Grafeno na medicina: saiba o que é e conheça as principais aplicações

Por Dr. José Aldair Morsch, 31 de outubro de 2024
Grafeno na medicina

Você conhece alguma aplicação do grafeno na medicina? Se a resposta for negativa, saiba que isso deve mudar muito em breve.

Esse material apresenta uma série de características promissoras, que alimentam a ideia de revolucionar a medicina do futuro.

Naturalmente, seu uso deverá se popularizar de maneira lenta, assim como outras formas de tecnologia na saúde e inovações em outras áreas.

Siga com a leitura para saber mais sobre os aspectos do grafeno, possíveis aplicações e desafios para a adoção desse nanomaterial na medicina.

Além de conferir um bônus com soluções acessíveis para otimizar a rotina na sua clínica, como a telemedicina.

O que é grafeno na medicina?

Grafeno na medicina é o uso desse nanomaterial em produtos e serviços médicos.

Devido às suas propriedades únicas, como alta condutividade elétrica, força mecânica e grande área superficial, o grafeno é explorado para desenvolver biossensores, sistemas de liberação de medicamentos, engenharia de tecidos e dispositivos de diagnóstico

Vamos falar mais sobre as suas aplicações na sequência do texto.

Antes, vale voltar um passo para entender o que exatamente é o grafeno. 

Veja a definição que consta no artigo ” Uso do grafeno e nióbio na prática médica: uma revisão narrativa de literatura”:

“O grafeno é uma folha plana de átomos de carbono compactados em uma grade de duas dimensões com espessura de apenas um átomo, reunidos em uma estrutura cristalina hexagonal. A folha de grafeno pode formar uma esfera (fulereno) ou um tubo (nanotubo). Se muitas dessas folhas forem empilhadas, resultará num grafite tridimensional.”

Material mais fino e resistente do mundo, o grafeno era considerado impossível de ser formado, ou seja, um mero modelo teórico, até o ano de 2004.

Foi quando os cientistas Andre Geim e Konstantin Novoselov conseguiram isolar as primeiras folhas de grafite.

A descoberta lhes rendeu o Prêmio Nobel de Física em 2010, devido especialmente ao potencial de esse nanomaterial para a transformação de setores como a indústria, energia e aeroespacial.

Na medicina, pesquisas relatam o uso do grafeno desde a década de 2000 para diversos processos, que veremos mais à frente.

Grafeno uso médico

O grafeno apresenta uma série de características promissoras, que alimentam a ideia de revolucionar a medicina

Características do grafeno

Mencionei, acima, que são muitos os campos em que o grafeno pode promover uma revolução.

Tudo graças às propriedades desse nanomaterial, que incluem características como:

  • Alta condutividade elétrica e térmica: o grafeno apresenta condutividade superior a materiais convencionais utilizados, por exemplo, na indústria
  • Resistência: como é formado por átomos de carbono, o nanomaterial é extremamente resistente, o que reduz drasticamente as chances de danos à sua estrutura
  • Leveza e flexibilidade: embora seja forte e resistente, vale lembrar que se trata de uma folha plana de átomos de carbono, que é bastante leve e flexível. Vem daí a expectativa de utilização em uniformes militares e até em equipamentos de proteção individual (EPIs)
  • Transparência: a capacidade de deixar passar luz torna o material ainda mais interessante para várias aplicações.

No próximo tópico, você acompanha as principais aplicações do grafeno na medicina.

Para que serve o grafeno na medicina?

Conheça agora as potenciais aplicações do nanomaterial na medicina.

Você vai entender porque o seu uso é tão aguardado para o futuro da assistência em saúde.

Biossensores

Dispositivos vestíveis ou wearables de saúde não são uma novidade, e têm proporcionado avanços consideráveis no monitoramento de sinais vitais e outros parâmetros importantes.

Combinados ao grafeno, eles são potencializados com sensores biomédicos altamente sensíveis, que aumentam a precisão e ampliam os parâmetros rastreados.

Engenharia de tecidos

Um dos usos do grafeno se destina a viabilizar o cultivo de células.

A partir delas, são produzidos tecidos vivos, destinados, por exemplo, à construção de órgãos artificiais e reparação em pacientes que perderam parte da pele.

Drug-delivery

O nome em inglês se refere literalmente à entrega de fármacos, que se torna muito mais efetiva com o suporte do grafeno.

Isso porque o nanomaterial possibilita o desenvolvimento de moléculas carreadoras capazes de levar um medicamento diretamente até as células-alvo, onde será liberado de forma controlada e precisa.

Nesse cenário, aumenta a segurança do paciente com câncer, por exemplo, que ganha a alternativa de ataque direcionado apenas às células doentes.

Preservativos

Ainda em fase de estudos, essa aplicação pode ter resultados muito interessantes para o mercado de preservativos, pois o grafeno pode conduzir mais calor que o látex tradicionalmente empregado nesses produtos.

Outra vantagem estaria na redução da espessura de atuais 0,07 mm para 0,004 mm, segundo o estudo citado anteriormente.

Lentes de contato

Imagine uma lente que devolva a capacidade de enxergar no escuro ao paciente.

Essa é mais uma possibilidade trazida pelo grafeno, quando empregado na construção de lentes de contato que captam todo o espectro de raios vermelhos, o que também está em fase de pesquisa.

Desafios do uso do grafeno na medicina

Apesar das inúmeras vantagens e aplicações, o grafeno deve ser estudado por mais tempo para evitar efeitos adversos ainda não conhecidos.

Nesse cenário, um dos principais desafios está em uma possível toxicidade e absorção acidental de suas nanopartículas, principalmente por profissionais que façam seu manuseio.

Além dessa preocupação relacionada à saúde e segurança no trabalho, é necessário trabalhar pela regulação do grafeno, estabelecendo boas práticas de uso que respeitem a ética na medicina, e mecanismos de fiscalização.

Por fim, vale mencionar o fator econômico, uma vez que falamos de um material caro e que ainda não dispõe de métodos de produção acessíveis a muitas instituições.

Medicina aplicações grafeno

O grafeno deve ser estudado por mais tempo para evitar efeitos adversos ainda não conhecidos

Saiba mais sobre as novas tecnologias da medicina

Wearables e inteligência artificial são outros exemplos de tecnologia na medicina que ampliam as oportunidades de cuidado e qualificam a assistência.

Bem como a telemedicina, que rompe com a barreira geográfica para ampliar o acesso à saúde no Brasil e no mundo.

A boa notícia é que, diferentemente do grafeno, essas inovações estão ao seu alcance no hospital, clínica ou até mesmo no consultório médico.

Basta ter um dispositivo com acesso à web e internet de qualidade para aproveitar os benefícios de um software de telemedicina em nuvem, por exemplo.

Empresas completas como a Telemedicina Morsch reúnem diversos serviços em um mesmo ambiente virtual intuitivo, que engloba:

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Conclusão

Espero que você tenha gostado de saber mais sobre o grafeno na medicina.

Essa é uma inovação que merece atenção e deverá se popularizar nos próximos anos.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin