Evolução do paciente: o que é, importância, exemplo e como fazer
Um registro completo da evolução do paciente apoia a melhoria contínua da assistência em saúde.
Embora a maioria das anotações seja de responsabilidade do enfermeiro, médicos, fisioterapeutas e outros integrantes das equipes multiprofissionais devem contribuir para o relato da estadia do paciente no hospital.
Nesse cenário, todos precisam se responsabilizar pelas atualizações, além de consultar a evolução para considerar dados do histórico do paciente em suas próximas intervenções, a fim de qualificar o atendimento.
Siga com a leitura para saber como descrever a evolução do paciente de maneira correta.
Ao final, conheça as vantagens do prontuário eletrônico para manter as informações acessíveis e protegidas.
O que é evolução do paciente?
A evolução do paciente se refere ao progresso ou mudanças no seu estado de saúde ao longo do tempo, especialmente durante tratamento médico ou hospitalização.
Envolve monitorar sinais vitais, sintomas, resposta a terapias e quaisquer complicações.
A evolução pode ser positiva, indicando recuperação, ou negativa, apontando para deterioração, e é fundamental para ajustar condutas médicas e planejar intervenções adequadas.
Trata-se de um relato organizado e constante sobre a permanência do paciente no estabelecimento de saúde, incluindo cada ação realizada desde a admissão até a alta.
Para tanto, a ficha de evolução do paciente deve ser armazenada junto aos demais documentos de seu prontuário médico.
Quem faz a evolução do paciente?
Como citei na abertura do texto, geralmente, essa é uma tarefa do enfermeiro.
Isso porque cabe a esse profissional realizar cada etapa da consulta de enfermagem, o que engloba a evolução do paciente.
No entanto, quando esse atendimento é prestado a um doente internado, costuma compor o conjunto de cuidados prestados pela equipe médica, de modo multiprofissional.
Ou seja, a assistência e evolução do paciente extrapolam as competências de uma única categoria profissional, podendo incorporar registros feitos por outros colegas da área da saúde.
Nesse contexto, pode-se falar em:
- Evolução médica, que fica sob a responsabilidade dos profissionais de medicina
- Evolução fisioterápica, anotada pelos profissionais de fisioterapia
- Evolução psicológica, realizada por psicólogos.
Isso apenas para citar alguns exemplos.
Todos esses registros fazem parte da evolução do paciente, desde que relatem a condição clínica, intervenções e respostas obtidas ao longo da internação.
Como fazer a evolução do paciente?
Não existe um protocolo único para o registro, contudo, algumas informações devem constar na ficha de evolução do paciente.
A seguir, trago detalhes sobre os seis grupos principais:
Informações básicas
Comece pela identificação do paciente e seu acompanhante, se houver, no momento da admissão hospitalar.
Nome, contato, idade, sexo, peso, altura, condições de locomoção e procedência estão entre os dados mais importantes.
Não se esqueça de anotar data e hora.
Condição clínica do paciente
Nesse campo, deve-se detalhar alguns indicadores de saúde.
Naturalmente, as informações serão relatadas conforme a área do profissional de saúde responsável, por isso, vou citar orientações contidas neste Guia de Recomendações do Cofen, destinadas ao enfermeiro.
Elas se referem a queixas e condições gerais do paciente, incluindo:
- Nível de consciência
- Humor e atitude
- Higiene pessoal
- Sinais vitais (temperatura, frequência cardíaca, frequência respiratória etc.)
- Estado nutricional
- Coloração da pele
- Dispositivos em uso (sondas, curativos, etc.).
Então, passamos a detalhes do tratamento.
Intervenções realizadas
A descrição dos procedimentos executados, geralmente, se dá a partir da prescrição médica.
Pode ser a administração de um fármaco, que costuma incluir o cálculo de medicamento para a dosagem correta, via de administração indicada, período de administração e informações correlatas.
Resultados e intercorrências
A partir da observação do paciente, é possível identificar o progresso da abordagem terapêutica, informando sobre eventos adversos e benéficos.
Por exemplo, se a droga teve o impacto desejado, se houve reações adversas, interação medicamentosa e outras intercorrências.
Próximas intervenções
Nesta seção, anote os horários em que o fármaco deverá ser novamente administrado ao paciente, além de outros cuidados de enfermagem previstos.
Identificação profissional
Por fim, cada anotação de enfermagem e registro da evolução do paciente deve ser acompanhada pelo nome completo e número de registro do profissional responsável.
Enfermeiros inserem o número do Coren, enquanto médicos adicionam o CRM e o RQE – se tiverem registro de especialista.
Exemplo de evolução do paciente
Veja, agora, exemplos de registros simples, citados no livro Anotação de Enfermagem, publicado pelo Coren-SP:
Paciente/cliente em pronto socorro que apresenta intercorrências
23/03/2022 – 16:00 H- Paciente de 62 anos chegou no pronto socorro acompanhada pela filha, apresentando náuseas e vômitos, PA=180 x 110 mmHg e referindo dor na cabeça desde as 12 horas de intensidade 8 no momento. Foi avaliada pela médica Joseli Santana. Puncionada veia cefálica na mão direita com cateter agulhado calibre 19 G. Administrados item 3 e instalado item 2 pelo acesso venoso, conforme prescrição médica. Administrado item 4 sublingual, conforme prescrição médica. Administrado via sublingual medicação anti-hipertensiva, conforme a prescrição médica. Mantida cabeceira elevada a 30º e oferecido cobertor. Catarina Ferrer COREN-SP-000.000-ENF 16:45 h: refere melhora da cefaleia de intensidade 1 no momento e a PA= 120×80 mmHg. Mantida em observação. Arlete Silva COREN-SP-000.000-TE
Paciente/cliente em pronto-socorro encaminhada para a unidade de radiologia
09/09/2022 – 23:00H – Paciente admitida no pronto socorro às 22 horas após queda da própria altura no domicílio, acompanhada pela filha, Sra. Isabel, refere cefaleia de intensidade 4 e tonturas. Consciente, conversando, orientada, foi encaminhada ao Setor de RX em cadeira de rodas para realização de imagem radiológica do crânio. Arlete Silva COREN-SP-000.000-TE 23:20h – após realização do exame, foi encaminhada para a sala de observação do PS. Posicionada no leito em decúbito dorsal horizontal para aguardar definição diagnóstica. Refere cefaleia de intensidade 2 no momento, mas continua com tonturas. Arlete Silva COREN-SP-000.000-TE.
Qual a importância do relatório de evolução do paciente?
O relatório permite a consulta a um registro completo e fidedigno da história clínica, sendo parte indispensável do prontuário do paciente.
Daí a necessidade de zelo desde as anotações até a guarda do arquivo que relata a evolução do paciente.
Informações armazenadas em papel podem ser perdidas, extraviadas, danificadas pelo tempo ou até cair nas mãos de pessoas não autorizadas.
Já o prontuário online oferece mecanismos de proteção como senhas e criptografia, que impedem invasões e preservam os arquivos de modo seguro.
Plataformas robustas como a Telemedicina Morsch fornecem o prontuário eletrônico com espaço de armazenamento infinito num local protegido da internet: a nuvem.
Dessa forma, basta utilizar um dispositivo conectado à internet para acessar as informações atualizadas em tempo real, com toda a praticidade.
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Conclusão
Investir em um processo organizado para a evolução do paciente permite uma melhor interação entre as equipes e agrega valor à experiência do paciente.
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