Revolução no atendimento médico com a saúde 4.0

Por Dr. José Aldair Morsch, 6 de agosto de 2018
saúde 4.0

A saúde 4.0 acompanha a transformação da revolução 4.0, também chamada de “colaborativa” que ocorre em todos os setores da indústria e traz desafios para a população que muda sua forma de viver e se relacionar.

Como a indústria médica está posicionada em relação aos dispositivos móveis (DMAs), que utilizam a internet das coisas (IOT) e inteligência artificial para melhorar a qualidade da Saúde brasileira?

O ser humano busca aumentar a longevidade e tem na Saúde 4.0 um aliada para auxiliar na prevenção de doenças através do uso de qualquer tipo de dispositivo conectado na internet.

Vamos ao artigo!

O que é Saúde 4.0?

É a união do universo da tecnologia com o da saúde através da computação em nuvem e internet das coisas (IOT) nos dispositivos médicos, smartphones e dispositivos vestíveis para trazer os melhores recursos médicos em prevenir e não remediar as doenças.

Qual a importância da Saúde 4.0 para profissionais da área e pacientes?

Ao fornecer recursos tecnológico modernos, a Saúde 4.0 contribui diretamente para a prevenção de doenças e promoção de bem-estar e qualidade de vida para os pacientes.

Isso porque permite diagnósticos mais ágeis e precisos, bem como um acompanhamento próximo e humanizado.

A Internet das coisas, por exemplos, faz com que sistemas digitais passem a atuar de forma integrada, baseando-se na comunicação e cooperação.

Logo, os processos relacionados ao monitoramento de pacientes se tornam mais ágeis, permitindo maior assertividade nos resultados almejados.

Esses benefícios também são equivalentes aos profissionais de saúde, uma vez que a Saúde 4.0 oferece mais agilidade para a sua atuação como um todo.

Essa mesma integração de sistemas faz com que eles acessem rapidamente os dados relacionados ao paciente, perdendo menos tempo realizando questionamentos que já foram feitos em outras consultas.

Para que serve a Saúde 4.0?

A Saúde 4.0 não tem uma função de tratar doenças, ela serve para buscar a prevenção e o Bem-Estar de cada ser humano!

Esta é a verdadeira revolução na Saúde 4.0!

Imagine o empoderamento do ser humano buscar o seu Bem-Estar dentro de toda a sua complexidade fisiológica através da tecnologia!

saúde 4.0 e transformação digital

Atendimento médico com PEP

A revolução industrial e a Saúde 4.0

Acompanhando a história da revolução industrial, podemos separar em 4 fases de transição:

1- Primeira fase, manual

Ocorre entre os anos de 1760 e 1830 e é marcada pela mecanização.

2- Segunda fase, aproveita a eletricidade

O ano é 1850 e inicia com a eletricidade e manufatura em massa.

3- Terceira fase, entra a computação

Muitos leitores presenciaram a virada do século 20 e puderam vivenciar a tecnologia da informação e das telecomunicações mudando suas vidas.

4- Quarta fase. a economia colaborativa

É uma transição que utiliza a união das fases anteriores e passa a utilizar a era digital, internet das coisas (IOT) e inteligência artificial para criar uma economia colaborativa.

A indústria passou a ser chamada de indústria 4.0 com o advento da era digital e as máquinas conectadas.

A Saúde entra nessa fase e aproveita os mesmos recursos em prol da prevenção de doenças e é chamada de Saúde 4.0.

A Saúde 4.0 e os dispositivos médicos (DMAs) no Brasil

A sigla DMAs se refere a dispositivos médicos no sentido amplo, sendo necessário padronizar as informações para um melhor entendimento.

A indústria Brasileira cria uma aliança chamada ABIIS – Aliança Brasileira da indústria inovadora em Saúde.

Essa aliança é composta de 480 empresas atuantes na produção, importação, exportação, distribuição de produtos e equipamentos médicos em saúde.

Criou-se com isso, uma segmentação de 4 setores para melhor explorar o mercado e falarmos a mesma linguagem.

Medicina e tecnologia

Uso rotineiro de ecografia na saúde

1- Dispositivos médicos no sentido restrito

Se refere a materiais, instrumentos, aparatos ou máquinas utilizados na prevenção, diagnóstico ou tratamento de sintoma ou doença, com o objetivo de detectar, medir, restaurar, corrigir ou modificar a estrutura ou função do corpo para algum propósito de saúde.

Tipicamente o propósito de um dispositivo médico não é alcançado por meios farmacológicos, imunológicos ou metabólicos.

2- Equipamentos médicos

São os tradicionais aparelhos médicos usados em consultórios e hospitais que requerem calibração, manutenção e treinamento de quem o manuseia.

O propósito do equipamento é diagnosticar um problema de saúde, com interpretação exclusiva do exame feita por um especialista que assina o laudo do exame e entrega ao paciente.

integrações DICOM em exames

Ecografia integrada ao PEP

3- Diagnóstico “in vitro”

Consiste num reagente, instrumento, aparelho ou um sistema usado in vitro no exame de amostras do corpo humano de forma a obter informações sobre os estados fisiológicos, de saúde ou de doença ou de anomalia congênita.

4- E-saúde

Também chamada de Telemedicina e Telessaúde, abrange áreas e produtos para a saúde que se utilizam das tecnologias da informação para diagnóstico, atendimento, automonitoramento, educação e prestação de serviços remotos em saúde.

 

A Telemedicina e a Telessaúde como instrumentos facilitadores

A Telessaúde utiliza os dispositivos médicos em geral (DMAs) para coleta de informações em tempo real e monitora o ser humano em suas atividades diárias com sugestões á partir de inteligência artificial.

É possível monitorar a qualidade dos alimentos, os sinais vitais do seu corpo e as atividades praticadas em geral. E, a partir de dados coletados, os algoritmos usando inteligência artificial sugerem condutas para melhoria da qualidade de vida e prevenção de doenças.

Já a Telemedicina é capaz de utilizar os aparelhos médicos em locais remotos que não tem especialistas e ao configurá-los com uma Plataforma de Telemedicina em nuvem. Além disso, pode fornecer laudos a distância assinados digitalmente por especialistas para o diagnóstico de doenças.

A tecnologia auxilia em diversos pontos e faz com que o profissional se preocupe no atendimento e diagnóstico

A tecnologia traz agilidade e segurança para o atendimento, além de precisão no resultado de exames.

Principais motivos para investir no uso de tecnologia em saúde?

Além de tornar o gerenciamento dos processos médicos mais efetivo e personalizado, a tecnologia impacta diretamente no desenvolvimento de novos tratamentos, monitoramento dos pacientes e gestão de recursos nas unidades de saúde.

Isso porque os novos recursos possibilitam que os profissionais tenham tempo hábil para se dedicarem ainda mais na prevenção de doenças e cuidados com a saúde.

Outro motivo que justifica a adesão à Saúde 4.0 é o fato de promover a economia de custos, uma vez que reduz a necessidade de contar com tanto profissionais envolvidos no dia a dia.

Quais são os impactos da Saúde 4.0 no atendimento clínico?

O principal impacto no atendimento é o fato de ele se tornar ainda mais humanizado.

Com a tecnologia organizando os dados que o profissional necessita, ele pode estreitar ainda mais a relação com o paciente, utilizando a escuta ativa e atenção efetiva.

Isso significa que, durante a consulta, todas as informações são levadas em consideração e incorporadas ao seu prontuário eletrônico.

Assim, a cada nova consulta, não é necessário realizar os mesmos questionamentos, sendo possível conferir tudo que foi dito nos demais atendimentos realizados. 

Com isso, as consultas se tornam mais ágeis e efetivas, tornando o diagnóstico ainda mais efetivo.

Como médicos, enfermeiros e pacientes podem se preparar para a Saúde 4.0?

A Saúde 4.0 já é uma realidade, o que significa que a adoção da tecnologia é mais uma questão de adaptação ao cenário do que uma preparação para tal.

Para os médicos, é momento de transformar sua rotina, buscando aprender sobre as novas funcionalidades que irão impactar na forma com que realizam suas consultas.

Isso envolve conhecer as soluções e novos processos, como computação em nuvem e Internet das Coisas, entendendo de fato de que forma irão impactar na forma de oferecer medicina. 

O mesmo se aplica a enfermeiros, que passarão a ter acesso aos prontuários eletrônicos dos pacientes. Com isso, terão conhecimento sobre os recursos que impactam na sua atividade.

A principal preparação que os pacientes precisam realizar é a aceitação de que, cada vez mais, as consultas passarão a ser realizadas à distância.

Isso envolve o entendimento de como funciona essa modalidade, que irá requerer sinceridade no momento de repassar as informações aos médicos – uma vez que não será possível realizar os exames físicos iniciais.

A Saúde 4.0 torna o contato entre médico e paciente mais próximo

Organização de dados, agilidade no resultado de exames e precisão de diagnósticos são algumas vantagens que a Saúde 4.0 traz.

Quais são as vantagens da Saúde 4.0 para todos os envolvidos?

A Saúde 4.0 torna o contato entre médicos e pacientes cada vez mais próximo e humanizado, o que favorece a um diagnóstico e tratamento preciso.

Isso significa que a atuação médica tende a se tornar cada vez mais eficiente e ágil. Especialmente porque a tecnologia elimina trabalhos manuais que demandam tempo e estão suscetíveis a erros – como a prescrição médica, por exemplo.

Logo, podemos dizer que as principais vantagens são:

  • Promoção de diagnósticos mais precisos;
  • Otimização de tempo e custos;
  • Aproximação entre agentes de saúde e pacientes;
  • Organização das informações clínicas;
  • Possibilidade de monitorar o paciente à distância.

Conclusão

A Saúde 4.0 faz parte de uma transição na história da revolução industrial que permitiu integrar máquinas, dispositivos móveis e vestíveis, capazes de captar informações na forma de dados.

Os dados coletados são interpretados por algoritmos de inteligência artificial. Eles são capazes de sugerir condutas para qualquer ser humano conectado através de seu smartphone. Com isso, propiciam uma melhoria na qualidade de vida que se traduz em aumento da longevidade.

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Forte abraço e até a próxima!

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin