Fisioterapeuta pode fazer espirometria? Saiba mais sobre o exame

Por Dr. José Aldair Morsch, 21 de dezembro de 2022
Fisioterapeuta pode fazer espirometria

Será que o fisioterapeuta pode fazer espirometria?

Esse exame avalia a função pulmonar do paciente.

Dessa forma, fornece dados que suportam gráficos com diferentes volumes e capacidades pulmonares.

É algo relevante no diagnóstico e monitoramento de patologias respiratórias de caráter obstrutivo e restritivo.

Sabe-se que o laudo da espirometria cabe a pneumologistas qualificados, mas e quanto à condução do procedimento?

Respondo essa e outras questões nas próximas linhas, incluindo detalhes sobre a importância da prova de função pulmonar.

Confira ainda dicas para aproveitar as vantagens do laudo online via telemedicina.

Fisioterapeuta pode fazer espirometria?

Sim, o fisioterapeuta pode fazer espirometria.

Contanto que tenha recebido o treinamento necessário, esse profissional é apto para a realização do exame.

A capacitação confere o certificado técnico em espirometria, preferencialmente expedido pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).

O entendimento é corroborado por entidades profissionais como a Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva (ASSOBRAFIR), que esclarece o seguinte:

“A avaliação dos fluxos e volumes é um teste integrante da AVALIAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA, conjuntamente com as mensurações de força da musculatura respiratória e ventilometria e consta no Referencial Nacional de Honorários Fisioterapêuticos (RNHF) aprovado e homologado pela Assembléia Nacional da Categoria no XII Congresso Brasileiro de Fisioterapia (1987)”.

As medidas de fluxos e volumes pulmonares contribuem para a avaliação de tratamentos para distúrbios ventilatórios, incluindo terapias administradas pelos fisioterapeutas.

Por isso, a espirometria tem papel importante em sua rotina, sustentando a continuidade de tratamentos eficazes e a sugestão de novas abordagens quando a terapia não tem o efeito desejado.

Quem pode fazer o exame de espirometria?

De forma resumida, posso afirmar que a realização do exame cabe ao técnico em espirometria ou prova de função pulmonar.

Essa profissão é reconhecida desde 2015 pela Classificação Brasileira de Ocupações, sob o código CBO 3241-30.

Cabe ao profissional técnico em espirometria:

  • Realizar exames de diagnóstico ou de tratamento
  • Processar imagens e/ou gráficos
  • Planejar atendimento
  • Organizar a área de trabalho, equipamentos e acessórios
  • Operar equipamentos
  • Preparar o paciente para exame de diagnóstico ou de tratamento
  • Atuar na orientação de pacientes, familiares e cuidadores
  • Trabalhar com biossegurança.

Essa costuma ser uma capacitação adicional para profissionais de saúde.

No dia a dia, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas acrescentam esse conhecimento específico à sua formação, atuando na condução da espirometria.

Ao combinar os saberes, eles realizam o exame de maneira segura, identificando riscos em potencial e prestando os primeiros socorros, se for necessário.

Alterações na frequência cardíaca, tosse e broncoespasmo estão entre as complicações que podem surgir devido ao esforço respiratório do paciente.

Especialmente quando é feita a espirometria com prova broncodilatadora.

Para que serve o exame de espirometria

Também chamada de teste do sopro ou prova de função pulmonar, a espirometria pode ter finalidade clínica ou ocupacional.

O exame ocupacional é a versão mais simples, enquanto a espirometria completa proporciona um estudo detalhado da capacidade pulmonar antes e depois do uso de broncodilatador.

De forma geral, o procedimento serve para:

  • Diagnóstico de patologias que atingem as vias aéreas inferiores, a partir de sintomas sugestivos como tosse, dispneia e sibilos. Asma, bronquite, pneumonia, tuberculose e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) são as principais
  • Prevenção de doenças relacionadas ao trabalho. A espirometria pode integrar os exames de saúde ocupacional para evitar o surgimento ou agravo de asma ocupacional, pneumoconioses, câncer no pulmão etc.
  • Monitoramento de condições crônicas: o exame permite verificar resultados de tratamentos e a evolução de patologias respiratórias crônicas
  • Avaliação de atletas: esportistas e pacientes que serão submetidos a grande esforço físico passam por checkup que pode incluir a espirometria para atestar que estão aptos a realizar suas atividades.

Na sequência, explico como funciona o laudo de espirometria.

Como laudar uma espirometria?

O laudo da espirometria começa com a análise dos gráficos de volume-tempo e de fluxo-volume, que são mostrados em relatório do aparelho de espirometria.

O espirômetro ainda oferece os valores dos seguintes volumes e capacidades pulmonares:

  • Capacidade vital (CV): maior volume de ar mobilizado na expiração
  • Capacidade vital forçada expiratória (CVF): volume máximo de ar exalado com esforço máximo, o que se dá a partir do ponto de máxima inspiração
  • Volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1): volume de ar exalado no primeiro segundo durante a manobra de CVF.

A partir desses dados, pode-se determinar se o resultado do exame é normal, se revela um distúrbio respiratório obstrutivo ou restritivo.

O laudo será normal quando os números estiverem dentro dos valores de referência para um paciente sem patologia respiratória.

O resultado identifica uma doença de padrão obstrutivo nas condições:

  • VEF1/CVF < Limite Inferior (LI)
  • VEF1 e fluxos geralmente reduzidos.

Há um distúrbio de padrão restritivo quando são encontrados:

  • VEF1/CVF > Limite Inferior (LI)
  • CVF < LI
  • Fluxo Expiratório Forçado (FEF) 25-75%/CVF > 1,5 – com fluxos supranormais, considerando paciente com diagnóstico esperado de restrição.

Laudar uma espirometria exige conhecimentos avançados e é ato restrito a médicos especialistas, como explico a seguir.

Pode fazer espirometria na fisioterapia

Também chamada de teste do sopro ou prova de função pulmonar, o exame pode ter finalidade clínica ou ocupacional

Vantagens do laudo eletrônico da espirometria

Embora o espirômetro forneça dados relevantes, o laudo da espirometria exige a avaliação de um pneumologista especializado no exame.

Caso contrário, os resultados perdem em qualidade, comprometendo o diagnóstico e tratamento do doente.

Porém, nem sempre há pneumologistas de plantão para laudar a prova de função pulmonar.

Principalmente fora das capitais e zonas urbanas, onde há escassez até de médicos generalistas.

A boa notícia é que não é preciso investir altas quantias para atrair especialistas que supram todo o horário de funcionamento da sua clínica ou hospital.

Com o suporte da Telemedicina Morsch, você delega a interpretação da espirometria ao nosso time, disponível 24 horas por dia.

Seu fisioterapeuta ou profissional de enfermagem realiza normalmente o procedimento e envia os gráficos ao nosso sistema, acessível mediante login e senha.

Em seguida, um especialista de prontidão analisa os valores e curvas e os compara aos padrões de normalidade.

Ele registra a conclusão no laudo online, assinado digitalmente e entregue via plataforma.

Desse modo, sua equipe recebe os resultados em minutos.

Conheça mais benefícios da telepneumologia Morsch nesta página.

Conclusão

Como expliquei neste texto, o fisioterapeuta pode fazer espirometria, desde que esteja devidamente preparado.

Somente a interpretação do exame é reservada a médicos especialistas, pois requer saberes específicos sobre anatomia, fluxos e doenças respiratórias.

Deixe que a Telemedicina Morsch seja sua parceira na emissão de laudos online com comodidade, segurança e agilidade.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin