Classificação ASA: entenda como funciona a avaliação de risco anestésico
Amplamente reconhecida, a classificação ASA fornece parâmetros efetivos para analisar o risco referente à aplicação de anestesia.
Por isso, é uma ferramenta de grande relevância para o exame de risco cirúrgico em diferentes instituições, apoiando a tomada de decisão consciente por parte da equipe médica.
Siga com a leitura para conferir detalhes sobre a finalidade e classificações estabelecidas pela American Society of Anesthesiologists, além de soluções de telemedicina que auxiliam na avaliação do paciente.
O que é a classificação ASA?
A Classificação ASA é uma escala baseada em comorbidades pré-anestésicas do paciente, que avalia o estado físico do paciente antes da cirurgia.
Criada pela American Society of Anesthesiologists (Sociedade Americana de Anestesiologistas), ela oferece suporte ao protocolo de risco cirúrgico – desde que combinada a outros fatores, a exemplo do tipo de cirurgia considerada.
Para que serve a classificação ASA?
A ferramenta é útil para a predição de riscos perioperatórios a partir da condição clínica do paciente.
Isso porque o sistema ASA apresenta uma abordagem que combina o estado físico, doenças preexistentes e estilo de vida para avaliar as chances de complicações diante de um procedimento invasivo.
Nesse cenário, a equipe médica obtém informações essenciais para indicar ou contraindicar uma cirurgia em determinado contexto, reduzindo a mortalidade e morbidade.
No entanto, como mencionei acima, a classificação ASA não deve ser empregada de maneira isolada, mas junto a parâmetros como:
- Tipo de cirurgia
- Fatores de risco do paciente, como idade avançada
- História clínica
- Exame físico e exames complementares, quando indicados.
Entenda como funciona a classificação ASA na sequência.
Entenda a classificação ASA
O sistema ASA é formado por seis classificações diferentes, atribuídas de acordo com o grau de risco pré-anestésico identificado.
Quanto maior o risco, maior a numeração.
A seguir, você acompanha cada uma das divisões e exemplos inspirados neste guia traduzido pela Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo (SAESP):
ASA I
Esta primeira classificação se refere a um paciente normal e saudável, que não adota comportamentos de risco.
Por exemplo, um adulto saudável, não fumante e que não faz uso, ou faz uso mínimo de álcool.
ASA II
A segunda classificação é dada para candidatos a cirurgia que possuem patologias sistêmicas leves a moderadas.
Entre as principais condições, cabe citar:
- Fumante atual
- Faz ingestão de álcool socialmente
- Gestante
- Obesidade – Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 30 e 40
- Diabetes ou hipertensão bem controlada
- Presença de doença pulmonar leve.
Então, passamos à ASA III.
ASA III
Enquadra os casos de uma ou mais doenças sistêmicas moderadas a graves, que envolvem limitações funcionais significativas como:
- Diabetes ou hipertensão mal controlada
- DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica)
- Obesidade mórbida (IMC ≥ 40)
- Hepatite ativa
- Dependência ou abuso de álcool
- Marcapasso implantado
- Doença renal em estágio terminal
- Histórico de infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e outras condições isquêmicas relacionadas nos últimos 3 meses.
A próxima classificação é a ASA IV.
ASA IV
Reúne os casos de doença sistêmica grave que representa ameaça constante à vida do paciente.
Inclui exemplos como infarto, AVC ou colocação de stents coronarianos nos últimos 3 meses, isquemia cardíaca contínua ou disfunção valvar grave e redução grave da fração de ejeção.
Outras condições que recebem a classificação ASA IV são sepse, coagulação intravascular disseminada, doença renal aguda ou em estágio terminal não submetidos à diálise regularmente programada.
ASA V
Essa classificação revela um paciente moribundo, que provavelmente não vai sobreviver por mais de 24 horas sem a realização da cirurgia.
Geralmente, contempla emergências como:
- Ruptura de aneurisma abdominal/torácico
- Trauma maciço
- Sangramento intracraniano com efeito de massa
- Disfunção de múltiplos órgãos/sistemas.
Por fim, temos a ASA VI.
ASA VI
Essa última divisão faz referência ao paciente que teve morte encefálica declarada e terá os órgãos removidos para doação.
Ou seja, o paciente não apresenta função cerebral e está clinicamente morto.
Quem faz a classificação ASA?
Atribuir um nível de classificação de estado físico segundo o sistema ASA cabe ao médico anestesiologista, que dá seu parecer no dia da cirurgia.
No entanto, outros parâmetros podem ter sido analisados anteriormente por outros membros da equipe médica, ao longo da avaliação pré-cirúrgica.
A decisão clínica deverá considerar o máximo de dados a respeito do paciente, seu estado atual e procedimento solicitado, zelando pela sua segurança.
Contudo, há casos em que não é recomendada uma bateria de exames, a exemplo das pessoas enquadradas em ASA I.
Nesse cenário, pequenas alterações nos resultados de exames poderiam causar ansiedade, pressão alta e outros sintomas capazes de prejudicar o andamento da operação.
Como a telemedicina ajuda na classificação de estado físico?
Criada para conectar equipes de saúde e pacientes, a telemedicina oferece soluções como a emissão de laudos médicos online.
Chamado telediagnóstico, esse é um processo simples que agrega agilidade à interpretação de exames complementares requisitados para o cálculo do risco cirúrgico, como o eletrocardiograma.
Basta que um técnico de enfermagem ou médico realize normalmente o procedimento e, em seguida, compartilhe os gráficos através de um software de telemedicina em nuvem – acessível a partir de qualquer dispositivo conectado à internet.
Em seguida, um médico especializado na área do exame analisa os achados, comparando-os ao histórico do paciente, hipótese diagnóstica e demais parâmetros indicados.
Ele anota as conclusões no laudo online, assinado digitalmente e liberado em minutos via sistema.
Plataformas robustas como a Telemedicina Morsch ainda fornecem a opção de teleinterconsulta por videoconferência para casos complexos e urgências.
Assim, eles são discutidos em tempo real com especialistas, apoiando uma tomada de decisão adequada por parte da equipe local.
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Conclusão
Ao final deste conteúdo, você conhece melhor cada classificação ASA e sua relação com a avaliação pré-operatória.
Considerar esses fatores antes de indicar uma cirurgia faz a diferença para reduzir complicações decorrentes de procedimentos invasivos, incluindo óbitos e sequelas.
O que, por sua vez, impacta na recuperação e qualidade de vida do paciente.
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