Holter: indicações e recomendações para o exame
São muitas as indicações do holter.
Ao estender o tempo de monitorização cardíaca, o ECG de longa duração permite a detecção de uma série de condições cardiovasculares.
Com a vantagem de registrar as anormalidades no ritmo cardíaco durante a rotina do paciente, permite, por exemplo, identificar gatilhos emocionais antes de uma angina de peito.
Para se ter uma ideia do avanço, enquanto o eletrocardiograma convencional acompanha entre 10 e 15 batimentos do coração, o holter 24 horas avalia cerca de 100 mil batimentos.
Isso permite verificar padrões e desvios de forma mais completa.
Discorro sobre esse importante exame e suas indicações nos próximos tópicos.
Apresento também um bônus com vantagens da telemedicina e laudo a distância para procedimentos cardiológicos.
Holter: indicações do exame
É inegável a importância do ECG na rotina de serviços cardiológicos, mas seu tempo é um limitador para certos diagnósticos.
Em especial quando sintomas só se manifestam em determinados momentos ou diante de certas atividades físicas.
Para romper essa barreira, equipes médicas contam com o ECG com holter, que dura de 24 horas a alguns dias.
Os dados da atividade elétrica cardíaca são captados por eletrodos fixados no tórax do paciente e enviados a um pequeno monitor portátil – o holter.
O exame costuma ser indicado em cinco situações, sobre as quais falo abaixo.
Investigação de sintomas sugestivos de arritmias
Tonturas, palpitações, síncopes e pré-síncopes podem ser manifestações clínicas de arritmias silenciosas.
Sua avaliação é necessária, mas complicada quando o tempo de exame se restringe aos poucos minutos do eletrocardiograma.
Portanto, investigar esses sintomas é a principal indicação para o holter.
Avaliação da isquemia cardíaca
Por prejudicar a nutrição e oxigenação das células, a isquemia tende a deixar sequelas importantes no músculo cardíaco.
Danos como a necrose de tecidos são evidenciados com o suporte do holter.
O procedimento também auxilia na detecção da isquemia em portadores de doenças cardiovasculares como a aterosclerose.
Estratificação de risco em cardiopatias
Candidatos a tratamentos cirúrgicos ou medicamentosos se beneficiam do holter para a avaliação de marcadores clínicos e laboratoriais.
Com os dados em mãos, médicos fazem a estratificação do risco de morte ou complicações graves, recebendo suporte para tomar a melhor decisão.
De acordo com o artigo “Eletrocardiografia dinâmica (Holter): revisão atualizada”, publicado na Revista Médica de Minas Gerais (RMMG):
“O Holter é sabidamente útil na estratificação de risco de arritmias cardíacas e morte em uma série de condições clínicas, já que fornece informações sobre a frequência e complexidade de arritmias ventriculares, sobre a presença de isquemia miocárdica em pacientes coronariopatas e sobre o controle autonômico cardíaco, através da variabilidade da frequência cardíaca”.
Análise da eficácia de tratamentos com agentes antiarrítmicos
Pacientes reconhecidamente portadores de arritmia ventricular, frequente e reprodutível podem ter os efeitos de antiarrítmicos avaliados pelo holter.
Nesses casos, o exame tem sensibilidade para mostrar a eficácia do medicamento ou a necessidade de adaptações.
Monitoramento de portadores de marcapassos e desfibriladores cardíacos
A presença de sintomas de cardiopatias faz dos portadores de marcapasso e desfibrilador candidatos à monitorização de longa duração.
Assim como para avaliar a resposta desses dispositivos aos esforços físicos do paciente.
O que o holter pode indicar?
Arritmias, distúrbios de condução e eventos isquêmicos podem ser identificados através de alterações nos gráficos do holter.
Isso porque o exame capta a atividade elétrica cardíaca e a transforma em sinais traduzidos em gráficos de linha, que formam as ondas do ECG.
Quando o coração bate em ritmo sinusal (normal), cada batida é composta por uma onda P, um complexo QRS e uma onda T, nessa ordem.
Alterações na voltagem, formato e duração das ondas podem estar relacionadas a doenças cardiovasculares.
O mesmo raciocínio vale para alterações constantes na frequência cardíaca – que deve se manter entre 50 e 100 bpm (batimentos por minuto) em adultos jovens e saudáveis.
A seguir, listo algumas condições diagnosticadas pelo holter:
- Taquicardia sinusal
- Bradicardia sinusal
- Taquicardia supraventricular
- Taquicardia ventricular
- Fibrilação atrial
- Flutter atrial
- Bloqueio de ramo esquerdo (BRE)
- Bloqueio de ramo direito (BRD)
- Repolarização precoce
- Desnivelamento segmento ST
- Atividade de marcapasso ventricular
- Extrassístoles ventriculares e supra-ventriculares
- Disfunção autonômica.
Na sequência, explico cuidados que o paciente deve ter ao utilizar o holter.
Indicações do holter para o paciente
A colaboração do paciente é importante para evitar problemas como artefatos nos gráficos do holter.
Ele deve tomar banho antes de colocar os eletrodos e o monitor, para que não sejam molhados e danificados.
Também é recomendado que compareça com a pele do tórax limpa, sem qualquer creme, desodorante ou cosmético que possa prejudicar a aderência dos eletrodos.
Caso haja pelos no peito, pode ser necessário fazer tricotomia nos pontos onde os eletrodos serão fixados.
Por fim, o tórax deve ser hidratado após o holter e protegido da exposição ao sol por três a cinco dias.
Vantagens da telemedicina no laudo do holter 24 horas
A telemedicina é aliada das clínicas e hospitais para a emissão rápida de laudos de exames cardiológicos.
Basta que o holter seja conduzido normalmente, seguido pelo compartilhamento de dados na plataforma de Telemedicina Morsch.
Assim que visualiza os gráficos, um de nossos cardiologistas especializados em ECG e holter os analisa, considerando informações prévias sobre o paciente.
Isso é feito junto com o preenchimento diário com eventos e atividades de rotina durante o ECG de longa duração.
O médico compara os gráficos a padrões e anota suas conclusões no laudo médico.
Depois de receber assinatura digital, o laudo online é liberado em minutos no sistema.
Além da agilidade e comodidade, o serviço de interpretação a distância do holter supre a demanda por especialistas nas unidades de saúde.
O acesso ao software de telemedicina na nuvem ainda garante a proteção e sigilo médico, através de mecanismos de autenticação e criptografia.
Para acessar o sistema Morsch a partir de qualquer dispositivo com internet, o profissional de saúde deve portar login e senha.
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Conclusão
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