Evolução do paciente: o que é, importância, exemplo e como fazer

Por Dr. José Aldair Morsch, 3 de dezembro de 2024
Evolução paciente

Um registro completo da evolução do paciente apoia a melhoria contínua da assistência em saúde.

Embora a maioria das anotações seja de responsabilidade do enfermeiro, médicos, fisioterapeutas e outros integrantes das equipes multiprofissionais devem contribuir para o relato da estadia do paciente no hospital.

Nesse cenário, todos precisam se responsabilizar pelas atualizações, além de consultar a evolução para considerar dados do histórico do paciente em suas próximas intervenções, a fim de qualificar o atendimento.

Siga com a leitura para saber como descrever a evolução do paciente de maneira correta.

Ao final, conheça as vantagens do prontuário eletrônico para manter as informações acessíveis e protegidas.

O que é evolução do paciente?

A evolução do paciente se refere ao progresso ou mudanças no seu estado de saúde ao longo do tempo, especialmente durante tratamento médico ou hospitalização. 

Envolve monitorar sinais vitais, sintomas, resposta a terapias e quaisquer complicações. 

A evolução pode ser positiva, indicando recuperação, ou negativa, apontando para deterioração, e é fundamental para ajustar condutas médicas e planejar intervenções adequadas.

Trata-se de um relato organizado e constante sobre a permanência do paciente no estabelecimento de saúde, incluindo cada ação realizada desde a admissão até a alta.

Para tanto, a ficha de evolução do paciente deve ser armazenada junto aos demais documentos de seu prontuário médico.

Quem faz a evolução do paciente?

Como citei na abertura do texto, geralmente, essa é uma tarefa do enfermeiro.

Isso porque cabe a esse profissional realizar cada etapa da consulta de enfermagem, o que engloba a evolução do paciente.

No entanto, quando esse atendimento é prestado a um doente internado, costuma compor o conjunto de cuidados prestados pela equipe médica, de modo multiprofissional.

Ou seja, a assistência e evolução do paciente extrapolam as competências de uma única categoria profissional, podendo incorporar registros feitos por outros colegas da área da saúde.

Nesse contexto, pode-se falar em: 

  • Evolução médica, que fica sob a responsabilidade dos profissionais de medicina
  • Evolução fisioterápica, anotada pelos profissionais de fisioterapia
  • Evolução psicológica, realizada por psicólogos.

Isso apenas para citar alguns exemplos.

Todos esses registros fazem parte da evolução do paciente, desde que relatem a condição clínica, intervenções e respostas obtidas ao longo da internação.

Processo evolutivo paciente

A evolução pode ser positiva, indicando recuperação, ou negativa, apontando para deterioração

Como fazer a evolução do paciente?

Não existe um protocolo único para o registro, contudo, algumas informações devem constar na ficha de evolução do paciente.

A seguir, trago detalhes sobre os seis grupos principais:

Informações básicas

Comece pela identificação do paciente e seu acompanhante, se houver, no momento da admissão hospitalar.

Nome, contato, idade, sexo, peso, altura, condições de locomoção e procedência estão entre os dados mais importantes.

Não se esqueça de anotar data e hora.

Condição clínica do paciente

Nesse campo, deve-se detalhar alguns indicadores de saúde.

Naturalmente, as informações serão relatadas conforme a área do profissional de saúde responsável, por isso, vou citar orientações contidas neste Guia de Recomendações do Cofen, destinadas ao enfermeiro.

Elas se referem a queixas e condições gerais do paciente, incluindo:

  • Nível de consciência
  • Humor e atitude
  • Higiene pessoal
  • Sinais vitais (temperatura, frequência cardíaca, frequência respiratória etc.)
  • Estado nutricional
  • Coloração da pele
  • Dispositivos em uso (sondas, curativos, etc.).

Então, passamos a detalhes do tratamento.

Intervenções realizadas

A descrição dos procedimentos executados, geralmente, se dá a partir da prescrição médica.

Pode ser a administração de um fármaco, que costuma incluir o cálculo de medicamento para a dosagem correta, via de administração indicada, período de administração e informações correlatas.

Resultados e intercorrências

A partir da observação do paciente, é possível identificar o progresso da abordagem terapêutica, informando sobre eventos adversos e benéficos.

Por exemplo, se a droga teve o impacto desejado, se houve reações adversas, interação medicamentosa e outras intercorrências.

Próximas intervenções

Nesta seção, anote os horários em que o fármaco deverá ser novamente administrado ao paciente, além de outros cuidados de enfermagem previstos.

Identificação profissional

Por fim, cada anotação de enfermagem e registro da evolução do paciente deve ser acompanhada pelo nome completo e número de registro do profissional responsável.

Enfermeiros inserem o número do Coren, enquanto médicos adicionam o CRM e o RQE – se tiverem registro de especialista.

Evolução dos pacientes

A ficha de evolução do paciente deve ser armazenada junto aos demais documentos

Exemplo de evolução do paciente

Veja, agora, exemplos de registros simples, citados no livro Anotação de Enfermagem, publicado pelo Coren-SP:

Paciente/cliente em pronto socorro que apresenta intercorrências

23/03/2022 – 16:00 H- Paciente de 62 anos chegou no pronto socorro acompanhada pela filha, apresentando náuseas e vômitos, PA=180 x 110 mmHg e referindo dor na cabeça desde as 12 horas de intensidade 8 no momento. Foi avaliada pela médica Joseli Santana. Puncionada veia cefálica na mão direita com cateter agulhado calibre 19 G. Administrados item 3 e instalado item 2 pelo acesso venoso, conforme prescrição médica. Administrado item 4 sublingual, conforme prescrição médica. Administrado via sublingual medicação anti-hipertensiva, conforme a prescrição médica. Mantida cabeceira elevada a 30º e oferecido cobertor. Catarina Ferrer COREN-SP-000.000-ENF 16:45 h: refere melhora da cefaleia de intensidade 1 no momento e a PA= 120×80 mmHg. Mantida em observação. Arlete Silva COREN-SP-000.000-TE

Paciente/cliente em pronto-socorro encaminhada para a unidade de radiologia

09/09/2022 – 23:00H – Paciente admitida no pronto socorro às 22 horas após queda da própria altura no domicílio, acompanhada pela filha, Sra. Isabel, refere cefaleia de intensidade 4 e tonturas. Consciente, conversando, orientada, foi encaminhada ao Setor de RX em cadeira de rodas para realização de imagem radiológica do crânio. Arlete Silva COREN-SP-000.000-TE 23:20h – após realização do exame, foi encaminhada para a sala de observação do PS. Posicionada no leito em decúbito dorsal horizontal para aguardar definição diagnóstica. Refere cefaleia de intensidade 2 no momento, mas continua com tonturas. Arlete Silva COREN-SP-000.000-TE.

Qual a importância do relatório de evolução do paciente?

O relatório permite a consulta a um registro completo e fidedigno da história clínica, sendo parte indispensável do prontuário do paciente.

Daí a necessidade de zelo desde as anotações até a guarda do arquivo que relata a evolução do paciente.

Informações armazenadas em papel podem ser perdidas, extraviadas, danificadas pelo tempo ou até cair nas mãos de pessoas não autorizadas.

Já o prontuário online oferece mecanismos de proteção como senhas e criptografia, que impedem invasões e preservam os arquivos de modo seguro.

Plataformas robustas como a Telemedicina Morsch fornecem o prontuário eletrônico com espaço de armazenamento infinito num local protegido da internet: a nuvem.

Dessa forma, basta utilizar um dispositivo conectado à internet para acessar as informações atualizadas em tempo real, com toda a praticidade.

Confira todas as vantagens do prontuário eletrônico Morsch aqui!

Conclusão

Investir em um processo organizado para a evolução do paciente permite uma melhor interação entre as equipes e agrega valor à experiência do paciente.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin