Cálculo de medicamentos: o que é, tipos e como fazer
Realizar o cálculo de medicamentos é importante para médicos e, especialmente, profissionais de enfermagem.
Embora nem sempre seja uma tarefa prazerosa, ela cumpre papel crítico na qualidade do tratamento ofertado e, por consequência, na recuperação e experiência do paciente.
Faz sentido, então, dedicar tempo e energia ao aprendizado ou reciclagem dos conhecimentos sobre esses cálculos, a fim de evitar erros comuns.
Neste artigo, trago as modalidades e exemplos simples para apoiar a administração da terapia medicamentosa no dia a dia.
Ao final, veja ainda soluções de telemedicina que dão suporte aos cuidados de enfermagem.
O que é cálculo de medicamentos?
Cálculo de medicamentos é aquele que permite especificar a dosagem correta dos fármacos, determinando a dose administrada durante um período pré-estabelecido.
Existem diferentes fórmulas para fazer essa conta, como vou explicar mais à frente.
Por enquanto, vale lembrar que o cálculo começa com a leitura minuciosa da prescrição médica e, se necessário, da bula do remédio para confirmar as informações.
Além, é claro, do histórico do paciente, que mostra dados relevantes como idade e peso.
São informações imprescindíveis para a administração de medicamentos ao paciente pediátrico, por exemplo.
Qual a importância do cálculo de medicamentos?
O cálculo de medicamentos é fundamental para a eficácia da abordagem terapêutica.
Afinal, dosagens incorretas comprometem o resultado do tratamento, atrapalhando, prejudicando ou estendendo o período de recuperação do paciente.
Outra contribuição é para a segurança do paciente, que fica comprometida diante de erros na aplicação de fármacos.
Segundo o volume 1 do e-book “Boas práticas: Cálculo seguro“, publicado pelo Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP), aproximadamente 88% dos pacientes que buscam assistência em saúde recebem prescrições de medicamentos.
Sua administração é realizada em ambientes cada vez mais especializados e dinâmicos.
Isso se aplica principalmente a casos de internação hospitalar, que requer alta quantidade de intervenções realizadas pela equipe médica (incluindo os profissionais de enfermagem).
Nesse cenário, os erros durante a terapia farmacológica podem resultar em consequências como:
- Incapacidades
- Prolongamento do tempo de internação e de recuperação
- Exposição do paciente a um maior número de procedimentos e medidas terapêuticas
- Atraso ou impedimento para que o paciente reassuma suas funções sociais.
Em casos extremos, podem levar até mesmo à morte do paciente.
Tipos de cálculo de medicamentos
Existem diferentes fórmulas e grandezas utilizadas na prescrição médica e nos cálculos.
Para simplificar, trago 3 modalidades que atendem a situações comuns durante a administração de medicamentos. São elas:
Regra de três simples
Criada para resolver problemas de razão e proporção, a regra de três simples permite a descoberta de um dentre 4 valores – sendo 3 deles conhecidos.
Gotejamento de soluções
Na maioria das vezes, a equipe conta com bombas de infusão para a administração de fármacos por via intravenosa.
No entanto, falhas nesses equipamentos e outros imprevistos exigem o cálculo rápido conduzido pelos profissionais de saúde, que devem encontrar o correto número de gotas por minuto.
Diluição de medicamentos
Trata-se do processo de adicionar solvente sem alterar a massa do soluto (fármaco), a fim de chegar à quantidade desejada.
O solvente pode ser água destilada, água bidestilada, água de injeção, soros, etc.
Caso sejam necessárias doses muito pequenas, como para recém-nascidos, pode ser preciso fazer a rediluição, aumentando a dose do solvente para reduzir a concentração do soluto.
Como fazer o cálculo de medicamentos?
Em muitos casos, podemos aplicar a regra de três, desde que observados os detalhes de cada situação.
Um dos mais importantes se refere às grandezas, que devem ser padronizadas antes dos cálculos.
Ou seja, é preciso determinar se o tempo será contado em horas ou minutos; se o volume será descrito em mililitros (mL) ou litros (L), e assim por diante.
Cabe recordar que:
- 1 l = 1000 mililitros
- 1 g = 1000 miligramas
- 1 h = 60 minutos
- 1 min = 60 segundos.
A seguir, apresento alguns exemplos práticos extraídos do volume 1 já citado e-book do Coren-SP:
Volume contido em ampolas
Tenho ampolas de dipirona com 2 ml de solução. Quantos ml existem em três ampolas?
- 2 ml – 1 ampola
- X ml – 3 ampolas.
Multiplicando os valores de forma cruzada, temos:
- 2 X 3 = x X 1
- 6 = x.
Resposta: as 3 ampolas contêm 6 ml de solução.
Preparo de medicação com a concentração definida ou já dissolvida
Prescrição Médica – 120 mg de aminofilina.
Disponível: ampola de aminofilina. 10 ml c/ 240 mg (240mg/10ml).
Para resolver este exercício é só colocar o que se conhece (AP) na linha de cima e o que se quer (PM) na linha de baixo. Lembre-se que unidade igual deve ser colocada embaixo de unidade igual.
Temos, então:
- 240mg – 10 ml
- 120mg – x.
Multiplicando os valores de forma cruzada, temos:
- x(240mg) = 120mg X 10 ml
- x = 120mg X 10ml / 240mg
- x = 1200 mg/ml / 240mg
- x = 5ml.
Resposta: Deve-se aspirar 5 ml desta ampola que corresponderá a 120 mg de aminofilina.
Como acontece o cálculo de medicamentos na telemedicina?
O uso da telemedicina na enfermagem possibilita a otimização de tarefas e a qualificação do cuidado, ampliando o acesso a treinamento e aconselhamento especializado.
No caso do cálculo de medicamentos, dá para esclarecer questionamentos junto a um enfermeiro ou médico experiente via teleconsultoria na saúde.
Basta acessar o software de telemedicina em nuvem, realizando o login a partir de qualquer dispositivo conectado à internet, e enviar perguntas via sistema para receber orientação médica ou de enfermagem com agilidade.
Plataformas completas como a Telemedicina Morsch ainda disponibilizam:
- Treinamento online 24 horas por dia
- Prontuário eletrônico integrado à teleconsulta
- Ferramenta de prescrição eletrônica
- Teletriagem para encaminhamento do paciente ao profissional adequado
- Telemonitoramento de doentes crônicos ou pessoas com restrição de mobilidade.
E muito mais!
Clique aqui para conhecer e aproveitar as vantagens da telemedicina!
Conclusão
Espero ter colaborado para ampliar seus conhecimentos sobre o cálculo de medicamentos.
Ainda que encontre alguma dificuldade inicial, vale a pena praticar para aperfeiçoar suas habilidades, oferecendo cuidados com mais segurança e praticidade.
Conte também com a comodidade da telemedicina para simplificar o dia a dia.
Se gostou do conteúdo, compartilhe!
Leia mais artigos sobre treinamento em nosso blog.