Asma, como diagnosticar e tratar adequadamente
O estreitamento das vias aéreas geralmente é reversível, de forma espontânea ou através de medicações, mas pode também tornar-se irreversível, em pacientes com asma crônica.
A asma brônquica pode se iniciar em qualquer momento da vida, mas na maioria das vezes começa na infância.
Quais são as causas da asma?
A asma é causada por uma hipersensibilidade dos brônquios, na maioria das vezes de causa hereditária.
Sua fisiopatologia está relacionada à interação entre fatores genéticos e ambientais.
Por um lado, cerca de um terço dos asmáticos possui um familiar (pais, avós, irmãos ou filhos) com asma ou com outra doença alérgica.
Por outro lado, alguns fatores ambientais como alterações climáticas, contato com pólen, mofo, poeira, pelo de animais, fumaça, cheiros fortes, gripes e resfriados e ingestão de certos alimentos ou medicamentos podem atuar como precipitantes ou agravantes da enfermidade.
Quais são os sinais e sintomas da asma?
Em geral os sintomas aparecem ciclicamente com períodos intermitentes de melhora e de piora. Eles se mostram como dificuldade respiratória, dor ou ardência no peito e chiado (sibilância).
Além disso, quase sempre há tosse, expectoração com aspecto de “clara de ovo“.
Esses sintomas podem aparecer a qualquer momento do dia, mas tendem a predominar pela manhã ou à noite.
Quando se tornam especialmente intensos, de forma aguda, constituem o que se costuma designar de “crise de asma”.
Como o médico diagnostica a asma brônquica?
O diagnóstico da asma é principalmente clínico, baseado nos sinais e sintomas referidos pelo paciente.
Ao exame físico o médico pode notar, principalmente durante as crises, a presença de sibilos nos pulmões.
Eles podem não existir nas pessoas asmáticas que estiverem fora das crises e o exame físico pode, inclusive, ser completamente normal.
Exames complementares podem auxiliar no diagnóstico. Dentre eles, a radiografia do tórax, exames de sangue e a espirometria, que identifica e quantifica a obstrução ao fluxo de ar e o teste de bronco-provocação, com substâncias pró-inflamatórias.
O exame mais importante, no entanto, é a análise dos valores exalados de óxido nítrico, os quais permitem também avaliar a resposta ao tratamento.
Como o médico trata a asma brônquica?
O tratamento da pessoa asmática compreende dois momentos diferentes: o tratamento das crises e o tratamento da doença de base.
1. Tratamento das crises asmáticas
As medicações das crises graves e situações de emergência são diferentes das usadas para tratar a doença básica.
No tratamento dos ataques graves usam-se normalmente corticosteroides (geralmente por administração sistêmica), agonistas adrenérgicos inalados e anticolinérgicos.
Além disso, o paciente deve procurar manter a calma, permanecer em ambientes arejados, falar pouco e usar roupas largas, desde que não sejam de lã.
Se as crises asmáticas durarem de dois a três dias os alvéolos ficam saturados de gás carbônico e isso prejudica as trocas gasosas pulmonares, podendo repercutir negativamente em todos os órgãos.
2. Tratamento contínuo da asma
A pessoa asmática precisa manter certos cuidados com o ambiente, além de usar medicações e utilizar certas técnicas fisioterapêuticas, que se mostram bastante eficientes.
Os medicamentos principais são de duas classes: os broncodilatadores e os anti-inflamatórios.
O broncodilatadores dilatam as vias aéreas e devem ser utilizados quando o asmático está com falta de ar, chiado no peito ou crise de tosse.
Os anti-inflamatórios, por sua vez, devem ser utilizados principalmente para evitar e prevenir as crises agudas.
Essas duas classes de medicações são recursos de manutenção e podem ser usados de várias formas: nebulização, spray, comprimido, xarope.
Os corticoides são usados para combater a inflamação. Tais medicamentos são utilizados com o intuito de prevenir as exacerbações da doença.
Existem outras possibilidades mais recentes de tratamento, ainda menos consolidadas. Em certos casos pode ser necessário o uso de incentivadores respiratórios e respiradores mecânicos não-invasivos.
O tratamento fisioterápico contribui para melhorar a ventilação, auxiliar no relaxamento da musculatura respiratória, higienizar as vias aéreas, melhorar a condição física e aprimorar a qualidade de vida dos indivíduos acometidos.
Nas crianças, ele consiste em trabalhos de exercícios respiratórios, de desobstrução brônquica e drenagem postural, com estimulação da tosse se necessário e treino de padrão ventilatório.
Em adultos, enfatiza os alongamentos globais, os exercícios aeróbicos, vários exercícios respiratórios e o acompanhamento do fluxo respiratório, entre outros.
Como prevenir a asma brônquica?
Não há como prevenir a existência da doença, mas sim as suas exacerbações. Como prevenção das crises o asmático pode utilizar corticosteroides, beta 2 agonistas de longa duração e antileucotrienos, além de ter um bom controle ambiental, evitando exposição aos desencadeadores conhecidos da crise asmática. Tudo isso deve ser feito com orientação médica.
Como evolui a asma brônquica?
O prognóstico dos asmáticos é bom, especialmente para as crianças. Após uma década, cerca de 54% delas não terão mais esse diagnóstico.
Nos asmáticos crônicos ocorre, com frequência, uma dilatação dos alvéolos que acaba por levar ao enfisema pulmonar. Em casos raros a asma pode levar à morte.
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Em resumo, devemos ter conhecimentos mínimos sobre a asma, levando em conta a hereditariedade, os fatores desencadeantes que na maioria das vezes é uma alergia e levar muito a sério o tratamento das crises e as formas de prevenir as recorrências.
É fundamental manter o ambiente em que vive livre de animais, cortinas, tapetes, áreas úmidas e mofadas, bem como trocar a roupa de cama e toalha de banho a cada 2 dias para evitar a proliferação de ácaros.
A atividade física é fundamental para aumentar a resistência dos pulmões. Não esquecer da vacinação anual contra gripes e se tiver acesso a outras vacinas como pneumococo também está indicado.
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