Tomografia de crânio com aneurisma: como interpretar o exame com a telemedicina?

Avaliar uma tomografia de crânio com aneurisma requer conhecimento específico.

Afinal, trechos enfraquecidos nas paredes das artérias costumam ser assintomáticos nas fases iniciais, o que dificulta a correlação de manifestações clínicas com as imagens da TC.

No entanto, a versão do exame que combina angiografia à tomografia vem ganhando cada vez mais importância no diagnóstico de aneurismas.

É sobre isso que falo a partir de agora.

Siga com a leitura para aprofundar os saberes sobre a aplicação da TC nesses casos, possíveis origens para a doença vascular e como a telemedicina auxilia na detecção dessas patologias.

Como é a tomografia de crânio com aneurisma?

Diferentes características podem sinalizar uma TC com aneurisma. Até porque as imagens mudam conforme o tamanho e possível rompimento do trecho enfraquecido.

De acordo com este estudo sobre segmentação de aneurismas cerebrais:

“Aneurismas cerebrais são dilatações patológicas na parede de artérias cerebrais. Estas regiões estão propensas à ruptura, podendo provocar hemorragias subaracnoideas. A incidência de hemorragias subaracnoideas globalmente é de 7,9 por 100.000 pessoas (6,9 – 9,0, IC 95%), sendo que 85% destas são causadas pela ruptura de aneurismas cerebrais. Quanto à taxa de fatalidade de hemorragias subaracnoides, ela é relativamente alta mundialmente, variando de 8,3 a 66,7%”.

Nesse cenário, a hemorragia cerebral pode ser vista como um ponto hiperdenso, ou seja, mais claro que as estruturas em redor.

Já o aneurisma não roto é mais difícil de identificar, sendo muitas vezes diagnosticado apenas com o auxílio de técnicas que permitem a avaliação dos vasos sanguíneos, utilizando contraste e angiografia.

Qual tomografia detecta aneurisma cerebral?

O método mais indicado é a angiotomografia do crânio, que combina a técnica da obtenção de imagens tomográficas à angiografia.

Ao contrário da angiografia convencional, a angio TC é um exame minimamente invasivo, que requer apenas uma punção periférica para a administração de contraste por via intravenosa.

Também apresenta registros mais completos e nítidos, empregando um tubo giratório para obter centenas de cortes transversais das artérias do cérebro.

Como detalha um artigo sobre o tema, os tomógrafos de última geração, também chamados helicoidais ou espirais, vêm permitindo exames ultrarrápidos, com cortes de espessura cada vez menor.

“A computação gráfica, mediante utilização destes dados, nos dá a possibilidade de fazer reconstruções multiplanares da anatomia, e mesmo tridimensionais. Os vasos sanguíneos podem ser destacados pelo uso do meio de contraste endovascular iodado. Novos programas de computação permitem, inclusive, simular um exame endoscópico, seja de vísceras ocas, vias aéreas ou mesmo de vasos sanguíneos. Todos estes novos fatos permitiram o desenvolvimento da angiografia por tomografia computadorizada (ATC)”.

Na comparação com a angiografia cerebral, a ATC tem maior rapidez, custo reduzido e validade clínica, além do menor risco para o paciente – por se tratar de procedimento menos invasivo.

Além da pesquisa de aneurisma, as imagens nítidas possibilitam detectar malformações vasculares, acidente vascular cerebral (AVC) e o estudo da relação dos aneurismas intracranianos com as estruturas ósseas, o parênquima e demais estruturas encefálicas.

Quais as possíveis causas do aneurisma cerebral?

Nem sempre existe uma causa bem definida para o surgimento do aneurisma, com exceção dos casos em que há malformações vasculares.

Geralmente, existe histórico de traumatismos, hipertensão arterial não controlada e/ou fumo.

De qualquer forma, faz mais sentido falar em fatores de risco que aumentam as chances de um indivíduo sofrer com o afrouxamento da parede interna das artérias.

Esses fatores são divididos em dois grupos:

• Modificáveis: tabagismo, hipertensão arterial sistêmica (HAS), colesterol elevado, obesidade e aterosclerose
• Não modificáveis: sexo masculino, história familiar de aneurisma e idade avançada.

A seguir, comento sobre o tratamento da condição.

Tratamento para aneurisma cerebral

A abordagem terapêutica requer intervenção cirúrgica minuciosa para a oclusão do trecho enfraquecido, a fim de prevenir seu rompimento.

Cabe ao neurocirurgião escolher a técnica mais adequada a cada paciente, considerando as características do aneurisma e a condição clínica.

A cirurgia tradicional ou craniotomia consiste na abertura do crânio para a clipagem do trecho enfraquecido.

Existem alternativas menos invasivas como a embolização, que atende a muitos casos, com a vantagem de reduzir a morbidade e mortalidade e o tempo de recuperação do doente.

Essa técnica usa um sistema de cateteres movidos até as artérias cerebrais para a inserção de stents ou outros materiais na área do aneurisma.

Após o tratamento cirúrgico, é importante a orientação médica para evitar novos eventos cardiovasculares, com destaque para o controle da hipertensão e dos níveis de colesterol.

Evitar o fumo e a ingestão de bebidas alcoólicas em excesso são outros pontos de interesse, junto à adoção de hábitos alimentares saudáveis e prática regular de atividade física.

Como a telemedicina acelera o diagnóstico de aneurisma cerebral?

Já ouviu falar em telediagnóstico?

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Um dos radiologistas de plantão avalia os achados e anota suas conclusões no laudo online, finalizado com a inserção da assinatura digital do médico.

Dessa forma, o resultado é entregue em minutos através do próprio sistema.

Seu time ainda pode consultar especialistas para debater casos complexos em tempo real, solicitando uma segunda opinião médica.

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Conclusão

Espero ter ajudado a reconhecer a tomografia de crânio com aneurisma, suas características e os benefícios da técnica de angiotomografia.

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Leia mais artigos sobre radiologia que publico aqui no blog.