diagnóstica e terapêutica.

Tanto que a pequena dose de radiação utilizada no procedimento está presente em radiofármacos administrados em momentos específicos da cintilografia.

Ao serem absorvidos na área do miocárdio, há emissão de radiação gama, resultando na cintilação presente nas imagens do exame.

Daí o nome cintilografia.

Para que serve a cintilografia do coração

Basicamente, a cintilografia do coração serve para diagnosticar e monitorar diferentes doenças que comprometem o funcionamento do aparelho cardiovascular.

Utilizando uma metodologia de análise fisiológica, o exame permite a observação do órgão em duas fases distintas: em repouso e sob estresse.

As imagens coletadas durante essas etapas evidenciam o comprometimento de partes das artérias e/ou células cardíacas, viabilizando o diagnóstico precoce.

Nesse cenário, a cintilografia possibilita a indicação de tratamentos como o cateterismo antes mesmo que o paciente manifeste sintomas.

Ela fornece um registro completo, capaz de revelar obstruções e outros problemas dos vasos sanguíneos, decorrentes de patologias como a doença arterial coronariana (DAC).

Para se ter uma ideia da importância de detectar essas condições precocemente, vale lembrar que as doenças cardíacas isquêmicas estão entre as maiores causas de morte no Brasil.

Segundo o relatório GBD (Global Burden of Diseases, Injuries, and Risk Factors Study), publicado no periódico The Lancet, só em 2019 o país registrou 171 mil óbitos decorrentes dessas patologias.

Veja a seguir outras situações em que a cintilografia do miocárdio está indicada.

Principais indicações

Como adiantei acima, o diferencial da cintilografia em relação a outros métodos de diagnóstico está na abordagem preventiva, capaz de evitar complicações cardiovasculares.

Portanto, o procedimento é recomendado para pessoas que pertençam a grupos de risco, como diabéticos e hipertensos.

A cintilografia do coração também é útil no aprofundamento de investigações através de exames mais simples, a exemplo do eletrocardiograma.

Oferecendo dados complementares sobre o fluxo sanguíneo nas artérias coronárias, o exame de medicina nuclear dá maior embasamento e esclarece dúvidas a respeito do diagnóstico.

Abaixo, listo as principais condições que motivam a indicação de cintilografia do miocárdio:

  • Avaliação pós-infarto para verificar os danos
  • Histórico de doenças cardiovasculares
  • Paciente que apresenta fatores de risco como obesidade ou sobrepeso, diabetes, hipertensão, tabagismo, níveis de colesterol elevado (hipercolesterolemia), idade avançada
  • Diante de sintomas típicos como dor precordial, palpitações, formigamento
  • Se houver necessidade de informações complementares após a realização de exames cardíacos como ECG, teste ergométrico, holter de ECG, tomografia cardiovascular e ressonância do coração.
Cintilografia cardíaca

Exame mostra imagens claras e uniformes. Foto: Atualização da Diretriz Brasileira de Cardiologia Nuclear – 2020

Como é feito o exame de cintilografia do coração

A cintilografia cardíaca se divide em duas fases, com duração total entre quatro e seis horas.

Antes de qualquer coisa, é feita uma punção para a administração do radiofármaco por via intravenosa, a fim de dar tempo para que a substância alcance as artérias coronárias.

Em seguida, vem a fase de repouso que, como o nome sugere, é feita com o paciente sentado ou deitado sobre a maca.

Ele deve permanecer imóvel durante um período de 30 a 60 minutos, viabilizando o registro de imagens, realizado por um aparelho chamado gama câmara.

Assim que houver informações suficientes sobre o fluxo sanguíneo em repouso, o médico segue para a etapa de estresse da cintilografia.

O mais comum é que ela seja feita enquanto o paciente realiza um teste ergométrico, evidenciando o comportamento do coração e artérias durante esforço físico.

Contudo, certos casos se beneficiam da indução por meio de estresse farmacológico, ou seja, utilizando dipiridamol ou dobutamina para elevar o volume de sangue nas artérias.

O que a cintilografia cardíaca pode revelar?

Patologias isquêmicas, que diminuem ou impedem a irrigação de partes do coração, ganham destaque nas imagens da cintilografia miocárdica.

Assim, o exame tem importância para o diagnóstico e monitoramento de aterosclerose, mostrando detalhes sobre as áreas prejudicadas pela carência de sangue.

Infarto e tecidos necrosados também ficam evidentes através de trechos azulados e escuros.

Imagens mais claras e uniformes sinalizam tecidos saudáveis.

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Conclusão

A cintilografia do coração possibilita o esclarecimento de dúvidas e o diagnóstico precoce de patologias cardiovasculares.

Usando esse método diagnóstico, sua equipe pode evitar eventos graves como o infarto do miocárdio e até salvar vidas.

Espero ter contribuído com os seus conhecimentos sobre o tema ao longo deste artigo.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin