Eletroencefalograma detecta ansiedade? Entenda como é o diagnóstico
Será que o eletroencefalograma detecta ansiedade?
Essa é uma questão que pode surgir no consultório médico, quando é feita a solicitação de exames como o EEG para investigar possíveis alterações neurológicas.
Esclareço essa dúvida nas próximas linhas.
Siga a leitura para saber mais sobre o diagnóstico da ansiedade patológica e condições diagnosticadas com o suporte do eletroencefalograma.
Ao final, esclareço sobre os benefícios de uma plataforma de telemedicina para a interpretação de exames como o EEG.
O eletroencefalograma detecta ansiedade?
Não, o eletroencefalograma não detecta ansiedade.
Na verdade, o EEG avalia a atividade elétrica cerebral, mostrando padrões de ondas mentais.
Ou seja, ele permite estudar a ação dos neurônios (as células cerebrais), o que apoia o diagnóstico de certos transtornos neurológicos.
Contudo, o que o paciente relata como ansiedade pode ser sintoma de certas doenças, incluindo a epilepsia – uma das principais patologias identificadas através do exame.
Pode vir daí a ideia de que o EEG seria capaz de detectar ansiedade, surgindo diante do pedido desse exame para confirmar ou afastar a suspeita de epilepsia.
E, por consequência, ajudar no diagnóstico diferencial da ansiedade patológica que, de acordo com este estudo:
“Ocorre quando há uma resposta inadequada a um determinado estímulo, em virtude de sua intensidade ou duração. A patologia é definida a partir do momento em que o sofrimento trouxer prejuízo à pessoa em função dos comportamentos de fuga e esquiva de situações importantes da vida acadêmica, social e profissional do indivíduo.”
Qual exame detecta ansiedade?
A verdade é que nenhum exame é capaz de detectar essa doença mental. Isso porque, assim como outras patologias similares, a ansiedade tem diagnóstico clínico.
Ou seja, baseado em critérios diagnósticos estabelecidos em instrumentos como o DSM-5 e a Classificação Internacional de Doenças (CID).
O DSM-5 elenca nada menos que oito tipos de transtornos ansiosos, cada qual com suas especificidades:
- Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)
- Transtorno de ansiedade social (TAS, fobia social)
- Transtorno de pânico (TP)
- Fobia específica (FE)
- Agorafobia (AG)
- Transtorno de Ansiedade de Separação
- Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e transtorno de estresse agudo
- Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
A seguir, falo sobre os sintomas comuns.
O EEG avalia a atividade elétrica cerebral, mostrando padrões de ondas mentais
Sintomas comuns
Embora haja diferentes transtornos ansiosos, eles costumam ser investigados por meio de questionários padronizados, junto à presença de sintomas como:
- Nervosismo persistente
- Tremores
- Tensão muscular
- Transpiração
- Sensação de vazio na cabeça
- Palpitação no coração
- Tonturas
- Desconforto epigástrico.
Trago mais informações sobre o questionário abaixo.
Questionários para anamnese
Uma anamnese médica completa é fundamental para identificar qualquer forma de ansiedade patológica, e a entrevista conduzida pelo psiquiatra costuma incluir ferramentas específicas.
Uma delas é o questionário DASS-21, uma escala de depressão, ansiedade e estresse que emprega afirmações com as quais o paciente deve concordar ou discordar, tais como:
- Senti medo sem motivo
- Preocupei-me com situações em que pudesse entrar em pânico e fosse ridículo
- Percebi meu coração alterado mesmo não tendo feito nenhum esforço físico
- Senti minha boca seca
- Senti que ia entrar em pânico
- Senti tremores
- Tive dificuldade em respirar em alguns momentos (ex. ofegante, sem ar, sem esforço físico).
Veja na sequência o que o eletroencefalograma realmente pode detectar.
O que o eletroencefalograma detecta?
Embora não possa detectar a ansiedade patológica, o EEG oferece suporte diagnóstico para uma série de condições, incluindo:
- Epilepsia
- Crises epilépticas
- Coma
- Morte encefálica
- Intoxicações
- Encefalite
- Distúrbios do sono como a narcolepsia e apneia
- Síndromes demenciais como o Alzheimer
- Convulsões devido a distúrbios metabólicos
- Tumores cerebrais.
No próximo tópico, explico como o exame é realizado.
Como é feito o eletroencefalograma?
Para avaliar a atividade dos neurônios, o aparelho de EEG possui eletrodos conectados por cabos a um monitor.
Durante a fase de preparo para o exame, os eletrodos são fixados em diferentes pontos da cabeça do paciente, obedecendo a padrões de posicionamento como o Sistema Internacional 10-20%.
Em seguida, o equipamento é ligado, iniciando a captação dos impulsos elétricos cerebrais com o apoio do amplificador de corrente elétrica que integra o aparelho de EEG.
Esses sinais são enviados ao monitor, permitindo sua conversão em gráficos de linha que ilustram padrões e ondas mentais.
Conforme a prescrição médica, o exame pode englobar manobras como a hiperventilação e a fotoestimulação, a fim de registrar as reações neuronais.
O período de monitoramento depende do tipo de EEG solicitado, que pode ser:
- Eletroencefalograma em sono e vigília: conhecido também como EEG clínico, avalia os impulsos elétricos cerebrais em duas fases: com o paciente acordado e dormindo
- Eletroencefalograma ocupacional: versão simplificada do exame, com menor duração. Visa a prevenção de acidentes de trabalho devido a crises neurológicas súbitas, fazendo parte dos exames complementares do PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional)
- Eletroencefalograma com mapeamento cerebral: é a versão mais completa do exame, que permite a formação de imagens coloridas para correlacionar áreas cerebrais a determinadas funções do corpo.
Um dos grandes avanços recentes na interpretação do EEG veio com o telediagnóstico, como explico a seguir.
O DSM-5 elenca nada menos que oito tipos de transtornos ansiosos, cada qual com suas especificidades
Vantagens do telediagnóstico para eletroencefalograma
Complexa, a interpretação do eletroencefalograma só deve ser feita por médicos neurofisiologistas clínicos (ou eletroencefalografistas), segundo determina o Conselho Federal de Medicina (CFM).
Porém, nem sempre esses especialistas estão presentes nas clínicas e hospitais para laudar o EEG, principalmente se o estabelecimento estiver longe dos centros urbanos.
A boa notícia é que dá para suprir a carência de especialistas com o auxílio da telemedicina e laudo a distância.
Basta ter um dispositivo conectado à internet para acessar o software de telemedicina em nuvem e compartilhar os registros do eletroencefalograma, realizado por um médico ou técnico de enfermagem treinado.
Um eletroencefalografista fará a avaliação e interpretação do EEG, elaborando o laudo digital, liberado em minutos na plataforma.
Empresas completas como a Telemedicina Morsch ainda oferecem comodidades como:
- Laudos online 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive aos domingos e feriados
- Agilidade na entrega dos resultados de exames online, com direito a avaliação imediata de urgências
- Aluguel em comodato para economizar com a aquisição do aparelho de EEG
- Oportunidade para ampliar o portfólio de exames com diferentes especialidades
- Prontuário eletrônico hospedado na nuvem, sob a proteção de mecanismos de autenticação e criptografia
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Conclusão
Ao final deste texto, ficou claro que a afirmação de que o eletroencefalograma detecta ansiedade não procede.
No entanto, o exame tem grande importância para o diagnóstico de outras condições de saúde.
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