Eletrocardiograma normal: como é, diferenças para o exame alterado e informações do laudo
Um eletrocardiograma normal afasta o diagnóstico de diferentes doenças.
Dada a ampla gama de indicações para esse exame, o resultado normal tende a ser corriqueiro, embora nem sempre seja detectado com facilidade.
Isso porque existem variações normais no ritmo cardíaco, como vou explicar nas próximas linhas.
Avance na leitura para conhecer o que é considerado normal no ECG.
Veja também as principais alterações encontradas no exame e os benefícios do laudo a distância via telemedicina.
O que é eletrocardiograma normal?
Eletrocardiograma normal é aquele que mostra ritmo sinusal, ou seja, sem anormalidades na frequência e condução dos impulsos elétricos que movimentam o músculo cardíaco.
Nesse caso, a trajetória percorrida pelo impulso elétrico leva em média 0,19 segundo, e obedece à seguinte ordem:
- Nó sinusal
- Átrio direito
- Átrio esquerdo
- Nó atrioventricular (fica entre os átrios e os ventrículos)
- Ventrículos.
Como vamos ver na sequência, a correta realização e análise do ECG é fundamental para o diagnóstico.
Como saber se o eletrocardiograma está normal?
A avaliação dos parâmetros que determinam ritmo sinusal é necessária para identificar um ECG com resultado normal.
Comece analisando a linha do traçado do eletrocardiograma, que deve ser limpa, contínua e sem serrilhado, além de revelar um padrão para os batimentos.
Os “desenhos” formados no traçado devem apresentar cinco ondas do ECG: P, Q, R, S, T, uma vez que cada batimento é formado por uma onda P, seguida por um complexo QRS e uma onda T.
Atenção para as características desses componentes:
- A onda P normal é arredondada e suave, durando menos de 0,10 segundo ou 2,5 mm. Sua amplitude ou voltagem máxima é de 0,25 mV. Essa onda revela a contração dos átrios ou sua despolarização
- O intervalo PR revela o tempo entre o início da despolarização dos átrios e a dos ventrículos
- Já a contração dos ventrículos corresponde ao complexo QRS, composto por uma onda positiva (R) e duas negativas (Q e S). Sua duração fica entre 0,06 e 0,10 segundo
- A onda T fecha o ciclo de cada batida do coração, mostrando a repolarização ventricular.
Outros fatores relevantes são:
Frequência cardíaca (FC)
Num adulto saudável, a FC fica entre 50 e 100 bpm, sendo que cada minuto equivale a 300 quadrículos no papel (ou tela) do ECG.
Deve-se contar, então, quantos quadrículos existem entre um topo e outro da onda R no gráfico.
Eixo elétrico cardíaco
Já o eixo cardíaco parte da demonstração das derivações do ECG, expressas por meio de um gráfico na forma de plano cartesiano.
O eixo normal fica entre -30° a 90°.
Diferenças entre o eletrocardiograma normal e alterado
Mudanças nos parâmetros acima atribuem resultado alterado ao eletrocardiograma.
Essas anormalidades podem ser de diversos tipos, incluindo, por exemplo:
- Taquicardia, caso a FC esteja acima dos 100 bpm
- Bradicardia, se a FC estiver abaixo dos 50 bpm
- Sobrecarga ventricular, se o eixo elétrico estiver desviado para a esquerda (SVE) ou a direita (SVD)
- Hipertrofia ventricular esquerda (HVE), caso haja critérios como o padrão strain da onda T junto à soma das ondas S de V1 ou V2 com as ondas R de V5 ou V6, e tendo um resultado superior a 35 mm (Sokolow-lyon)
- Infarto agudo do miocárdio (IAM), evidenciado pela inversão da onda T e elevação do segmento ST em derivações correspondentes à parede do coração afetada.
A seguir, esclareço as condições que o ECG pode revelar.
O que o eletrocardiograma pode indicar?
O eletrocardiograma alterado dá suporte ao diagnóstico de uma série de condições patológicas.
Listo as principais a seguir:
- IAM em andamento ou antigo
- Angina de peito
- Fibrilação ventricular
- Fibrilação atrial
- Aterosclerose
- Bradicardias e taquicardias
- Hipertrofia ventricular esquerda (HVE) e direita (HVD)
- Valvulopatias como a insuficiência mitral
- Anomalias congênitas
- Cardiomiopatia
- Bloqueios de ramo (BRD e BRE)
- Miocardite
- Pericardite.
Entretanto, vale ressaltar que toda anormalidade deve ser avaliada junto à condição clínica e histórico do paciente, a fim de chegar ao diagnóstico correto.
Isso porque, como mencionei na abertura do texto, certas variações isoladas não indicam doenças, sendo algumas delas:
- Bloqueio divisional anterossuperior esquerdo do feixe de His
- Distúrbio de condução pelo ramo direito do feixe de His
- Distúrbio de condução pelo ramo esquerdo do feixe de His de grau leve
- Bloqueio atrioventricular de primeiro grau
- Extrassístoles ventriculares ou supraventriculares isoladas
- Bradicardia sinusal
- Taquicardia sinusal.
No próximo tópico, falo sobre as características do laudo de ECG.
Como é o laudo do eletrocardiograma?
Laudo do eletrocardiograma é o documento que oficializa o resultado normal ou alterado, a partir da descrição dos achados do exame em linguagem técnica.
Ele é produzido a partir da interpretação do ECG e, assim como qualquer outro laudo médico, deve conter informações básicas como:
- Nome completo do paciente
- Nome e endereço do local onde o exame foi feito
- Nome do médico solicitante
- Data de realização do exame
- Justificativa para a solicitação do procedimento
- Conduta e descrição detalhada do exame
- Hipótese diagnóstica
- Informações adicionais sobre o paciente, como idade, peso, altura, etc.
- Assinatura do médico responsável pelo laudo.
Geralmente, o laudo do eletrocardiograma normal é mais sucinto que o alterado, pois pode descrever os parâmetros de forma resumida.
Veja um exemplo a seguir:
Ritmo sinusal, frequência cardíaca de 71 batimentos por minuto.
Eixo de ativação elétrica ventricular aproximado de 60º.
Intervalo PR de 0,16 segundos, intervalo QT de 0,38 segundos.
Ausência de arritmias, sobrecargas ou isquemias agudas importantes.
Conclusão: Exame dentro dos limites da normalidade.
Vantagens do laudo eletrônico de eletrocardiograma
Emitido através de uma plataforma de telemedicina, o laudo eletrônico dispensa deslocamentos para a entrega de resultados de exames online.
O que faz dele uma opção inteligente para serviços que precisam de reforço no time de cardiologistas, uma vez que apenas esses especialistas podem interpretar e laudar o ECG.
Em vez de investir altas quantias na contratação de novos profissionais, os gestores podem delegar os laudos aos cardiologistas da Telemedicina Morsch.
Eles estão sempre a postos para entregar os resultados em minutos, mesmo aos domingos e feriados ou durante a madrugada.
Basta treinar um técnico de enfermagem ou médico in loco para que façam o eletrocardiograma normalmente e enviem os gráficos via software de telemedicina em nuvem.
Em seguida, um cardiologista os analisa remotamente, produz e assina digitalmente o laudo a distância.
Casos urgentes são interpretados imediatamente para apoiar a tomada de decisões qualificadas.
Em nosso sistema de telemedicina online, sua equipe ainda pode solicitar uma segunda opinião médica, teleconsultoria ou contratar o aluguel em comodato para reduzir gastos com equipamentos.
Saiba mais nesta página e comece a aproveitar os benefícios da telemedicina cardiológica!
Conclusão
Ao final deste artigo, espero ter esclarecido as dúvidas sobre o eletrocardiograma normal.
Se gostou do texto, não deixe de compartilhar com sua rede!
Navegue também pelo blog para conferir outros conteúdos sobre cardiologia.