Cardiologia integrativa: entenda o que é, quais os benefícios e como funciona

Por Dr. José Aldair Morsch, 29 de agosto de 2023
Cardiologia integrativa

A cardiologia integrativa parte de uma visão ampla a respeito do indivíduo, buscando compreender seu estado de saúde de maneira integral.

Com base nesse conhecimento, a ideia é elevar o bem-estar como um todo, indo além do diagnóstico e tratamento de doenças.

Para tanto, as práticas propõem uma união entre o modelo convencional e alternativo, incluindo medidas que auxiliam na diminuição do estresse, incentivo à adoção de hábitos saudáveis etc.

Neste texto, trago mais detalhes sobre esta área, seus benefícios para pacientes, gestores e profissionais de saúde.

Apresento ainda os serviços de telemedicina que auxiliam as práticas de cardiologia integrativa.

O que é cardiologia integrativa?

Cardiologia integrativa é um modelo que combina práticas cardiológicas convencionais e não convencionais para contemplar todos os aspectos da existência do paciente.

Esse termo une a cardiologia à medicina integrativa, formada a partir da união entre medicina tradicional e medicina complementar ou alternativa.

Para entender melhor, é importante lembrar que a medicina ocidental convencional adota uma visão biomédica, ou seja, que busca explicações para a saúde e doença principalmente na condição física do indivíduo.

Enquanto a medicina complementar tem origem nas práticas de saúde não convencionais, que geralmente não fazem parte dos sistemas de saúde de um país.

Considerando essas premissas, o site da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) acrescenta que:

“Os cuidados de saúde integrativos muitas vezes reúnem abordagens convencionais e complementares de forma coordenada. Enfatizam uma abordagem holística e focada no paciente para cuidados de saúde e bem-estar – muitas vezes incluindo aspectos mentais, emocionais, funcionais, espirituais, sociais e comunitários – e tratam a pessoa como um todo e não só sua condição/doença isolada”.

Qual o propósito da cardiologia integrativa?

O propósito da cardiologia integrativa é a promoção da saúde através de ações focadas numa percepção holística a respeito do paciente.

Para tanto, aspectos não físicos são combinados à consulta médica, avaliação e física e exames complementares, muitas vezes servindo para a escolha da abordagem terapêutica mais eficiente.

É natural, por exemplo, que a anamnese seja estendida para compreender quais gatilhos emocionais contribuíram para a ocorrência de um infarto agudo do miocárdio.

Ou seja, o cardiologista entende que o evento cardiovascular tem raiz numa condição clínica, mas que a causa não se limita a ela.

Afinal, problemas como o estresse crônico, ansiedade e emoções exacerbadas podem potencializar a condição clínica, culminando no IAM ou outra manifestação aguda.

Como funciona a cardiologia integrativa?

Segundo ressalta o estudo “A Medicina Integrativa e a construção de um novo modelo na saúde”, esse campo tem seus princípios embasados em quatro fundamentos:

  • Relação terapêutica
  • Abordagem do paciente como um todo
  • Orientação para a cura
  • Participação do paciente no tratamento.

Trago detalhes sobre cada um deles abaixo, sob o prisma da combinação com a cardiologia.

1. Relação terapêutica

A relação médico-paciente é reforçada dentro da cardiologia integrativa.

Por isso, o tempo dedicado não apenas à anamnese médica, mas também à escuta ativa do paciente, é maior.

O enfoque dessas medidas está na construção de confiança entre o agente de saúde e o cliente, aumentando o valor da orientação médica aos olhos do doente.

2. Abordagem do paciente como um todo

Embora possa ser direcionada a uma área da medicina, como a cardiologia, a medicina integrativa considera o paciente de maneira holística.

Daí a maior atenção a problemas aparentemente fora do escopo da cardiologia, incluindo o impacto de explosões emocionais, contexto social e situações extremas, como o luto.

Tudo isso pode interferir no bem-estar do paciente, alterando sua condição clínica.

3. Orientação para a cura

Na perspectiva integrativa, a doença é vista como uma desordem nas dimensões que formam o indivíduo.

A cura, então, nasce da correção dessa desordem, o que pede, muitas vezes, mudanças no estilo de vida do paciente.

Um exemplo simples está no combate à doença arterial coronariana (DAC) a partir da adoção de atividade física regular, dieta saudável e práticas de relaxamento mental.

Fármacos entram em cena complementando essas medidas.

Cardiologista interativo

A cardiologia integrativa é formada a partir da união entre medicina tradicional e medicina complementar

4. Participação do paciente no tratamento

Em vez de liberar apenas algumas informações para o paciente, o cardiologista compartilha um panorama amplo sobre o estado de saúde.

Dessa forma, ele permite que cada pessoa tenha uma visão integral sobre sua condição, participando das soluções de maneira ativa.

Ou seja, há incentivo ao autocuidado e empoderamento do paciente.

Benefícios da medicina integrativa

Apostar na medicina integrativa aliada à cardiologia e outras especialidades agrega uma série de vantagens.

Elenco as principais a seguir:

  • Maior adesão ao tratamento: esse é um resultado da relação de confiança entre médico e paciente e da participação ativa do indivíduo no tratamento, que aumentam o engajamento na realização de ações terapêuticas
  • Atendimento humanizado: a visão integrativa colabora para a humanização da assistência em saúde, pois dissemina o respeito às diferenças e preferências do paciente
  • Mais qualidade de vida: ao incentivar comportamentos saudáveis, os tratamentos de medicina integrativa elevam a qualidade de vida
  • Diminuição dos custos assistenciais: ao centralizar os esforços em medidas preventivas, é possível reduzir gastos com terapias dispendiosas, como as realizadas em UTI.

A seguir, explico como a telemedicina agrega ainda mais benefícios.

Telemedicina facilita o atendimento integrativo

Softwares médicos que reúnem, compilam e organizam dados do paciente são aliados na promoção do atendimento integrativo.

Um deles é a plataforma de telemedicina, que oferece serviços como o prontuário eletrônico do paciente (PEP).

Falo de um software completo que viabiliza pesquisa e cruzamento de dados em instantes, apresentando um panorama do histórico do paciente para apoiar a cardiologia integrativa.

Sistemas robustos como a Telemedicina Morsch fornecem o PEP integrado à teleconsulta, permitindo a atualização em tempo real das informações.

E ainda disponibilizam um time de especialistas sempre a postos para dar uma segunda opinião médica, teleconsultoria em saúde ou entregar laudos a distância.

Solicite um orçamento e conheça soluções tecnológicas que auxiliam na rotina da equipe médica.

Conclusão

Como apresentei ao longo deste texto, a cardiologia integrativa e outras aplicações de assistência integrativa vêm ganhando espaço atualmente.

Elas auxiliam na prestação de serviços personalizados, que consideram a realidade do paciente para além de sua condição clínica.

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E continue lendo artigos sobre cardiologia que publico aqui no blog.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin