Polissonografia domiciliar: o que é, para que serve e como é feita

Por Dr. José Aldair Morsch, 16 de agosto de 2022
Polissonografia domiciliar

Fruto de avanços na medicina, a polissonografia domiciliar dá mais conforto ao paciente.

Afinal, ele pode dormir em sua própria cama e manter os hábitos noturnos, o que resulta em condições próximas à sua rotina.

Esse fator é importante, pois torna os registros do exame fiéis à dinâmica do paciente, colaborando para o diagnóstico correto.

Nos próximos tópicos, explico como é feita a polissonografia domiciliar e sua finalidade.

Ainda trago dicas para dar agilidade ao laudo do procedimento, com o suporte da telemedicina.

O que é polissonografia domiciliar?

Polissonografia domiciliar é um exame que monitora diversas funções corporais enquanto o paciente dorme em sua residência.

Como adiantei na introdução, trata-se de uma inovação tecnológica viabilizada por equipamentos portáteis.

Geralmente, eles são instalados por um técnico no quarto do doente, a fim de que os registros sejam captados de maneira adequada.

Dependendo da indicação médica e dispositivos disponíveis, o procedimento pode incluir:

  • Eletrocardiograma (ECG) para mostrar a atividade elétrica do coração
  • Eletroencefalograma (EEG) para monitorar os impulsos elétricos do cérebro
  • Oximetria de pulso para medir o nível de oxigênio no sangue
  • Eletromiograma para medir o movimento dos músculos
  • Eletro-oculograma para identificar a identificação das fases do sono, e em que momento se iniciam pelo movimento dos olhos (indicativo de sono REMRapid Eyes Movement).

Como vamos ver na sequência, as indicações do exame são variadas.

Para que serve a polissonografia?

A polissonografia serve para investigar sintomas sugestivos e detectar anormalidades relacionadas ao sono.

Cansaço, lentidão no raciocínio e lapsos de memória estão entre os sinais de que o sono não tem sido reparador.

De acordo com estudo realizado pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), 76% dos brasileiros sofrem com problemas que reduzem a qualidade do sono.

Um dos mais comuns é a apneia obstrutiva do sono, que chega a acometer uma em cada três pessoas.

A condição provoca pausas respiratórias frequentes enquanto o indivíduo dorme.

Quem tem a doença pode apresentar ronco, fadiga e queda na produtividade, além de ter maior risco de desenvolver pressão alta e quadros inflamatórios.

Isso porque ocorre redução no fluxo de oxigênio enviado às células de todo o corpo, incluindo órgãos vitais como o coração.

Outros distúrbios diagnosticados via polissonografia domiciliar são:

  • Hipopneia: redução do fluxo de ar durante a respiração
  • Narcolepsia: causa sonolência de modo súbito e incontrolável
  • Síndrome das pernas inquietas: caracterizada por movimentos involuntários que impedem o repouso do doente
  • Bruxismo: distúrbio que leva a pessoa a ranger os dentes de maneira involuntária, em especial durante o sono.

No entanto, há transtornos do sono que não são objeto de estudo de uma polissonografia, como comento a seguir.

Limitações da polissonografia domiciliar

Apesar da vantagem da comodidade e proximidade da rotina do paciente, a polissonografia realizada em ambiente domiciliar tem suas limitações.

O exame não costuma ser prescrito para investigar a suspeita clínica de alguns tipos de parassonias ou transtornos que envolvem movimentos anormais durante o sono.

Sonambulismo e terror noturno estão entre essas doenças, que levam o indivíduo a se levantar ou executar movimentos bruscos enquanto dorme.

Para que sejam confirmados, é preciso gravar a noite de sono, o que nem sempre é possível na polissonografia domiciliar.

Nesses casos, o médico solicita que o procedimento seja feito num laboratório, onde há estrutura e profissionais disponíveis para monitorar o paciente.

Como é feita a polissonografia domiciliar?

O exame é realizado apenas sob prescrição médica.

Primeiro, o aparelho de polissonografia domiciliar é instalado no quarto do paciente, ou retirado na clínica ou laboratório, caso as medições sejam simples.

O procedimento começa na hora habitual de repouso, quando o paciente vai até a cama e conecta os dispositivos necessários.

ECG e EEG, por exemplo, exigem que eletrodos sejam colados na pele do tórax e na cabeça, conforme orientação médica.

Já a oximetria de pulso é feita através de um sensor no dedo, e os movimentos, registrados por meio de uma cinta.

Em seguida, o monitor do equipamento é ligado, dando início à coleta de dados.

Polissonografia em casa

Imagem de exame de polissonografia. Foto: American Thoracic Society

Informações como o tempo para adormecer, fases do sono e sua sequência são captados durante todo o período de repouso.

Assim como a frequência cardíaca, ondas cerebrais, taxa de oxigênio no sangue e outros parâmetros, expressos em gráficos.

A polissonografia só termina quando o paciente desperta do sono e desliga o equipamento do exame.

Ele deve ter cuidado ao retirar as fitas adesivas e outros itens usados para fixar os eletrodos.

Por fim, o aparelho de polissonografia é retirado na casa do paciente ou entregue no laboratório.

Os dados registrados serão avaliados por especialistas em cada área dos exames.

É com eles que serão elaborado um laudo médico completo.

A quantidade e especialidades dos médicos responsáveis pelo laudo vai depender dos procedimentos realizados durante a polissonografia.

Um eletrocardiograma, por exemplo, deve ser interpretado por um cardiologista, enquanto o eletroencefalograma será analisado pelo neurologista.

Otorrinolaringologistas e pneumologistas avaliam detalhes sobre o aparelho respiratório.

Soluções de telemedicina para o exame de polissonografia

Como acabei de explicar, o laudo da polissonografia requer o trabalho de uma equipe de especialistas em diferentes áreas.

Só que nem sempre as unidades de saúde dispõem de todos os médicos necessários.

Esses especialistas costumam se concentrar nas capitais brasileiras, enquanto cidades do interior e localidades remotas sofrem com a carência deles.

Isso resulta na demora para a emissão dos resultados do exame e, por consequência, do diagnóstico.

Mas a tecnologia oferece uma solução simples e acessível: o serviço de laudos online, disponível para polissonografia em laboratório ou domicílio.

Basta realizar o exame normalmente e enviar os registros via plataforma de telemedicina.

Empresas bem estruturadas, como a Morsch, mantêm um time de especialistas sempre prontos para avaliar os registros de exames online.

Eles analisam os achados e os interpretam, considerando a suspeita clínica e histórico de saúde.

Depois, elaboram o laudo e inserem sua assinatura digital para garantir a autenticidade, liberando-o na plataforma.

Acesse esta página e comece hoje mesmo uma parceria de sucesso com a Telemedicina Morsch.

Conclusão

Gostou de saber mais sobre a polissonografia domiciliar?

Ela reúne diferentes métodos diagnósticos para evidenciar anormalidades durante o sono, colaborando para detectar diversas doenças.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin