Síndrome de burnout: o que é, causas, sintomas, tratamento e quando consultar um médico

A síndrome de burnout é uma doença cada vez mais comum no mercado de trabalho moderno, que pode trazer sérias consequências à vida pessoal e profissional das pessoas.
Para que ela seja evitada ou devidamente tratada, algumas questões exigem atenção especial, como seus sintomas, características e principais impactos.
Trata-se de uma questão complexa e repleta de peculiaridades, mas que não pode ser ignorada, visto que tem influência direta sobre a rotina e a qualidade de vida no trabalho.
Para que você se familiarize com o tema e saiba como lidar com o burnout, preparei este artigo com informações completas para médicos e pacientes.
Se estiver passando por sofrimento psíquico, você pode consultar um psicólogo online aqui.

O que é síndrome de burnout?
Síndrome de burnout é uma das mais sérias doenças ocupacionais da atualidade, e trata-se de condição mental ligada ao esgotamento profissional.
Ela pode ser caracterizada como um estado crônico e extremo de estresse ocupacional, gerado normalmente pelo excesso ou pela sobrecarga de trabalho.
Trata-se de uma doença em que o indivíduo atinge a exaustão física e emocional.
Não por acaso, a rotina excessivamente desgastante é associada ao termo “burnout”, que, em inglês, significa queimar algo até o fim.
É diferente de outras condições, como estresse e depressão, o que esclareço a seguir.
Qual é a diferença entre síndrome de burnout, depressão e estresse?
A síndrome de burnout tem sintomas parecidos com os da depressão, sendo, muitas vezes, confundida com ela.
Contudo, pessoas com depressão têm infelicidade e sentimentos negativos relacionados a todas as áreas da vida, enquanto o burnout é associado ao trabalho.
Já o estresse é a resposta do corpo a uma ameaça, que se manifesta física e psicologicamente quando alguém está sob muita pressão.
Ou seja, alguém sobrecarregado pode ficar excessivamente estressado, mas não quer dizer necessariamente que a pessoa está com burnout.
Isso porque o estresse pode surgir, por exemplo, quando alguém precisa cumprir uma meta, mas a mente tende a relaxar e voltar ao seu ritmo normal quando essa carga extra chega ao fim.
Já no caso do burnout, o profissional permanece estressado e com a sensação de sobrecarga constantemente, mesmo nos momentos em que não seria preciso manter a mente tão ativa.
Normalmente, o gatilho vem do trabalho, é acompanhado pelo cansaço excessivo e pela sensação de culpa.

A síndrome de burnout tem sintomas parecidos com os da depressão, sendo, muitas vezes, confundida com ela
Quais são as profissões mais impactadas pela síndrome de burnout?
O termo workaholic tem se popularizado muito nos últimos anos, e diz respeito às pessoas que se dizem viciadas no trabalho.
Normalmente, são esses indivíduos que mais sofrem com a síndrome de burnout e outros problemas ligados à falta de saúde corporativa, justamente pela carga de atividades que tomam para si e pela importância que dão para elas.
Contudo, algumas profissões estão mais sujeitas ao problema do que outras, por conta das características e da pressão inerentes a elas. Confira alguns exemplos:

- Executivos em geral
- Profissionais da saúde, como enfermeiros e médicos
- Atendentes de telemarketing
- Bombeiros e policiais
- Jornalistas
- Oficiais de justiça e carcereiros
- Bancários
- Professores
- Assistentes sociais
- Psicólogos
- Advogados, entre outros.
Nessas funções, são exigidos muitos esforços dos profissionais.
Por consequência, eles acabam deixando de lado os momentos de relaxamento e descontração.
Assim, a mente desses indivíduos se mantém em estado constante de alerta, fazendo com que se sintam exaustos com o passar do tempo.
Não só a cobrança de si, como a dos superiores, acabam criando impactos negativos na vida profissional, que logo passam para a esfera pessoal.
Também é válido destacar o caso das mulheres que, muitas vezes, acabam assumindo uma jornada dupla: a do próprio emprego junto às responsabilidades como mãe, com o lar, estudos, cuidado de pessoas idosas, etc.
Quais são as causas da síndrome de burnout?
Embora não sejam a mesma coisa, uma das principais causas do burnout é o estresse crônico.
Que, como mencionei anteriormente, consiste em um estado permanente de tensão mental, que, aos poucos, evolui para o esgotamento.
Comumente, o burnout começa com um quadro de cansaço mental devido à pressão relativa a metas inatingíveis ou muito agressivas, alta carga de responsabilidade ou de tarefas.
Esse cenário exige dedicação intensa ao trabalho, a fim de atender à demanda imposta ao profissional.
Mas o estresse crônico prejudica o desempenho, impedindo que a demanda seja atendida por completo, o que gera um sentimento de frustração e culpa.
Se nada for feito, tendem a surgir sintomas que comprometem ainda mais a capacidade cognitiva, incluindo lapsos de memória, de raciocínio e falta de motivação.
Dessa forma, há queda na produtividade, que pode levar a problemas nos relacionamentos interpessoais, afetando também a vida pessoal.
Vale citar, entre as causas recorrentes do burnout:
- Carga elevada de trabalho
- Pressão constante e excessiva
- Jornadas muito longas
- Conflitos com colegas ou líderes
- Poucos momentos de repouso e descontração
- Deslocamento longo ou difícil até o trabalho
- Falta de condições laborais adequadas às funções
- Excesso de cobranças e responsabilidades
- Contato constante e exaustivo com o público.
Esses fatores podem acometer os profissionais de maneira simultânea, ou não.
Sintomas da síndrome de burnout
A intensidade dos casos, ligada às características individuais de cada profissional, pode desencadear uma série de sintomas físicos e emocionais.
O sinal físico mais comum é a exaustão, que não passa mesmo que a pessoa durma e descanse por horas. Também é comum que ocorra:
- Dor de cabeça
- Excesso de transpiração
- Pressão alta
- Dores musculares
- Dificuldade para respirar
- Alergias na pele
- Cansaço excessivo
- Enxaqueca
- Disfunções gastrointestinais
- Fadiga constante
- Alterações nos batimentos cardíacos.
No caso dos sintomas emocionais, o mais comum é o estado recorrente de alerta e de humor deprimido.
Além deles, também ocorrem:
- Desânimo recorrente e acentuado
- Dificuldade ou falta de prazer nas demais atividades da vida
- Irritabilidade excessiva
- Problemas de raciocínio
- Mudanças na frequência e na qualidade do sono
- Falta de motivação
- Sentimento de inferioridade ou incapacidade
- Perda de criatividade
- Preocupação constante e exacerbada.
Saiba na sequência o que fazer para prevenir a condição.
Como identificar e prevenir a síndrome de burnout?
Além dos sintomas mencionados acima, alguns sinais devem ser observados para detectar a síndrome de burnout.

Isso porque a condição é, muitas vezes, confundida com outros problemas psicológicos, já que os sintomas são parecidos com os de outras doenças mentais.
Portanto, é preciso ficar atento aos detalhes e contar com o apoio de um profissional de saúde para obter o diagnóstico.
Somente um psicólogo ou psiquiatra saberá determinar quais são as condições do paciente e o tratamento mais adequado.
Mas você também pode adotar medidas preventivas simples, como as que apresento a seguir:
Alimentação balanceada
Com uma boa alimentação, é possível ingerir os nutrientes necessários para manter corpo e mente saudáveis.
Uma dieta balanceada ajuda a repor as energias necessárias para o trabalho, diminuindo o risco de desgaste físico e mental.
Inclusive, esse cuidado auxilia na regulação do sistema gastrointestinal, que é muito afetado pelo estresse excessivo.
Prática de exercícios físicos
Assim como uma alimentação equilibrada, a prática de exercícios físicos ajuda a manter o corpo saudável e a diminuir a ansiedade.
Vale mencionar que os sintomas da síndrome de burnout incluem tensões musculares, que provocam dores e limitações que só agravam os problemas.
Com prática física regular, a tensão é aliviada e a disposição aumenta.
A movimentação também ajuda a liberar endorfinas e serotonina, que são hormônios diretamente ligados à felicidade e à redução do estresse.
Redução das cobranças
Reduzir as cobranças pode ser difícil quando elas vêm dos líderes da empresa, mas é preciso manter uma relação de transparência para que elas sejam ajustadas sempre que necessário.
Porém, muitas vezes, é o próprio indivíduo que pratica a autocobrança, buscando pela utopia da perfeição.
Nesse contexto, é preciso aceitar que você pode errar e pode consertar os erros.
Lembre-se de que as limitações são próprias do ser humano e que aceitá-las é fundamental para uma relação saudável consigo mesmo e com o trabalho.
Momentos de relaxamento
Jamais deixe que o trabalho ocupe sua vida pessoal e que os momentos de descanso deem lugar às horas extras!
Relaxar corpo e mente é indispensável para restabelecer a energia mental.
Inclua pausas na rotina periodicamente, aproveitando seus momentos de lazer ou contemplação para diminuir o estresse.
Férias e folgas
Não abra mão dos dias de descanso, que servem justamente para que o trabalho não se torne um peso.
Desligar-se da rotina para relaxar, ler um livro, assistir filmes ou passear com a família é fundamental para uma vida saudável.

Muitas pessoas manifestam sentimento de culpa quando recebem merecidos dias livres, e isso pode ser um sintoma ou fator direto da síndrome de burnout.
Relacionamentos positivos
A convivência com outras pessoas é inerente a qualquer rotina profissional, e também precisa ser saudável.
Seja com os colegas ou com as lideranças, é preciso prezar pela cooperação, cordialidade e gentileza.
Todas essas características garantem dias mais leves e produtivos, reduzindo a carga de estresse associada ao ambiente laboral.
Cultive bons relacionamentos na empresa, sempre que possível, mantendo um tom respeitoso mesmo durante as conversas difíceis.
Como lidar com profissionais que sofrem da síndrome de burnout?
Qualquer pessoa que precise lidar com alguém com síndrome de burnout deve ter cautela e adotar alguns cuidados.
Em primeiro lugar, é preciso oferecer ajuda e estar próximo para o que for preciso.
É muito importante não desmerecer o sofrimento de quem está passando pela situação, nem impor nenhuma solução “à força”.
O entendimento é a chave para a superação, e deve estar presente desde a suspeita até o diagnóstico, tratamento e recuperação do paciente.
Da mesma maneira, é preciso incentivar o autocuidado, evitar falar sobre o trabalho quando não for preciso e procurar tratar sobre assuntos mais leves.
Todas essas atitudes são de extrema relevância para o combate da síndrome de burnout, mas elas jamais substituirão o tratamento adequado.

O burnout começa com um quadro de cansaço mental devido à pressão relativa a metas inatingíveis
Qual o papel das empresas na prevenção da síndrome de burnout?
As empresas têm um papel crucial na prevenção da síndrome de burnout, pois podem promover mudanças para a construção de ambientes laborais saudáveis.
Começando pela organização do trabalho, que deve incluir pausas, folgas semanais e férias anuais.
Outra questão importante é o planejamento adequado para estabelecer metas e prazos alcançáveis, evitando manter os funcionários sempre sob pressão e visando diminuir horas extras.
Todos devem contar com condições laborais dignas, atingidas por meio de ações de saúde e segurança do trabalho.
Limpeza, iluminação, mobiliário e ferramentas adequadas estão entre as medidas que apoiam a realização das atividades de forma apropriada.
Não se esqueça de dar treinamento para as lideranças, a fim de praticarem a comunicação não violenta e o acolhimento a pessoas que se sintam sobrecarregadas.
Afinal, são elas que criam a cultura da empresa e devem dar bom exemplo, evitando se tornar uma liderança tóxica que adoece os empregados.
Também faz sentido investir em canais de denúncias e cultivar uma rotina de feedbacks concedidos de forma amigável, reforçando pontos fortes e abrindo espaço para trabalhar as fraquezas.
Como tratar a síndrome de burnout?
Basicamente, o tratamento do burnout envolve:

- Práticas de psicoterapia
- Uso de medicamentos antidepressivos ou ansiolíticos, nos casos mais graves
- Intervenções de neuropsiquiatria, em alguns contextos.
Além disso, as medidas preventivas mencionadas anteriormente ajudam a combater a síndrome e a promover importantes mudanças no estilo de vida.
Geralmente, elas começam com o afastamento do trabalho, a fim de evitar o contato com fatores estressantes.
E seguem com a prática de atividades físicas, alimentação equilibrada, exercícios de relaxamento, entre outros cuidados.
Essas atividades são tão relevantes quanto o tratamento medicamentoso e a consulta com psicólogo, devendo integrar o tratamento do paciente com burnout.
Dúvidas frequentes sobre a síndrome de burnout
A síndrome de burnout costuma trazer questionamentos aos pacientes e cuidadores.
Afinal, trata-se de uma situação complexa e que tem impactos diretos sobre a vida profissional.
Confira algumas respostas sobre as questões recorrentes sobre o tema abaixo:
A síndrome de burnout garante direito à licença?
Sim. De acordo com a legislação vigente, portadores da síndrome de burnout têm direito à licença médica.
Inclusive, em casos graves, ela pode gerar aposentadoria por invalidez.
E o receio de sofrer retaliações da empresa ao relatar o problema?
É recomendado procurar atendimento psicoterápico e médico antes de relatar o problema ao RH da sua empresa, a fim de evitar qualquer tipo de relativização ou retaliação.
Informe o medo de sofrer punições ao profissional de saúde, que poderá conduzir o caso para que o paciente não seja prejudicado e providenciará a comprovação clínica devida.
Qual tipo de profissional procurar para resolver o problema?
A busca pelo diagnóstico da síndrome de burnout pode começar durante a avaliação de um profissional de medicina do trabalho da própria empresa.
Contudo, o mais indicado é passar com um psicólogo, psicoterapeuta ou psiquiatra, já que são eles os profissionais qualificados para tratar doenças psicossociais e mentais.
O SUS cobre esse tipo de atendimento?
Sim. Os tratamentos de transtornos mentais como o burnout são oferecidos de forma gratuita e integral pelo SUS.
Basta procurar uma UBS (unidade básica de saúde), receber o primeiro atendimento e ser encaminhado a um centro especializado para dar seguimento ao diagnóstico e tratamento.
Como perceber que alguém está com síndrome de burnout?
O apoio de amigos, familiares ou colegas de trabalho é imprescindível para o tratamento da síndrome de burnout.
Inclusive, muitas vezes são essas pessoas que chamam a atenção para o indivíduo sobre a necessidade de tratamento.
Diante dos sintomas que citei nos tópicos anteriores, o profissional tende a recorrer a substâncias estimulantes (como café ou energéticos) ou até abusar de drogas como álcool ou cigarro para relaxar.
Cabe às pessoas próximas observar as mudanças no comportamento e agir sempre que perceberem que há algo de errado.
Quando procurar ajuda médica para tratar a síndrome de burnout?
Busque ajuda profissional assim que notar os primeiros sintomas de burnout, pois se trata de um distúrbio que precisa de tratamento.
Vale lembrar que não é normal se sentir excessivamente cansado, com dores no corpo e com a impressão de que é incompetente, mesmo que esteja se esforçando no trabalho.
Evite o isolamento, procurando uma pessoa de confiança para conversar e, se necessário, acompanhar você na consulta médica ou psicológica.
Não espere até se encontrar em sofrimento intenso por causa da síndrome de burnout.
Como funciona a consulta online com psicólogo ou psiquiatra?
A teleconsulta funciona dentro de um ambiente protegido: uma sala virtual exclusiva.
Ela fica hospedada na plataforma de telemedicina, viabilizando a conexão entre paciente e profissional de saúde de modo prático e confiável.
Sistemas em conformidade com a legislação atual, como a Telemedicina Morsch, garantem o sigilo médico, preservando as informações compartilhadas através de mecanismos de autenticação e criptografia.
Basta usar um dispositivo como notebook, tablet ou smartphone para se logar na plataforma e participar da consulta por videoconferência.
O teleatendimento é similar ao presencial, possibilitando uma conversa qualificada para que o psicólogo ou psiquiatra conheça detalhes do histórico do paciente, sintomas e sua intensidade.
Bem como comorbidades, detalhes do estilo de vida e acontecimentos que possam impactar a saúde mental.
Eles ainda podem aplicar questionários e utilizar outras técnicas para diagnosticar e tratar transtornos psíquicos.
Por fim, o psiquiatra consegue fazer a prescrição eletrônica, emitindo a receita digital, atestado online e outros documentos.
O psicólogo também pode preencher encaminhamentos e outros arquivos, liberados ao final da consulta online.
Acesse esta página e marque agora uma teleconsulta!
Conclusão
A síndrome de burnout é uma doença associada às cobranças e à carga excessiva de trabalho, que pode trazer sérias consequências para a saúde física e mental dos profissionais.
Por meio da manutenção de uma rotina saudável, é possível minimizar os riscos e até tratar os sintomas dessa doença, mas os cuidados devem sempre estar associados ao devido acompanhamento médico e psicológico.
Nesse sentido, a telemedicina online é sua aliada, pois garante uma atenção constante, acessível e especializada para os indivíduos acometidos.
Se você gostou do nosso artigo sobre síndrome de burnout e quer se manter informado, explore o blog para ler mais artigos sobre saúde e bem-estar.