Como funciona a Telemedicina nos Hospitais
A telemedicina nos hospitais é uma importante ferramenta para diminuir a superlotação e melhorar a qualidade dos serviços prestados.
Por isso, a especialidade marca presença em diversos países, como os Estados Unidos, onde 76% das unidades hospitalares a empregam para viabilizar exames e consultas, segundo estudo da American Hospital Association.
No Brasil, as autoridades de saúde não aprovam a consulta direta entre médico e paciente via telemedicina, porém, autorizam a emissão de laudos a distância e a troca de informações remota entre profissionais de saúde, chamada teleconsultoria.
Segundo este artigo, assinado por oito médicos do setor público e privado, a aplicação da telemedicina para emergências em dois hospitais de São Paulo contribuiu para diagnósticos (7,1%) e manejo clínico adequado (92,9%).
Outros resultados promissores foram a redução da mortalidade em 30,4% nos casos de sepse grave e queda de 25,9% na transferência de pacientes para avaliação neurológica em outros estabelecimentos.
Se você quer saber mais sobre como funciona a telemedicina em hospitais e seus impactos para profissionais, pacientes e unidades de saúde, veio ao lugar certo.
A partir de agora, vou mostrar de que forma essa inovação presta suporte ao atendimento, interpretação de exames e avaliação de casos complexos.
É possível a implementação da telemedicina nos hospitais?
Sim, é possível.
Como citei acima, vários estabelecimentos de saúde, tanto públicos quanto privados, já contam com os serviços de telemedicina.
Essa disciplina utiliza tecnologias da informação e comunicação (TIC) para permitir a troca de informações médicas de um jeito prático e seguro.
Atualmente, os serviços de telemedicina mais populares no Brasil são a segunda opinião qualificada e a terceirização dos laudos médicos, que são entregues online.
A segunda opinião pode ser dada através de teleconsultorias viabilizadas por videoconferência, telefone, softwares ou aplicativos de mensagens instantâneas.
Ela confere maior segurança a equipes locais que não disponham de especialistas para avaliar casos complexos, em especial, durante urgências como o infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC).
Já o serviço de laudos a distância funciona por meio de sistemas homologados junto à Anvisa, chamados plataformas de telemedicina.
Essas tecnologias garantem a proteção aos dados de saúde compartilhados, assim como maior agilidade e eficiência na entrega dos resultados de testes de diagnóstico.
A lotação de pacientes não se restringe apenas ao SUS
A superlotação em hospitais da rede pública não é novidade no país.
Para se ter uma ideia, estudo divulgado pelo Tribunal de Contas da União revelou que 64% de 116 hospitais estavam constantemente superlotados, e outros 36% enfrentavam períodos em que a demanda superava a sua capacidade de atendimento.
Porém, mesmo quem utiliza o sistema hospitalar privado percebe o longo tempo de espera para ser atendido, principalmente se comparecer ao pronto-socorro.
Dependendo da complexidade da doença, os pacientes não escapam de passar por um hospital de referência na rede pública.
Por esse motivo, a assistência à saúde é uma questão que afeta a todos, em maior ou menor escala.
A logística de atendimento do SUS é mal projetada
Poucos usuários conhecem o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e a quais unidades devem recorrer, caso tenham algum problema.
Ainda que o Ministério da Saúde tenha criado unidades menores, como as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) em várias cidades, essa iniciativa não foi definitiva para resolver o problema de superlotação nas emergências hospitalares.
A falta de informação acaba prejudicando a eficiência e a prestação de serviços, gerando altos gastos e poucos benefícios para a população.
Além disso, as próprias unidades de saúde não contam com ferramentas eficientes de triagem e encaminhamento, o que gera grande insatisfação por parte de pacientes e estresse para a equipe de médicos e profissionais de saúde.
Em diversos locais do mundo, a telemedicina vem sendo utilizada para processos de triagem e encaminhamento, tornando a prestação dos serviços de saúde muito mais eficiente.
No Brasil, o uso dessa tecnologia de atendimento com espirometria é uma alternativa para resolver o problema, pois tem potencial para solucionar falhas do sistema e beneficiar o setor de saúde como um todo.
Como funciona o Sistema de Saúde no Brasil
O Sistema Único de Saúde (SUS) surgiu em 1990 como forma de colocar em prática os dispositivos da Constituição Federal de 1988 e é considerado uma das propostas mais avançadas e completas do mundo.
Todas as unidades de saúde que fazem parte da rede do SUS são classificadas de acordo com diferentes níveis de complexidade e áreas de abrangência. Assim, todo o sistema é dividido em níveis de atenção.
Cada unidade conta com prerrogativas e responsabilidades próprias, atendendo a demandas específicas conforme a complexidade do caso, o custo e a necessidade de uso da tecnologia.
Dentro dos diferentes níveis de atenção, a atenção primária tem como finalidade resolver a maioria dos problemas de saúde, além de encaminhar os casos mais graves aos demais níveis.
Estabelecimentos que atendem a esse nível de atenção devem estar presentes em todos os municípios brasileiros por meio das UBS (Unidades Básicas de Saúde).
A atenção secundária, por sua vez, é consultada quando há necessidade de atendimento junto a especialistas, exames complementares e internações hospitalares por problemas que não requerem grande uso de tecnologia.
As UPAs têm a função de contemplar os pacientes com essas necessidades.
Por fim, a atenção terciária é recomendada quando os tratamentos demandam maiores recursos tecnológicos e atuação de subespecialidades.
É destinada aos casos que demandam cuidados especiais.
Além dessa classificação, ainda existe o nível quaternário, composto por hospitais associados a núcleos acadêmicos, com disponibilidade de recursos além dos usuais, intensa produção científica e especialistas.
São unidades de referência, destinadas a casos mais graves e raros.
A área de pronto-socorro, dentro desse sistema, possui como única função atender casos de emergência, ou seja, aqueles em que há risco considerável de morte do paciente.
Porém, devido a fatores como o desconhecimento e falta de estrutura no sistema, os pronto-atendimentos acabam sendo os primeiros locais aos quais pacientes com todo tipo de sintomas se dirigem.
O processo de triagem, encaminhamento e como a telemedicina ajuda os hospitais
Quando um paciente utiliza os recursos de um nível de atendimento destinado a casos mais graves, isso prejudica a eficiência do SUS, gera gastos excessivos e diminui a eficácia dos serviços prestados.
É o caso, por exemplo, de uma pessoa que vai ao pronto-socorro com pressão alta.
Embora esteja no seu direito de receber atendimento, e os médicos não possam negá-lo, isso sobrecarrega os profissionais que atuam no pronto-socorro, atrasando a assistência a casos urgentes, que realmente precisam ser tratados ali.
Por conectar especialistas à equipe local, a telemedicina evita o deslocamento do paciente a casos que podem ser solucionados a distância.
Também aumenta a eficiência dos processos de triagem e encaminhamento dos pacientes, reduzindo a lotação nos hospitais de referência.
Com a telemedicina, atendimentos simples podem ser resolvidos de forma rápida, eficaz e cômoda, evitando deslocamentos e transferências desnecessárias de pacientes.
Como exatamente a telemedicina ajuda os hospitais?
A plataforma de telemedicina pode ser integrada ao prontuário eletrônico do paciente (PEP), possibilitando o armazenamento dos dados na nuvem e o acesso a partir de qualquer lugar que tenha internet.
Assim, as informações podem ser acompanhadas sempre que o paciente se apresenta em um dos níveis de atendimento, seja primário, secundário ou terciário.
Visualizando o prontuário eletrônico do paciente, profissionais de saúde conferem o histórico, exames já realizados, tratamentos indicados, condutas médicas nos atendimentos anteriores, receituários e laudos médicos online.
Esse sistema em nuvem traz agilidade e eficiência no processo de atendimento, tornando as consultas mais rápidas, evitando a repetição desnecessária de exames e proporcionando apoio diagnóstico.
Os casos mais graves podem ser discutidos com especialistas na própria plataforma de telemedicina, por meio de videoconferências.
Além disso, a telemedicina é uma forma inteligente de otimizar a entrega de resultados para exames de diagnóstico, como explico a seguir.
Como funciona a telemedicina nos hospitais?
Utilizando tecnologias modernas, o processo de emissão de laudos a distância é bastante simples.
Primeiro, um técnico em enfermagem, radiologia, enfermeiro ou médico generalista treinado realiza o teste de diagnóstico com um aparelho digital.
Se for uma radiografia, por exemplo, ele deve usar um equipamento de raio X digital, que converte os sinais captados em imagens formadas por pixels.
Em seguida, o mesmo profissional que conduziu os testes pode compartilhar os arquivos gerados na plataforma de telemedicina, acessível mediante login e senha.
Ao verificar o envio das imagens ou gráficos, especialistas logados no sistema iniciam sua análise e interpretação, registrando as conclusões no laudo remoto.
O documento é assinado digitalmente e liberado no portal de telemedicina, de onde pode ser impresso, salvo e até transmitido para outro médico ou para o paciente.
Essa dinâmica leva cerca de 30 minutos, o que permite a entrega de resultados no mesmo dia do exame.
Casos urgentes são avaliados em tempo real junto aos especialistas da empresa de telemedicina, que auxiliam a equipe local via videoconferência.
Legislação sobre o uso da telemedicina em hospitais
A telemedicina é uma especialidade reconhecida pela legislação nacional, tendo como principal diretriz a Resolução CFM nº 1.643/2002, que define e disciplina a prestação de serviços nesse contexto.
Segundo a norma, o especialista que emite o laudo a distância tem responsabilidade solidária junto ao médico do paciente.
O documento também afirma que:
“Os serviços prestados através da Telemedicina deverão ter a infraestrutura tecnológica apropriada, pertinentes e obedecer às normas técnicas do CFM pertinentes à guarda, manuseio, transmissão de dados, confidencialidade, privacidade e garantia do sigilo profissional.”
Outra legislação importante é a Resolução CFM 1.821/07, que aprova as normas técnicas concernentes à digitalização e uso dos sistemas informatizados para a guarda e manuseio dos documentos dos prontuários dos pacientes.
O texto afirma que os documentos digitais devem ficar salvos de forma permanente em sistemas como a plataforma de telemedicina.
Vantagens da telemedicina nos hospitais
No já citado artigo “Impacto da telemedicina na cultura hospitalar e suas consequências na qualidade e segurança do cuidado”, os autores confirmam uma série de benefícios da especialidade.
Eles classificam a telemedicina como um vetor de transformação da cultura hospitalar e que impacta a segurança e a qualidade assistencial.
Também verificam a associação dessa especialidade a diferenças na utilização de serviços de saúde, diminuindo transferências, mortalidade e favorecendo a implementação de protocolos e apoio à decisão médica.
Veja, abaixo, mais vantagens proporcionadas pelo serviço de laudos a distância.
1. Aumento no número de atendimentos, sem perder a qualidade
Contar com uma parceira de telemedicina permite que o hospital amplie seu portfólio e quantidade de exames realizados, sem prejudicar sua confiabilidade.
Isso porque ele precisa dispor apenas de técnicos para conduzir os testes, delegando sua interpretação e resultados aos especialistas da empresa de telemedicina.
2. Oferecer exames especializados, principalmente em hospitais em regiões remotas
Mesmo exames mais específicos, como ressonância magnética e holter de ECG, podem ser interpretados remotamente com o suporte da telemedicina.
Desse modo, é possível democratizar o acesso a esses procedimentos, que podem ser realizados em hospitais afastados dos grandes centros urbanos.
Imagine os benefícios desse acesso para pacientes debilitados ou com restrição de mobilidade.
Graças à telemedicina, eles podem ser acompanhados e receber tratamento em sua cidade.
3. Os custos com pessoal diminuem
De acordo com exigências do Conselho Federal de Medicina, apenas especialistas qualificados podem laudar testes de diagnóstico.
No entanto, o CFM permite que exames simples e não invasivos sejam feitos por técnicos em radiologia ou enfermagem, desde que recebam o devido treinamento.
Com o suporte da telemedicina, seu hospital não precisará manter um time de especialistas que cubra todo o horário de funcionamento, nem arcar com os custos dessa mão de obra.
Além disso, os especialistas locais podem se dedicar a tarefas de assistência e gestão, deixando os laudos médicos com seus colegas da empresa de telemedicina.
4. Agilidade na emissão de laudos
Por manterem especialistas de plantão a qualquer hora do dia ou da noite, empresas como a Telemedicina Morsch conferem rapidez na emissão de laudos.
Ao contrário dos profissionais que trabalham em hospitais, os especialistas da Morsch ficam focados na interpretação de exames, o que permite maior agilidade e redução no custo por laudo.
5. Possibilita cobrir férias de especialistas locais
O serviço de laudos remotos também funciona como cobertura para as ausências dos médicos locais, seja durante as férias, folgas ou eventos.
Especialidades oferecidas pela Morsch aos hospitais
Através de um portal integrado, a Morsch disponibiliza opções de laudos online para diferentes especialidades e exames.
Conheça, a seguir, os procedimentos atendidos.
Telecardiologia nos hospitais
Telecardiologia é a subespecialidade que emprega telemedicina para emitir laudos de testes do aparelho cardiovascular.
Além dos resultados online, os aparelhos para exames como eletrocardiograma, MAPA e holter de ECG podem ser solicitados por meio do aluguel em comodato.
Nessa modalidade, o cliente paga apenas uma mensalidade pelos laudos emitidos e pode usar equipamentos modernos a custo zero.
A plataforma de telemedicina contempla os seguintes testes em telecardiologia:
- Eletrocardiograma de repouso
- Teste ergométrico em esteira
- Holter de ECG digital 24 horas
- MAPA de pressão arterial 24 horas
- Tomografia cardiovascular
- Ressonância cardiovascular.
Telepneumologia nos hospitais
A união entre telemedicina e pneumologia resulta nessa subespecialidade, que cobre exames com finalidade clínica ou para medicina do trabalho.
O principal procedimento é a espirometria, realizada com técnicas simples para acompanhamento ocupacional ou mais complexas, incluindo a etapa de prova de função pulmonar.
O aparelho de espirometria também pode ser adquirido em comodato.
Teleneurologia nos hospitais
A teleneurologia auxilia no estudo e detecção de doenças que acometem o sistema nervoso, como a epilepsia e os transtornos de aprendizagem.
Para tanto, a especialidade atende a diferentes tipos de eletroencefalograma – que monitora a atividade elétrica do cérebro – e de polissonografia, conhecida como teste do sono.
O aparelho de EEG ou eletroencefalógrafo pode ser cedido em comodato.
Veja a lista de procedimentos neurológicos que se beneficiam dos laudos a distância:
- Eletroencefalograma clínico
- Eletroencefalograma ocupacional
- Eletroencefalograma com mapeamento cerebral
- Eletroencefalograma na internação
- Eletroencefalograma na morte cerebral
- Polissonografia na internação
- Polissonografia domiciliar.
Telerradiologia nos hospitais
Com a telerradiologia, hospitais podem terceirizar os resultados para a maior parte dos exames de diagnóstico por imagem, diminuindo a sobrecarga de trabalho dos radiologistas locais.
Conheça os testes contemplados por essa subespecialidade da telemedicina:
- Radiologia geral (incluindo diversas radiografias)
- Raio-X de tórax padrão OIT
- Mamografia digital
- Densitometria óssea
- Tomografia computadorizada
- Ressonância nuclear magnética.
Sobre a Telemedicina Morsch
Especializada em telemedicina desde 2005, a Morsch proporciona uma experiência completa na modernização de hospitais em todo o Brasil.
Em uma mesma plataforma, acessível a partir de qualquer dispositivo com internet, os clientes podem contratar laudos a distância, aluguel em comodato, pedir uma segunda opinião e oferecer capacitação para os técnicos que farão testes de diagnóstico.
Os treinamentos ficam disponíveis 24 horas por dia, facilitando sua realização nos períodos mais tranquilos para os funcionários.
Além disso, o portal da Morsch fica hospedado em um local de armazenamento da internet (nuvem), protegido por mecanismos como senhas e criptografia.
Dinâmico, o sistema colabora para a entrega de resultados de exames com agilidade e segurança, evitando que pessoas não autorizadas visualizem informações sigilosas.
Tudo isso com a garantia de que apenas especialistas com CRM ativo produzem e assinam os laudos remotos, confirmando sua autenticidade.
Conclusão
Comentei, neste artigo, sobre as aplicações e vantagens de empregar a telemedicina nos hospitais.
Rapidez, confiabilidade e diminuição nos custos são alguns dos benefícios que têm atraído cada vez mais unidades de saúde para o universo da telemedicina.
Com o suporte da Morsch, seu hospital também pode otimizar a entrega de laudos sem grandes investimentos, elevando as receitas e a qualidade do atendimento.
Se preferir, entre em contato e veja as vantagens de contar com a Telemedicina Morsch na sua clínica ou hospital!
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Referências Bibliográficas
The Promise of Telehealth For Hospitals, Health Systems and Their Communities, TrendWatch – American Hospital Association
Impacto da telemedicina na cultura hospitalar e suas consequências na qualidade e segurança do cuidado – Milton Steinman e outros
Mais de 60% dos hospitais públicos estão sempre superlotados – Bom dia Brasil/G1
Resolução CFM nº 1.643/2002 – Define e disciplina a prestação de serviços através da telemedicina.
Resolução CFM Nº 1.821/07 – Normas técnicas de digitalização, guarda e manuseio de prontuários