Pressão baixa: o que fazer e quando buscar acompanhamento médico

Por Dr. José Aldair Morsch, 8 de dezembro de 2021
Pressão baixa o que fazer

Diante de pressão baixa, o que fazer?

A queda abrupta da pressão arterial costuma causar preocupação em quem está por perto, já que o paciente pode até desmaiar.

Tontura, palpitações e dor no peito são outros sintomas que pedem por avaliação médica, principalmente se durarem mais de 15 minutos.

Mas existem diversos casos leves que podem ser aliviados com medidas simples.

E vou contar quais são elas neste artigo.

Já adianto que comer sal não tem efeito imediato e, portanto, não ajuda a recuperar os níveis normais de pressão.

Faz mais sentido beber água e manter uma agenda de cuidados preventivos, usando ferramentas como a teleconsulta a seu favor.

Pressão baixa: o que fazer?

Antes de falar sobre atitudes, vou voltar um passo para explicar o que é pressão baixa.

Chamada de hipotensão pelos profissionais de saúde, essa condição se caracteriza por níveis de pressão arterial abaixo de 9 por 6.

Significa que a força máxima exercida para impulsionar o sangue pelas artérias ficou em 90 mmHg, e a mínima, quando o coração relaxa, foi de 60 mmHg.

Lembrando que o valor ideal corresponde a 120 mmHg x 80 mmHg – o famoso 12 por 8.

Mas, ao contrário da pressão alta ou hipertensão, a pressão baixa não é uma doença e, por vezes, nem tem relação com agravos à saúde.

Simplesmente porque a pressão sofre influência de fatores como a idade e a composição física, o que pode alterar o padrão para algumas pessoas.

É por isso que há indivíduos com valores de pressão naturalmente baixos, sem que isso tenha impactos em sua saúde.

O problema começa quando eles experimentam queda brusca, acompanhada ou não de sintomas.

Nessas situações, é importante se hidratar, ingerindo pequenos goles de água ou suco de fruta.

Contudo, se o paciente estiver inconsciente ou com sintomas incômodos como dor no peito, é melhor levá-lo ao pronto-socorro mais próximo.

Qual é o tratamento para pressão baixa?

Casos assintomáticos não precisam de tratamento, uma vez que a pressão retorna a níveis normais espontaneamente.

Já quando há sintomas, cabe ao médico diagnosticar e tratar a doença de fundo, a fim de restabelecer os valores de pressão arterial normais.

Assim, o tratamento terá por objetivo a cura ou, se não for possível, o controle de patologias crônicas.

Nos casos mais graves, o paciente pode ser internado para acelerar a intervenção médica e monitorar os sinais vitais.

Confira abaixo quais são as medidas terapêuticas possíveis.

 

Pressão arterial baixa

A pressão baixa não possui sintomas aparentes; sinais de alerta como tonturas e suor frio devem ser avaliados

Remédio para pressão baixa

Os medicamentos servem para tratar a condição que origina a queda da pressão, a exemplo de remédios para diabetes, antiarrítmicos e fludrocortisona. 

Os fármacos devem ser utilizados apenas seguindo a prescrição médica, a fim de evitar o agravamento dos sintomas.

Internação

Reservada a emergências – ou seja, quando há risco de vida –, a internação hospitalar é feita diante de choque, perda da consciência e outros quadros graves.

Em ambiente hospitalar, o quadro é revertido com o uso de soro, medicamentos aplicados por via intravenosa e outras vias que favorecem um efeito rápido, por exemplo.

O que causa pressão baixa?

Geralmente, a hipotensão é provocada pela diminuição da quantidade de sangue bombeada pelo coração (hipovolemia).

Como o sangue é o responsável pela nutrição e oxigenação das células, algumas funções do corpo acabam ficando prejudicadas enquanto a pressão não se normaliza.

Esse cenário, por sua vez, pode ser motivado por fatores simples como se levantar muito rápido depois de algum tempo sentado ou deitado.

É normal demorar algum tempo para que o sangue consiga retornar ao cérebro nesse contexto, levando a uma ligeira queda da pressão, chamada de ortostática ou postural.

Mas que logo deve se restabelecer.

No entanto, a pressão baixa também pode ser secundária a uma série de doenças.

A seguir, listo causas comuns para essa condição:

  • Perda de muito sangue
  • Desidratação: a falta de líquidos pode facilitar a perda de volume sanguíneo
  • Jejum prolongado
  • Gravidez
  • Manter-se parado em locais abafados por muito tempo
  • Problemas nutricionais
  • Hipotireoidismo
  • Diabetes
  • Ingestão excessiva de álcool
  • Uso de certos medicamentos, por exemplo, para hipertensão, antidepressivos e diuréticos
  • Alterações na frequência cardíaca normal (arritmias)
  • Emergências como choque anafilático (por reação alérgica) ou choque séptico (por um quadro infeccioso).

Na sequência, falo sobre os principais sintomas de pressão baixa e o que fazer diante desses sinais.

Sintomas de pressão baixa

A hipotensão nem sempre tem sintomas.

Em especial quando a condição não está ligada a uma doença ou agravo à saúde, como mencionei acima.

Inclusive, uma pressão naturalmente baixa pode ser benéfica, fruto de uma combinação entre vida saudável e fatores genéticos.

Nesses casos, o paciente pode se sentir indisposto em dias quentes, por exemplo.

Isso porque o calor faz as artérias ficarem dilatadas, diminuindo a força exercida para que o sangue circule e fazendo com que a pressão baixe ainda mais.

Contudo, o incômodo será passageiro e restrito a esses dias.

Já nos casos de queda da pressão a níveis críticos, outros sintomas aparecem de forma aguda.

Por isso, vale prestar atenção nesses sinais de alerta da hipotensão:

  • Tontura
  • Suor frio
  • Cansaço ou sonolência
  • Fraqueza
  • Visão turva
  • Náuseas
  • Sensação de desmaio ou desmaio
  • Dor no peito
  • Palpitação (“batedeira” no peito).

Quando associados ou sentidos com alta intensidade, vale consultar um médico assim que possível.

Sintomas graves como desmaio e dor no peito devem ser avaliados de modo imediato.

Eles têm maior chance de serem secundários a eventos potencialmente fatais, como o infarto.

Hipotensão arterial

Os perigos da pressão baixa variam, tanto que é considerada comum entre crianças, idosos e gestantes

Estar com pressão baixa é perigoso?

A resposta mais adequada é: depende.

Se você não tiver nenhuma doença crônica e sua pressão for naturalmente baixa, sem sintomas, não se preocupe.

Aliás, a hipotensão é considerada comum em grupos específicos, como nas crianças, idosos e gestantes.

O perigo dessa condição aparece quando existem sintomas potencialmente graves, que trazem riscos à integridade ou até à vida do paciente.

Perigos da pressão baixa

Tonturas e desmaios estão entre os sintomas mais temidos, pois podem provocar quedas e, por consequência, acidentes.

Nesse cenário, a pessoa pode sofrer traumas em locais delicados do corpo, como a cabeça, prejudicando as funções cerebrais.

Ou quebrar um osso importante para o equilíbrio, como o fêmur.

Em casos críticos, o trauma abre caminho para um acidente vascular cerebral (AVC), com ameaça à vida.

A causa da pressão baixa também merece atenção, pois infecções graves podem estar por trás da condição.

Se essas crises não forem controladas de forma rápida, podem levar à morte ou evoluir para quadros de sepse.

A sepse é uma infecção generalizada potencialmente fatal que conduz a uma resposta inflamatória por todo o organismo.

Pressão baixa na gravidez

A hipotensão faz parte do conjunto de mudanças fisiológicas que acompanham a gestante, em especial no segundo trimestre de gravidez.

É nesse período que o bebê precisa de mais sangue para sustentar seu rápido crescimento, exigindo adaptações no sistema circulatório da futura mãe.

Para suprir a maior demanda pelo sangue, é normal que as artérias aumentem em diâmetro (se dilatem).

Como resultado, o líquido enfrenta pouca resistência para circular pelos vasos sanguíneos, o que demanda menor força aplicada à parede das artérias.

Então, a pressão será reduzida como uma resposta natural durante a gestação.

É algo que não elimina o desconforto sentido pela mulher – entretanto, não deve ser alvo de preocupações.

Basta fazer o acompanhamento solicitado pelo obstetra, seguindo o calendário de consultas e exames para prevenir complicações.

Diferentemente da pressão alta na gravidez ou pré-eclâmpsia, a hipotensão não costuma gerar qualquer problema para a mãe ou feto.

No entanto, vale compartilhar suas dúvidas, alterações frequentes nos valores de pressão e sintomas com o seu médico.

O que fazer quando a pressão está baixa?

Mais uma vez, o segredo é observar a existência e a intensidade dos sintomas.

