Cistite: o que é, causas, sintomas, diagnóstico e tratamento

Por Dr. José Aldair Morsch, 9 de janeiro de 2024
Cistite

A cistite se enquadra entre as infecções urinárias e costuma ser provocada por bactérias.

Geralmente, é percebida logo, por causa de sintomas como ardência, dor e mudanças no aspecto da urina.

Daí a importância de observar as características do xixi e procurar ajuda médica ao se deparar com os sintomas que comento nos tópicos abaixo.

Neste texto, apresento os tipos de cistite, possíveis causas, formas de transmissão e dicas para prevenir a doença. Ao final, mostro como marcar uma teleconsulta para manter os cuidados de saúde em dia.

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O que é cistite?

Cistite é a inflamação da bexiga, órgão do sistema urinário localizado entre os ureteres e a uretra.

Vale lembrar que a urina é produzida pelos rins e, em seguida, passa pelos ureteres (finos tubos) em direção à bexiga, onde se acumula até que seja eliminada através da uretra.

Na maioria das vezes, a cistite resulta da entrada de microrganismos pela uretra, alcançando a bexiga.

Nesses casos, trata-se de cistite infecciosa.

Contudo, existem outras condições capazes de desencadear a inflamação, como explicarei mais à frente.

Qual a diferença entre cistite e infecção urinária?

Conforme adiantei na abertura do texto, a cistite é um tipo de infecção urinária.

Inclusive, é correto dizer que toda cistite é uma infecção urinária, porém, o inverso não se aplica.

Isso porque o termo “infecção urinária” ou infecção do trato urinário (ITU) é mais amplo, englobando quadros que atingem qualquer estrutura do aparelho urinário.

Quando acomete somente a uretra, a doença é chamada uretrite.

Se afetar a bexiga, é cistite. Caso alcance os rins, trata-se de pielonefrite.

Importante dizer que a infecção renal é grave, podendo deixar sequelas e até ser fatal caso não receba o tratamento adequado.

O que reforça a necessidade de consultar um médico e seguir o tratamento à risca para evitar complicações decorrentes de ITU.

Tipos de cistite

A doença pode ser classificada de diferentes maneiras.

Uma delas separa os casos entre cistite infecciosa e não infecciosa.

Como a nomenclatura sugere, a cistite infecciosa é provocada por bactérias e outros microrganismos, sendo a mais comum.

Enquanto a cistite não infecciosa pode ter origem na ação de medicamentos, lesões e outros fatores que irritam a bexiga.

Outra divisão conhecida se refere à duração e gravidade da doença, classificada como:

Cistite aguda

É o tipo mais frequente, caracterizado pelo surgimento de sintomas repentinos como dor e ardência ao urinar.

Embora bastante incômodo, o quadro é curado depois do tratamento adequado, prescrito por um médico.

Cistite de repetição

É caracterizada por dois episódios de cistite em seis meses, ou três em um ano.

A repetição do quadro inflamatório pode indicar outros problemas de saúde, que devem ser investigados pelo urologista.

Sem o tratamento necessário, a tendência é que apareçam novos episódios ou até complicações como a pielonefrite.

Cistite intersticial

Também chamada “síndrome da bexiga dolorosa“, corresponde a uma doença crônica em que há mudanças no tecido da bexiga.

Por consequência, a capacidade de armazenar urina é reduzida, desencadeando dores durante as relações sexuais e ao longo do período menstrual, entre as mulheres.

Cistite na bexiga

A cistite resulta da entrada de microrganismos pela uretra, alcançando a bexiga

O que causa cistite?

De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), entre 80 e 85% dos casos de infecção urinária são causados por uma bactéria chamada Escherichia coli, que vive no intestino e contribui para a digestão.

Por razões diversas, ela chega na uretra, por onde acessa a bexiga e provoca infecção.

A cistite é mais frequente entre as mulheres, devido à menor extensão e maior proximidade entre a uretra, vagina e ânus – que facilita a migração de microrganismos para a uretra.

Outras bactérias como Proteus e Klebsiella também podem estar por trás da infecção na bexiga.

Mais raramente, o quadro é decorrente da entrada de fungos, vírus ou parasitas no organismo debilitado de pacientes com comorbidades, a exemplo de diabetes e insuficiência renal.

Existem outros fatores de risco que facilitam o surgimento da cistite e demais infecções urinárias, tais como:

  • Presença de cistocele (“bexiga caída”)
  • Uso de gel espermicida
  • Aumento da próstata (hiperplasia prostática), comum entre homens com mais de 50 anos
  • Gravidez, que leva ao aumento do tamanho do útero, fazendo pressão sobre os órgãos em redor – inclusive a bexiga
  • Menopausa, que provoca alterações na flora vaginal
  • Malformações nas estruturas do sistema urinário
  • Radioterapia
  • Uso de certos medicamentos, a exemplo de remédio para diabetes e imunossupressores
  • Pedras nos rins
  • Uso de sondas.

Importante esclarecer que apenas uma investigação médica pode descobrir a real causa do quadro.

Como se pega cistite?

Ainda que muitos quadros sejam infecciosos, a cistite não é uma infecção sexualmente transmissível (IST).

Contudo, a relação sexual facilita a entrada de microrganismos externos no trato urinário, aumentando as chances de adoecimento.

Existem também outros comportamentos que aumentam o risco de infecção da bexiga, incluindo:

  • Má higiene da região íntima, como o hábito de limpar o ânus de trás para a frente
  • Permanecer com o mesmo absorvente ou roupas molhadas por muito tempo, facilitando a proliferação de bactérias
  • Aplicar cosméticos inadequados para a região íntima (sabonetes, cremes, pomadas, etc.)
  • Segurar o xixi, permitindo o acúmulo de bactérias na bexiga.

A seguir, esclareço sobre os sintomas da condição.

Quais os sintomas da cistite?

As principais manifestações da cistite são:

  • Ardência ou dor ao urinar
  • Necessidade urgente e constante de urinar
  • Pequena quantidade de urina eliminada a cada micção
  • Mudanças no aspecto do xixi, como urina turva ou com odor forte
  • Sensação de bexiga cheia
  • Dor na parte de baixo da barriga (baixo ventre)
  • Dor nas costas
  • Febre
  • Mal-estar
  • Urina com sangue (em casos graves).

Em alguns casos, a cistite pode não apresentar sintomas, sendo descoberta a partir do resultado de exames de rotina.

Mesmo nessas situações, é fundamental seguir a orientação médica para prevenir agravos à saúde.

Vale atentar ainda para outros sinais entre grupos de pacientes sensíveis, como bebês, crianças maiores e idosos.

Por não saberem falar, é mais difícil identificar sintomas em bebês, mas geralmente eles se tornam irritadiços, chorosos, sem apetite e podem apresentar febre sem razão aparente.

Crianças maiores também se recusam a comer, ficam irritadas com facilidade e podem reclamar de dor na barriga ou nas costas.

Já os idosos podem apresentar confusão mental e/ou sonolência.

Esses sintomas devem motivar uma consulta médica.

Se houver sinais de alerta como febre alta (acima de 39ºC), calafrios, náusea e vômitos, vá ao pronto-socorro mais próximo.

Essas manifestações sugerem que a infecção se alastrou para outros órgãos além da bexiga.

Cistite o que é

A cistite não infecciosa pode ter origem na ação de medicamentos, lesões e outros fatores que irritam a bexiga

Como saber se estou com cistite?

Diante dos sintomas acima, procure um médico para receber o diagnóstico correto.

Pode ser um clínico geral, pediatra (para crianças) ou geriatra (para idosos), ou então especialistas como o urologista.

Eles estão aptos a avaliar as manifestações clínicas e o histórico do paciente, verificando se há doenças preexistentes, fatores de risco ou episódios anteriores de cistite.

Durante o exame físico, poderão identificar anormalidades e, se for preciso, solicitar exames complementares para confirmar a hipótese diagnóstica.

Em geral, é pedido o exame de urina tipo I e a urocultura com antibiograma, que permite detectar o agente infeccioso que desencadeou a inflamação.

Outros procedimentos podem ser realizados a critério médico, por exemplo:

  • Cistoscopia: exame endoscópico que utiliza um fino tubo flexível para visualizar imagens internas da bexiga e da uretra
  • Ultrassom das vias urinárias: exame de imagem não invasivo que emprega ondas sonoras de alta frequência para transmitir imagens dos órgãos internos
  • Tomografia das vias urinárias (urotomografia): combina radiação ionizante a um tubo giratório para produzir imagens em alta resolução dos órgãos e tecidos
  • Uretrocistografia miccional: exame de raio X com contraste que usa uma sonda para viabilizar a observação do esvaziamento da bexiga.

Continue lendo para entender qual é o tratamento para cistite.

Como tratar a cistite?

O tratamento varia conforme a causa para a doença.

Se for uma cistite bacteriana, o médico irá prescrever um antibiótico como fosfomicina, ciprofloxacina ou derivados da penicilina.

É fundamental seguir o tratamento à risca, tomando o remédio por todo o ciclo prescrito, ainda que os sintomas desapareçam.

Caso contrário, a infecção pode permanecer e se espalhar por outros órgãos.

Também podem ser receitados medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos para aliviar o desconforto até que o antibiótico faça efeito.

Pacientes com cistite de repetição podem ser tratadas com doses baixas de antibióticos por tempo prolongado (seis meses a um ano).

Uma alternativa é a imunoterapia (“vacina”), também segundo a indicação do urologista.

Quando a cistite não tem raiz infecciosa, é necessário adaptar a conduta terapêutica para a substituição de fármacos prejudiciais, o controle de comorbidades e fatores de risco.

A fisioterapia é útil para pacientes com dificuldade para esvaziar totalmente a bexiga, enquanto malformações anatômicas e crescimento da próstata podem ser encaminhados a cirurgias.

Cabe ao urologista analisar cada situação e definir as práticas adequadas, monitorando a resposta do organismo e conduzindo as adaptações necessárias.

Tem como tratar cistite de forma natural?

Lembre-se de que a cistite pode desencadear complicações graves, portanto, é recomendado buscar ajuda médica para o tratamento.

Cuidado com a automedicação e receitas caseiras, que não resolvem o problema e ainda podem agravar os sintomas.

No entanto, existem medidas simples que ajudam na recuperação.

Um exemplo é aumentar a ingestão de água e chás naturais, pois isso ajuda a diminuir a concentração de microrganismos na urina.

Tome líquido suficiente para que a urina assuma um tom amarelo claro, mostrando que o corpo está bem hidratado.

Banhos de assento com chá de hibisco ou vinagre são outra ideia para reduzir os sintomas incômodos.

Como evitar a cistite?

Certos comportamentos contribuem para prevenir a cistite e outras infecções do trato urinário, como informa o Ministério da Saúde:

  • Beba muita água, água de coco e chás
  • Urine com frequência e evite segurar a urina na bexiga por longos períodos
  • Urine depois das relações sexuais, porque isso favorece a eliminação das bactérias que se encontram no trato urinário
  • Mantenha limpas as regiões da vagina e do ânus. Depois de evacuar, passe o papel higiênico de frente para trás e, sempre que possível, lave-se com água e sabão
  • Evite roupas íntimas muito justas ou que retenham calor e umidade, pois facilitam a proliferação das bactérias
  • Suspenda o consumo de fumo, álcool, temperos fortes e cafeína. Essas substâncias irritam o trato urinário
  • Troque os absorventes higiênicos com frequência.

Outras dicas são praticar atividade física regularmente e adotar uma dieta balanceada para evitar a constipação intestinal.

Teleconsulta agiliza o diagnóstico e tratamento da cistite

Na presença de sangue na urina, febre alta e/ou sintomas intensos, vá até o pronto-socorro mais próximo.

Já nos casos mais leves, dá para receber orientação médica pela internet, via consulta médica por videoconferência.

Realizada em uma plataforma de telemedicina, essa modalidade de assistência oferece comodidade e praticidade para quem não quer aguardar pelo atendimento.

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Conclusão

Na maioria das vezes, a cistite não é grave.

Porém, se tratada de modo inadequado, ela pode alcançar os rins e outros órgãos, provocando complicações graves.

Por isso, procure ajuda médica caso perceba sintomas da inflamação na bexiga.

Você pode contar com a teleconsulta e plantão 24 horas da Telemedicina Morsch para agilizar o acesso a médicos e outros profissionais de saúde.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin