Câncer de mama: sintomas, diagnóstico, tratamento, prevenção e mais
O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais comum no Brasil, ficando atrás somente do de pele.
Para você ter ideia, dados do INCA estimam 73.610 casos da doença até o final de 2023.
Embora o dado seja alarmante, vale frisar que existem chances de cura, principalmente diante do diagnóstico precoce.
Daí a importância de entender o que é e quais os sintomas e fatores de risco, a fim de procurar ajuda médica assim que notar qualquer problema.
Foi pensando nisso que preparei este artigo com os detalhes mais importantes sobre câncer de mama.
Acompanhe até o final e descubra tudo o que você precisa saber a respeito da doença.
Adianto que existem opções de teleconsulta para receber orientação médica personalizada sem sair de casa, com toda a comodidade e economia.
O que é câncer de mama?
Câncer de mama é uma doença caracterizada pela multiplicação desordenada das células mamárias, o que pode ocorrer por diferentes fatores.
Nesse cenário, as mutações das células resultam em tumor, que pode ser benigno ou maligno.
Veja o que explica a Sociedade Brasileira de Mastologia:
“Os benignos não são considerados cancerígenos: suas células têm aparência próxima do normal. Elas crescem lentamente e não invadem os tecidos vizinhos, nem se espalham para outras partes do corpo. Já os tumores malignos são cancerosos. Caso suas células não sejam controladas, podem crescer e invadir tecidos e órgãos vizinhos, eventualmente se espalhando para outras partes do corpo”.
Quanto à manifestação, existem diferentes tipos de câncer de mama.
Enquanto alguns crescem rapidamente, outros têm desenvolvimento mais lento.
Quando realiza-se o tratamento adequado e precoce, o prognóstico tende a ser positivo. Contudo, a doença pode ser fatal.
Vale mencionar que a patologia não é exclusiva das mulheres, podendo acometer homens em situações raras. Entretanto, apenas 1% do total de casos atingem o sexo masculino, segundo informações do INCA.
Em relação à mortalidade, o Instituto Nacional de Câncer aponta a soma do último levantamento anual, que foi de 18.361 óbitos em 2021. Do total citado, houve 18.139 de mortes entre as mulheres, e 220 quatros fatais para homens.
Antes de entender melhor os sintomas e métodos preventivos, veja abaixo quais são os principais tipos de câncer de mama.
Tipos de câncer de mama
Conforme mencionei acima, existem diversos tipos de câncer de mama, com variado padrão de desenvolvimento e agressividade.
Os principais são:
- Carcinoma ductal invasivo (CDI): trata-se do câncer de mama mais comum entre as mulheres. Ele corresponde a um tipo avançado de tumor, que, depois de começar na glândula produtora de leite, se espalhou para fora dela e pode criar metástases
- Carcinoma lobular in situ (CLIS): é o segundo tipo mais recorrente. Geralmente, se encontra em fase inicial, estando localizado nas glândulas produtoras de leite. Por isso, o tratamento é mais fácil e a agressividade é baixa
- Carcinoma ductal in situ (CDIS): também é um tipo de câncer de mama em fase inicial. A diferença é que ele se desenvolve nos ductos. A exemplo do CLIS, apresenta chances elevadas de cura
- Carcinoma lobular invasivo (CLI): raro e difícil de diagnosticar, é mais severo e normalmente associado ao surgimento de câncer no ovário
- Carcinoma inflamatório da mama: é outro tipo de câncer de mama agressivo. Sua ocorrência é ainda mais rara que a do CLI.
Os casos que listei acima são os que mais merecem atenção.
Porém, existem outros ainda mais raros e potencialmente graves.
Os principais exemplos incluem o carcinoma tubular, medular e mucinoso, além do tumor filoide maligno.
Independentemente dos tipos e causas do câncer de mama, alguns sinais exigem alerta, como vou mencionar no próximo tópico.
Principais sintomas do câncer de mama
Muitas mulheres acreditam que o câncer de mama provoca dor, e que isso facilitaria a identificação da doença.
Contudo, nas fases iniciais, o tumor costuma não gerar nenhum tipo de dor.
Além disso, as alterações só começam a surgir na medida que o tumor cresce, dificultando o diagnóstico precoce.
Portanto, é fundamental se manter atenta aos sinais comuns que descrevo abaixo para identificar a doença no início:
- Mudança na forma ou no tamanho da mama
- Surgimento de um espessamento ou nódulo próximo da mama ou na região da axila
- Endurecimento ou enrugamento da mama
- Alterações gerais no aspecto da mama, no mamilo ou auréola
- Secreção saída do mamilo
- Sensibilidade mamilar
- Inversão do mamilo para dentro da mama
- Sensações estranhas, como rubor, calor ou inchaço na mama.
Tenha em mente que a ocorrência de um ou mais sintomas não significa que você tem a doença.
Contudo, esses indicadores exigem avaliação médica e a realização de exames de rotina para que seja dado o diagnóstico correto.
Fatores de risco do câncer de mama
Junto dos sintomas, é fundamental ter atenção às condições que aumentam o risco de câncer de mama.
Elas podem ser genéticas, hormonais ou comportamentais.
As principais relacionam-se a:
- Sedentarismo
- Sobrepeso ou obesidade depois da menopausa
- Idade avançada, especialmente depois dos 50 anos
- Consumo de contraceptivos hormonais
- Ocorrência da menopausa após os 55 anos de idade
- Não ter filhos
- Ter a primeira gestação depois dos 30 anos de idade
- Tabagismo ou consumo excessivo de álcool
- Histórico familiar de câncer de mama ou de ovário
- Realização de reposição hormonal por mais de 5 anos
- Ocorrência da primeira menstruação antes dos 12 anos
- Presença de variantes genéticas, principalmente nos genes BRCA1 e BRCA
- Exposição em excesso à radiação ionizante.
Assim como os sintomas, a presença de um ou mais fatores de risco não significa que a paciente terá câncer de mama.
Investir em hábitos saudáveis ajuda a diminuir as chances de desenvolver a doença, incluindo a realização de consultas com ginecologista regularmente.
Veja nos tópicos seguintes como identificar o câncer de mama por meio de recomendações e exames específicos.
Importância do diagnóstico precoce do câncer de mama
Você provavelmente já ouviu falar sobre o câncer de mama durante o Outubro Rosa, campanha de conscientização com foco no diagnóstico precoce.
Isso acontece porque, quanto antes a doença for confirmada, maiores as chances de recuperação completa.
De acordo com dados divulgados pela Pfizer, 95% dos casos diagnosticados precocemente têm cura.
Nesse cenário, é vital conscientizar as mulheres para que conheçam seus corpos, possibilitando a observação de anormalidades com rapidez.
A princípio, como a maioria dos tumores gera pequenas alterações físicas, perceptíveis ao toque ou à visão, eles podem ser identificados via autoexame de câncer de mama.
Outro ponto de suma importância é que todas as mulheres entre os 50 e 69 anos de idade façam a mamografia de rastreamento a cada dois anos, pelo menos.
Essa é uma recomendação do Ministério da Saúde, com base nas orientações da Organização Mundial da Saúde.
Além do autoexame e da mamografia, outros procedimentos são fundamentais para confirmar o diagnóstico do câncer de mama, como explico mais à frente.
Como fazer o autoexame de mama?
Uma das boas práticas de saúde da mulher é a realização do autoexame das mamas uma vez por mês.
As autoridades de saúde recomendam que essa inspeção seja feita logo após o período menstrual, ou num mesmo dia do mês caso a mulher esteja na menopausa.
Feridas, deformações, mudanças no aspecto das mamas e saída espontânea de líquidos podem ser vistas em frente ao espelho, com os braços elevados e, depois, abaixados.
Trago um passo a passo para o autoexame a seguir, tomando como referência uma cartilha do Ministério da Saúde:
- Durante o banho, com a pele molhada ou ensaboada, eleve o braço esquerdo e deslize os dedos da mão direita por toda a mama esquerda, até a axila. Repita o movimento para examinar a mama direita
- Se estiver deitada de barriga para cima, com o braço esquerdo ao lado do corpo, use a mão direita para apalpar suavemente a mama esquerda. Repita o movimento com a mama direita
- Outra opção ao se deitar é colocar um travesseiro abaixo do lado direito do corpo, e a mão direita sob a cabeça. Apalpe a mama direita usando os dedos da mão esquerda. Depois, inverta a posição para apalpar a mama esquerda.
É fácil, rápido, seguro e fundamental para prevenir a doença.
Como identificar câncer de mama?
Depois que uma área anormal é identificada pela paciente, ou que a mamografia de rotina aponta alterações, é preciso que o médico confirme ou descarte a hipótese diagnóstica de câncer.
O profissional deve levantar o histórico do paciente, realizar a anamnese médica (entrevista) e o exame físico.
Em seguida, é direito da paciente ser submetida a alguns exames, que podem incluir:
- Mamografia digital: mais minuciosa que a mamografia convencional, obtém imagens eletrônicas de raios-X,coletadas com o auxílio de placas que comprimem as mamas durante alguns segundos, possibilitando a análise via computador ou sistema de telemedicina online;
- Ressonância magnética: voltada a alguns tipos de tumores não detectados pela mamografia. Ela também digitaliza as imagens dos tecidos, fornecendo imagens mais detalhadas do tecido mamário;
- Ultrassonografia: complementar às análises anteriores, serve para determinar se o nódulo presente na mama é sólido ou preenchido por líquido. Trata-se de uma análise feita com ondas de alta frequência, que também geram imagens digitais;
- Biópsia: quando o diagnóstico está praticamente confirmado, o médico realiza a biópsia, coletando parte do material do tumor para análise em laboratório.
Após a definição do diagnóstico, mais exames podem ser necessários, inclusive em outras regiões do corpo.
A partir dos resultados, dá para determinar se o câncer se espalhou, tornando-se metástase.
Testes de receptores permitem saber se o tumor é sensível à terapia hormonal, por exemplo.
Vale lembrar que também existe a opção de mamografia para homens, direcionada aos pacientes do sexo masculino que tenham suspeita da doença.
Qual o tratamento para câncer de mama?
A abordagem terapêutica varia bastante, de acordo com o perfil e as condições de cada paciente.
Com base nas conclusões obtidas nos exames, do tipo de tumor e dos estágios do câncer de mama, os métodos de combate podem incluir:
Hormonioterapia
Trata-se de uma intervenção recomendada apenas para os casos em que o tumor esteja associado à atividade anormal de hormônios femininos, como é o caso do estrogênio.
Nessas situações, procura-se suprimir o fornecimento hormonal às células tumorais, de forma a inibir ou eliminar sua proliferação e crescimento.
Quimioterapia
Indicado para diversos cânceres, é um tratamento baseado no uso de medicamentos extremamente potentes, que visam controlar, inibir ou mesmo destruir o crescimento de células anormais.
Em alguns casos, realiza-se a quimioterapia antes da retirada do tumor via cirurgia, ou ainda depois, como complemento e controle.
Terapia alvo
Também baseada no uso de medicamentos específicos, no entanto, que têm como função atacar segmentos das células cancerígenas.
Em geral, isso envolve proteínas específicas, que geram o crescimento celular anormal e o surgimento do tumor.
Radioterapia
Corresponde ao tratamento mais comum para tumores que não ressecam totalmente ou que retornam após a cirurgia.
A radioterapia baseia-se na emissão de radiação sobre o tumor, o que inibe ou elimina o crescimento das células cancerígenas.
Imunoterapia
Nesse tipo de tratamento, são empregados fármacos que estimulam a ação do sistema imune do paciente contra as células cancerígenas.
Células produzidas em laboratório (Car T- Cells), vacinas e anticorpos monoclonais são exemplos de itens utilizados na imunoterapia.
Alternativas para pacientes
A maioria dos tratamentos aqui citados têm cobertura pelo SUS. Isso também vale para opções cirúrgicas, como mastectomias e de reconstrução mamária.
De acordo com a Lei nº 12.732, de 2012, todo paciente com neoplasia maligna pode realizar o primeiro tratamento no Sistema Único de Saúde.
Para isso, estipula-se o prazo de até 60 dias a partir do dia da confirmação do diagnóstico em laudo para procurar o tratamento.
As intervenções prescritas pelo médico variam de acordo com cada caso, considerando a extensão, o tipo, a localização do tumor, entre outros fatores.
Câncer de mama maligno tem cura?
Sim, muitos casos de câncer de mama têm cura.
Em especial aqueles detectados em fase inicial, quando o tumor mede meio milímetro e ainda está dentro de um ducto da mama.
Nesse contexto, é viável a realização de cirurgia para remoção completa da lesão.
Em seguida, a paciente passa por sessões de radioterapia no restante da mama para garantir a eliminação das células cancerígenas.
Quais as causas do câncer de mama?
Não falamos causas únicas para o câncer de mama, pois se trata de uma doença multifatorial.
Ou seja, o tumor maligno é desencadeado pela combinação entre os fatores de risco que descrevi nos tópicos anteriores.
Um dos mais relevantes é a idade avançada, uma vez que 4 em cada 5 casos ocorrem depois dos 50 anos.
Pacientes que apresentem os fatores genéticos ou hereditários abaixo também têm maior risco de desenvolver a patologia, sendo eles:
- História familiar de câncer de ovário
- Casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos
- História familiar de câncer de mama em homens
- Alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2.
Se você se encaixa nessas condições, veja a seguir o que fazer como prevenção ao câncer de mama.
Como prevenir o câncer de mama?
A prevenção do câncer de mama não é considerada de forma direta, porque muitos fatores de risco não podem ser controlados.
Entretanto, existem métodos preventivos específicos, voltados ao controle dos fatores de risco e ao estímulo dos sistemas de defesa do organismo.
Considerando que a falta de atividades físicas, o excesso de peso e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas são fatores comportamentais relevantes, é preciso ter atenção a eles.
Segundo aponta o Ministério da Saúde, as chances de câncer de mama são reduzidas em quase 30% se forem mantidas boas condutas de alimentação, nutrição e práticas físicas.
Nas pacientes com maiores fatores de risco para a doença, há a possibilidade de terapia de reposição hormonal.
Mas o procedimento é restrito a casos muito específicos e deve ser feito com controle médico rigoroso, pelo menor tempo necessário.
A automedicação jamais deve ser considerada.
Leis para pacientes com câncer de mama
Além da já mencionada Lei nº 12.732, de 2012, que estabelece o prazo de até 60 dias para o início do tratamento de pessoas com câncer de mama, há outras garantias legais.
A exemplo da Lei n.º 9.797/99, que assegura o acesso à cirurgia plástica reconstrutiva como alternativa de tratamento a pacientes do SUS e de planos de saúde.
Desde que haja condições técnicas, a reparação deve ser feita na mesma operação de retirada do tumor.
Benefícios sociais
Pacientes que contribuam para o INSS têm direito a auxílio-doença caso precisem se afastar do trabalho por mais de 15 dias.
Quem recebe o diagnóstico de incapacidade permanente e irreversível para o trabalho, atestada por perícia do INSS, pode dar entrada na aposentadoria por invalidez, nos termos da Lei n° 8.742/93 e Lei n° 8.213/91.
Se ficar comprovada a necessidade de assistência permanente feita por terceiro, o paciente tem direito ao acréscimo de 25% sobre o valor da aposentadoria.
Pessoas com câncer ainda podem sacar o FGTS (como garante a Lei n° 8.036/90) e o PIS/PASEP, conforme a Resolução n° 1 CD/PIS-PASEP, de 2000.
Como a telemedicina auxilia no tratamento do câncer de mama?
Ao conectar pacientes a profissionais de saúde, a telemedicina oferece uma série de serviços que contribuem desde o diagnóstico até a abordagem terapêutica do câncer de mama.
Começando pela detecção da doença, é possível contatar um ginecologista ou mastologista rapidamente através da teleconsulta na plataforma Morsch.
É só acessar a página de agendamentos e usar o filtro de especialidades para encontrar o médico, data e hora mais convenientes.
O profissional dará sequência à avaliação física pessoalmente, podendo fazer o encaminhamento a outros especialistas.
Ou mesmo fazer a solicitação de exames como a mamografia, ultrassom de mamas e ressonância magnética para identificar o tumor.
Tanto a mamografia quanto a RM podem ser interpretadas remotamente, gerando um laudo a distância que fica pronto em minutos.
Dessa forma, a telerradiologia colabora com o diagnóstico precoce do câncer de mama, acelerando o tratamento e elevando as chances de cura.
Em seguida, o especialista pode fazer o acompanhamento da paciente com comodidade, via teleconsulta e telemonitoramento.
Conclusão
Ao longo deste artigo, ressaltei que o câncer de mama tem cura e pode ser tratado com medidas pouco drásticas, desde que diagnosticado precocemente.
Medidas de prevenção e comportamentos saudáveis são fundamentais para diminuir o risco dessa doença, que pode gerar sérias complicações, incluindo a morte em casos severos.
Conte sempre com a Telemedicina Morsch para manter os cuidados de saúde em dia!
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