Se não houver incômodo, a constatação de hipotensão pede apenas um acompanhamento periódico.

Nesse caso, a dica é buscar a assistência junto a um clínico geral.

Esse profissional é apto para avaliar sua condição de saúde de forma ampla, estabelecendo conexões que ajudam a identificar doenças.

Já na presença de sintomas, verifique se têm impacto leve, moderado ou intenso.

Sinais como a perda da consciência pedem socorro imediato, enquanto uma tontura leve pode ser aliviada com as dicas a seguir.

Saia do meio de aglomerações e locais fechados

Mesmo pessoas jovens e saudáveis tendem a sentir um incômodo no meio de multidões, principalmente se não houver muito espaço para se mover.

Pior ainda quando o clima está quente ou abafado dentro de um lugar em que existe aglomeração.

É por isso que obstetras recomendam que mulheres grávidas evitem esses locais.

O mesmo raciocínio se aplica para indivíduos naturalmente hipotensos e/ou que não tenham ingerido líquidos há algum tempo.

A dica, então, é procurar um lugar aberto, afrouxar as roupas e descansar até que a pressão arterial volte a níveis normais.

Beba água

Detalhei, nos tópicos anteriores, que a redução no volume de sangue ou hipovolemia pode ser provocada pela falta de líquidos no organismo.

Portanto, é essencial se manter hidratado para prevenir episódios de queda brusca na pressão.

E como a desidratação é motivo para muitos desses episódios, faz sentido começar a repor o líquido que está faltando, concorda?

Obviamente, o paciente precisa estar consciente para isso.

E beber água devagar, sem sobrecarregar um organismo que já se encontra debilitado.

Vale dar colheres de água aos poucos para o indivíduo com pressão baixa que consiga se sentar e se recostar.

Coloque as pernas para cima

Outra medida eficaz é ajudar o sangue a voltar para o coração

Para isso, o paciente deve se deitar e colocar as pernas para cima.

Leve-o até um local arejado, fresco e tranquilo para que possa permanecer com as pernas elevadas por alguns minutos.

Por vezes, a sensação de tontura ou náusea vai passar e, logo, a pessoa voltará a se sentir bem.

Isso acontece porque, com os membros inferiores para cima, a gravidade colabora para que o sangue volte ao coração e ao cérebro.

Irrigadas, essas áreas voltam ao normal e os sintomas se extinguem.

Quando estamos parados de pé ou sentados, o sangue precisa ir contra a gravidade para retornar ao coração.

É por isso que muitos problemas circulatórios se manifestam primeiro nas pernas e pés.

Investigue interações com medicamentos

Existe uma série de remédios que podem desencadear a pressão baixa como efeito colateral.

Daí a importância de ler a bula e consultar um médico para comentar sobre qualquer episódio de hipotensão.

Assim, o profissional pode fazer ajustes no tratamento.

Às vezes, será preciso trocar a medicação para evitar incômodos por causa da hipotensão.

Observe o tempo de duração dos sintomas

Por fim, não ignore os episódios em que apresentar sintomas, principalmente por tempo prolongado.

Mesmo uma fraqueza ou sonolência acentuada que permaneça por mais de 15 minutos merece avaliação médica.

Dê atenção especial se experimentar mais de um sintoma ou se o quadro piorar, exigindo atendimento ágil para prevenir complicações.

Vivenciar episódios recorrentes de hipotensão também pode evidenciar problemas de saúde.

Portanto, procure uma clínica ou consultório para receber a assistência necessária.

Exames usados para diagnosticar ou investigar a pressão baixa

Os primeiros indícios surgem no exame clínico, que é composto por anamnese e avaliação física.

Durante a anamnese ou entrevista, o médico coleta detalhes sobre o histórico do paciente, identificando possíveis sintomas, sua intensidade e quando começaram.

Em seguida, o profissional aplica técnicas de inspeção, palpação, ausculta e percussão para verificar o funcionamento do organismo.

Também é feita a medição da pressão arterial por meio do esfigmomanômetro ou aparelho de pressão. 

Além disso, podem ser solicitados exames complementares, tais como:

  • Exame MAPA: utiliza um esfigmomanômetro conectado a um pequeno monitor para viabilizar a monitorização ambulatorial da pressão arterial, realizada de forma indireta e intermitente por pelo menos 24 horas
  • Eletrocardiograma: usa eletrodos conectados por cabos a um monitor para registrar a atividade elétrica cardíaca, dando suporte ao diagnóstico de bradicardia e taquicardia, infarto e outras doenças cardiovasculares
  • Ecocardiograma: é uma ultrassonografia do coração, que mostra imagens da anatomia e funcionamento do órgão em tempo real
  • Tilt test: também chamado teste de inclinação, é realizado em uma maca reclinável para apoiar a investigação de desmaios
  • Exames laboratoriais: glicemia e hemograma completo estão entre os exames que auxiliam na detecção de doenças capazes de provocar pressão baixa.

Se você decidiu buscar ajuda médica, entenda a seguir qual especialista procurar.

Queda de pressão

Como na maioria dos casos a pressão baixa é considerada leve, isso facilita o atendimento online com cardiologista

Médico que cuida da pressão baixa

Casos sintomáticos de pressão baixa são tratados pelo cardiologista, especialista que investiga anormalidades do sistema cardiovascular e dá orientações para uma vida mais saudável.

Além da hipotensão, o médico diagnostica e trata doenças como:

  • Arritmias, a exemplo da fibrilação atrial
  • Pressão alta
  • Infarto: morte de parte das células do coração por falta de irrigação sanguínea
  • Aterosclerose: formação de placas de gordura, cálcio e outras substâncias que se depositam no interior das artérias
  • Malformações congênitas (presentes desde o nascimento)
  • Insuficiência cardíaca.

Você também pode receber orientação médica via telemedicina, como explico a seguir.

Como funciona a teleconsulta com cardiologista?

A consulta com cardiologista online é semelhante ao atendimento presencial.

Trata-se de uma consulta por videoconferência, que utiliza recursos de áudio de vídeo dentro de uma sala virtual exclusiva, disponível via plataforma de telemedicina.

Ela contempla a já citada anamnese médica, em que o paciente compartilha detalhes sobre comorbidades, alergias, tratamentos anteriores e em curso, remédios em uso, etc.

Bem como aspectos ligados ao estilo de vida e descrições dos sintomas e episódios de queda de pressão.

O relato é enriquecido com a observação de aspectos da fala, movimentos e resultados de exames anteriores.

Se achar necessário, o cardiologista pede outros procedimentos para confirmar ou afastar a hipótese diagnóstica.

Uma vez que tenha o diagnóstico, ele recomenda o tratamento, finalizando a teleconsulta com a prescrição eletrônica e preenchimento de atestados, encaminhamentos, pedidos de exames, etc.

Os documentos são enviados ao paciente ao final do teleatendimento.

Consulte online com a Morsch

Episódios críticos de pressão baixa precisam de socorro imediato em uma unidade de saúde.

Contudo, a maioria dos casos é leve, o que permite realizar o acompanhamento por meio de consulta com o cardiologista.

Mesmo em meio a uma rotina agitada ou vivendo longe dos grandes centros urbanos, você pode acessar o cardiologista online.

Na plataforma de Telemedicina Morsch, esse e outros médicos estão disponíveis para o atendimento online, sem deixar a qualidade de lado.

Além da economia de tempo e dinheiro que seriam gastos no deslocamento até uma unidade de saúde.

Receber assistência cardiológica pela internet é mais simples e custa menos do que você imagina.

Veja um passo a passo para marcar sua teleconsulta no sistema Morsch:

  1. Acesse a página de agendamentos
  2. Use o campo de busca avançada para selecionar a especialidade Cardiologia e escolha o profissional de sua preferência
  3. Defina um entre os horários de agendamento, ao lado da identificação do médico
  4. Você será redirecionado para uma página de login. Se não tiver cadastro, selecione “Criar conta”
  5. Preencha o formulário com informações de identificação e prossiga
  6. Crie uma senha e acesse o sistema
  7. Confirme o horário da teleconsulta e faça o pagamento.

Meia hora antes do atendimento, você vai receber o link de acesso à sala virtual via WhatsApp ou SMS. 

Clique sobre ele para falar com o médico online.

Conclusão

Ao final deste artigo, você ampliou os conhecimentos sobre o que fazer na pressão baixa e quando procurar ajuda médica.

Muitas vezes, a hipotensão é assintomática, mas pode ser descoberta em avaliações cardiológicas de rotina com o cardiologista ou o clínico geral de sua confiança.

Por isso, vale manter os cuidados preventivos com o auxílio da teleconsulta.

Conte com a Telemedicina Morsch para receber atendimento médico completo no conforto da sua casa.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin