Imperícia na enfermagem: o que é, exemplos e dicas para evitar
Casos de imperícia na enfermagem trazem danos que vão além do bem-estar do paciente.
Uma vez comprovada essa conduta, estabelecimentos e profissionais de saúde ficam sujeitos a sanções nas esferas civil, ética e até criminal.
Por isso, é importante conhecer o conceito e motivos por trás da imperícia, a fim de adotar medidas preventivas.
Avance na leitura do artigo para entender mais sobre esse tema e aprender como evitar condutas prejudiciais na prestação de cuidados de enfermagem.
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O que é imperícia na enfermagem?
Imperícia na enfermagem é a conduta danosa praticada por profissional sem a habilidade técnica necessária.
Conforme explica este estudo sobre o tema:
“A imperícia reveste-se da falta de conhecimento ou de preparo técnico ou habilidade para executar determinada atribuição. Trata-se, portanto, de uma atitude comissiva (de cometer ou agir) por parte do profissional, expondo o cliente a riscos e com a possibilidade de acometimento danoso à integridade física ou moral.”
Ou seja, quem comete imperícia assume o risco de causar prejuízos à saúde do paciente ao realizar uma tarefa para a qual não está preparado.
Entenda a seguir a diferença desse conceito para a negligência e a imprudência na enfermagem.
Diferença entre negligência, imprudência e imperícia na enfermagem
Embora os três termos se refiram a atos ilícitos durante a prestação de assistência em saúde, eles têm diferenças.
A mais evidente se refere à negligência, que corresponde à omissão, passividade ou falta de atenção do profissional, que deixa de realizar uma ação de sua responsabilidade.
Por exemplo, quando ele se nega ou esquece de mudar um paciente acamado de posição no intervalo determinado no prontuário médico.
Já imprudência e imperícia são comissivas, ou seja, decorrem de uma ação, e não da omissão.
Mencionei, acima, que a imperícia se origina da falta de conhecimento e habilidade.
Por sua vez, a imprudência consiste na ação sem a devida cautela e sensatez, que resulta na exposição do paciente a riscos desnecessários.
Um exemplo está no contato com o doente sem utilizar luvas para impedir possíveis contaminações.
Exemplos de imperícia na enfermagem
Alguns exemplos reais estão citados neste artigo de revisão publicado na Revista Paulista de Enfermagem:
- Proceder à contenção exagerada de um paciente agitado, que consequentemente resulta em gangrena e leva à amputação
- Constatação de um óbito pela equipe de enfermagem
- Orientação para que a cliente diabética esfregasse a ferida até sangrar
- Indicação de venóclise no pé de um diabético, expondo o paciente ao risco de trauma e complicações graves.
Outros casos eventualmente são relatados pela imprensa.
Por exemplo, uma paciente que denunciou ter sido operada por uma técnica de enfermagem para inserção de silicone nas mamas, no Hospital Santa Branca, Rio de Janeiro.
Segundo a denúncia, a profissional se apresentava como médica – o que é crime.
Sua imprudência resultou em problemas na aparência e pontos dados nos seios, o que levou a paciente a processar a técnica de enfermagem e o proprietário do hospital.
Quais os riscos da imperícia na enfermagem?
Os riscos para o paciente são os mais evidentes, uma vez que sua integridade e bem-estar podem ser prejudicados pela imperícia na enfermagem.
Afinal, essa conduta resulta em erros diversos, que podem impactar no cálculo de medicamentos, vias de administração, colocação e troca de curativos, prescrição de enfermagem, etc.
No entanto, conforme os exemplos nos tópicos anteriores, os profissionais ficam sujeitos a sanções cíveis, éticas e até criminais, a exemplo de indenizações.
A responsabilidade civil ficou estabelecida pelo Art. 186. do Código Civil Brasileiro, que diz:
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
No campo da ética, o profissional que praticou imperícia pode sofrer um processo administrativo pelo Cofen (Conselho Federal de Enfermagem), uma vez que o Código de Ética do Profissionais de Enfermagem determina, nos Arts. 45 e 47, que eles devem:
“Prestar assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.”
“Posicionar-se contra, e denunciar aos órgãos competentes, ações e procedimentos de membros da equipe de saúde, quando houver risco de danos decorrentes de imperícia, negligência e imprudência ao paciente, visando a proteção da pessoa, família e coletividade.”
Mesmo quando a imperícia não resulta em dano ao paciente, estabelecimentos e profissionais de enfermagem podem ter a reputação comprometida, o que atrapalha a captação de pacientes novos e a fidelização dos antigos.
Por isso, o melhor a fazer é adotar boas práticas para prevenir esse tipo de ocorrência.
Como evitar a imperícia na enfermagem em hospitais e clínicas?
Medidas de vigilância contínua e gestão em saúde são fundamentais para evitar erros por parte da equipe de enfermagem.
Elenco algumas ações básicas a seguir:
- Contrate apenas profissionais capacitados para as tarefas
- Forneça treinamento periódico, incluindo reciclagens para recordar práticas comuns
- Garanta o tempo de descanso necessário aos profissionais, elaborando as escalas de forma colaborativa sempre que possível
- Respeite a legislação vigente, atribuindo as devidas atividades aos enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem
- Estabeleça protocolos simples e detalhados, deixando o passo a passo dos cuidados em local visível pelos profissionais de enfermagem
- Mantenha também recomendações de biossegurança, higiene, medicina e segurança do trabalho em hospitais em local visível
- Invista numa comunicação transparente e precisa, incentivando o feedback e a educação em saúde para evitar falhas
- Planeje auditorias internas eventuais.
Outra boa prática é manter especialistas a postos para esclarecer as dúvidas do seu time de enfermagem com agilidade.
Dessa forma, dá para evitar condutas precipitadas e qualificar a assistência.
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Conclusão
Diminuir os casos de imperícia na enfermagem não é uma tarefa simples, mas necessária.
Ela exige atenção, treinamento constante e auxílio dos colegas presentes para evitar condutas ilícitas.
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