Ausculta pulmonar: saiba como fazer e quais são os pontos e sons
A ausculta pulmonar é parte essencial do exame físico do paciente.
Junto à anamnese médica e outras técnicas, ela oferece suporte diagnóstico para doenças que acometem as vias aéreas superiores e inferiores, além de outros sistemas e órgãos, como o miocárdio.
Daí a necessidade de que não somente os pneumologistas, mas médicos generalistas e de outras especialidades saibam reconhecer anormalidades nos sons emitidos pelos pulmões.
Neste artigo, abordo as principais informações sobre o tema, incluindo a finalidade, como fazer e tipos de sons ouvidos na ausculta pulmonar.
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O que é ausculta pulmonar?
Ausculta pulmonar é uma técnica utilizada para avaliar os sons pulmonares.
Geralmente, é realizada com o auxílio do diafragma do estetoscópio.
O aparelho é colocado diretamente sobre a pele do paciente, em diferentes pontos e sob condições distintas para estudar os fluxos de ar.
Como mencionei na introdução do texto, a ausculta é parte integrante da avaliação física, sendo indispensável para um exame clínico completo.
Na sequência, falo mais sobre a sua utilidade e importância.
Para que serve a ausculta pulmonar?
A técnica permite identificar sinais de doenças pulmonares e outras patologias com rapidez.
Daí a sua importância para o diagnóstico clínico de condições como insuficiência cardíaca, asma e pneumonia.
O que se dá a partir da correlação entre alterações nos sons pulmonares e histórico do paciente.
Mesmo quando não é possível confirmar a hipótese diagnóstica sem procedimentos complementares, a ausculta apoia a solicitação de exames corretamente, direcionando o pedido médico adequado a cada caso.
Nas emergências e urgências, a técnica confere agilidade à triagem, possibilitando que o paciente receba a abordagem terapêutica necessária sem demora.
E, falando em terapia, a ausculta também auxilia no monitoramento dos efeitos de um tratamento, permitindo correções e adaptações para aumentar sua eficácia.
Como fazer ausculta pulmonar?
Embora seja um método simples, a ausculta pulmonar requer algum preparo do local e orientação médica ao paciente, uma vez que ele terá de colaborar durante a realização da técnica.
Começando pelo local, é fundamental que seja um ambiente calmo e silencioso, sem distrações que possam interferir no exame físico.
O posicionamento do paciente de maneira confortável é outra boa pedida para facilitar a identificação dos sons.
Com tudo preparado, coloque o diafragma do estetoscópio sobre a pele de diferentes partes do tórax (pontos de ausculta), pedindo que o paciente respire devagar e profundamente.
Peça que ele repita os movimentos quantas vezes forem necessárias, incluindo também a análise dos sons durante a fala.
Quais os pontos de ausculta pulmonar?
Diferentes partes do tórax, pescoço, costas e axilas podem ser auscultados para identificar anormalidades.
Mas há aqueles mais comuns, relacionados aos sons fisiológicos, que elenco a seguir:
- Regiões infraclavicular, interescapulovertebral e subaxilar para escutar o murmúrio vesicular
- Cavidade supraclavicular e área dorsal superior para ouvir o som traqueal ou bronquial
- Primeiro e segundo espaço intercostal na face anterior, e entre as escápulas, para escutar o som broncovesicular.
Veja um esquema com os pontos de ausculta pulmonar e percussão neste link.
Tipos de sons ouvidos na ausculta pulmonar
Diferentes sons podem ser auscultados durante o exame físico.
Vamos iniciar com os sons fisiológicos citados no tópico anterior, que podem ser divididos em:
- Som traqueal: desencadeado pela passagem de ar pela traqueia, pode ser percebido no pescoço e sobre o externo. É mais ruidoso na inspiração e forte na expiração
- Som brônquico: é parecido com o som traqueal, mas percebido na face anterior do tórax, próximo ao esterno
- Som broncovesicular: é menos intenso que o som brônquico, com a mesma magnitude na inspiração e expiração
- Murmúrio vesicular: corresponde ao ruído respiratório, mais suave que o som brônquico e percebido na periferia dos pulmões. Tem tonalidade mais alta e duradoura durante a inspiração.
Há também os ruídos adventícios, que indicam anormalidades. Os mais comuns são:
- Sibilos: sons agudos contínuos oriundos de vibrações das paredes brônquicas ou bronquiolares
- Roncos: sons graves contínuos originados por vibrações das paredes brônquicas
- Crepitações: também chamadas estertores finos, sobrepõem-se aos sons respiratórios normais, sendo ruídos descontínuos agudos.
Por fim, deve-se fazer a ausculta da voz para identificar condições como o aumento na ressonância vocal (broncofonia), elevação da clareza da voz (pectoriloquia) e broncofonia com a voz metálica e nasalada (egofonia).
Como descrever o resultado da ausculta pulmonar?
A ausculta pulmonar deve ser descrita junto aos demais elementos do exame físico, contendo mais ou menos detalhes, dependendo dos achados.
Em caso de sons normais, pode-se anotar, por exemplo:
Ausculta pulmonar: MV (murmúrio vesicular), bilateral, simétrico, sem RA (ruídos adventícios).
Já em caso de alterações e/ou sons adventícios, deve-se detalhar sua localização e outras características utilizando a terminologia adequada.
De acordo com este estudo, é comum aos registros indicar:
- Pulmões livres
- MV diminuído
- MV rude
- MV abolido
- MV abafado
- Roncos
- Sibilos
- Estertores crepitantes
- Estertores bolhosos
- Estertores subcrepitantes
- Estertores úmidos
- Creptos
- Crepitações
- Estertores.
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Conclusão
Ao final deste artigo, espero ter contribuído para aprofundar seus conhecimentos sobre a ausculta pulmonar.
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