Absenteísmo: como controlar e reduzir com foco na saúde ocupacional
O absenteísmo é um daqueles problemas silenciosos que, no longo prazo, podem gerar grandes prejuízos para uma empresa.
Estima-se que 5% dos colaboradores do setor de serviços, entre os quais estão os hospitais, faltem por dia nas empresas brasileiras.
Pode não parecer muito, mas, se somarmos essas faltas diárias em um mês, certamente o prejuízo será grande – imagine o quanto não se perde em um ano?
Assim, é de extrema importância que as empresas de todos os setores saibam identificar as causas do absenteísmo em seus quadros para tomar as medidas necessárias.
Neste artigo, vou falar mais sobre o assunto, mostrando como é possível agir estrategicamente para tentar resolver (ou, no mínimo, mitigar) a situação.
O que é absenteísmo?
O termo absenteísmo deriva da palavra absentismo, que era usada antigamente para se referir a pessoas que saíam do campo para viver na cidade.
Por sua vez, ela tem como raiz a palavra latina absens, cujo significado é ausência, estar fora ou afastado.
Dessa forma, absenteísmo vem a ser a ausência do colaborador no seu posto de trabalho, independentemente da justificativa.
Em razão dos impactos que a ausência da força de trabalho gera, boa parte das empresas adotam o índice de absenteísmo como um indicador de performance, como vamos ver mais à frente.
Embora o absenteísmo no trabalho seja a forma mais conhecida de uso do conceito, ela também se aplica a pacientes na área da saúde.
Ou seja, nesse caso, vale a ausência não justificada a uma consulta médica.
É um cenário que demanda ações como confirmação de consultas e reagendamento.
Impactos do absenteísmo no trabalho
O absenteísmo e os problemas que resultam dele custam muito caro.
Calcula-se que, anualmente, as empresas deixam de faturar cerca de R$ 230 milhões em razão da ausência da força de trabalho.
Isso de acordo com a já citada reportagem do portal Exame.
Porém, não são só as empresas que saem perdendo.
Afinal, o colaborador ausente também sente no bolso os efeitos da própria ausência, além dos possíveis danos à reputação.
O que precisa haver é um esforço conjunto, sempre pautado no diálogo e na transparência, a fim de que empresas e funcionários encontrem uma forma de reduzir o absenteísmo.
Uma maneira de fazer isso é recorrendo aos números.
Nesse sentido, torna-se fundamental calcular e avaliar periodicamente a evolução da taxa de absenteísmo.
Como medir a taxa de absenteísmo na empresa
Quando se pretende mitigar ou eliminar um problema, é preciso antes mensurar a extensão dele.
No caso do absenteísmo, ele pode ser medido pelo cálculo da taxa que expressa, em percentuais, a proporção de ausentes no ambiente de trabalho.
Ela pode ser calculada por semana, mês ou mesmo diariamente.
O importante é que esse cálculo seja feito com regularidade, de modo que se tenha uma linha do tempo mostrando a progressão ou regressão desse indicador.
Imagine, então, que sua empresa conte com 100 colaboradores que trabalham 8 horas por dia e você quer medir a taxa mensal de absenteísmo.
Logo, teremos:
- 800 x 20 = 16 mil horas trabalhadas por mês, caso ninguém falte.
Agora, supondo que 15 colaboradores faltaram um dia cada ao longo do mês.
Nesse caso, teremos:
- 15 x 8 = 120 horas de trabalho perdidas.
O cálculo também deve considerar os atrasos que, como tais, são calculados em minutos.
Imaginemos, então, que nessa mesma empresa, 25 empregados atrasaram 15 minutos cada dentro de um mês.
Logo:
- 25 x 15 = 375 minutos, que corresponde a 6,25 (6 horas e 15 minutos).
Some os totais de ausências e atrasos para obter o valor final que, nesse caso, será:
- 120 + 6,25 = 126,25.
Agora, é só dividir as horas se ausência pela quantidade total de horas trabalhadas sem faltas e multiplicar por 100 para obter a taxa de absenteísmo:
- 126,25 / 16.000 x 100 = 0,78%.
Qual o índice de absenteísmo ideal?
Se levarmos ao pé da letra, o índice considerado ideal de absenteísmo é zero.
No entanto, sabemos que é praticamente impossível para uma empresa chegar a esse patamar, até porque há situações em que a ausência do trabalho é necessária.
O que precisa ser considerado é a realidade da empresa.
Afinal, quantas faltas ela pode aceitar para continuar operando no máximo de suas capacidades?
De qualquer forma, existe um consenso entre especialistas em Recursos Humanos de que uma taxa de até 4% estaria dentro de um limite razoável.
Ainda assim, é fundamental medir periodicamente a taxa de absenteísmo, a fim de conhecer os limites da empresa, considerando suas especificidades.
Tipos de absenteísmo e suas causas
A taxa de absenteísmo serve para indicar o quanto esse problema está afetando a produtividade, traduzindo esse impacto em números.
No entanto, os números por si sós não dizem tudo.
Afinal, quando se trata de absenteísmo, é preciso também investigar suas reais causas.
Se em uma empresa o absenteísmo é de 4%, mas todas as ausências são justificadas, é necessário adotar medidas de controle apropriadas ao caso.
Essas medidas seriam diferentes se metade dessas ausências fossem injustificadas.
Nesse caso, a empresa terá que lidar com outros fatores.
Veja na sequência, quais os tipos de absenteísmo e de que maneira eles costumam se apresentar.
Justificado
A ausência justificada é toda aquela em que o colaborador deixa de comparecer ao trabalho por um motivo que seja previsto na legislação trabalhista ou no contrato de trabalho.
O caso mais comum desse tipo de absenteísmo são os problemas médicos, sejam de urgência ou para fazer algum tipo de tratamento ou consulta de rotina.
Cabe ressaltar que as ausências em função de férias ou de banco de horas não contam para o somatório desse tipo de absenteísmo.
Injustificado
Já o absenteísmo injustificado é mais preocupante, já que o colaborador não apresenta uma justificativa para sua ausência ou ela não é suficientemente plausível.
É um tipo de ausência mais difícil de evitar porque, em geral, ela decorre da falta de motivação do colaborador.
Nesse caso, temos duas hipóteses a trabalhar: uma, a falta de preparo ou de comprometimento da pessoa, e outra, a desmotivação que decorre de problemas da empresa.
Seja como for, em ambos os casos, é possível reverter a taxa de absenteísmo injustificado com medidas no sentido de elevar a autoestima e o envolvimento, como veremos à frente.
Presenteísmo
Tão nocivo quanto a ausência do trabalho é estar presente, mas não exercer as atividades com a presteza e eficiência esperada.
Esse é o presenteísmo que, em certos tipos de empresas, pode chegar a índices de até 50%, como aponta este estudo de pesquisadores da Unicamp.
Trata-se de um problema ainda mais complexo de lidar porque, em boa parte dos casos, o colaborador acaba estigmatizado pela sua baixa produtividade.
Isso pode impedir que sejam adotadas medidas visando a recuperação do colaborador presenteísta, que não raro acaba sendo taxado de desinteressado ou negligente.
Causado por bullying
Embora esse seja um termo mais usado no meio escolar, o bullying no trabalho também existe e é um fator de risco para aumentar o absenteísmo.
Para evitar essa confusão, há quem prefira chamá-lo de mobbing, que pode ser traduzido como maltrato ou abuso.
Independentemente do termo usado, o mau relacionamento em razão desse tipo de comportamento é um problema a ser combatido.
Uma das maneiras de fazer isso é investindo em eventos e ações lúdicas, sobre os quais falarei em um tópico específico neste conteúdo.
Com origem no estresse
Ainda que possa até ser considerado como um motivo para a ausência justificada, o estresse é, disparado, uma das principais causas de absenteísmo nas empresas.
Logo, é justo tratá-lo como uma causa à parte, em virtude da grande proporção que representa entre as principais causas de faltas e atrasos.
Um dado que aponta para essa maior prevalência vem da International Stress Management Association (ISMA-BR), segundo a qual 30% dos brasileiros sofrem de Síndrome de Burnout.
Considerando que o estresse é uma doença, cabe então à empresa tomar as medidas preventivas necessárias para que ela não venha a sair do controle.
Relacionado à infraestrutura
É preciso ser cauteloso ao tratar do absenteísmo, de maneira que toda a responsabilidade não recaia apenas sobre o colaborador.
Afinal, em muitos casos, a ausência do trabalho pode ser fruto da negligência da própria empresa, ao deixar de fornecer meios adequados.
Nas empresas de saúde, esse é um dos fatores mais importantes, até porque muitas delas lidam diariamente com o risco biológico.
Dessa forma, é fundamental prover meios, insumos e equipamentos adequados para que médicos, enfermeiros e pessoal de apoio possam trabalhar com um mínimo de exposição.
Como diminuir o absenteísmo: plano de ação
Há casos em que a solução para o absenteísmo demanda ações mais planejadas e complexas.
No entanto, o tratamento do problema começa com medidas simples.
Tudo que os gestores da empresa precisam é melhorar a comunicação, qualificando assim o relacionamento.
Veja o que você pode fazer para reduzir a taxa de ausências e faltas, enquanto aumenta a produtividade e o engajamento das pessoas.
Converse com seus colaboradores
O primeiro passo para evitar a ausência do trabalho, principalmente injustificada, é criar canais de comunicação direta com os colaboradores.
Quanto mais feedback os gestores derem, mais eles tendem a receber também, o que por si só já abre portas para a redução das faltas sem justificativa.
Essa é, ainda, uma maneira de aumentar a confiança de parte a parte, de maneira que uma relação de companheirismo seja estimulada.
Institua um plano de carreira
É certo que o absenteísmo tem a ver, em boa parte dos casos, com a falta de motivação no trabalho.
Embora cada pessoa tenha seus próprios motivos para se sentir desestimulada, o que se percebe é que isso tem relação direta com a falta de perspectivas para o futuro.
Assim sendo, uma maneira de aumentar o comprometimento com o trabalho é instituir um plano de carreira que dê ao colaborador alguma estabilidade e segurança.
Ofereça benefícios
Outra forma de aumentar a percepção de segurança é implementar programas de benefícios, se possível extensivos aos familiares.
Plano de saúde, auxílio-creche (ou creche no trabalho) e bônus por indicações, entre outras medidas, podem ajudar a reduzir o absenteísmo porque fazem as pessoas se sentirem valorizadas.
O mais importante é que esses benefícios sejam relevantes para os colaboradores e, claro, que sejam compatíveis com a capacidade de investimento da empresa.
Implemente uma política de reajustes
Não há como ser produtivo trabalhando em uma empresa que não contempla reajustes salariais periódicos ou que não tenha pelo menos um canal de negociação aberto.
Implementar uma política de reajustes é bom para o colaborador, que passa a ter mais segurança em relação aos seus rendimentos.
Para a empresa, é uma forma de planejar seu próprio crescimento, sabendo de antemão o quanto terá que destinar do seu orçamento para pagar pela sua mão de obra.
Desenvolva ações de engajamento
Uma equipe de trabalho pouco coesa tende a ser mais dispersa e, dessa forma, o presenteísmo tende a aumentar.
Para elevar o espírito de equipe, vale investir em ações de engajamento e interação, a exemplo da ginástica laboral.
Isso ajuda a promover um ambiente organizacional mais leve e estimulante.
Vale, ainda, apostar no endomarketing, pelo qual os colaboradores poderão ser informados dessas ações e, ao mesmo tempo, serem reconhecidos pelo seu desempenho e dedicação.
Controle de absenteísmo com foco na saúde ocupacional
Os setores de saúde e segurança do trabalho também precisam focar em ações e estratégias para evitar o absenteísmo nas empresas.
Isso porque, como vimos, muitas das causas que explicam a ausência do colaborador, sejam elas justificadas ou não, estão relacionadas a questões de saúde.
É o caso de episódios de ansiedade, depressão e cansaço físico e mental.
Cabe à empresa, então, identificar que motivos são esses e atuar preventivamente.
Ferramentas para isso não faltam, incluindo aquelas que são legalmente exigidas em Medicina do Trabalho.
Serviços Morsch em medicina ocupacional
Exames ocupacionais, como os realizados periodicamente, são importantes para identificar possíveis condições que levem à ausência no trabalho.
Com a tecnologia, felizmente, fica mais fácil ter acesso a laudos médicos e atestados assinados eletronicamente.
A Telemedicina Morsch é parceira dos profissionais de saúde ocupacional.
Para isso, desenvolve soluções para ampliar a capacidade de atendimento.
Nossa plataforma permite desde a realização de consultas online até a emissão a distância de atestados de saúde ocupacional.
São recursos amparados pelas leis que foram publicadas no contexto da pandemia, em que foi ampliada a rede de serviços médicos por plataformas web.
Na Morsch, você poderá também gerar e assinar eletronicamente os seguintes documentos com toda garantia e segurança:
- PPRA
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Conclusão
O absenteísmo pode ser perfeitamente controlado, desde que sua empresa esteja comprometida com essa causa.
Seja você um parceiro da Telemedicina Morsch e leve aos colaboradores da sua empresa mais qualidade de vida e bem-estar.
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