Os avanços da densitometria óssea no diagnóstico da osteoporose

Por Dr. José Aldair Morsch, 16 de abril de 2018
densitometria óssea

A densitometria óssea trouxe segurança no diagnóstico e acompanhamento da osteoporose e vem sendo paralelamente realizada por frequentadores de academia para medir a composição corporal.
Para exames de rotina na busca de um resultado que mostra a quantidade de cálcio presente nos ossos, refletida no exame como densidade mineral óssea, principalmente em mulheres é um exame padrão e aceito por todos os médicos.

O que dizem os especialistas sobre o uso da densitometria óssea para medida de porcentagem de gordura corpórea por exemplo?

Neste artigo abordo os avanços da densitometria óssea usando equipamentos DXA e o que realmente é comprovado cientificamente como ético e seguro para medir as outras composições corpóreas, além da tradicional densidade de cálcio óssea.

O conceito de densitometria óssea

É a avaliação da densidade mineral óssea usando radiação ionizante em baixa dose.

Basicamente é um Rx focado em partes do corpo na busca da redução da quantidade de cálcio nos ossos.

O que é um aparelho de densitometria óssea DXA?

É um aparelho que emite radiação ionizante utilizando múltiplos tubos de RX especiais.

São múltiplos detectores de imagens e softwares com novos algoritmos que transformam o corpo em compartimentos para serem avaliados de forma separada, como é o caso do osso, gordura e massa muscular.

A sigla DXA significa dual energy x-ray absorciometry relacionada com os múltiplos tubos de RX para a captação das imagens em vários ângulos.

As 9 indicações para realizar densitometria óssea

  1. Mulheres com mais de 65 anos;
  2. Mulheres com menos de 65 anos com fatores de risco para desenvolver osteoporose;
  3. Aquelas que tiveram menopausa precoce;
  4. Mulheres com deficiência estrogênica antes dos 45 anos;
  5. Qualquer ser humano que tenha sofrido fratura espontânea;
  6. Indivíduos que sugerem ter osteopenia ou osteoporose no RX simples;
  7. Indivíduos que demonstram redução da altura > 2,5 cm ou cifose torácica;
  8. Uso crônico de corticoides;
  9. Mulheres em uso prolongado de reposição hormonal.

O que exatamente é avaliado num exame de densitometria óssea?

  • Medir a densidade mineral óssea, que mostra a perda de cálcio;
  • Avaliar fraturas de colo de fêmur;
  • Detectar perda de massa óssea;
  • Estabelecer diagnóstico de osteoporose;
  • Avaliar o tratamento de osteopenia;
  • Avaliar o tratamento de osteoporose;
  • Avaliar o risco de fraturas;
  • Avaliar fraturas vertebrais.

Que resultados podemos esperar do exame de densitometria óssea?

  • Normal, onde indica que a densidade mineral óssea está normal, sem risco de fraturas.
  • Osteopenia, quando há perda da densidade mineral óssea numa fase inicial em que já está exposto ao risco de fraturas.
  • Osteoporose, em que neste caso a perda da densidade mineral óssea vista pela densitometria é significativa e com alto risco de fraturas.

A densitometria óssea DXA e a composição corporal

A avaliação da composição corporal ainda é um estágio de pesquisa e testes clínicos.

O objetivo do exame de densitometria óssea com DXA é tentar medir separadamente e com segurança a massa gordurosa e a massa magra, termo usado para descrever a massa muscular e por fim a densidade mineral óssea.

Precisamos lembrar que o índice de massa corpórea ( IMC ) e medidas das pregas cutâneas não são exames precisos, pois não conseguem separar a massa gordurosa da massa magra.

Um novo conceito? Hidrodensitometria

Considerado um exame complicado, a hidrodensitometria meda a composição corporal total. Não é um exame com acurácia significativa que possa ser utilizado de rotina.

Em outras palavras, os resultados são muito flexíveis, ou seja, num mesmo aparelho, realizando o exame em dias diferentes, teremos resultados diferentes.

E o que isso importa?

Como é um exame que mede dentro da composição corporal a quantidade de água, é de se supor que se o indivíduo não ingere a mesma quantidade diariamente, teremos resultados diferentes na mesma máquina e consequentemente em outros serviços.

O que dizem os especialistas sobre a densitometria óssea para composição corporal?

Á partir do momento que conseguirmos trazer a densitometria óssea realizada em aparelhos DXA com treinamentos padronizados técnicos que realizam os exames e dos médicos que interpretam os resultados, poderemos pressionar os convênios a aceitar em seus planos.

Ainda é uma fase de pesquisa e testes clínicos que necessitam padronizações.

O que isso quer dizer?

A base dos exames médicos está em poder reproduzir o mesmo exame em aparelhos de serviços diferentes, com técnicos e médicos distintos que possam oferecer resultados dos exames pelo menos parecidos.

Isso ainda não está sendo possível, visto que o interesse pelo assunto principalmente dos médicos é baixo e no raciocínio clínico relacionado ao diagnóstico e tratamento de doenças metabólicas como a osteoporose, acaba fugindo do escopo para outras finalidades.

Que outros exames podem analisar a composição corporal de forma segura?

No exercício da profissão médica já é sabido que a RNM (ressonância nuclear magnétic) e a TMQ ( tomografia computadorizada quantitativa ) são exames de primeira linha para essa finalidade.

Então por que não são realizados?

O problema esbarra no preço dos exames na esfera particular.

Assim como a densitometria óssea, esses exames não fazem parte da lista oficial dos planos de saúde.

Mas, de qualquer maneira, sabemos que existem ótimos exames para essa finalidade e estão disponíveis para todos os bolsos.

Quem interpreta os exames de densitometria óssea?

Diferente de outras especialidades, além do radiologista geral, qualquer médico que faça um curso direcionado a interpretação de densitometria óssea está apto a assumir esse papel num serviço que tenha qualquer tipo de aparelho.

Obviamente devemos entender que o curso está voltado para diagnóstico de perda de cálcio no esqueleto, que se traduz em osteopenia e osteoporose.

Para os demais diagnósticos de composição corporal de massa gordurosa e massa magra, o médico deve realizar um curso paralelo, pois na formação convencional não está incluído.

densitometria óssea

A Telemedicina pode assumir as interpretações?

O motivo desse artigo estar presente no blog da Telemedicina Morsch é justamente para alertar sobre o exame de densitometria óssea que deve ser rotina numa população selecionada de pacientes.

Paralelo ao compromisso social, o grupo de médicos que compõe a equipe de laudadores está habilitada a interpretar os exames de densitometria óssea a distância.

Como você pode usar isso?

Para clínicas localizadas em locais remotos sem médicos presentes em tempo integral, é possível instituir uma série de exames que podem ser interpretados a distância.

Através de uma plataforma de Telemedicina em nuvem o técnico que realizou o exame envia os registros usando a internet.

O especialista da equipe de médicos da Telemedicina que está logado no sistema acessa esses arquivos, interpreta e libera o resultado em 30 minutos.

O cliente tem acesso imediato ao laudo liberado, podendo imprimir imediatamente, salvar no seu prontuário eletrônico ou enviar por e-mail para o médico que pediu o exame.

Quero ler somente o resumo do artigo?

De forma resumida, a densitometria óssea  é realizada com equipamentos DXA que significa realizar o exame com mais de um tubo de rx e um software capaz de medir a composição corporal de cálcio.

O resultado disso são exames mais precisos, com determinação exata da densidade mineral óssea, podendo trazer 3 resultados possíveis, quais sejam: normal, osteopenia ou osteoporose.

A densitometria óssea com equipamento DXA também está sendo usada para mapear a quantidade de massa gordurosa e massa muscular, chamada de massa magra.

O exame de densitometria óssea focado em diagnóstico de osteoporose está disponível nos planos de saúde.

Para as outras finalidades, somente particular.

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Forte abraço e até a próxima!

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin