Ergonomia física: o que é, benefícios, exemplos e como implementar

Por Dr. José Aldair Morsch, 28 de março de 2024
Ergonomia física

A ergonomia física é de grande importância para a saúde dos colaboradores.

Afinal, suas medidas viabilizam a adaptação dos postos de trabalho às características dos profissionais.

Dessa forma, as atividades laborais são realizadas com maior conforto e eficiência, diminuindo o risco de acidentes e doenças ocupacionais.

Neste texto, me proponho a ampliar os seus conhecimentos sobre essa importante área da ergonomia e explicar como pode ser aproveitada para melhorar a qualidade de vida no trabalho (QVT).

Ao final, apresento serviços de telemedicina que auxiliam na emissão e assinatura de documentos de saúde ocupacional.

O que é ergonomia física?

Ergonomia física é uma disciplina que estuda a relação entre as condições de trabalho e características fisiológicas, anatômicas e biomecânicas dos funcionários.

Como adiantei acima, trata-se de um ramo da ergonomia no trabalho, que inclui ainda a ergonomia cognitiva e organizacional.

Explico as diferenças entre elas mais adiante.

Por enquanto, vale salientar que a disciplina voltada à saúde física dos trabalhadores parte dos aspectos do biotipo, como as medidas do corpo humano (antropométricas).

Junto aos movimentos necessários para as tarefas diárias, a fim de adequar os postos de trabalho às necessidades dos indivíduos.

Mobiliário, esforço físico, iluminação, temperatura e movimentos repetitivos são alguns temas analisados para promover mudanças positivas na rotina de trabalho.

Qual a diferença entre ergonomia física, cognitiva e organizacional?

Cada subárea da ergonomia foca em um pilar da interação entre o homem, seus instrumentos e a organização do ambiente.

Enquanto a física se ocupa das características fisiológicas, a ergonomia cognitiva se concentra nos impactos à saúde mental, principalmente diante de processos que exigem grande esforço cognitivo.

Por sua vez, a ergonomia organizacional estuda fatores relacionados à cultura empresarial, a exemplo do clima organizacional, cobrança por metas e espaço para feedback.

Cabe afirmar, nesse contexto, que cada subárea prioriza certos riscos ergonômicos, conforme exemplifico a seguir:

  • Ergonomia física: levantamento de peso, esforço físico, postura inadequada, repetitividade
  • Ergonomia cognitiva: estresse ocupacional, imposição de rotina intensa
  • Ergonomia organizacional: sobrecarga de trabalho, controle rígido de produtividade, bullying, assédio moral e outras condutas prejudiciais.

Saiba mais sobre os objetivos da ergonomia física na sequência.

Ergonomia organizacional física

Ergonomia física é uma disciplina que estuda a relação entre as condições de trabalho e características fisiológicas

Para que serve a ergonomia física?

A ergonomia física serve para mitigar os riscos ocupacionais provenientes de condições de trabalho capazes de comprometer a saúde e desempenho físico.

Para isso, ergonomistas e outros especialistas em SST aplicam estratégias de concepção e correção no ambiente laboral, a fim de eliminar ou diminuir o impacto dessas ameaças à saúde dos colaboradores.

O ideal é que as ações se iniciem com a ergonomia de concepção, que permite a projeção de estações de trabalho adaptadas às características dos profissionais.

Quando não é possível tomar essas medidas de forma precoce, os especialistas utilizam estratégias da ergonomia de correção, agregando acessórios e outros recursos para elevar o conforto nos postos laborais.

Exemplos de ergonomia física no ambiente de trabalho

Na busca por melhorias nas condições físicas de trabalho, a ergonomia propõe adaptações como:

  • Construção de mobiliário planejado
  • Disposição de objetos próximos ao funcionário, evitando que precise se esticar para alcançá-los
  • Uso de cadeiras estofadas, com suporte para os braços e encosto regulável
  • Aquisição de suportes para notebook para evitar a postura inadequada durante o expediente, colocando a tela na mesma altura dos olhos
  • Utilização de suporte para os pés, prevenindo dores, formigamentos e problemas circulatórios
  • Estudo e adequação da iluminação nas estações de trabalho
  • Correção de temperaturas extremas por meio de ar-condicionado, ventilação ou equipamentos de proteção individual (EPI), evitando agravos decorrentes do frio ou calor intenso
  • Pausas e rodízio de atividades, diminuindo a sobrecarga das tarefas repetitivas ao sistema locomotor
  • Substituição de funcionários por máquinas para o carregamento de peso
  • Redução da carga de sacas quando houver a necessidade de carregamento pelos funcionários.

Ainda tem dúvidas sobre os benefícios? Falo sobre eles a seguir.

Quais os benefícios da ergonomia física?

O principal benefício é a promoção da saúde no ambiente laboral.

Adotando medidas ergonômicas, é possível reforçar a prevenção de acidentes de trabalho, que geram lesões, incapacidades e até mortes.

Além de combater sintomas e doenças resultantes do desgaste físico, como LER/DORT, lordose, hérnia de disco, varizes, dor nas costas e dor de cabeça.

Contando com funcionários saudáveis, a empresa aproveita menores taxas de afastamento do trabalho, absenteísmo e rotatividade de colaboradores (turnover).

Por consequência, há melhora no clima organizacional, satisfação e produtividade dos empregados – o que contribui para aumentar a lucratividade do negócio.

Como implementar a ergonomia física no trabalho?

A norma regulamentadora 17 (NR-17) do Ministério do Trabalho fornece um compilado com ações para tornar os ambientes mais ergonômicos.

É importante observar essas medidas, que servem como ponto de partida para identificar os riscos ergonômicos presentes na empresa e, então, corrigi-los.

Para simplificar essa tarefa, montei um roteiro com quatro passos fundamentais para planejar e implementar a ergonomia física na rotina.

1. Comece pela avaliação preliminar

Essa avaliação utiliza abordagens quantitativas, qualitativas ou uma combinação delas para identificar perigos e embasar as medidas preventivas.

2. Avance para a AET

Já a Análise Ergonômica do Trabalho deve ser feita quando houver a necessidade de aprofundar as informações da avaliação preliminar.

Ou, ainda, se houver pontos de melhoria identificados pelos trabalhadores ou descritos no PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) e Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).

3. Engaje os colaboradores

Ofereça treinamento e orientação ergonômica para suas equipes, além de atender a demandas que chegam via Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e outros empregados.

4. Acompanhe os resultados

Uma vez implementadas, as ações de ergonomia física devem ser inspecionadas e reavaliadas periodicamente.

Estabeleça indicadores para mensurar e acompanhar os resultados.

Saúde ocupacional e telemedicina

AET e demais relatórios que promovem a saúde e segurança do trabalho podem ser otimizados com o apoio da Telemedicina Morsch.

Isso porque nosso software em nuvem conecta a equipe local a médicos do trabalho, ergonomistas e outros especialistas, possibilitando a assinatura digital desses arquivos.

O processo é simples e rápido, além de disponibilizar um espaço seguro para armazenar documentos como:

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Conclusão

Investir em ergonomia física agrega vantagens para trabalhadores e empresas, diminuindo ocorrências e doenças ocupacionais.

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Aproveite para ler outros artigos sobre medicina ocupacional que eu escrevo aqui no blog.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin