Paroxetina: para que serve, receita e como tomar

Por Dr. José Aldair Morsch, 1 de maio de 2023
Paroxetina

Paroxetina é um remédio destinado ao controle de distúrbios psíquicos, como depressão e ansiedade.

Seu efeito antidepressivo dá suporte ao controle de sintomas e sensação de bem-estar do paciente adulto.

Esse medicamento pode ser encontrado em farmácias e drogarias, em comprimidos revestidos de 10 mg, 15 mg, 20 mg, 25 mg, 30 mg e 40 mg.

Ou, ainda, em comprimidos revestidos de liberação prolongada de 12,5 mg e 25 mg.

Ao longo do artigo, apresento o mecanismo de ação, as principais indicações e qual a receita médica da paroxetina.

O que é paroxetina?

Paroxetina é um fármaco antidepressivo da classe dos Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRS).

O que significa que ele age sobre o sistema nervoso central, aumentando os níveis de serotonina no cérebro.

Como esse neurotransmissor regula o humor, sua maior disponibilidade contribui para o bem-estar do paciente após algumas semanas de tratamento.

Assim como outras substâncias semelhantes, o uso seguro da paroxetina exige prescrição e acompanhamento médico para evitar agravos à saúde.

Um deles são ideais suicidas, que tendem a permanecer até que a paroxetina faça efeito.

Caso perceba pensamentos desse tipo, procure ajuda médica imediatamente.

Para que serve a paroxetina

A paroxetina serve para tratar transtornos depressivos e ansiosos.

Ao elevar as taxas de serotonina, o medicamento combate sintomas de doenças mentais, melhorando a qualidade de vida do paciente.

Uma vez ingeridos, os comprimidos de cloridrato de paroxetina são absorvidos pelo sistema digestivo e levados a diversas células – inclusive aos neurônios.

Depois, a substância é metabolizada no fígado e eliminada via fezes e urina.

Principais indicações

De acordo com a bula, a paroxetina é indicada para tratar:

  • Depressão (mesmo que, anteriormente, outros antidepressivos não tenham sido eficazes)
  • Comportamento obsessivo ou compulsivo (TOC)
  • Ataques de pânico, inclusive os causados por fobia (pavor) de lugares abertos (agorafobia)
  • Ansiedade generalizada (sensação de muita ansiedade ou nervosismo em situações rotineiras), inclusive em situações que exigem contato social (fobia social)
  • Ansiedade seguida de evento traumático (transtorno de estresse pós-traumático): acidente de carro, assalto ou desastre natural, como enchente ou terremoto.

Outras indicações dependem de avaliação médica.

Como tomar cloridrato de paroxetina

Geralmente, o cloridrato de paroxetina deve ser tomado em dose única diária, junto ao café da manhã, mas pode haver diferenças conforme o critério médico.

Engula os comprimidos com a ajuda de um copo d’água, evitando parti-los.

Eles começam a fazer efeito em até seis semanas após o início do tratamento.

A dose usual diária fica entre 20 mg e 40 mg para pacientes adultos, enquanto idosos com mais de 65 anos tendem a começar com 40 mg e ter a dose aumentada em caso de uso contínuo.

Sintomas de obsessão e compulsão também podem pedir doses maiores, a partir de 60 mg por dia.

Vale ressaltar que a paroxetina é contraindicada para menores de 18 anos, pois sua eficácia não foi comprovada nos estudos com pacientes pediátricos.

Receita de paroxetina

A paroxetina é comercializada mediante apresentação da receita branca C1, usada na liberação de anticonvulsivantes, antiparkinsonianos, antidepressivos e antipsicóticos.

Esses medicamentos integram o grupo C1 da lista de substâncias controladas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Elas são monitoradas por meio da receita de controle especial, que tem uma das vias retida na farmácia ou drogaria no momento da compra.

Esse tipo de prescrição é realizado em duas vias, a fim de que a segunda permaneça com o paciente ou cuidador para fornecer orientações sobre dosagem, horários, cuidados, etc.

O controle em relação à dispensação da paroxetina tem como objetivo prevenir efeitos colaterais graves como a tolerância e a dependência.

Indivíduos que desenvolvem tolerância precisam de doses cada vez maiores do remédio para obter o mesmo efeito.

Com o tempo, têm risco aumentado para a overdose, que representa uma ameaça à vida.

Já a dependência ocorre quando o organismo fica condicionado à presença do fármaco para funcionar, expondo o paciente a problemas como crises de abstinência.

Dúvidas frequentes sobre paroxetina

A seguir, trago explicações para questões recorrentes sobre a paroxetina.

É perigoso tomar paroxetina?

Todo medicamento tem seus riscos, mas é possível usar a paroxetina de forma segura, seguindo a prescrição do seu médico.

De qualquer maneira, podem surgir reações adversas, que tendem a diminuir conforme o tratamento avança.

As mais comuns são:

  • Alterações da função sexual normal, como impotência e ejaculação precoce
  • Astenia (ausência ou perda da força muscular)
  • Ganho de peso corporal
  • Sudorese (aumento do suor)
  • Prisão de ventre, diarreia, vômitos, boca seca
  • Bocejos
  • Visão turva
  • Vertigem, tremores e dor de cabeça
  • Sonolência, dificuldade de dormir, agitação, sonhos anormais (inclusive pesadelos)
  • Aumento dos níveis de colesterol do sangue.

Se estiver sofrendo com esses e outros efeitos colaterais, informe seu médico.

Jamais descontinue o tratamento por conta própria, pois isso pode piorar o quadro.

Por que a paroxetina engorda?

Como mencionei acima, o ganho de peso é uma das reações adversas comumente relatadas por quem toma esse remédio.

Provavelmente, esse é um reflexo de outro efeito da paroxetina: a astenia, que desencadeia sensação de cansaço.

Por consequência, a pessoa fica indisposta, reduzindo a atividade física – o que prejudica seu gasto calórico.

O que não pode misturar com paroxetina?

Não se deve tomar paroxetina junto a bebidas alcoólicas, assim como:

  • Outros medicamentos antidepressivos chamados de inibidores da MAO
  • Linezolida (um antibiótico)
  • Outras drogas que afetam a serotonina, como lítio, linezolida, cloreto de metiltionina (azul de metileno), tramadol, triptofano, erva-de-são-joão e certos medicamentos para enxaqueca
  • Fentanila
  • Certos medicamentos usados no tratamento de irregularidades dos batimentos cardíacos (arritmias)
  • Alguns medicamentos utilizados para tratar a esquizofrenia, como a risperidona e tioridazina
  • Prociclidina
  • Pimozida
  • Fosamprenavir/ ritonavir
  • Anticonvulsivantes, como carbamazepina, fenitoína e valproato de sódio;
  • Inibidores das enzimas metabolizadoras, tais como fenobarbital e rifampicina
  • Atomoxetina
  • Metoprolol
  • Mivacúrio e suxametônio
  • Anticoagulantes orais (varfarina), AAS (ácido acetilsalicílico) e outros anti-inflamatórios não esteroidais (como o ibuprofeno)
  • Tamoxifeno.

Siga sempre as orientações médicas.

Conclusão

Gostou de saber mais sobre a paroxetina?

Caso esteja precisando renovar uma receita que está perdendo a validade, solicite aqui uma prescrição online sem precisar passar em consulta.

Esse é um serviço oferecido pela Telemedicina Morsch para facilitar a continuidade do tratamento com paroxetina e outros fármacos.

Se perceber sintomas de transtornos psíquicos, é importante consultar com o psiquiatra para receber um diagnóstico e a terapia adequada.

Isso também pode ser feito com agilidade no sistema Morsch.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin