Holter de 7 dias: como funciona e principais indicações médicas

Por Dr. José Aldair Morsch, 25 de agosto de 2022
Holter 7 dias

O diagnóstico de arritmias está entre as principais indicações para o holter de 7 dias.

Essa é a duração máxima do eletrocardiograma com holter, que estende a monitorização da atividade elétrica do músculo cardíaco.

Portanto, costuma ser recomendado para o acompanhamento de pacientes cardiopatas, em especial daqueles que realizaram tratamentos para eventos graves.

Um dos mais comuns é o infarto do miocárdio.

Essa ocorrência tirou a via de mais de 73 mil brasileiros entre janeiro e setembro de 2021.

Se deseja aprofundar os conhecimentos sobre o ECG de longa duração, siga com a leitura deste texto.

Trago informações sobre o exame, como é feito, quais as orientações ao paciente e alternativas para otimizar a emissão do laudo médico através da telemedicina.

Holter 7 dias: o que é?

Holter de 7 dias é um método diagnóstico que capta a atividade elétrica cardíaca por uma semana.

Para tanto, o exame emprega eletrodos conectados a um pequeno monitor portátil, chamado holter.

Seu objetivo é coletar dados para compor gráficos com o traçado característico do ECG, permitindo a avaliação das ondas e identificação de anormalidades.

Holter 24 horas x 7 dias: qual a diferença?

Basicamente, a diferença está no tempo de duração dos exames, pois o procedimento é o mesmo.

A extensão do registro de ECG com holter é importante para a identificação de arritmias, anomalias congênitas e outras doenças que se manifestam em intervalos maiores que um dia.

Nesses casos, o holter de 7 dias oferece vantagem, pois possibilita uma monitorização mais completa.

Também requer maior dedicação e zelo por parte do paciente e familiares, que terão de remover o dispositivo antes do banho diário – ou seja, precisarão aprender a colocar e recolocar de forma correta os eletrodos e o monitor.

Como funciona o holter de 7 dias

O exame é realizado de forma simples, não invasiva e indolor para o paciente, além de ter raras contraindicações.

Falo mais delas abaixo.

O holter de 7 dias começa com a orientação ao paciente, seguida por higienização do tórax.

Por vezes, será preciso remover pelos da área, a fim de aumentar a aderência dos eletrodos.

Conforme a prescrição médica e o tipo de aparelho utilizado, são fixados quatro eletrodos ou mais na região torácica.

Em seguida, o técnico de enfermagem usa um cinto fino para colocar o holter na cintura do paciente, de modo que fique firme e conectado aos eletrodos.

Só então o dispositivo é ligado e dá início aos registros.

O holter moderno é leve e tem o tamanho de um celular, com bateria interna e um chip onde os dados são gravados.

Também inclui um botão para sinalizar eventos anormais, a exemplo de sintomas percebidos durante a monitorização.

Como explica este artigo da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac):

“O paciente pode acionar no aparelho o Botão de Eventos, durante a realização do exame, sempre que perceber algum sintoma. Ao apertar este botão, o monitor fará uma marca na gravação e o cardiologista localizará o momento exato de um evento cardíaco específico, o que melhora a análise dos dados”.

O holter de 7 dias termina quando o paciente retorna à clínica ou consultório para retirar o dispositivo.

Os gráficos formados a partir dos dados serão interpretados por um cardiologista ou arritmologista.

Indicações do holter de 7 dias

O holter de ECG de 7 dias costuma ser solicitado para indivíduos pertencentes ao grupo de risco para doenças cardiovasculares.

Ou seja, para quem já sofreu um infarto do miocárdio, é obeso, diabético, hipertenso, tem apneia obstrutiva do sono ou doenças cardíacas.

A seguir, listo as principais indicações do exame:

Abaixo, trago uma imagem que ilustra os resultados de um exame de holter de 7 dias.

Monitor cardíaco

Variabilidade da frequência cardíaca em holter de 7 dias. Foto: José Luis Rojo-Álvarez

Orientações ao paciente para o holter de 7 dias

Como vai permanecer com o aparelho por uma semana, é importante que o paciente receba orientações sobre seu funcionamento e cuidados.

Assim, ele poderá zelar para não molhar o dispositivo, retirando-o antes de tomar banho e recolocando depois de secar a pele.

Para evitar a descaracterização dos registros, o ideal é que o intervalo sem o holter dure no máximo 15 minutos por dia.

Também não se deve passar perto de locais de alta tensão, nem se expor à radiação ionizante.

As demais atividades estão liberadas, a não ser que haja alguma recomendação médica adicional.

Quem não pode fazer o exame?

São poucas as contraindicações para o holter de 7 dias.

Em geral, indivíduos com alergias ou ferimentos no peito, como queimaduras, ficam impedidos de fazer o exame.

Como é o preparo?

Como mencionei antes, o tórax precisa estar limpo e seco para garantir uma boa fixação aos eletrodos.

Por isso, o paciente não deve aplicar cosméticos no dia do exame, incluindo cremes, desodorantes, óleos etc.

Basta que tome banho e vá até a unidade de saúde para colocar o holter.

Telemedicina facilita acesso ao laudo do holter

Orientações sobre o preparo, inserção e retirada do holter podem ser dadas por um técnico de enfermagem treinado.

Entretanto, sua interpretação é restrita a cardiologistas especializados na área do exame, e que nem sempre estão disponíveis em lugares afastados dos centros urbanos.

Foi pensando nisso que empresas como a Telemedicina Morsch criaram o serviço de laudos a distância.

Com essa facilidade, sua equipe pode delegar a interpretação de procedimentos cardiológicos ao nosso time de especialistas.

Basta enviar os dados do holter via plataforma de telemedicina, acessível mediante login e senha.

Em seguida, um de nossos cardiologistas avalia os achados e elabora o laudo online, assinado digitalmente para conferir autenticidade.

Por fim, o resultado é liberado rapidamente no sistema, dando suporte a diagnósticos e condutas certeiras.

Veja todas as vantagens do serviço de laudos digitais nesta página.

Conclusão

Gostou de saber mais sobre o holter de 7 dias?

Esse exame dá um suporte fundamental na detecção de anomalias que se manifestam com grandes intervalos, e dificilmente seriam identificadas no ECG de rotina.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin