Cistite: o que é, causas, sintomas, diagnóstico e tratamento
A cistite se enquadra entre as infecções urinárias e costuma ser provocada por bactérias.
Geralmente, é percebida logo, por causa de sintomas como ardência, dor e mudanças no aspecto da urina.
Daí a importância de observar as características do xixi e procurar ajuda médica ao se deparar com os sintomas que comento nos tópicos abaixo.
Neste texto, apresento os tipos de cistite, possíveis causas, formas de transmissão e dicas para prevenir a doença. Ao final, mostro como marcar uma teleconsulta para manter os cuidados de saúde em dia.
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O que é cistite?
Cistite é a inflamação da bexiga, órgão do sistema urinário localizado entre os ureteres e a uretra.
Vale lembrar que a urina é produzida pelos rins e, em seguida, passa pelos ureteres (finos tubos) em direção à bexiga, onde se acumula até que seja eliminada através da uretra.
Na maioria das vezes, a cistite resulta da entrada de microrganismos pela uretra, alcançando a bexiga.
Nesses casos, trata-se de cistite infecciosa.
Contudo, existem outras condições capazes de desencadear a inflamação, como explicarei mais à frente.
Qual a diferença entre cistite e infecção urinária?
Conforme adiantei na abertura do texto, a cistite é um tipo de infecção urinária.
Inclusive, é correto dizer que toda cistite é uma infecção urinária, porém, o inverso não se aplica.
Isso porque o termo “infecção urinária” ou infecção do trato urinário (ITU) é mais amplo, englobando quadros que atingem qualquer estrutura do aparelho urinário.
Quando acomete somente a uretra, a doença é chamada uretrite.
Se afetar a bexiga, é cistite. Caso alcance os rins, trata-se de pielonefrite.
Importante dizer que a infecção renal é grave, podendo deixar sequelas e até ser fatal caso não receba o tratamento adequado.
O que reforça a necessidade de consultar um médico e seguir o tratamento à risca para evitar complicações decorrentes de ITU.
Tipos de cistite
A doença pode ser classificada de diferentes maneiras.
Uma delas separa os casos entre cistite infecciosa e não infecciosa.
Como a nomenclatura sugere, a cistite infecciosa é provocada por bactérias e outros microrganismos, sendo a mais comum.
Enquanto a cistite não infecciosa pode ter origem na ação de medicamentos, lesões e outros fatores que irritam a bexiga.
Outra divisão conhecida se refere à duração e gravidade da doença, classificada como:
Cistite aguda
É o tipo mais frequente, caracterizado pelo surgimento de sintomas repentinos como dor e ardência ao urinar.
Embora bastante incômodo, o quadro é curado depois do tratamento adequado, prescrito por um médico.
Cistite de repetição
É caracterizada por dois episódios de cistite em seis meses, ou três em um ano.
A repetição do quadro inflamatório pode indicar outros problemas de saúde, que devem ser investigados pelo urologista.
Sem o tratamento necessário, a tendência é que apareçam novos episódios ou até complicações como a pielonefrite.
Cistite intersticial
Também chamada “síndrome da bexiga dolorosa“, corresponde a uma doença crônica em que há mudanças no tecido da bexiga.
Por consequência, a capacidade de armazenar urina é reduzida, desencadeando dores durante as relações sexuais e ao longo do período menstrual, entre as mulheres.
O que causa cistite?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), entre 80 e 85% dos casos de infecção urinária são causados por uma bactéria chamada Escherichia coli, que vive no intestino e contribui para a digestão.
Por razões diversas, ela chega na uretra, por onde acessa a bexiga e provoca infecção.
A cistite é mais frequente entre as mulheres, devido à menor extensão e maior proximidade entre a uretra, vagina e ânus – que facilita a migração de microrganismos para a uretra.
Outras bactérias como Proteus e Klebsiella também podem estar por trás da infecção na bexiga.
Mais raramente, o quadro é decorrente da entrada de fungos, vírus ou parasitas no organismo debilitado de pacientes com comorbidades, a exemplo de diabetes e insuficiência renal.
Existem outros fatores de risco que facilitam o surgimento da cistite e demais infecções urinárias, tais como:
- Presença de cistocele (“bexiga caída”)
- Uso de gel espermicida
- Aumento da próstata (hiperplasia prostática), comum entre homens com mais de 50 anos
- Gravidez, que leva ao aumento do tamanho do útero, fazendo pressão sobre os órgãos em redor – inclusive a bexiga
- Menopausa, que provoca alterações na flora vaginal
- Malformações nas estruturas do sistema urinário
- Radioterapia
- Uso de certos medicamentos, a exemplo de remédio para diabetes e imunossupressores
- Pedras nos rins
- Uso de sondas.
Importante esclarecer que apenas uma investigação médica pode descobrir a real causa do quadro.
Como se pega cistite?
Ainda que muitos quadros sejam infecciosos, a cistite não é uma infecção sexualmente transmissível (IST).
Contudo, a relação sexual facilita a entrada de microrganismos externos no trato urinário, aumentando as chances de adoecimento.
Existem também outros comportamentos que aumentam o risco de infecção da bexiga, incluindo:
- Má higiene da região íntima, como o hábito de limpar o ânus de trás para a frente
- Permanecer com o mesmo absorvente ou roupas molhadas por muito tempo, facilitando a proliferação de bactérias
- Aplicar cosméticos inadequados para a região íntima (sabonetes, cremes, pomadas, etc.)
- Segurar o xixi, permitindo o acúmulo de bactérias na bexiga.
A seguir, esclareço sobre os sintomas da condição.
Quais os sintomas da cistite?
As principais manifestações da cistite são:
- Ardência ou dor ao urinar
- Necessidade urgente e constante de urinar
- Pequena quantidade de urina eliminada a cada micção
- Mudanças no aspecto do xixi, como urina turva ou com odor forte
- Sensação de bexiga cheia
- Dor na parte de baixo da barriga (baixo ventre)
- Dor nas costas
- Febre
- Mal-estar
- Urina com sangue (em casos graves).
Em alguns casos, a cistite pode não apresentar sintomas, sendo descoberta a partir do resultado de exames de rotina.
Mesmo nessas situações, é fundamental seguir a orientação médica para prevenir agravos à saúde.
Vale atentar ainda para outros sinais entre grupos de pacientes sensíveis, como bebês, crianças maiores e idosos.
Por não saberem falar, é mais difícil identificar sintomas em bebês, mas geralmente eles se tornam irritadiços, chorosos, sem apetite e podem apresentar febre sem razão aparente.
Crianças maiores também se recusam a comer, ficam irritadas com facilidade e podem reclamar de dor na barriga ou nas costas.
Já os idosos podem apresentar confusão mental e/ou sonolência.
Esses sintomas devem motivar uma consulta médica.
Se houver sinais de alerta como febre alta (acima de 39ºC), calafrios, náusea e vômitos, vá ao pronto-socorro mais próximo.
Essas manifestações sugerem que a infecção se alastrou para outros órgãos além da bexiga.
Como saber se estou com cistite?
Diante dos sintomas acima, procure um médico para receber o diagnóstico correto.
Pode ser um clínico geral, pediatra (para crianças) ou geriatra (para idosos), ou então especialistas como o urologista.
Eles estão aptos a avaliar as manifestações clínicas e o histórico do paciente, verificando se há doenças preexistentes, fatores de risco ou episódios anteriores de cistite.
Durante o exame físico, poderão identificar anormalidades e, se for preciso, solicitar exames complementares para confirmar a hipótese diagnóstica.
Em geral, é pedido o exame de urina tipo I e a urocultura com antibiograma, que permite detectar o agente infeccioso que desencadeou a inflamação.
Outros procedimentos podem ser realizados a critério médico, por exemplo:
- Cistoscopia: exame endoscópico que utiliza um fino tubo flexível para visualizar imagens internas da bexiga e da uretra
- Ultrassom das vias urinárias: exame de imagem não invasivo que emprega ondas sonoras de alta frequência para transmitir imagens dos órgãos internos
- Tomografia das vias urinárias (urotomografia): combina radiação ionizante a um tubo giratório para produzir imagens em alta resolução dos órgãos e tecidos
- Uretrocistografia miccional: exame de raio X com contraste que usa uma sonda para viabilizar a observação do esvaziamento da bexiga.
Continue lendo para entender qual é o tratamento para cistite.
Como tratar a cistite?
O tratamento varia conforme a causa para a doença.
Se for uma cistite bacteriana, o médico irá prescrever um antibiótico como fosfomicina, ciprofloxacina ou derivados da penicilina.
É fundamental seguir o tratamento à risca, tomando o remédio por todo o ciclo prescrito, ainda que os sintomas desapareçam.
Caso contrário, a infecção pode permanecer e se espalhar por outros órgãos.
Também podem ser receitados medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos para aliviar o desconforto até que o antibiótico faça efeito.
Pacientes com cistite de repetição podem ser tratadas com doses baixas de antibióticos por tempo prolongado (seis meses a um ano).
Uma alternativa é a imunoterapia (“vacina”), também segundo a indicação do urologista.
Quando a cistite não tem raiz infecciosa, é necessário adaptar a conduta terapêutica para a substituição de fármacos prejudiciais, o controle de comorbidades e fatores de risco.
A fisioterapia é útil para pacientes com dificuldade para esvaziar totalmente a bexiga, enquanto malformações anatômicas e crescimento da próstata podem ser encaminhados a cirurgias.
Cabe ao urologista analisar cada situação e definir as práticas adequadas, monitorando a resposta do organismo e conduzindo as adaptações necessárias.
Tem como tratar cistite de forma natural?
Lembre-se de que a cistite pode desencadear complicações graves, portanto, é recomendado buscar ajuda médica para o tratamento.
Cuidado com a automedicação e receitas caseiras, que não resolvem o problema e ainda podem agravar os sintomas.
No entanto, existem medidas simples que ajudam na recuperação.
Um exemplo é aumentar a ingestão de água e chás naturais, pois isso ajuda a diminuir a concentração de microrganismos na urina.
Tome líquido suficiente para que a urina assuma um tom amarelo claro, mostrando que o corpo está bem hidratado.
Banhos de assento com chá de hibisco ou vinagre são outra ideia para reduzir os sintomas incômodos.
Como evitar a cistite?
Certos comportamentos contribuem para prevenir a cistite e outras infecções do trato urinário, como informa o Ministério da Saúde:
- Beba muita água, água de coco e chás
- Urine com frequência e evite segurar a urina na bexiga por longos períodos
- Urine depois das relações sexuais, porque isso favorece a eliminação das bactérias que se encontram no trato urinário
- Mantenha limpas as regiões da vagina e do ânus. Depois de evacuar, passe o papel higiênico de frente para trás e, sempre que possível, lave-se com água e sabão
- Evite roupas íntimas muito justas ou que retenham calor e umidade, pois facilitam a proliferação das bactérias
- Suspenda o consumo de fumo, álcool, temperos fortes e cafeína. Essas substâncias irritam o trato urinário
- Troque os absorventes higiênicos com frequência.
Outras dicas são praticar atividade física regularmente e adotar uma dieta balanceada para evitar a constipação intestinal.
Teleconsulta agiliza o diagnóstico e tratamento da cistite
Na presença de sangue na urina, febre alta e/ou sintomas intensos, vá até o pronto-socorro mais próximo.
Já nos casos mais leves, dá para receber orientação médica pela internet, via consulta médica por videoconferência.
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Conclusão
Na maioria das vezes, a cistite não é grave.
Porém, se tratada de modo inadequado, ela pode alcançar os rins e outros órgãos, provocando complicações graves.
Por isso, procure ajuda médica caso perceba sintomas da inflamação na bexiga.
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