Ausculta pulmonar: saiba como fazer e quais são os pontos e sons

Por Dr. José Aldair Morsch, 1 de outubro de 2024
Ausculta pulmonar

A ausculta pulmonar é parte essencial do exame físico do paciente.

Junto à anamnese médica e outras técnicas, ela oferece suporte diagnóstico para doenças que acometem as vias aéreas superiores e inferiores, além de outros sistemas e órgãos, como o miocárdio.

Daí a necessidade de que não somente os pneumologistas, mas médicos generalistas e de outras especialidades saibam reconhecer anormalidades nos sons emitidos pelos pulmões.

Neste artigo, abordo as principais informações sobre o tema, incluindo a finalidade, como fazer e tipos de sons ouvidos na ausculta pulmonar.

Acompanhe até o final para conferir também um bônus com soluções de telemedicina pneumológica para sua clínica ou consultório!

O que é ausculta pulmonar?

Ausculta pulmonar é uma técnica utilizada para avaliar os sons pulmonares.

Geralmente, é realizada com o auxílio do diafragma do estetoscópio.

O aparelho é colocado diretamente sobre a pele do paciente, em diferentes pontos e sob condições distintas para estudar os fluxos de ar.

Como mencionei na introdução do texto, a ausculta é parte integrante da avaliação física, sendo indispensável para um exame clínico completo.

Na sequência, falo mais sobre a sua utilidade e importância.

Para que serve a ausculta pulmonar?

A técnica permite identificar sinais de doenças pulmonares e outras patologias com rapidez.

Daí a sua importância para o diagnóstico clínico de condições como insuficiência cardíaca, asma e pneumonia

O que se dá a partir da correlação entre alterações nos sons pulmonares e histórico do paciente.

Mesmo quando não é possível confirmar a hipótese diagnóstica sem procedimentos complementares, a ausculta apoia a solicitação de exames corretamente, direcionando o pedido médico adequado a cada caso.

Nas emergências e urgências, a técnica confere agilidade à triagem, possibilitando que o paciente receba a abordagem terapêutica necessária sem demora.

E, falando em terapia, a ausculta também auxilia no monitoramento dos efeitos de um tratamento, permitindo correções e adaptações para aumentar sua eficácia.

Ausculta dos pulmões

A ausculta é parte integrante da avaliação física, sendo indispensável para um exame clínico completo

Como fazer ausculta pulmonar?

Embora seja um método simples, a ausculta pulmonar requer algum preparo do local e orientação médica ao paciente, uma vez que ele terá de colaborar durante a realização da técnica.

Começando pelo local, é fundamental que seja um ambiente calmo e silencioso, sem distrações que possam interferir no exame físico.

O posicionamento do paciente de maneira confortável é outra boa pedida para facilitar a identificação dos sons.

Com tudo preparado, coloque o diafragma do estetoscópio sobre a pele de diferentes partes do tórax (pontos de ausculta), pedindo que o paciente respire devagar e profundamente.

Peça que ele repita os movimentos quantas vezes forem necessárias, incluindo também a análise dos sons durante a fala.

Quais os pontos de ausculta pulmonar?

Diferentes partes do tórax, pescoço, costas e axilas podem ser auscultados para identificar anormalidades.

Mas há aqueles mais comuns, relacionados aos sons fisiológicos, que elenco a seguir:

  • Regiões infraclavicular, interescapulovertebral e subaxilar para escutar o murmúrio vesicular
  • Cavidade supraclavicular e área dorsal superior para ouvir o som traqueal ou bronquial
  • Primeiro e segundo espaço intercostal na face anterior, e entre as escápulas, para escutar o som broncovesicular.

Veja um esquema com os pontos de ausculta pulmonar e percussão neste link.

Tipos de sons ouvidos na ausculta pulmonar

Diferentes sons podem ser auscultados durante o exame físico.

Vamos iniciar com os sons fisiológicos citados no tópico anterior, que podem ser divididos em:

  • Som traqueal: desencadeado pela passagem de ar pela traqueia, pode ser percebido no pescoço e sobre o externo. É mais ruidoso na inspiração e forte na expiração
  • Som brônquico: é parecido com o som traqueal, mas percebido na face anterior do tórax, próximo ao esterno
  • Som broncovesicular: é menos intenso que o som brônquico, com a mesma magnitude na inspiração e expiração
  • Murmúrio vesicular: corresponde ao ruído respiratório, mais suave que o som brônquico e percebido na periferia dos pulmões. Tem tonalidade mais alta e duradoura durante a inspiração.

Há também os ruídos adventícios, que indicam anormalidades. Os mais comuns são:

  • Sibilos: sons agudos contínuos oriundos de vibrações das paredes brônquicas ou bronquiolares
  • Roncos: sons graves contínuos originados por vibrações das paredes brônquicas
  • Crepitações: também chamadas estertores finos, sobrepõem-se aos sons respiratórios normais, sendo ruídos descontínuos agudos.

Por fim, deve-se fazer a ausculta da voz para identificar condições como o aumento na ressonância vocal (broncofonia), elevação da clareza da voz (pectoriloquia) e broncofonia com a voz metálica e nasalada (egofonia).

Como descrever o resultado da ausculta pulmonar?

A ausculta pulmonar deve ser descrita junto aos demais elementos do exame físico, contendo mais ou menos detalhes, dependendo dos achados.

Em caso de sons normais, pode-se anotar, por exemplo:

Ausculta pulmonar: MV (murmúrio vesicular), bilateral, simétrico, sem RA (ruídos adventícios).

Já em caso de alterações e/ou sons adventícios, deve-se detalhar sua localização e outras características utilizando a terminologia adequada.

De acordo com este estudo, é comum aos registros indicar:

  • Pulmões livres
  • MV diminuído
  • MV rude
  • MV abolido
  • MV abafado
  • Roncos
  • Sibilos
  • Estertores crepitantes
  • Estertores bolhosos
  • Estertores subcrepitantes
  • Estertores úmidos
  • Creptos
  • Crepitações
  • Estertores.

A seguir, conheça mais sobre a telemedicina na pneumologia.

Auscultar pulmão

A ausculta pulmonar requer algum preparo do local e orientação médica ao paciente

Como funciona a pneumologia na telemedicina?

Criada para conectar pacientes e médicos geograficamente distantes, a telemedicina atende a uma série de especialidades médicas.

Aplicada à pneumologia, ela possibilita a teleconsulta e telemonitoramento para doentes crônicos, dispensando deslocamentos para dar continuidade ao tratamento.

Naturalmente, são realizadas consultas presenciais periódicas, resultando num atendimento híbrido que oferece comodidade e praticidade ao dia a dia.

Caso o exame clínico tenha mostrado alterações que requerem exames complementares para serem investigadas, a telepneumologia também fornece um suporte interessante.

Falo da emissão de laudos online para a espirometria, polissonografia, raio X de tórax e outros exames que permitem diagnosticar patologias que alteram o padrão respiratório.

Escolhendo a plataforma de Telemedicina Morsch, sua equipe pode se logar a partir de qualquer dispositivo conectado à internet e solicitar o serviço de telediagnóstico em poucos cliques.

Basta realizar o procedimento normalmente e compartilhar os gráficos ou imagens via software em nuvem para que um médico especialista faça sua interpretação online.

Ele produz e assina digitalmente o laudo eletrônico, liberado em minutos no sistema de telemedicina online.

Acesse esta página e leve toda a inovação da telemedicina para sua clínica!

Conclusão

Ao final deste artigo, espero ter contribuído para aprofundar seus conhecimentos sobre a ausculta pulmonar.

Se o texto foi útil para você, compartilhe!

Leia mais conteúdos sobre pneumologia em nosso blog.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin