O que é neuropsiquiatria e qual a diferença para a psiquiatria convencional?
A neuropsiquiatria é uma área que cresce cada vez mais na medicina, dando nova perspectiva ao tratamento de problemas relacionados à saúde mental.
Por abranger e integrar estudos e intervenções da área psiquiátrica e neurológica, ela garante mais precisão e eficiência no tratamento dos pacientes, tendo impacto direto em sua qualidade de vida!
Não é novidade que problemas como ansiedade, insônia, dores de cabeça, perda de memória e depressão são cada vez mais comuns na sociedade moderna.
Assim, por se tratar de questões sérias e que exigem cuidados especiais, a atuação de bons especialistas é indispensável.
Normalmente, dependendo da natureza de cada sintoma, há uma diferenciação entre os casos que exigem um psiquiatra e daqueles que necessitam de um neurologista.
Em resumo, a neurologia é voltada às doenças do sistema nervoso e seus impactos nas demais funções do organismo humano.
Por sua vez, a psiquiatria tem a psique como foco, prevenindo, atendendo, detectando, tratando e reabilitando as diversas patologias que podem acometer a mente.
A fim de eliminar essa diferenciação, integrar as possibilidades oferecidas por cada área e ampliar a excelência dos cuidados junto aos pacientes, a neuropsiquiatria visa abranger os domínios da neurologia e da psiquiatria em uma única especialidade.
Para que você domine o tema e entenda suas possibilidades, a seguir, vou abordar melhor:
- O perfil exigido para o profissional neuropsiquiatra;
- As principais diferenças em relação à psiquiatria comum;
- Além das doenças que podem ser tratadas no segmento.
Quais são as funções e responsabilidades de um especialista em neuropsiquiatria?
Como mencionei acima, trata-se de uma área médica e científica que reúne conhecimentos de psiquiatria e neurologia em uma única especialidade.
No contexto da saúde, ela consiste em uma subespecialidade da clínica médica, que é voltada aos cuidados e aos tratamentos de pacientes com alterações comportamentais e de bases neurológicas.
Dessa maneira, a formação dos médicos na área depende de habilidades e domínios que vão além daqueles existentes na formação psiquiátrica considerada tradicional.
Ou seja, para contemplar os tratamentos daqueles com patologias neurológicas comportamentais ou neuropsiquiátricas, o médico psiquiatra precisa de formação complementar.
Ainda entre os conhecimentos que devem ser adquiridos nesse processo de qualificação, estão aqueles ligados aos:
- Diagnósticos diferenciais;
- Avaliações;
- Tratamentos farmacológicos;
- Prognósticos;
- Manejo psicossocial dos pacientes com o perfil citado.
Confira um breve resumo que preparei sobre ambas:
Neurologia
A neurologia é voltada a doenças que afetam o sistema nervoso humano, como:
- Parkinson;
- Meningite;
- Alzheimer;
- Epilepsia;
- Depressão, entre outras semelhantes.
Basicamente, ela é voltada a condições ligadas à parte orgânica, que normalmente se manifestam por meio de dores musculares, dores de cabeça, entre outros sintomas ligados.
Portanto, podemos afirmar que o neurologista é o profissional responsável pelo tratamento e diagnóstico das doenças que acometem o cérebro, bem como seus nervos, músculos e medula, responsáveis por orientar o organismo e guiar os 5 sentidos.
Psiquiatria
Já a psiquiatria se foca em questões mentais e emocionais, como:
- Transtornos psíquicos;
- Problemas de relacionamento;
- Disfunções comportamentais, entre outros da mesma natureza.
Assim, o psiquiatra é o profissional indicado para tratar questões como insônia, angústia, mudanças de apetite, isolamento, tentativas de suicídio, pensamentos autodestrutivos, entre outros sintomas ligados à psique humana.
Dessa maneira, a psiquiatria atua no diagnóstico de condições mentais, bem como no tratamento medicamentoso feito por meio de remédios alopáticos.
Neuropsiquiatria
Com as noções de neurologia e psiquiatria bem definidas, é mais fácil compreender como as duas áreas se relacionam através da neuropsiquiatria.
Em poucas palavras, a área investiga e trata patologias psiquiátricas levando também em consideração as bases orgânicas que as motivam.
Da mesma maneira, a neuropsiquiatria também diagnostica e combate doenças neurológicas considerando suas manifestações psiquiátricas!
Por mais que a neuropsiquiatria se diferencie em muitos pontos da psiquiatria convencional, ainda é comum que muitos confundam as duas noções.
No próximo item, vou demonstrar melhor como as duas áreas se diferenciam!
Como a neuropsiquiatria se diferencia da psiquiatria convencional?
Por se tratar de um segmento relativamente novo em comparação com a psiquiatria tradicional, é normal que ainda existam confusões relacionadas ao conceito de neuropsiquiatria.
No quadro comparativo abaixo, confira as definições que elenquei para apontar os principais pontos que diferenciam a neuropsiquiatria, área foco do artigo, da psiquiatria convencional:
NEUROPSIQUIATRIA | PSIQUIATRIA CONVENCIONAL |
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Mesmo que sejam especialidades diretamente relacionadas, a psiquiatria e a neuropsiquiatria precisam ser devidamente diferenciadas, para que não existam confusões sobre suas indicações e possibilidades de tratamento.
Qual a relação de doenças que podem ser diagnosticadas com a neuropsiquiatria?
Antes de listar as doenças e disfunções que podem ser diagnosticadas por meio da neuropsiquiatria, é importante explicar como o processo de avaliação é feito pelos especialistas.
Inicialmente, na primeira consulta, é feita a anamnese, assim como em qualquer atendimento comum. Nela, são levantadas informações sobre os sintomas e problemas apontados pelo paciente, bem como seu histórico.
Nesse momento, é comum que os indivíduos em busca de tratamento tenham diversas dúvidas e pouca clareza quanto ao tipo de transtorno que os acometem.
Muito além de uma análise detalhada dos sintomas, o diagnóstico também depende de uma comparação minuciosa dos históricos familiares do paciente. Bem como de análises ligadas às suas atividades e comportamentos cotidianos.
Como o diagnóstico depende muito das informações fornecidas pelos pacientes, é imprescindível que o especialista consiga estabelecer uma verdadeira relação de parceria com os indivíduos, garantindo clareza nas análises e quanto às etapas de tratamento.
Outro recurso de suma importância para garantir uma avaliação completa dos pacientes são os exames. Afinal, são indispensáveis para a detecção da maioria dos transtornos psiquiátricos e neurológicos.
Entre os principais procedimentos diagnósticos da área, estão os exames neurológicos, psicológicos e neuropsicológicos. Além de testes complementares, que podem ser físicos, laboratoriais e de imagem.
De forma resumida, podemos afirmar que as avaliações na neuropsiquiatria envolvem avaliações do estado mental dos pacientes, de seu histórico clínico. Além de exames complementares gerais e próprios da área neurológica e psiquiátrica!
Caso os pacientes tenham exames anteriores, feitos em outras investigações, também é importante que o médico esclareça a necessidade de apresentá-los para uma melhor avaliação.
Basicamente, a neuropsiquiatria se dedica ao diagnóstico de doenças próprias dos segmentos de psiquiatria e neurologia. Para listar essas patologias, as separei entre aquelas que são neurológicas e psiquiátricas:
Patologias neurológicas
- Distúrbios do sono;
- Epilepsias e convulsões;
- AVCs, conhecidos como derrames;
- Cefaleias, ou as populares dores de cabeça;
- Enxaquecas;
- Doenças desmielinizantes, como a Esclerose Múltipla;
- Patologias musculares;
- Tumores e aneurismas cerebrais;
- Neuropatias;
- Distúrbios do movimento, como tremores e Doença de Parkinson;
- Mal de Alzheimer e outros tipos de demências;
- Meningite;
- Entre outros transtornos neurológicos.
Doenças e disfunções psiquiátricas
- Depressão;
- Transtornos de ansiedade;
- Demência;
- Transtorno de déficit de atenção com hiperatividade, chamado de TDAH;
- Transtorno bipolar;
- Esquizofrenia;
- Transtorno obsessivo compulsivo;
- Crises de pânico;
- Transtornos alimentares, como anorexia e bulimia.
- Entre outras patologias e distúrbios psiquiátricos.
Ainda, lembre-se: por mais que eu tenha separado as doenças em duas áreas distintas, as duas listas consistem nas doenças diagnosticadas pela neuropsiquiatria.
Isso porque, a finalidade é integrar os casos abrangidos pela psiquiatria e pela neurologia, para garantir diagnósticos mais abrangentes de problemas relacionados à mente humana. Assim, contemplando seus aspectos orgânicos e psíquicos.
Outro ponto importante em relação aos diagnósticos da neuropsiquiatria está relacionado à prevenção dos pacientes. Trato melhor sobre sua importância no próximo item.
Por que a neuropsiquiatria é importante em termos de prevenção?
Assim como em qualquer especialidade médica, quanto mais precoce for a identificação de uma doença, mais eficiente e adequado será o seu tratamento.
Na neuropsiquiatria, a máxima também é verdadeira para grande parte das patologias, especialmente daquelas com cunho neurológico.
Por exemplo, indivíduos com histórico familiar para doenças degenerativas, como o Mal de Alzheimer, precisam sempre buscar por um especialista preventivamente.
Por mais que não existam tratamentos capazes de curar esse tipo de condição, é importante obter o diagnóstico precoce para que o paciente e seus familiares tenham apoio e saibam lidar com a evolução do quadro da melhor maneira possível.
Isso é de suma importância para a qualidade de vida dos indivíduos e para minimizar as consequências de eventuais problemas neurológicos.
No sentido contrário, caso nenhuma alteração seja detectada, as consultas preventivas também são importantes para que o paciente tenha mais tranquilidade quanto ao seu quadro e histórico.
A importância da neuropsiquiatria preventiva também é importante para condições tratáveis, que vão desde as mais amenas, como as enxaquecas, até as mais graves como a esclerose múltipla e a epilepsia.
Nessas situações, o diagnóstico precoce permite um melhor controle das manifestações patológicas e uma evolução muito mais positiva para os pacientes.
Depois de esclarecer alguns dos pontos mais importantes da neuropsiquiatria, no próximo item, vou finalizar sua conceituação descrevendo quais são as rotinas e pacientes típicos da área!
Quais são as rotinas e os pacientes típicos da neuropsiquiatria?
Para compreender como a neuropsiquiatria é desempenhada na rotina dos especialistas, primeiro é necessário entender o que motiva sua integração entre a neurologia e a psiquiatria.
Em primeiro lugar, é preciso ter em mente que muitas doenças de cunho neurológico com graves e incapacitantes alterações comportamentais, como demência, epilepsia e Parkinson, limitam o manejo dos indivíduos apenas sob uma perspectiva neurológica.
Nesse sentido, transtornos de somatização, conversivos, de dissociação, entre outros relacionados, muitas vezes podem exigir abordagens que vão além da psiquiatria, manifestando-se como patologias clínicas.
Frente a isso, para garantir a conduta mais adequada e assertiva frente aos diferentes casos possíveis nas áreas, é indispensável ter conhecimentos amplos e integrados.
Dessa maneira, entre os conhecimentos e habilidades exigidas aos profissionais da área, os aspectos que mais merecem destaque são:
- Identificação de distúrbios comportamentais gerados por patologias neurológicas;
- Diagnóstico de doenças psiquiátricas, tanto conversivas quanto dissociativas;
- Manejo adequado e individualizado no tratamento de cada caso, sejam as intervenções farmacológicas ou não;
- Reabilitação dos pacientes tratados, levando em consideração suas características e demandas psiquiátricas e neurológicas.
Portanto, os pacientes considerados típicos da área de neuropsiquiatria são aqueles que têm ou tiveram quadros de:
- Irritabilidade excessiva ou patológica;
- Traumas ou Acidente Vascular Encefálico que geram sequelas emocionais ou de comportamento;
- Transtornos mentais gerados por fatores orgânicos nas estruturas do cérebro;
- Problemas psicológicos ligados ao uso de determinados medicamentos;
- Demências em geral;
- Parkinson ou Alzheimer;
- Disfunções de sono;
- Doenças psiquiátricas e psicológicas com respostas ruins aos tratamentos convencionais;
- Alterações de memória;
- Problemas de raciocínio.
Entenda a relação da neuropsiquiatria com a Telemedicina
Quando tratamos sobre a adequação dos médicos às novas especialidades e tendências da área da saúde, é impossível ignorar os principais avanços da tecnologia, que têm sua importância crescente nas rotinas das clínicas e hospitais.
Nesse contexto, a Telemedicina na neurologia e a telepsiquiatria são tendências com impactos diretos na neuropsiquiatria.
Além de eliminar barreiras geográficas, ampliar as possibilidades de atendimento e tornar a saúde mais acessível para médicos e pacientes, esse tipo de recurso ainda aumenta a eficiência dos laudos.
Isso é possível por meio de exames neurológicos feitos à distância, em que os postos de atendimento podem receber os laudos prontos com mais agilidade e qualidade, barateando custos operacionais para atender a uma maior demanda.
A neurorradiologia e a telepsiquiatria tendem a acompanhar cada vez mais as tendências da neuropsiquiatria, ampliando suas possibilidades.
Afinal, é importante que os médicos e demais profissionais de saúde se mantenham atentos quanto aos principais avanços e benefícios da área!
Conclusão
Ao contrário da psiquiatria tradicional, que se foca apenas em questões mentais e de comportamento, sua finalidade é abranger as ciências médicas do sistema nervoso, dos transtornos mentais e das alterações comportamentais em uma única área!
Assim, ela é indicada desde casos como irritabilidade e problemas de sono, até transtornos demenciais, mal de Alzheimer e problemas psicológicos em geral, conferindo diagnósticos, tratamentos e reabilitações mais eficientes para qualquer patologia tratada pelas áreas da psiquiatria e da neurologia.
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