Sistema 10-20: entenda esse padrão no eletroencefalograma
O sistema 10-20 no EEG é um dos principais padrões empregados no exame.
Ele oferece uma série de regras para o posicionamento dos eletrodos do eletroencefalograma, a fim de garantir a qualidade dos registros coletados.
Dessa forma, os gráficos retratam a atividade elétrica cerebral de maneira fidedigna.
O sistema 10-20 é o tema deste artigo, em que explico mais sobre sua importância e como utilizá-lo.
Ao final, você ainda vai saber de que maneira se beneficiar com os laudos online via telemedicina neurológica.
O que é o sistema 10-20?
O Sistema 10-20 no EEG é um padrão de posicionamento dos eletrodos recomendado por autoridades médicas nacionais e internacionais.
Basicamente, esse tipo de montagem de EEG divide a cabeça em dois hemisférios, a fim de que os eletrodos tenham a mesma distância entre si.
Vem daí o nome do sistema, pois o segundo eletrodo é 20% mais espaçado que o primeiro, e assim por diante.
A recomendação da Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica (SBNC) é a seguinte:
“Cada eletrodo tem uma denominação padrão composta por uma letra e por um número, sendo a letra baseada na região cerebral coberta por este eletrodo e o número indicando a sua lateralização. Desta forma, temos Fp para fronto-polar, F para frontal, C para central, P para parietal, T para temporal e O para occipital”.
A SBNC ainda afirma que toda a superfície encefálica deve estar coberta e que o posicionamento dos eletrodos deve ser baseado em medidas específicas feitas a partir de pontos de referência do crânio, proporcionais ao seu tamanho e forma.
Para diferenciar as áreas equivalentes dos hemisférios cerebrais, são usados números pares para o hemisfério direito, e ímpares para o esquerdo.
A linha média serve como ponto 0 e, portanto, recebe a denominação Z.
Já os eletrodos auriculares começam com a letra A, sendo A1 para a orelha esquerda, e A2 para a direita.
Como funciona o sistema 10-20 no EEG?
O sistema 10-20 funciona a partir de parâmetros para a montagem correta.
Segundo sugere a Academia Americana de EEG, deve-se:
- Usar no mínimo 16 canais simultaneamente
- Usar todos os 21 eletrodos do sistema 10-20
- As conexões dos eletrodos (bipolar) devem correr em linhas sequenciais, e manter as distâncias entre os eletrodos iguais
- Apresentar os canais anteriores e da esquerda antes dos posteriores e da direita
- Três classes de montagens deverão estar representadas em cada registro EEG: longitudinal bipolar, transversal bipolar e referencial.
Nesse esquema, os eletrodos são dispostos em linhas de 5, organizados em 5 planos longitudinais e 5 planos transversais.
Os planos transversais são:
- Pré-frontal
- Frontal
- Coronal (rolândico)
- Parietal
- Occipital.
Os planos longitudinais correspondem a:
- Longitudinal inferior esquerdo
- Parassagital esquerdo
- Sagital ou mediano
- Parassagital direito
- Longitudinal inferior direito.
A seguir, explico por que usar o sistema 10-20 no EEG.
Qual a importância do sistema 10-20 no EEG?
O sistema 10-20 padroniza a técnica e informações referentes ao eletroencefalograma, permitindo que sejam compreendidas por profissionais não especializados no exame.
Além de qualificar a realização do EEG, estabelecendo parâmetros desde a colocação dos eletrodos e evitando problemas como artefatos.
O uso do sistema ainda possibilita a comparação entre diferentes registros de um mesmo paciente ou entre ele e outras pessoas, para fins de pesquisa.
Graças a essa montagem padronizada, o EEG não precisa ser conduzido apenas por neurologistas, podendo ser feito por outros médicos ou mesmo técnicos de enfermagem que tenham recebido o treinamento adequado.
Como é feito o exame EEG passo a passo?
O eletroencefalograma usa eletrodos conectados a um monitor para registrar os impulsos elétricos emitidos pelos neurônios.
O exame começa com orientações sobre o preparo do paciente, que deve comparecer ao serviço de saúde com o couro cabeludo lavado apenas com xampu neutro.
Condicionador, cremes, gel e outros cosméticos não devem ser aplicados, pois interferem na aderência dos eletrodos.
No horário marcado, o paciente é levado até a sala de EEG e acomodado numa cadeira ou maca.
Em seguida, o médico ou técnico de enfermagem separam mechas e marcam o couro cabeludo, a fim de posicionar os eletrodos no sistema 10-20 ou outro esquema de montagem.
Para fixar os eletrodos com firmeza, é usada uma pasta condutora de eletricidade.
Uma vez que todos estejam estáveis, são conectados ao monitor e o aparelho de EEG é ligado.
Dependendo do pedido médico, o eletroencefalograma pode ser feito em vigília, durante o sono ou em sono e vigília.
Também é comum a realização de manobras como hiperventilação e fotoestimulação para avaliar a atividade dos neurônios em condições específicas.
Assim que as etapas terminam, o equipamento de EEG é desligado, e os eletrodos, retirados com cuidado.
Já escrevi aqui no blog um artigo completo com dicas para realizar o eletroencefalograma, confira.
Benefícios do laudo eletrônico do EEG
Embora possa ser feito por médicos e técnicos de enfermagem, o EEG só deve ser interpretado pelo neurofisiologista clínico (eletroencefalografista).
Afinal, esse é o especialista que possui conhecimento profundo na anatomia e funcionamento cerebral e está apto a identificar anormalidades.
Contudo, a carência de eletroencefalografistas tende a atrasar a emissão de laudos e, por consequência, o diagnóstico e tratamento de condições patológicas.
Mas é possível reverter esse quadro com o auxílio da plataforma de Telemedicina Morsch, que oferece o serviço de interpretação remota do EEG.
Funciona assim: a equipe local faz o exame normalmente e, depois, se loga no sistema Morsch – acessível por qualquer dispositivo com conexão à internet.
O médico ou técnico compartilha os gráficos do EEG, viabilizando a avaliação a distância de um neurofisiologista clínico.
Ele produz o laudo online, assinado digitalmente e liberado na plataforma em minutos.
Casos urgentes são avaliados em tempo real para apoiar a tomada de decisão da sua equipe.
No mesmo software em nuvem, os profissionais in loco ainda podem pedir uma segunda opinião médica ou teleconsultoria para esclarecer dúvidas.
Comece a aproveitar as vantagens de ter a Morsch como parceira da sua clínica ou hospital.
Conclusão
Conhecer o sistema 10-20 no EEG é fundamental para conduzir o exame com qualidade e precisão.
Se ficou alguma dúvida, sugestão ou complemento, deixe um comentário.
E siga lendo artigos sobre neurologia aqui no blog.