Palpitação no coração: o que pode ser e quando se preocupar
Sentir palpitação no coração pode assustar muita gente.
Isso porque não costumamos perceber os batimentos cardíacos de forma natural.
A não ser que se esteja medindo a pulsação, por exemplo.
O que leva à preocupação com a existência de males cardíacos, incluindo eventos graves, como o infarto.
Mas nem sempre as palpitações escondem doenças, pois o ritmo do coração é influenciado por uma série de fatores externos e internos.
Nas próximas linhas, falo mais sobre eles e a respeito de sinais de alerta que podem acompanhar a percepção das batidas cardíacas.
Para evitar complicações, é importante manter o acompanhamento preventivo em dia, o que fica mais fácil contando com a teleconsulta.
O que é palpitação?
Palpitação é a manifestação clínica dos batimentos cardíacos.
Como citei acima, dificilmente alguém nota esses movimentos de modo natural.
Daí a origem das preocupações quando uma palpitação é sentida, pois ela tende a se associar com uma arritmia.
De maneira simples, pode-se definir a arritmia como variação no ritmo cardíaco normal, acelerando ou diminuindo sua velocidade padrão.
Em pessoas com o músculo cardíaco saudável, as arritmias surgem em resposta a estímulos diversos e são passageiras.
No entanto, quando vêm acompanhadas de sintomas como dor no peito, elas podem revelar a existência de doenças cardiovasculares como a aterosclerose.
Nessa patologia, a passagem para o sangue dentro das artérias vai se estreitando devido ao acúmulo de placas de gordura, cálcio e outras substâncias.
Eventualmente, o fluxo mais lento resulta em irrigação insuficiente para alguns tecidos do corpo, levando a episódios de isquemia cerebral, cardíaca, entre outras.
Se houver obstrução total de um vaso sanguíneo, o paciente corre o risco de sofrer males graves como infarto do miocárdio (coração) e acidente vascular cerebral (AVC).
Diferença entre taquicardia e palpitação
Antes de falar sobre a diferença entre elas, vamos voltar um passo para explicar o que é taquicardia.
Essa palavra se refere às arritmias de padrão rápido, também chamadas de taquiarritmias.
Elas ocorrem quando o coração bate em ritmo acelerado, acima de 100 bpm (batidas por minuto).
Lembrando que a frequência cardíaca de um adulto saudável em repouso fica entre 50 e 100 bpm.
Quando o órgão aumenta a velocidade dos batimentos, acaba impulsionando o sangue com mais força pelos vasos sanguíneos, gerando palpitações.
Então, pode-se dizer que a palpitação é a expressão da taquicardia, é o sintoma que evidencia que os batimentos estão rápidos demais.
É normal sentir palpitações?
Depende.
Diante de fatores estimulantes, é normal perceber as batidas do coração.
Por isso, não há problema em sentir os batimentos durante e logo depois de exercícios ou esforços físicos intensos.
O mesmo raciocínio vale para a ingestão de substâncias como a cafeína, presente no café, alguns chás e refrigerantes de cola.
E diante de explosões emocionais, que também agem como estimulantes para o coração.
Contudo, o efeito deve durar alguns minutos.
Fique atento se o ritmo cardíaco permanecer alterado ou demorar para voltar ao normal quando o estímulo passar.
O quadro se agrava se aparecerem outros sintomas, como detalho nos próximos tópicos.
Qual a sensação de palpitação no peito?
A palpitação surge como uma pulsação forte ou batedeira no peito.
Ela aparece de repente, causando a sensação de que o coração vai sair pela boca.
Geralmente, não é percebida como uma dor e, sim, como um desconforto que vem da percepção dos batimentos acelerados (taquicardia).
Há, ainda, casos em que a pessoa nota somente uma pulsação isolada, que vem com maior força depois de extrassístoles.
Extrassístoles são batidas cardíacas que ocorrem antes do que seria esperado, interrompendo momentaneamente o ritmo sinusal.
Escrevi um artigo completo sobre esse tema, que você confere aqui.
O que pode ser a palpitação no coração?
A palpitação pode ser desencadeada por vários fatores.
Veja alguns deles a seguir.
Ansiedade
Crises de ansiedade elevam os níveis de estresse do organismo, levando à liberação de adrenalina na corrente sanguínea.
Esse hormônio tem a capacidade de acelerar o ritmo cardíaco, provocando arritmias de padrão rápido que são sentidas na forma de palpitações.
Uma dica para diferenciar as pulsações originadas pela ansiedade é que elas não desaparecem de repente.
Ao contrário de outros estímulos, o emocional vai se dissipando aos poucos, à medida que a pessoa se acalma.
Explosões emocionais
Além da ansiedade, reações exacerbadas de medo, angústia, alegria e tristeza também podem se expressar através da palpitação.
É por isso que diminuir os níveis de estresse ajuda a manter a frequência cardíaca regular, impedindo a liberação de grandes volumes de adrenalina.
Esforço físico intenso
Uma das funções do aparelho circulatório é manter as células nutridas e oxigenadas, fornecendo energia para que funcionem normalmente.
Quando o organismo se esforça além do que está acostumado, essa carga de energia precisa aumentar para que as células deem conta do trabalho extra.
Nesse cenário, o coração bate mais rápido, a fim de garantir a oxigenação celular demandada durante esses períodos.
Assim, é natural sentir palpitações enquanto você se exercita, carrega peso ou realiza outra atividade com alta demanda muscular.
Ingestão de substâncias estimulantes
A cafeína presente no café, chá preto ou mate e em refrigerantes faz a pressão arterial se elevar.
Ou seja, ela aumenta a velocidade e a força exercida sobre as paredes das artérias enquanto o sangue circula.
Esse contexto exige maior esforço por parte do coração para acompanhar os movimentos, causando taquicardia passageira.
E palpitação.
Inclusive, o impacto pode ser percebido através do aumento temporário na disposição, resultado da maior oxigenação das células.
Álcool e drogas
O processo responsável pelas batidas do coração depende da entrada e saída de certos minerais, como cálcio e potássio.
Eles são fundamentais para que o órgão se contraia e relaxe, completando os ciclos de batimentos.
E, por sua vez, necessitam de magnésio para serem transportados até o interior do músculo cardíaco.
O consumo excessivo de álcool desequilibra os níveis de magnésio no corpo, atrapalhando o ritmo regular do coração.
Drogas como cocaína e crack também interferem no funcionamento do sistema circulatório, elevando a pressão arterial e a frequência cardíaca.
E, por fim, alguns medicamentos (drogas lícitas) aumentam o risco de taquicardia e palpitação, a exemplo daqueles que contêm epinefrina e efedrina.
Doenças e agravos à saúde
Anemia, desidratação e infecções que provoquem febre constante estão entre os males capazes de gerar palpitações.
Assim como problemas no coração e na tireoide.
No entanto, essas situações são raras entre pacientes que não tenham histórico pessoal ou familiar de patologias cardiovasculares.
Sentir palpitação no coração é perigoso?
Nem sempre.
Como adiantei nos tópicos acima, a palpitação pode ser fruto de uma breve interrupção no ritmo cardíaco normal.
Especialmente se houver algum fator externo estimulante, que provoque taquicardia.
Porém, sentir palpitação com frequência não é normal, o que pede uma investigação junto ao clínico geral ou cardiologista.
O médico poderá solicitar exames como o eletrocardiograma (ECG), um monitoramento da atividade elétrica do coração.
Quando se preocupar?
Além dos episódios frequentes, a palpitação inspira preocupação quando é estendida ou vem acompanhada por outros sintomas.
Ainda que apareça por causa de febre, anemia ou desidratação, não é comum perceber pulsações fortes por mais de uma hora. Se isso acontecer, vá ao pronto-socorro mais próximo.
Já a presença de sintomas como falta de ar, tosse e náusea devem motivar uma visita ao médico assim que possível.
Esses são sinais de que a palpitação faz parte do conjunto de manifestações de uma doença.
Caso a pessoa sinta formigamento, dor em forma de pressão no peito e/ou desmaie, corra até um serviço de emergência.
Palpitação no coração na gravidez
A aceleração na frequência cardíaca faz parte do conjunto de alterações fisiológicas normais durante a gravidez.
O motivo dessa mudança está na maior demanda pela circulação de sangue para nutrir o bebê, que pode aumentar em até 50% os batimentos maternos por minuto.
O período em que a gestante tende a sentir mais palpitações é ao longo do terceiro trimestre, quando a criança está maior e mais desenvolvida.
Entretanto, mesmo nessas ocasiões é preciso ter cuidado quando aparecem sintomas junto às pulsações.
Dificuldade para respirar, dor no peito e tosse com sangue estão entre os sinais preocupantes, que pedem uma consulta com o obstetra para investigação.
Desse modo, a saúde da futura mãe e do bebê é preservada.
Sintomas que podem acompanhar a palpitação
A presença de sintomas associados aumenta as chances de as palpitações serem indício de um problema de saúde.
Portanto, fique de olho nos sinais que apresento abaixo.
Falta de ar
A sobrecarga cardíaca pode comprometer o mecanismo que viabiliza a respiração, causando falta de ar.
E vice-versa.
Por isso, sentir pulsações fortes junto à dificuldade respiratória sinaliza males como o pulmão em sofrimento, que decorrem de crises agudas, como na pneumonia ou asma.
Ainda pode significar que a saúde mental não anda bem, e que é hora de buscar a ajuda de um psicólogo ou psiquiatra para controlar as crises de ansiedade, síndrome do pânico etc.
Tosse
Bastante relacionada a doenças respiratórias, a tosse forte e constante pede uma análise médica.
O quadro exige ainda mais atenção quando ela surge combinada a palpitações, com ou sem sangue.
Dor no peito
Insuficiência cardíaca e ataque do coração estão entre as doenças manifestadas por meio de pulsação mais dor no peito.
Lembrando que a dor do infarto é sentida como uma pressão aguda e prolongada, chegando a durar até 20 minutos.
Costuma ser percebida mais ao lado esquerdo e vem acompanhada por mais sintomas, a exemplo de formigamento, tontura e suor frio.
Distúrbios emocionais como a síndrome do pânico também podem estar por trás da palpitação com dor torácica, mas, nesse caso, o incômodo vem em forma de aperto no peito.
Desmaio
Palpitações seguidas pela perda súbita da consciência (desmaio) estão relacionadas a patologias cardíacas como arritmias graves e problemas nas válvulas do órgão.
Daí a importância de receber assistência médica rápida após passar por esses episódios.
Existe, ainda, a chance de serem males de menor gravidade, como a síndrome vasovagal.
Ela leva à perda transitória da consciência devido à redução da pressão arterial e batimentos cardíacos.
Nesse caso, é comum notar tontura, fraqueza, transpiração e palidez antes do desmaio.
Médico para palpitação cardíaca
O profissional especializado no estudo, diagnóstico e tratamento de condições cardíacas é o cardiologista.
Esse é o especialista mais procurado na presença de palpitações perigosas.
No entanto, se houver sintomas difusos junto à pulsação, pode fazer mais sentido começar pela consulta com o clínico geral.
Com conhecimentos generalistas, ele avalia sinais como tosse, febre e enjoo, associados ou não às palpitações.
De qualquer forma, o médico irá fazer uma entrevista com o paciente, incluindo exame físico e testes complementares como:
- Exames de sangue
- Eletrocardiograma de rotina
- Holter de ECG
- Teste ergométrico
- Raio X de tórax.
Consulte online com a Morsch
Emergências exigem socorro imediato, como citei anteriormente.
Porém, mesmo os episódios de menor gravidade merecem acompanhamento médico para evitar complicações.
Cuidados como o check up anual e consultas de rotina são fundamentais na prevenção de doenças.
A boa notícia é que você pode passar por atendimento médico sem sair de casa, contando com a plataforma de teleconsulta Morsch.
Siga o passo a passo para agendar sua consulta online de um jeito simples:
- Acesse a página de agendamentos
- Use o campo de buscas para selecionar a especialidade desejada e escolha o profissional de sua preferência
- Defina um entre os horários de agendamento, ao lado da identificação do médico
- Você será redirecionado para uma página de login. Se não tiver cadastro, selecione “Criar conta”
- Preencha o formulário com informações de identificação e prossiga
- Crie uma senha e acesse o sistema
- Confirme o horário da teleconsulta e faça o pagamento
- Meia hora antes do atendimento, você vai receber o link de acesso à sala virtual via WhatsApp ou SMS.
Conclusão
A palpitação pode, ou não, ser sinal de patologias cardiovasculares, respiratórias ou transtornos emocionais.
Tudo depende de sua constância, tempo de duração e sintomas associados.
Se as pulsações vêm se tornando comuns no seu dia a dia, vale a consulta com o cardiologista.
Ela pode ser feita a distância no sistema Morsch.
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