Tomografia pélvica: o que é, quais as indicações e como é feito o exame

Por Dr. José Aldair Morsch, 18 de janeiro de 2024
Tomografia pélvica

O pedido de tomografia pélvica é um tanto incomum.

Geralmente, o médico solicita uma tomografia abdominal completa, a fim de examinar a maioria dos órgãos dos aparelhos digestivo, urinário e reprodutor.

No entanto, há casos que se beneficiam do estudo direcionado à porção inferior do abdômen, que levam à solicitação do exame específico dessa região.

Falo mais sobre eles ao longo deste artigo, onde trago a indicações, contraindicações e explico quando realizar a TC contrastada.

As imagens geradas podem ser interpretadas a distância por meio do serviço de telediagnóstico, como vou mostrar mais à frente.

O que é tomografia pélvica?

Tomografia pélvica é um exame que usa raios X e um tubo giratório para captar múltiplas imagens da pelve.

Embora a radiação ionizante utilizada seja a mesma que a do exame de raio X, a tomografia computadorizada produz registros de qualidade muito superior.

Inclusive porque, em vez de um único corte coletado a partir de uma incidência radiográfica, a TC capta múltiplos cortes transversais de uma só vez.

Sem contar o benefício de ajuste da quantidade de radiação emitida, o que aumenta a segurança do paciente e diminui riscos.

Rápida, indolor e não invasiva, a TC é cada vez mais solicitada para a avaliação de diversas partes do organismo.

A única desvantagem em relação ao raio X da pelve é o custo relativamente alto, que reduz a disponibilidade de tomógrafos em clínicas e hospitais de menor porte.

Para que serve a tomografia pélvica?

A tomografia pélvica serve para investigar sintomas e identificar anormalidades na região.

Uma das manifestações clínicas que podem motivar a solicitação do exame é o abdome agudo, definido neste estudo como:

“Uma condição de dor refratária e persistente que leva a paciente a procurar pronto-atendimento. Acredita-se que até 25% dos quadros de dor abdominal baixa admitidos nos prontos-socorros sejam causados por doença inflamatória pélvica aguda (DIPA), sendo esta a causa mais comum em pacientes do sexo feminino”.

Outros sintomas avaliados por meio da TC da pelve são:

  • Sangue na urina (hematúria)
  • Alterações na cor, cheiro e aspecto da urina
  • Dor ou ardência ao urinar
  • Pressão na bexiga
  • Sangramento menstrual anormal
  • Corrimento vaginal malcheiroso
  • Sangue no sêmen.

Sempre lembrando que a escolha pela tomografia computadorizada é uma decisão médica.

A tomografia pélvica mostra o quê?

O procedimento oferece imagens internas da porção abdominal inferior, incluindo órgãos do aparelho urinário como a bexiga, ureteres e uretra, além do intestino grosso e reto.

Também permite visualizar estruturas do sistema reprodutor, seja ele feminino (útero, ovários, tubas uterinas) ou masculino (próstata e vesículas seminais).

Nesse cenário, a TC pélvica permite detectar doenças como:

Na sequência, explico como a TC pélvica é realizada.

Como é feita a tomografia pélvica?

Antes de entrar na sala de exames, o paciente é orientado a retirar todas as peças metálicas que esteja utilizando, como bijuterias, calças com zíper e óculos.

Alguns serviços fornecem um avental para facilitar essa tarefa.

Então, o médico ou técnico em radiologia posiciona o paciente na maca do aparelho de tomografia e pede que ele permaneça imóvel durante todo o procedimento.

Em seguida, vai até a sala de comando adjacente e liga o tomógrafo para iniciar o exame.

O equipamento emite feixes de radiação ionizante que incidem sobre a região pélvica, captando registros a partir de diferentes ângulos de visão.

Parte dos raios X é absorvida em maior ou menor quantidade pelas estruturas anatômicas, de acordo com sua densidade.

A radiação restante atravessa os tecidos e chega até os detectores instalados na mesa do tomógrafo.

O sinal é enviado a um software específico, que o transforma nas imagens digitais que serão interpretadas pelo radiologista.

Por fim, o aparelho é desligado e o paciente, liberado.

TC pélvica

O procedimento oferece imagens internas da porção abdominal inferior, incluindo órgãos do aparelho urinário

Como é a tomografia pélvica com contraste?

A tomografia com contraste inclui os procedimentos que acabei de mencionar, com o acréscimo de um composto à base de iodo administrado por via intravenosa.

Esse agente de contraste iodado é radiopaco, ou seja, capaz de aumentar a densidade de partes moles, tornando-as mais nítidas nas imagens tomográficas.

Vale lembrar que, como as partes moles têm baixa densidade, deixam muita radiação passar e acabam aparecendo em tons de cinza se a TC for sem contraste.

O fato de a pelve possuir uma série de estruturas sobrepostas aumenta a importância do uso de contraste para uma observação detalhada dos tecidos.

Quem não pode fazer tomografia pélvica?

Qualquer exame que utiliza radiação ionizante é contraindicado para gestantes.

Isso porque os raios X podem prejudicar o feto em formação, além de seu efeito cumulativo relacionado ao maior risco de câncer.

Portanto, a tomografia deve ser indicada com cautela para crianças e outros pacientes sensíveis, após a consideração de seus riscos e benefícios.

Outra questão relevante é o uso de contraste iodado, que pode desencadear reações adversas em alguns indivíduos.

Comumente, aparecem náuseas e gosto metálico na boca enquanto o contraste é administrado.

Entretanto, também podem surgir efeitos graves como insuficiência renal e até choque anafilático em pessoas alérgicas.

Daí a necessidade de que a tomografia pélvica seja feita em locais com estrutura para atender emergências.

Benefícios do telediagnóstico na tomografia pélvica

Braço da telemedicina, o telediagnóstico viabiliza a emissão de laudos a distância.

Basta que os registros sejam compartilhados dentro de uma plataforma de telemedicina para que um radiologista online faça a interpretação.

Um sistema completo como o da Telemedicina Morsch permite a integração com o tomógrafo para envio automático das imagens ao PACS.

Assim, nem é preciso entrar na plataforma para encaminhar os registros, conferindo celeridade aos laudos eletrônicos.

Após elaborar o documento, o especialista assina digitalmente o laudo online, entregue em minutos no sistema.

Nesse contexto, sua equipe conta com maior agilidade nos resultados de exames, cobertura de ausências do radiologista local e a possibilidade de ampliar o portfólio de exames, delegando sua avaliação ao nosso time de especialistas.

Acesse esta página e conheça todas as vantagens da telemedicina radiológica!

Conclusão

Abordei neste texto a dinâmica e aplicações da tomografia pélvica.

A emissão dos resultados fica mais simples e ágil com o suporte da Telemedicina Morsch.

Se gostou do conteúdo, leia mais artigos sobre radiologia que publico aqui no blog.

Dr. José Aldair Morsch
Dr. José Aldair Morsch
Cardiologista
Médico formado pela FAMED - FURG – Fundação Universidade do Rio Grande – RS em 1993 - CRM RS 20142. Medicina interna e Cardiologista pela PUCRS - RQE 11133. Pós-graduação em Ecocardiografia e Cardiologia Pediátrica pela PUCRS. Linkedin