Bulhas cardíacas: o que são, quais os tipos e como investigar?

Por Dr. José Aldair Morsch, 5 de setembro de 2025
Bulhas cardíacas

Reconhecer e diferenciar as bulhas cardíacas é essencial para a ausculta cardíaca.

Lembrando que esse procedimento faz parte de um exame clínico completo.

É o que permite avaliar o ritmo cardíaco e identificar anormalidades relacionadas a patologias.

Avance na leitura do artigo para conferir conceitos, tipos e fatores capazes de modificar os sons emitidos pelo músculo cardíaco, que merecem uma investigação aprofundada.

Você também vai entender como a telemedicina acelera o diagnóstico a partir da emissão de laudos médicos a distância.

O que são bulhas cardíacas?

Bulhas cardíacas são sons relacionados à abertura ou fechamento das válvulas do miocárdio.

São caracterizadas por sons breves e transitórios, possibilitando a análise do ritmo cardíaco durante a semiologia cardiovascular.

Assim como outros achados auscultatórios, as bulhas cardíacas são identificadas com o auxílio do estetoscópio, que permite ao médico ouvir sons de diferentes frequências, que não seriam percebidos sem o uso do aparelho.

Para tanto, deve-se utilizar a campânula do estetoscópio para ausculta de sopros de baixa frequência (30 a 150 Hz), e o diafragma, para sons de alta frequência. 

O equipamento deve ser pressionado firmemente sobre o tórax, com o receptor em contato direto com a pele do paciente.

Quais são os tipos de bulhas cardíacas?

As bulhas cardíacas podem ser divididas em sistólicas e diastólicas.

Vale lembrar que a sístole corresponde ao movimento de contração das câmaras cardíacas, enquanto a diástole é o relaxamento dessas estruturas.

Ambos os movimentos são executados de forma contínua durante o ciclo cardíaco – processo que viabiliza o bombeamento do sangue através das artérias, levando oxigênio e nutrientes a todas as células do organismo.

Quando o coração bate em ritmo sinusal ou normal, é possível identificar ao menos as duas principais bulhas, sendo uma sistólica (B1) e outra diastólica (B2).

No entanto, outras bulhas podem surgir, conforme detalho a seguir:

  • Bulhas sistólicas: ocorrem durante a fase de sístole ventricular, quando as câmaras cardíacas inferiores se contraem. A primeira bulha ou B1 surge logo após o início desse movimento, marcado pelo fechamento da válvula mitral. Ela gera um som estridente e dividido, geralmente escutado como TUM. Algumas vezes, sons curtos de alta duração (cliques) também são auscultados na fase sistólica
  • Bulhas diastólicas: ocorrem durante a etapa de relaxamento dos ventrículos. A principal delas é a segunda bulha ou B2, que marca o início da diástole, quando as válvulas aórtica e pulmonar se fecham. Tem duração mais longa, baixa tonalidade e intensidade, correspondendo ao som TA. Em alguns casos, podem ser identificadas a terceira bulha (B3) – de baixa frequência e que produz um TU – e quarta bulha (B4), mas um ritmo normal tende a ser formado apenas por B1 e B2.

A seguir, comento sobre as causas de possíveis alterações.

Sons cardíacos

Bulhas cardíacas são sons relacionados à abertura ou fechamento das válvulas do miocárdio

O que pode causar alterações nas bulhas cardíacas?

Diversas condições podem alterar o padrão das bulhas cardíacas, a exemplo de:

  • Estenose aórtica: pode gerar cliques (bulhas sistólicas) devido à tensão aumentada na parede do ventrículo, além de retardar o fechamento da válvula aórtica, alterando o som de B2
  • Hipertensão pulmonar: também é capaz de desencadear cliques próximos ao som de B1
  • Prolapso da válvula mitral: pode resultar em cliques no meio ou fim da sístole ventricular
  • Bloqueio de ramo esquerdo (BRE): pode causar atraso no fechamento da válvula aórtica, modificando B2
  • Bloqueio de ramo direito (BRD): é capaz de retardar o fechamento da válvula pulmonar devido ao maior fluxo sanguíneo no ventrículo direito, alterando o som de B2
  • Disfunção ventricular grave: pode formar a bulha B3, indicando que o ventrículo está dilatado
  • Gravidez: durante a gestação, a bulha B3 pode ser normal, assim como na infância
  • Isquemia miocárdica: quadros isquêmicos e após um infarto costumam gerar a quarta bulha ou B4.

Entenda a seguir quando uma investigação médica deve ser iniciada.

Bulhas cardíacas e diagnóstico: quando investigar?

O som tênue de B4 merece investigação, pois não integra um ritmo cardíaco normal.

Outros sons cardíacos que devem ser avaliados são os sopros e atritos.

Grosso modo, sopros são sons prolongados que indicam problemas no fluxo sanguíneo, ao passo que o atrito pericárdico produz sons ásperos e estridentes.

Sopros podem ser classificados como sistólicos, diastólicos e contínuos, de acordo com o momento em que surgem na ausculta.

Embora os sopros diastólicos possam não ter relação com doenças, é recomendado que o paciente realize exames complementares, como o eletrocardiograma e o raio-x de tórax, a fim de verificar outros achados patológicos.

Vantagens do telediagnóstico na cardiologia

Ausculta, inspeção e palpação são fundamentais para o exame clínico, oferecendo dados para o diagnóstico de diversas doenças cardiovasculares.

Entretanto, há casos que se beneficiam da solicitação de exames complementares para confirmar ou afastar a hipótese diagnóstica, apoiando a escolha do tratamento correto.

E a telemedicina pode ser sua aliada na entrega dos resultados de exames online.

Bulhas ciclo cardíaco

Diagnóstico cardíaco depende de especialistas qualificados para interpretação e elaboração de laudo

Com o suporte da Telemedicina Morsch, a equipe médica local terá um time de especialistas à disposição 24 horas por dia, incluindo cardiologistas qualificados para elaborar o laudo a distância para:

Para obter o telelaudo, basta realizar o exame normalmente em sua clínica ou hospital e, em seguida, compartilhar os registros via plataforma de telemedicina.

Então, um especialista de plantão fará a interpretação online, considerando dados do histórico do paciente e a suspeita clínica.

Ele produzirá o laudo, finalizado com sua assinatura digital para garantir a autenticidade.

Dessa forma, os resultados ficam prontos em minutos, podendo ser enviados ao médico solicitante, paciente ou responsável no mesmo dia do exame.

Casos urgentes são analisados em tempo real, por videoconferência.

Acesse esta página e comece a aproveitar as vantagens da telemedicina cardiológica!

Conclusão

Apresentei, neste artigo, as principais características das bulhas cardíacas.

Espero ter contribuído para ampliar seus conhecimentos sobre esse tema relevante para qualquer consulta médica.

Sua equipe pode contar com a expertise do time Morsch para realizar o telediagnóstico, dar uma segunda opinião médica ou esclarecer questões complexas por meio da teleinterconsulta.

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Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin