Acesso à saúde: panorama no Brasil e como a telemedicina ajuda a ampliar
Ter acesso à saúde é fundamental para desfrutar de uma vida digna.
No entanto, a garantia de saúde de qualidade para todos no Brasil está longe de ser realidade.
Será necessário superar desafios como a desigualdade na oferta dos serviços, carência de médicos e outros profissionais qualificados para cumprir com essa importante agenda.
Falo mais sobre essas questões nas próximas linhas, apresentando os conceitos, o cenário atual e algumas soluções disponíveis atualmente.
Uma delas é a telemedicina, que democratiza o acesso à saúde com o suporte da tecnologia.
O que é acesso à saúde?
Acesso à saúde é um conjunto de fatores que viabilizam o uso de serviços e bens de saúde.
O grau de interações entre indivíduo e sistema de saúde determina esse acesso.
Por consequência, interfere sobre a qualidade de vida das pessoas.
Como mencionei na abertura do texto, uma vida digna requer o atendimento às necessidades básicas de saúde.
Tudo com o propósito de alcançar o bem-estar físico e mental.
De acordo com o artigo “Conceitos de acesso à saúde”, o acesso também influenciado por aspectos como:
- Renda da população
- Cobertura do seguro saúde
- Atitudes frente ao cuidado com a saúde
- Estrutura social
- Disponibilidade organizacional e geográfica do sistema de saúde
- Condição social, cultural, educacional ou econômica do indivíduo.
E como é a realidade brasileira de acesso à saúde? Comento abaixo.
Como é o acesso à saúde no Brasil?
País de dimensões continentais, o Brasil enfrenta questões graves e urgentes devido às disparidades socioeconômicas entre regiões e até cidades de uma mesma área.
Esse problema fica evidente quando observamos, por exemplo, a média de médicos por 1 mil habitantes nas capitais brasileiras, que é de 7,03, contra apenas 1,89 nas cidades do interior, conforme a Demografia Médica 2024.
No estudo, o Conselho Federal de Medicina alerta para a ausência de políticas públicas que estimulem a ida de médicos para as áreas mais distantes e menos desenvolvidas e para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Vale lembrar que a saúde pública é responsável pelo atendimento de 75% dos brasileiros, e que o SUS é a única opção de assistência em 34% dos municípios do país, segundo dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).
Outro estudo, publicado no The Lancet Regional Health – Americas, mostrou que 3,8% dos brasileiros têm necessidades não atendidas de acesso aos serviços de saúde, enquanto 7,5% relatam impasses no acesso a medicamentos.
4 dimensões do acesso à saúde
O conceito de acesso à saúde deve ser compreendido a partir de quatro dimensões ou pilares que viabilizam a qualidade dessa dinâmica.
As dimensões utilizam indicadores de processos descritos e resultados, que auxiliam na determinação da existência de equidade ou desigualdade no acesso à saúde.
São elas:
1. Disponibilidade
Diz respeito à posição geográfica entre o serviço de saúde e o paciente, considerando os seguintes indicadores:
- Distância e opções de transporte
- Tipo de serviço
- Abrangência
- Qualidade e quantidade dos serviços ofertados.
Um serviço distante, portanto, não está disponível à parte da população que precisa dele.
2. Aceitabilidade
Refere-se à natureza dos serviços prestados e da percepção de valor no que é oferecido, influenciado por valores culturais e educacionais.
A aceitabilidade engloba indicadores como:
- Crenças e atitudes em relação à saúde
- Conhecimento e fontes de informação
- Ansiedade e confiança no acesso à saúde.
Se faltam informações sobre determinado exame ou procedimento de saúde, ele é percebido como inacessível por parte da população.
3. Capacidade de pagamento
É a relação entre o custo do serviço e o poder de pagamento do paciente, que depende de:
- Renda da família
- Fontes de renda
- Uso de plano de saúde
- Regularidade no uso
- Custos diretos e indiretos com a saúde.
Aqui temos uma questão óbvia: o preço do serviço pode limitar o acesso a ele.
4. Informação
O grau estabelecido entre o nível de conhecimento do paciente e do profissional de saúde é avaliado por:
- Escolaridade
- Conhecimento e fontes buscadas.
É aqui que educação e saúde se cruzam, influenciando na acessibilidade em saúde.
Desafios para a ampliação do acesso à saúde no Brasil
Nos tópicos anteriores, comentei sobre algumas demandas expressivas.
Confira uma lista com os principais desafios para superar essas barreiras:
- Desigualdades sociais e econômicas
- Quantidade insuficiente de serviços de saúde em áreas remotas ou distantes dos centros urbanos, o que exige deslocamentos para receber a assistência adequada
- Superlotação de hospitais
- Demora no atendimento
- Necessidade de maior conscientização da população e educação em saúde
- Carência de médicos e outros profissionais de saúde, bem como de políticas públicas que incentivem uma distribuição menos desigual
- Baixo investimento. Enquanto a média mundial é de 15,3%, considerando países membros da OCDE, o Brasil gasta apenas 10,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em saúde.
Abaixo, comento como a telemedicina ajuda a superar esses desafios.
Como a telemedicina melhora o acesso à saúde no Brasil?
A telemedicina conecta pacientes e profissionais de saúde geograficamente distantes, ampliando o acesso à saúde.
Basta que eles tenham uma conexão de internet estável e um dispositivo com acesso à rede – que pode ser até um smartphone – para se beneficiar dos serviços médicos a distância.
Um dos mais conhecidos é a teleconsulta, que consiste na consulta direta entre médico e paciente, mediada por uma plataforma de telemedicina.
Mas existem outras soluções inovadoras, como o telediagnóstico, que viabiliza a interpretação e emissão de laudos eletrônicos por médicos especialistas.
A partir da avaliação de registros de exames complementares compartilhados no sistema, os profissionais anotam valores, análises, achados e a conclusão no laudo online, assinado digitalmente.
Uma empresa robusta como a Telemedicina Morsch entrega os resultados de exames online em minutos, conferindo agilidade ao diagnóstico e tratamento.
Assim, pacientes, gestores e profissionais de saúde não precisam se deslocar para retirar documentos, que são recebidos por e-mail, aplicativos de mensagens ou dentro da própria plataforma.
Nesse contexto, hospitais e clínicas médicas podem expandir sua atuação, levando serviços até as localidades mais distantes.
Nosso software de telemedicina em nuvem ainda disponibiliza a teleconsultoria, prontuário eletrônico, segunda opinião médica e muito mais.
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Conclusão
Abordei neste artigo as dimensões e desafios do acesso à saúde, que é facilitado pela aplicação de tecnologias como a telemedicina.
Embora o cenário seja repleto de barreiras, a ampla cobertura do SUS e o aumento na quantidade de médicos formados nos últimos anos são pontos positivos que ajudam a superá-las.
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