Ressonância do coração: o que é, como é feita, indicações e resultados

A ressonância do coração é um dos exames mais completos de avaliação cardiológica.
Através dele, médicos cardiologistas encontram suporte para o diagnóstico de uma série de doenças complexas.
Suas indicações vão de arritmias a tumores, o que o torna bastante abrangente.
Assim, conhecer detalhes sobre a ressonância magnética cardíaca é do interesse de pacientes, médicos e demais profissionais da saúde em contato com serviços cardiológicos.
Neste artigo, você vai conferir um guia completo sobre o assunto.

Vou começar explicando o que é ressonância magnética do coração e sua importância.
Falo ainda sobre indicações do exame e do preparo para realização, além de outros pontos que merecem atenção.
Você também vai saber mais sobre os possíveis resultados da ressonância, além de conhecer como funciona a sua análise e interpretação.
Lembrando que essa tarefa tem ganhado em qualidade com o avanço da telemedicina e laudo a distância.
Se o tema interessa, não deixe de acompanhar até o final.
O que é ressonância magnética do coração?
Ressonância do coração é um exame que usa um campo magnético e ondas de rádio para mostrar a região cardíaca de forma clara e precisa.
Trata-se de um exame de imagem seguro, não invasivo e indolor.
Ele é capaz de registrar imagens anatômicas e do funcionamento do coração sob diversos ângulos.
Atualmente, a técnica da ressonância magnética cardíaca, ou RMC, é considerada a mais moderna entre os métodos diagnósticos por imagem, pois envolve registros tridimensionais do coração.
A partir dela, são coletadas informações sobre o volume, câmaras cardíacas (átrios e ventrículos), válvulas cardíacas e superfície do órgão.
O procedimento torna possível visualizar detalhes sobre a atividade e o fluxo sanguíneo no músculo cardíaco.

A ressonância do coração pode ser indicada para investigar uma hipótese diagnóstica ou analisar anomalias
Qual a importância da ressonância do coração?
Como gera imagens de alta definição, a RMC tem grande importância para o diagnóstico de doenças cardíacas complexas, como as anomalias congênitas (presentes desde o nascimento).
Também é útil na identificação de tumores e alterações nos vasos sanguíneos que irrigam o coração, a exemplo da isquemia, caracterizada por bloqueio que reduz o fluxo sanguíneo para o coração.
Graças à evolução e precisão das técnicas de ressonância magnética, a RMC se tornou aliada também na detecção e acompanhamento da doença arterial coronariana (DAC).
Essa é uma das doenças cardiovasculares mais comuns e está entre as principais causas de isquemia miocárdica – redução do fluxo sanguíneo, que pode levar ao infarto.

Principais indicações para a ressonância do coração
A ressonância do coração pode ser indicada para investigar uma hipótese diagnóstica ou analisar anomalias encontradas em exames anteriores.
Além de cardiopatias congênitas, o exame costuma ser recomendado nos seguintes casos:
- Pesquisa de isquemia miocárdica
- Avaliação pós-infarto, utilizando contraste para verificar a área do coração afetada por fibrose (degeneração do tecido do órgão)
- Cardiomiopatias – doenças que levam à ampliação e inflamação do miocárdio, e podem culminar em insuficiência cardíaca
- Arritmias, que são alterações na frequência cardíaca
- Tumores, sejam eles benignos ou malignos (cancerosos)
- Trombos – coágulos que obstruem a circulação do sangue
- Colagenoses – patologias que causam inflamação e degeneração no tecido conjuntivo
- Aneurismas – áreas dilatadas e enfraquecidas em um vaso sanguíneo
- Doenças nas válvulas do coração, a exemplo da insuficiência mitral.
Importante pontuar que a ressonância e a tomografia são exames diferentes, como explico na sequência.
Diferença entre ressonância cardíaca (RMC) e tomografia cardíaca (TCC)
Ressonância magnética e tomografia são dois exames que podem registrar imagens da região cardíaca, mas com características bem diferentes.
Enquanto a ressonância usa um campo magnético para captar imagens, a tomografia utiliza radiação ionizante e um tubo que gira em torno do paciente.
Interessante observar que a radiação ionizante está relacionada com o desenvolvimento de diversos tipos de câncer, não sendo recomendada para mulheres grávidas.
Quem tem claustrofobia (medo de locais fechados) pode receber sedação leve para realizar a RMC. Já a TCC diminui esse desconforto, pois é mais rápida.
Outra diferença fundamental diz respeito às imagens registradas.
Na tomografia, são captados cortes transversais, enquanto a ressonância mostra a área cardíaca de vários planos diferentes, sem limitações.
A RMC também apresenta benefícios quando é necessário o uso de meios de contraste – substâncias que realçam algumas partes do corpo.
Isso porque o contraste usado na ressonância (gadolínio) raramente provoca reações adversas.
Já o contraste iodado, usado na tomografia do coração, pode causar reações leves, moderadas ou graves.
O risco maior é em quem já teve reação prévia a contraste iodado ou possui alguma comorbidade.
Alergias, falta de ar, insuficiência renal e até parada cardíaca são exemplos de complicações provocadas por contraste iodado.
Preparo para o exame de ressonância magnética do coração
A ressonância sem contraste ou estresse induzido não exige nenhum tipo de preparo.
Só é preciso ter o cuidado de retirar qualquer objeto metálico antes de entrar na sala com o aparelho. Isso inclui brincos, pulseiras, celular e relógios.
Já se for uma ressonância com contraste, normalmente, o paciente precisa estar em jejum de 5 horas.
Para a realização da RMC com estresse induzido, é necessário suspender a ingestão de cafeína e alimentos energéticos, como chocolates, nas 24 horas anteriores ao exame.
Caso tome alguma medicação, ela só deve ser suspensa sob orientação médica.
Como é feita a ressonância do coração?
Antes de entrar na sala onde se encontra o aparelho de ressonância, o paciente retira os objetos metálicos que esteja usando.

Crianças pequenas e pessoas claustrofóbicas recebem uma leve sedação, evitando que se movimentem durante o exame.
Em seguida, o paciente deita em decúbito dorsal (de barriga para cima) na maca, que desliza para dentro do aparelho, onde há um tubo que faz a captação das imagens.
Dependendo da recomendação médica, a RMC pode durar de 20 minutos a mais de uma hora.
O paciente precisa ficar estático durante esse tempo, pois qualquer movimentação pode comprometer a qualidade dos registros.
No diagnóstico de isquemia, é realizada RM com estresse induzido.
Em geral, o paciente recebe uma medicação específica, chamada dipiridamol, antes de o exame começar.
A substância faz aumentar os batimentos cardíacos e, consequentemente, a demanda por oxigênio, como acontece quando há estresse físico (na realização de exercícios, por exemplo).
O que apoia a detecção da isquemia pois, nessa condição, o órgão tem dificuldades para prover o oxigênio suficiente durante o período de estresse.
O que interfere na qualidade da imagem da ressonância do coração?
Embora a ressonância seja conhecida pela qualidade dos registros gerados, alguns fatores atrapalham a aquisição das imagens.
Mencionei um dos principais acima: a presença de objetos metálicos.
Devido à grande potência do ímã do equipamento de RM, mesmo pequenos itens podem ser atraídos, o que prejudica o exame e ainda coloca em risco a segurança do paciente e do profissional de saúde responsável.
Também é preciso avaliar a indicação do exame para quem possui implantes, a exemplo de marcapassos antigos, capazes de gerar artefatos nas imagens.
Outra questão é a necessidade de o paciente ficar imóvel durante todo o exame, que precisa ser comentada na fase de preparo para verificar se é benéfico usar um sedativo leve.
O profissional que executa a ressonância cardíaca deve cuidar para que os registros sejam captados rapidamente, uma vez que o coração não para de bater.
Assim, é necessário conhecimento para programar o aparelho de RM corretamente.
Como é feita a ressonância do coração com contraste?
Como expliquei há alguns tópicos, o contraste serve para evidenciar determinadas áreas do coração.
A substância utilizada em exames de ressonância é o gadolínio, que auxilia na diferenciação entre as partes do músculo cardíaco.
Com o contraste, há realce que se traduz em maior nitidez nas imagens, em tons mais claros.
O uso de contraste tornou possível observar, por exemplo, o fluxo sanguíneo das veias e artérias que irrigam o coração.
Assim, fica mais fácil identificar bloqueios, isquemias e anormalidades.

Outro uso comum da ressonância cardíaca contrastada se dá na avaliação de pacientes que sofreram infarto do miocárdio, através da técnica de realce tardio.
De forma resumida, o exame mostra o quanto o órgão foi comprometido pela interrupção da irrigação sanguínea e, por consequência, da nutrição e oxigenação, provocadas pelo infarto.
Nesse caso, o paciente recebe o gadolínio por via intravenosa, e a substância chega até a região cardíaca.
Nas imagens registradas pela técnica do realce tardio, as partes afetadas pelo infarto aparecem mais claras que as demais.
Isso acontece porque o gadolínio não consegue penetrar as membranas das células sadias e, portanto, essas células ficam mais escuras nas imagens.
As áreas prejudicadas pelo infarto sofrem um rompimento na membrana das células, permitindo que o contraste circule e evidencie o tecido necrosado.
Com todas essas informações, o cardiologista responsável pelo acompanhamento do paciente pode optar por tratamentos adequados.

A ressonância sem contraste ou estresse induzido não exige nenhum tipo de preparo
Exame de ressonância do coração dói? É desconfortável?
A ressonância do coração não dói, mas algumas características do exame podem causar certo desconforto.
Começando pela necessidade de ficar imóvel dentro do tubo do aparelho de RM, por um tempo razoável para a aquisição das imagens.
Esse fator incomoda principalmente pessoas que têm claustrofobia (medo de ficar em ambientes fechados) ou problemas para se manterem paradas.
Assim, é importante que o paciente converse com a equipe responsável caso se sinta mal dentro de um elevador, por exemplo, ou tenha limitações que o impedem de controlar os movimentos.
Caso o desconforto seja relacionado a dores no corpo ou posições incômodas, dá para aliviar a situação usando almofadas e medicamentos analgésicos.
Durante o exame, o equipamento de RM emite um barulho alto, que pode ser atenuado utilizando plugs ou fones de ouvido.
Vale lembrar que o essencial é permanecer imóvel.
De qualquer forma, a equipe de saúde estará pronta para encontrar soluções que viabilizem um exame com conforto para o paciente.
Contraindicações para a ressonância do coração
Caso o paciente tenha implantes eletrônicos, como marcapasso no coração ou no cérebro, o exame pode ser contraindicado.
A RM também pode não ser recomendada para pessoas que tenham próteses, como stents vasculares, parafusos, placas, válvulas cerebrais, cardíacas ou algumas próteses penianas.
Outra contraindicação costuma se aplicar a pacientes com insuficiência renal, já que eles podem sofrer complicações por causa do contraste com gadolínio.
Como já destacado, pessoas claustrofóbicas e crianças pequenas podem ter dificuldades para ficar paradas durante a RMC e, nesses casos, se aplica uma sedação leve que costuma funcionar bem.
Resultados da ressonância do coração
A ressonância do coração costuma ser indicada para confirmar ou aprofundar os conhecimentos sobre patologias na região cardíaca em pacientes doentes.

De qualquer forma, resultados normais indicam que coração, veias e artérias estão saudáveis, sem anormalidades aparentes.
Uma RMC sem alterações mostra que o risco de doenças cardiovasculares em um futuro próximo é pequeno.
Segundo diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o exame é eficiente no diagnóstico de massas na região cardíaca, como tumores.
Trombos nos ventrículos, estenose aórtica e inflamações no pericárdio (membrana que reveste o músculo cardíaco) também aparecem nas imagens da ressonância cardíaca.
Estenose aórtica é o estreitamento da válvula aórtica, responsável pela passagem do sangue do ventrículo esquerdo para a artéria aorta e o restante do corpo.
Com o tempo, essa condição pode levar à insuficiência cardíaca, quando o coração não consegue bombear o sangue necessário para a nutrição e oxigenação das células do corpo.
Como interpretar o resultado da ressonância do coração?
A interpretação cabe a médicos especializados na área do exame, que possuam conhecimentos sobre cardiologia e radiologia médica.
No entanto, existem aspectos comumente avaliados pela RMC e comentados no laudo de ressonância magnética, a exemplo de:
- Detalhes sobre a anatomia do coração, como a forma e tamanho dos ventrículos e átrios, posicionamento das válvulas e condição das paredes cardíacas
- Aspectos funcionais, como a redução da capacidade de contração (hipocinesia) ou ausência de contração (acinesia) das câmaras cardíacas, pontos de isquemia e fração de ejeção (porcentagem de sangue bombeado pelo ventrículo esquerdo para o corpo)
- Técnicas do exame de RM, a exemplo do realce tardio (empregado para detectar áreas de fibrose ou morte de células pós-infarto) ou estresse farmacológico (uso de medicação para simular o aumento da demanda por oxigênio)
- Alterações do tecido cardíaco, como inflamações, infecções, fibrose ou edema.
No próximo tópico, esclareço sobre os profissionais envolvidos na realização e interpretação do exame.
Qual profissional realiza a ressonância do coração?
Assim como outros exames de diagnóstico por imagem, a ressonância do coração pode ser realizada por um técnico em radiologia, desde que treinado para conduzir o procedimento.
No entanto, o exame costuma ser acompanhado por um médico, que pode visualizar os registros em tempo real, por meio da estação de aquisição de imagens.
Nessa estação, as imagens transmitidas pelo equipamento de ressonância magnética aparecem na tela de um computador.
Qual profissional é habilitado para laudar a ressonância do coração?
No Brasil, o órgão que regula a emissão de laudos médicos é o Conselho Federal de Medicina (CFM).
Segundo o CFM, somente médicos especialistas podem produzir e assinar esses documentos, sejam eles físicos ou elaborados à distância.
No caso da RMC, o especialista deve ter conhecimentos em cardiologia e radiologia para laudar o exame.
Outra possibilidade é a construção do laudo por dois especialistas: um radiologista e um cardiologista.
Nesse caso, ambos serão responsáveis pelo diagnóstico do paciente.
Como a inteligência artificial está sendo usada na ressonância cardíaca?
O uso de IA na medicina vem agregando agilidade e diminuindo a carga de trabalho de médicos especialistas responsáveis pela interpretação da RM cardíaca e de outros exames de imagem.
Algoritmos vêm sendo treinados para reconhecer padrões, realizando a segmentação automática de estruturas cardíacas, como exemplifica esta notícia.
Embora não substitua a análise de um cardiologista qualificado, a IA otimiza as etapas iniciais da interpretação da ressonância, fornecendo um tipo de segunda opinião embasada por diversas imagens e estudos utilizados no aprendizado de máquina.
Outro ganho, segundo artigo divulgado na publicação “Radiology”, consiste em:
“Um novo paradigma para obter insights sobre imagens; combinado com dados clínicos, genéticos, de dispositivos vestíveis e ‘ômicos’, a IA permitirá a fenotipagem profunda de pacientes com doença cardiovascular conhecida ou suspeita.”
Telemedicina e laudos a distância na ressonância cardíaca
Se, por um lado, a exigência de especialistas garante a qualidade e segurança dos laudos, por outro, ela acaba sendo um obstáculo para o acesso ao exame.
Essa dificuldade está presente, em especial, nas regiões mais remotas, como pequenas cidades no interior do país.
Nesses locais, é comum a carência de especialistas.
O custo de contratação de profissionais capacitados também é um entrave para clínicas que desejam oferecer a RMC.
Por isso, uma boa opção é a parceria com empresas de telemedicina, que possibilita obter laudos online.
O processo é simples, seguro e de alta qualidade.
Com supervisão médica, o técnico em radiologia realiza a ressonância do coração por meio de um equipamento digital.
Em seguida, os registros são enviados a um software específico, que permite o compartilhamento das imagens via plataforma de telemedicina.
Também é possível configurar o aparelho de RM para o envio automático dos registros ao PACS da Telemedicina Morsch.
Os especialistas logados no sistema recebem os registros e informações do paciente, assim como a suspeita clínica – tudo através da plataforma, que é acessada com login e senha.
Eles avaliam as imagens e registram sua análise no telelaudo, assinado digitalmente.
O documento é disponibilizado em minutos e pode ser visto por profissionais de saúde e até pelo paciente.
Com o auxílio da tecnologia, portanto, não apenas a unidade de saúde pode oferecer o exame, como garante a qualidade do diagnóstico.
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Conclusão
Neste artigo, você conferiu informações sobre as características da ressonância do coração.
Esse é um procedimento complexo, que deve ser laudado por especialistas capacitados em cardiologia e radiologia.
Se na sua clínica ou hospital a RMC ainda não é oferecida, conte com a tecnologia para ampliar o portfólio de exames.
Permita que a Telemedicina Morsch auxilie na emissão de laudos confiáveis, com agilidade e segurança.

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